07/04/13 – 2º Domingo de
Páscoa
Sl 148; At 5.12 - 20; Ap 1. 4 - 18; Jo
20. 19 - 31
|
Tema: Mensagem
animadora para os envolvidos na Missão de Deus
Pelas palavras de Apocalipse 1. 4 – 18
chegaremos à conclusão, através de um rápido estudo, que mesmo o ministério
público da Palavra sofrer ataques do nosso inimigo, o diabo, e muitos
desanimarem e poucos desejarem ingressar nessa caminhada, esse ministério
continua nas mãos de Deus. E que através dessa Igreja, a comunhão dos santos,
Deus age nesse mundo. Temos uma mensagem animadora para aqueles que estão envolvidos na missão de Deus.
Os 18 versículos iniciais de Apocalipse
querem nos despertar para a missão de Deus. Deus age no mundo, Ele continua com
a sua Igreja, mesmo quando essa está a ponto desanimar.
Na conclusão desses versículos escritos
pelo apóstolo João, recordamos da promessa de Jesus de que nem mesmo as portas
do inferno prevaleceriam contra a sua Igreja.
O ministério pertence a Jesus. Os
ministros da Palavra podem se confortar nessa certeza. O Jesus Ressuscitado
está no meio da Igreja. Ele age na Igreja. Ele sustém os seus pastores e toda a
Igreja. E para que? Para
realizar a sua missão, salvar pessoas.
Estudo
1 - Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu
para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e
que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João,
(RA)
1 – Neste livro estão escritas as coisas que
Jesus Cristo revelou. (NTLH)
A
primeira palavra a estudarmos em Apocalipse é a palavra Apo (preposição) e Kalipto
(verbo) significando assim “desvendar, tirar
a cobertura de algo que já existe, porém está invisível até a revelação.”
Apocalipse é então a revelação dos mistérios de Deus que atingem a história da
igreja de Cristo aqui na terra até o último dia, dia esse que ninguém sabe At
1.6-7; Mt 24.36.
1 – Deus lhe deu esta revelação para mostrar
aos seus servos o que precisa acontecer logo.
Aqui temos a expressão precisa acontecer
- na tradução da Almeida temos a expressão Deve. Um divino deve, ou precisa. As
coisas vão acontecer porque Deus assim estipulou. Nada poderá impedir que
aconteça aquilo que está de acordo com o plano de Deus. Deus é dono da
história, ele fez e faz a história, Mt 10.29-30. E só para lembrar o
apóstolo João ainda enfatiza que irá acontecer logo – ou seja, em breve. Muitas coisas da
revelação irão acontecer logo após a revelação dada a João, outras vão demorar,
mas vão acontecer. Qual é o objetivo de Deus com essa revelação?
Nos preparar, Mt 24. 42 – 44; 25.13.
1 – Cristo enviou seu anjo para que, por meio
dele, o seu servo João soubesse dessas coisas.
A
visão foi dada por um anjo, para que por meio do apóstolo João toda a igreja
ficasse sabendo das coisas que iriam acontecer ao redor do plano de Deus.
2 - o qual
atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que
viu. (RA)
2 – João contou tudo o que viu, e aqui está o que
ele contou a respeito da mensagem de Deus e da verdade revelada por Jesus
Cristo.
(NTLH)
Esse
versículo está esclarecendo que o apóstolo João viu, foi testemunha ocular,
tanto das coisas que ele viveu ao lado de Jesus, e também estava em estado
normal quando recebeu a visão do anjo enviado por Deus, 1Jo 1. 1 - 3.
3 - Bem-aventurados
aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as
coisas nela escritas, pois o tempo está próximo. (RA)
3 – Feliz quem
lê este livro, e felizes aqueles que ouvem as palavras desta mensagem profética
e obedecem ao que está escrito neste livro!Pois está perto o tempo em que todas
essas coisas acontecerão. (NTLH)
Quem
lê
está no singular, ouvem no plural. Por que? Antes da resposta
precisamos esclarecer que o termo Obedecem significa “guardar”
– agora conseguimos entender que o que lê, os que ouvem são para ficarem
vigilantes, alertas. Guardar a mensagem que se lê e ouve. Toda a palavra, não
só parte dela. Guardar a revelação é ter confiança na sua verdade e levá-las
para serem divulgadas. Esse guardar é tão urgente que o v. termina com a
alerta, “Pois está perto o tempo em que todas essas
coisas acontecerão.”
