segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O justo vive pela fé, conserve vivo o dom de Deus!

02 de outubro de 2016
20º Domingo após Pentecostes
Sl 62; Hc 1.1-4; 2.1-4; 2Tm 1.1-14; Lc 17.1-10
Tema: O justo vive pela fé, conserve vivo o dom de Deus!

         A palavra mais ouvida ultimamente é justamente a conservação!
         É necessário conservar a biodiversidade. Afinal, a mesma contribui para a economia direta, por meio dos alimentos, produtos farmacêuticos, manutenção dos ciclos ambientais, água, clima, nutrientes, ... Fala-se sobre a conservação dos oceanos. Os oceanos precisam ser conservados, pois os mesmos dão estabilidade ao clima, regula a umidade, abriga as algas marinhas e essas são as responsáveis pelo oxigênio. E a maior de todas as conservações é justamente a natureza. Ela é o sustentáculo da vida no planeta. Ela mantêm o equilíbrio entre O2 e CO2, ou seja, é responsável pela manutenção do clima na terra e em todas as atividades básicas para a sustentação da vida.
         Conservar é a palavra da moda!
         Quando Deus criou o homem e o colocou como cuidador, era necessário conservar. Sem a biodiversidade, os oceanos e a natureza, a vida nesse mundo será transformada em morte.
         O apóstolo Paulo na sua carta ao jovem pastor Timóteo fala sobre conservação, no entanto, sobre a conservação de algo que não apenas culmina com a vida aqui e gora, mas com a vida eterna. Paulo diz: “Por isso quero que você lembre de conservar vivo o dom de Deus...” (2Tm 1.6).
         A segunda carta de Paulo a Timóteo é considerada a última de suas cartas. Nessa epístola o apóstolo Paulo faz um resumo do Evangelho. Timóteo é aconselhado a conservar vivo o dom de Deus para manter-se firme numa sociedade que estava em colapso. Isso também ocorre conosco, afinal, cada um está na fronteira entre os “tidos” velhos valores que permanecem pela população idosa e os “novos” valores impostos pela população jovem e moderna.
         Timóteo era um jovem com saúde física e emocional fraca. Sofria de dores no estômago (gastrite ou algo até mais grave). Sua doença emocional não há como diagnosticar corretamente. No entanto, o medicamento é “conservar o dom de Deus”.
         Esse conservar é manter a chama do fogo acessa. Manter a chama da fé acessa só é possível através do Espírito Santo. Pessoas procuram a Igreja para batizar seus filhos, mas, infelizmente não vivem o batismo na vida diária.
         “Conservar vivo o dom de Deus” não é tarefa humana, é uma ação do Espírito Santo. O Espírito Santo executa essa tarefa através dos meios da graça, Pregação e Santa Ceia. Sem fé morre-se eternamente. Por isso, cuidado! Todo aquele que está em pé pode cair.
         “Conservar vivo o dom de Deus” também é distribuir algo que se recebeu.
         Timóteo havia recebido o dom do ministério. Cada pessoa ao ser batizada recebe junto com o dom da fé, o dom para exercício da sua vocação.
         Qual era a vocação de Timóteo? O ministério da pregação.
         Ao ser aconselhado para “conservar vivo o dom de Deus”, Timóteo estava sendo instruído que era preciso habilidade para expressar em termos apropriados as coisas que precisavam e precisam ser cridas. Paulo disse: “Mantém o padrão das sãs palavras que de mim ouvistes com fé e com amor que está em Cristo Jesus” (2Tm 1.13). O justo vive pela fé, conserve vivo o dom de Deus.
         A segunda carta ao jovem pastor Timóteo é conhecida como a carta de despedida. Nela, Paulo deseja deixar seu legado, o ministério em boas mãos. Haviam outros colaboradores, mas Timóteo foi o escolhido. Assim, Paulo solicita que Timóteo “conserve vivo o dom de Deus”. Mas, como é possível conservar vivo o dom de Deus?
         1 – De acordo com 2Tm 1.10 - mediante o evangelho. No evangelho está o poder de Deus.
         2 – 2Tm 1.14 – guardando-se na são doutrina, mediante o Espírito Santo.
         Conforme escreveu aos filipenses, Paulo, por ser zeloso quanto a lei de Deus, se tornou perseguidor da igreja (Fp 3.4-6). No entanto, quando conheceu a sã doutrina através do próprio Jesus, por ocasião da queda de seu cavalo (At 9.4), Paulo, tornou-se defensor do evangelho, considerando todo seu passado na lei de Deus como lixo (Fp 3.7).
         Por causa do evangelho, Paulo sofreu atentados. Pela lei perseguia, no evangelho, passou a ser perseguido. Pela cadeia levava cristãos à cadeia, pelo evangelho, foi levado à cadeia.
         Em toda essa mudança radical, o apóstolo Paulo soube que só foi possível resistir mediante o evangelho. Deixar tudo aquilo que aprendeu durante sua vida como verdadeiro e passar a seguir a doutrina de Jesus só era possível pelo poder do Espírito Santo que atua pelo evangelho.
         “Conservar vivo o dom de Deus” – não era um desafio para a pessoa de Timóteo. Era a indicação de que, sem o Evangelho e o Espírito Santo, não havia sequer o dom à ser conservado.
         “Conservar vivo o dom de Deus” – é manter-se conectado com o evangelho que para muitos é vergonha, escândalo, mentira.
         Em sua despedida, Paulo lembra a Timóteo que a fé faz parte de sua vida. No entanto, pregar a fé, anunciar o evangelho, não seria tarefa simples e fácil. E para manter-se vivo na fé, conservar o dom de Deus, só seria possível pelo evangelho.
         “Conservar vivo o dom de Deus” – é distribuir o que se recebe. Paulo não guardou a fé e o evangelho para si mesmo. Poderia ter feito como Nicodemos e tantos outros cristãos anônimos. Poderia ter se guardado da perseguição e dureza de servir a Cristo, mas, pelo Espírito Santo, dispôs-se a anunciar o evangelho. Afinal, em Cristo, a morte já havia se tornado vida (Fp 1.21).
         “Conservar vivo o dom de Deus” – é saber que Deus, através do Batismo e da Pregação do evangelho, colocou e coloca algo dentro de nós. O justo vive pela fé, conserve vivo o dom de Deus.
         Deus concede um dom, o dom da fé. Esse dom não é uma conquista. Pelo dom da fé, sou enviado para viver intensamente a vida cristã.
         Todos os dons espirituais são recebidos como um presente de Deus. Esses dons são por ocasião do batismo. O batismo, bem como a pregação da Palavra é o meio pelo qual Deus nos equipou e equipa para o ministério nesse mundo: conservar vivo o dom de Deus.
         Ser ministro de Deus nesse mundo é usar nossa vida cristã para o bem de todos.
         No ministério diário, na execução da nossa vocação, somos fracassados quando encararmos o dom concedido por Deus como nosso poder ou nosso carisma. Tanto o querer como o realizar uma boa ação não procede de nós mesmos, mas de Deus, que dispensou a cada filho batizado muitos dons para benefício mútuo. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann
Pastor e palestrante.
(44) 9856 8020 – cristo_para_todos@hotmail.com
whats - 44 - 9872 3963

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