4 - João, às
sete igrejas que se encontram na Ásia, graça e paz a vós outros, da parte
daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que se
acham diante do seu trono.
(RA)
4 – Eu, João,
escrevo às sete igrejas que estão na província da Ásia. Que a graça e a paz
lhes sejam dadas da parte de Deus, aquele que é, que era e que há de vir; da
parte dos sete espíritos que estão diante do seu trono (NTLH)
João
envia a carta as SETE igrejas da Ásia. Então porque nós via blog ‘sermões cristo para todos”
estamos estudando essa carta? Hoje a região da Ásia é a Turquia, foi
a essas igrejas que João enviou o primeiro exemplar de sua carta. No livro de
Apocalipse, muitas coisas são simbólicas. Exemplo disso é o número SETE,
que significa “todas.” João ao enviar seu
primeiro exemplar as igrejas da Ásia, enviava também a todas as igrejas do
mundo. E hoje faz isso pela internet. Apocalipse é a revelação dos mistérios de
Deus que atingem a história da igreja de Cristo aqui na terra até o último dia.
João
saúda a igreja com a graça e a paz da parte de Deus, aquele que é, que era e que há de vir.
Interessante observar que João usa o nome de Deus revelado a Moisés no monte
Sinai. Quando Deus chamou Moisés para libertar o povo, disse: “Disse Deus a
Moisés: EU SOU O QUE SOU” (Ex 3.14). É o mesmo Deus de
Apocalipse. Deus não muda, seu nome dura para sempre, Sl 102.27; 90.2.
“da parte dos sete espíritos que estão diante do seu trono”
–os SETE ESPÍRITOS significa o ESPÍRITO SANTO.
Esse
significado não está relacionado apena ao livro de Apocalipse. Não é invenção
do apóstolo João. Salomão já se referia ao Espírito Santo assim em Pv 9.1
“A Sabedoria
edificou a sua casa, lavrou as suas sete colunas” e também o
profeta Zacarias se referiu ao Espírito Santo, “Porque eis aqui a pedra que pus
diante de Josué; sobre esta pedra única estão sete olhos; eis que eu lavrarei a
sua escultura, diz o SENHOR dos Exércitos, e tirarei a iniqüidade desta terra,
num só dia.”
João
está afirmando que está revelação é dada por Deus, o mesmo Deus que libertou o
povo da escravidão do Egito e também da parte do Espírito Santo. É Deus Pai e
Espírito Santo falando a igreja.
E
quando diz “estão
diante do seu trono” – João quer enfatizar que Deus é o regente
absoluto. Dele é o poder, está no trono e todos ao seu redor.
Ainda
não se falou de Jesus. Vejamos o v. 5.
5 - e da parte
de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos
reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos
pecados, (RA)
5 – e da parte
de Jesus Cristo, a testemunha fiel! Ele é o primeiro Filho, que foi
ressuscitado e que governa os reis do mundo inteiro. Ele nos ama, e pela sua
morte na cruz nos livrou dos nossos pecados, (NTLH)
Esperem
aí! Foi falado em nome do Pai e do Espírito Santo. Porque Jesus veio em terceiro?
Se olharmos em outras passagens bíblicas, Jesus sempre aparece em segundo.
Em
apocalipse Jesus aparece em terceiro porque a seguir segue uma descrição
detalhada do Filho de Deus. João não quer confundir o leitor. Fala em Jesus por
último para seguir uma descrição detalhada do Filho de Deus, que é o centro das
revelações desse livro, Is 61. 1 – 2; Mt 13. 53 – 57. João está falando do
Jesus prometido no AT e que viveu no NT.
João
descreve Jesus como:
a)
– a
testemunha fiel – no v. 2 já foi dito que João está falando da verdade revelada por Jesus Cristo.
O próprio apóstolo João foi testemunha ocular de Jesus e já em seu evangelho
anuncia Jesus como a testemunha fiel, Jo 3.11; 3. 31 - 32; 8.14; 18.37; Ap
3.14.
b)
- Ele é o
primeiro Filho, que foi ressuscitado – Cl 1. 15 – 18; 1Co 15.20;
Jo 11. 25 – 26; 11.40 – 42; Rm 6. 8 – 9.
c)
- e que
governa os reis do mundo inteiro – é rei dos reis. Cristo é Senhor da igreja, Rm 14.9.
Jesus
é o dono do destino das nações, é rei dos reis.
João
está anunciando a vitória de Jesus Cristo sobre todas as forças do mal. Ele é
profeta, sacerdote e rei. A mensagem de Apocalipse é consolo à igreja, pois
anuncia que Cristo
nos ama – Jo 14.24; 14.9; Rm 5.8; e pela sua morte na cruz nos livrou dos nossos
pecados – o pecado nos tornou escravos do diabo. E Deus que nos
criou se ele nos quisesse por filhos novamente à sua imagem, precisaria nos
redimir, Jo 8.34; Rm 16.23; 1Jo 1.7.
6 - e nos
constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio
pelos séculos dos séculos. Amém! (RA)
6 – e fez de nós
um reino de sacerdotes a fim de servirmos ao seu Deus e Pai. A Jesus Cristo
sejam dados a glória e o poder para todo o sempre! Amém! (NTLH)
João
ainda diz que Jesus por sua morte, nos dá perdão e salvação. Sendo assim, cada
cristão agora é um sacerdote, chamado a oferecer sacrifício. Precisamos lembrar
que no AT os sacrifícios eram estipulados de acordo com o pecado, um pombo, um
cordeiro, etc. Mas, sendo Cristo o sacrifício perfeito, tendo saciado a ira de
Deus, nós agora como cristãos somos chamados a oferecer sacrifícios da nova
aliança, arrependimento de coração, orações, agradecimentos, vida dedicada ao
serviço de Deus. Isso não é um dever, é resposta ao amor de Deus em Cristo por
nós, Rm 12.1; 1Pe 2.5.
7 - Eis que vem
com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as
tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém! (RA)
7 – Olhem! Ele
vem com as nuvens! Todos os verão, até mesmo os que o atravessaram com a lança.
Todos os povos do mundo chorarão por causa dele. Certamente será assim. Amém!
(NTLH)
Esse
é o tema geral do livro: A volta de Cristo e sua conseqüência.
Olhem!
Na outra tradução é eis – quando aparece a expressão eis, ou olhem que
é o caso da NTLH, coisas extraordinárias serão relatadas. Um meio de chamar a
atenção para aquilo que será lido ou ouvido adiante.
Assim
como Jesus subiu aos céus, ele descerá At 1.11; 1Ts 4.16 – 17. Todas as pessoas,
de todas as nações estarão diante dele, até mesmo os que o transpassaram pelos
pregos e pela lança. Por ser esse o anuncio, a volta de Cristo é que João diz
logo no v. 1 “Feliz
quem lê este livro, e felizes aqueles que ouvem as palavras desta mensagem profética
e obedecem ao que está escrito neste livro!” Quem estiver
vigilante, firme na fé, nas Escrituras esse não precisa temer a volta, pois
Cristo o levará para o lar eterno. Mas, João diz ao outro grupo. Grupo dos
perdidos – todos
chorarão – é um verbo grego que significa bater. Ou seja, esse grupo
como é costume até hoje, baterá no peito em sinal de desespero Mt 24.30.
O
amém
no final do versículo indica que não há reversão, será assim.
8 - Eu sou o
Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o
Todo-Poderoso. (RA)
8 – Eu sou o
Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, o todo-poderoso, que é, que era e que há de
vir. (NTLH)
Deus
é o autor da História. Ele é o autor dos acontecimentos narrados neste livro.
Ele o primeiro e o último, principio e fim, Cl 1.16-17; Jo 1.1-14. Deus é
eterno e único, Ex 20.2-3; Is 44.6; Hb 13.8.
Diz
João, Deus é o todo
poderoso - o termo
PantoKrator – Pás – tudo, todo; Kratos – poder. Ele tem a autoridade absoluta e
o poder de exercer essa autoridade em todos os eventos e acontecimentos. Ele é
vitorioso. E assim a igreja também é, não precisa temer a perseguição.
Aplicação dos primeiros
8 versículos na minha vida
O
livro de Apocalipse causa medo a muitas pessoas. Aliás, esse medo não é causado
pela noticia apresentada pelo livro, mas pelas distorções causadas por muitos
interpretes desse maravilhoso livro. Muitos, ao estudarem Apocalipse, trazem
consigo os pressupostos da interpretação hollywoodiana. Ou seja, tudo é de
acordo com o Armagedom.
No
entanto, quando estudamos mesmo que com pouca profundidade, vemos que
Apocalipse está falando do Cristo vencedor, o Ressuscitado. E como vencedor
subiu ao céu e de lá voltará. O Cristo vencedor é autor da história. Ele está
em todos os acontecimentos. Ele convida os leitores e ouvintes a permanecerem
fiéis a Palavra, na mensagem de salvação.
Ninguém
sabe o dia e a hora em que Cristo, o Ressuscitado virá. E o convite é para que permaneçamos
fiéis a Cristo Pela e
Na Palavra. E essa
volta de Cristo, o tão temido final dos tempos, de acordo com Apocalipse não
deve nos causar medo. Apocalipse é consolo para os que estão em Cristo.
A
mensagem de Apocalipse que nos consola, conforta e anima é a certeza de que Jesus
nos amou a ponto de dar sua vida por nós e que ressuscitou e como Senhor da
Vida nos dá a Vida.
Os desastres da
natureza nos assustam. E Por quê? Bom, o medo faz parte da nossa natureza
pecaminosa. E no livro de Apocalipse Deus quer nos dar a certeza da salvação em
Jesus. E assim quer nos afastar da insegurança e nos assegurar que não importa
o que aconteça, estamos a salvo. A Igreja é animada a continuar em marcha.
9 - Eu, João, irmão vosso e companheiro na
tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada
Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. (RA)
9 – Eu sou João, irmão de vocês; e, unido com
Jesus, tomo parte com vocês no reino e também em agüentar o sofrimento com
paciência. Eu estava na ilha de Patmos, para onde havia sido levado por ter
anunciado a mensagem de Deus e a verdade que Jesus revelou. (NTLH)
a) – Onde estava João, quando recebeu a
revelação de Deus? Por que estava lá?
Naquele
período o imperador era adorado, e João e os cristãos que não faziam isso,
acabaram sendo presos e eram perseguidos, muitos até a morte. João foi mandado
a Patmos, pois ele era testemunha de Jesus, conheceu Jesus, viveu com Jesus,
andou e aprendeu com Jesus. Era uma ameaça para o império romano.
João
fala sobre agüentar
o sofrimento – o sofrimento acompanha o cristão, cada um de uma
forma pessoal, Mt 5.11-12; At. 14.22; Tg
1.2-3. O apóstolo João fala em suportar o sofrimento com paciência – “Hypomone” Hypo – debaixo, Meno – ficar.
Sabemos que a paciência é uma virtude cristã, um fruto do Espírito Santo. Mas,
o apóstolo João aqui no v.9 de Apocalipse capitulo 1 está querendo nos
transmitir a idéia de carregar a cruz, ficar embaixo da mesma, permanecer.
Não
importa qual seja a nossa cruz, João está anunciando permaneçam embaixo,
carreguem a cruz, com lágrimas nos
olhos, mas com o canto da vitória no coração, Mt 10.22; Ap 2.10; Rm 5. 3-5. Em breves palavras João está dizendo,
eu anuncio a palavra de Deus, fui preso por causa dela, mas carrego a cruz de
Cristo, pois sei que em Cristo sou vencedor.
Por que João
estava preso em Patmos? Por pregar a palavra de Deus. Interessante
notar que a ilha de Patmos, uma ilha vulcânica, árida e rochosa, hoje é uma
ilha de pescadores. Nessa ilha tem um monte que dá se ver toda a Ásia Menor (Turquia)
onde se encontravam as igrejas a quem João escrevia.
10 - Achei-me em
espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta, (RA)
10 – No dia do
Senhor fui dominado pelo Espírito de Deus e ouvi atrás de mim uma voz forte
como o som de uma trombeta, (NTLH)
b) – O que
o apóstolo João quer dizer com “No dia do
Senhor fui dominado pelo Espírito de Deus”?
Na época do apóstolo João, a expressão “dia do Senhor” – era usada para o
domingo. E só aparece aqui no NT. No domingo,
o primeiro dia da semana, no Império Romano, que era quem dominava os povos
naquela época, era dedicado ao Imperador.
Foi no dia do
Senhor – num domingo que Deus se revelou a João. E ao dizer “dominado pelo
Espírito” – deixa claro que mesmo estando num estado mental e
espiritual fora do comum, estava lúcido. Para entender melhor vamos ler At 10.10; 2Co 12.1-4.
João foi levado em espírito para além
das limitações do entendimento humano. Deus se revela como quer e de várias
formas. Sonhos,
Gn 40.5; 41.1; 1Rs 3.5; Dn 2.1; Mt 2.12; At 15.9. Mas aqui em Apocalipse João
estava acordado e com plenos poderes de raciocinar. João estava consciente daquilo
que ouviu e viu.
Interessante que em
português, “Domingo” também significa
dia do Senhor. Esse é o dia em que os cristãos se reúnem para adorar o Senhor,
para ouvir sua palavra e receber a Santa Ceia (1Co 16.2; At 20.7). É o dia em que lembramos a ressurreição de
Jesus, Mt 28.1.
11 - dizendo: O
que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo,
Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.
(RA)
11 – que me
disse: escreva num livro o que você vai ver e mande esse livro às igrejas que
estão nestas sete cidades: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia
e Laodicéia. (NTLH)
O anjo disse: escreva num livro o que você vai ver.
Somente o que ver. Nenhum acréscimo, Ap 22.18-19. O termo escrever – aparece 12 vezes em Apocalipse.
Denota uma ação instantânea.
João
escreveu as visões assim como e quando as recebeu. Não foi tudo em um dia. E
vejam só, é importante lembrar que em todo o NT só aqui temos a ordem direta de
Deus para escrever.
mande esse livro às
igrejas – o mensageiro levaria o rolo às igrejas. Uma após outra, Cl
4.16. O que João quer frisar aqui é o roteiro das cartas. Capital, a maior das sete cidades, Éfeso. Depois o norte, Esmirna, Pérgamo. Sudeste, Tiatira, Sardes,
Filadélfia, Laodicéia. Todos os cantos, todas as igrejas.
Éfeso –
João morou lá, mais ou menos 30 anos. Conhecia pessoalmente cada membro,
conhecia seus problemas, suas fraquezas, vitórias e derrotas.
Esmirna – uma congregação que estava
sofrendo, mas na graça de Cristo, ao mesmo tempo vencendo. Não recebe nenhuma
repreensão.
Pérgamo
– uma igreja numa cidade rica, já viu a morte de um mártir, morreu por
sustentar a fé cristã. Ap 2.13.
Tiatira
– Cidade de Lídia, o primeiro fruto missionário da Europa, onde em Filipos
depois de ser batizada, dava hospedagem a Paulo, Silas e Timóteo, At 16.11-15.
Sardes – igreja
sob fortes pressões, tensões e tentações. Os poucos fiéis necessitavam de muito
encorajamento espiritual.
Filadélfia
– desde que recebeu a carta, serviu de modelo de uma congregação de pouca
força, porém de profunda fidelidade.
Laodicéia
– uma igreja abastada de bens terrenos, porém pobre espiritualmente e à beira
de se perder completamente.
12 - Voltei-me
para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro 13 - e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem,
com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro. (RA)
12 – Eu virei
para ver quem falava comigo e vi sete candelabros de ouro. 13 - No meio deles estava um ser parecido com um homem, vestindo
uma roupa que chegava até os pés e com uma faixa de ouro em volta do peito
(NTLH)
João
não viu o anjo, o anjo não é o importante, ele viu um grande quadro.
Vemos nesses vs. que Jesus aparece a
João de uma forma gloriosa, semelhante ao dia da Transfiguração, João se
lembra, pois estava presente nesse acontecimento (Mt 17.1-2). Os vs 13-16,
mostram de que forma era Jesus: Santo e poderoso.
João
vê 7 candelabros de ouro. Ouro é o metal mais precioso da época, brilhava na
luz com teu esplendor. O v. 20 diz que os candelabros representam as igrejas
aqui na terra. A igreja é o candelabro do mundo, brilha, irradia para todas as
pessoas. A igreja mantém a luz acessa na escuridão deste mundo em trevas,
mediante a pregação da palavra de Deus. Os cristãos, cada um em seu ambiente,
são como “luzeiros
do mundo” anunciando palavras de vida, Fp 2.15-16.
Cristo
está no meio da igreja, andando, agindo na e por meio da igreja aqui na terra.
Dessa maneira, pela presença de Cristo, os cristãos se tornam “luz do mundo” Mt 5.14, se tomamos a
sério as palavras do salmista, Sl 119.105.
É
importante lembrar que os candelabros não foram o essencial dessa visão. Eles
simplesmente formaram a moldura brilhante do quadro majestoso. “No meio deles estava um ser parecido com um homem”
– essa era a intenção da visão, mostrar a João, a fim de que ele soubesse que
não era um sono fantástico, mas era uma realidade, claro que uma realidade
sobrenatural. É uma réplica da visão do profeta Daniel, Dn 10.5-6. João sabia que era o filho de Deus que lhe aparecia, Mt
10.23; 11.19; 12.8; 13.37; 16.27; 19.28; 23.30; 25.31; 26.24.
Depois
de identificar o revelador, Jesus, João acrescenta que Jesus estava no meio
deles, no meio da igreja. Cristo é o centro da igreja, ele age em favor da
igreja. Depois escreve “vestindo uma roupa
que chegava até os pés e com uma faixa de ouro em volta do peito”
– ou seja, vestido com poderes. Poús – pé, aro estender, vestido que se
estendia até os pés. Ex 28.4; 29.5; Ez 9.2, 11. E ainda “com uma
faixa de ouro em volta do peito” – significa estar em serviço,
Ap 15.6. A diferença é marcante, no AT o cinto do sacerdote é parcialmente de
ouro, Ex 28.8; 39.5. Enquanto que o cinto de Cristo na figura é feita de ouro
puro. Isso significa que Jesus está
acima de todos os sumos sacerdotes.
Essa
imagem mostrada a João representa dignidade, majestade, glória, Cristo rei dos
reis, salvador dos que são teus, aparece como sumo sacerdote que faz sacrifício
de si mesmo. Agora o apóstolo João vai continuar descrevendo a pessoa que lhe
apareceu.
14 – Os seus
cabelos eram brancos como a lã ou como a neve, e os seus olhos eram brilhantes
como o fogo. 15 – Os seus pés brilhavam como o
bronze refinado na fornalha e depois polido, e a sua voz a voz, como voz de
muitas águas. (RA)
14 – Os seus
cabelos eram brancos como a lã ou como a neve, e os seus olhos eram brilhantes
como o fogo. 15 – Os seus pés brilhavam como o
bronze refinado na fornalha e depois polido, e a sua voz parecia o barulho de
uma grande cachoeira. (NTLH)
João
descreve a pessoa que lhe apareceu “semelhante a filho de homem.” João fala de sua
cabeça, seus cabelos, seus olhos, seus pés e sua voz. O profeta Daniel, (Dn 7.9, 13), descreve o ancião de dias
enquanto que o apóstolo João vê o filho do homem. Se compararmos Daniel e
Apocalipse, veremos a manifestação visível e palpável do próprio Deus aqui na
terra, como verdadeiro homem em Jesus, sumo sacerdote e cordeiro imolado.
Os seus cabelos
eram brancos como a lã ou como a neve – significa santidade e pureza
absoluta, Is 1.18.
e os seus olhos
eram brilhantes como o fogo – Em Daniel temos uma visão parecida, Dn 10.5,6. Tanto Daniel como João
descrevem o poder onisciente de Jesus. Nada pode ficar escondido dele. Fogo –
na Bíblia, designa em geral a ira de Deus. Perante os olhos penetrantes de
Jesus não se pode esconder pecado algum.
O
apóstolo João tem uma visão semelhante a Daniel (2.31-45), onde diz que Deus
permanecerá para sempre, nenhuma força será capaz de derrubá-lo, e quando por
os pés em cima de qualquer inimigo, este não terá possibilidade de escape, será
consumido pelo fogo da sua ira.
e a sua voz parecia
o barulho de uma grande cachoeira – No v.10, João descreveu a voz
como um som de trombeta. Esse sinal de alerta fez ele olhar. Agora, viu aquela
figura majestosa do filho do homem, descrita até agora segundo sua cabeça, seus
cabelos, seus olhos e pés. Por último descreve sua voz que é diferente daquela
que ouviu no inicio. A voz do “semelhante a filho de homem” era ainda mais
irresistível do que a alerta, é descrita como estrondo de muitas águas. Assim
como não se pode silenciar o som de uma grande queda de água, de cataratas ou
onda do mar, (quem já esteve na praia sabe que o barulho é constante), assim
não se pode silenciar a voz daquele que estava no trono. Vemos essa mesma
figura no profeta Ezequiel, (Ez 1.24;
43.2; Ap 14.2; 19.6; Dn 10.6).
Depois
de descrever o o vestido, sua pessoa, João agora segue uma descrição do
instrumento que está na mão do “Filho do homem.”
16 - Tinha
na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois
gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força. (RA)
16 – Na mão
direita ele segurava sete estrelas, e da sua boca saia uma espada afiada dos
dois lados. O seu rosto brilhava como o sol do meio dia. (NTLH)
Na mão direita ele
segurava sete estrelas – mão direita aqui e em muitas outras
passagens simboliza o poder majestoso com que tem até o firmamento em suas
mãos, Jó 38.31; Is 40.12. Aqui não se trata das estrelas do firmamento, mas sim
dos “anjos das
sete igrejas” v.20. Portanto, dos mensageiros de Deus, dos pastores
das congregações e seus bispos. Lembra o profeta Daniel, Dn 12.3. As sete
estrelas, isso é, os bispos das sete igrejas são distinguidos das suas igrejas
que são simbolizadas na figura dos sete candeeiros. Nas cartas, dirigidas as
igrejas, os seus bispos são responsáveis pela condição espiritual de suas igrejas.
As sete estrelas se acham na mão direita do Filho do Homem. Esse fato tem um
profundo significado para o exercício do ministério, de um lado, somos imbuídos
da autoridade e do poder do Senhor. Mas o poder que se tem não propriamente do
pastor, ele vem do Senhor e fica. Ainda, só podemos exercer esse poder enquanto
estivermos na mão direita do Senhor. Aqui podemos observar o seguinte – os
ministros são estrelas, não luzes feitas por homens ou fogo fátuo; são estrelas
– não capachos nos quais homens podem pisar e limpar seus pés; são estrelas
imutáveis - não gente às quais falta o
fôlego no constante correr atrás de mudanças dessa terra.
Estar
na mão direita de Deus é um consolo, pois Cristo declara que ninguém irá
arrebatar de sua mãos suas ovelhas. Certamente não há força na terra que pode
arrebatar da mão do glorioso Senhor as estrelas que ele tem na sua mão
direita.
e da sua boca saia
uma espada afiada dos dois lados – essa visão tem raízes no AT.
Simboliza a palavra de Deus que “sai da boca” do Senhor. Várias passagens do NT
aplicam a figura à palavra de Deus, Ef 6.17; Hb 4.12; Ap 19.15. A imagem,
portanto, mostra o Filho do Homem como aquele que profere a sentença do juízo
Final.
uma espada afiada
dos dois lados – literalmente – duas bocas. Fora Lc 2.35, o termo
espada ocorre somente em Apocalipse, 2.12,16; 6.8; 19.15,21. A figura não é
estranha, pois a espada dos romanos usada pelas tropas, tinha a forma de uma
língua. Mas o que dá forma é o termo “afiada.” Pela vontade de Deus, a sua palavra corta
Hb 4.12, fere os seus inimigos,
especialmente quando o filho do homem profere sua sentença final.
O seu rosto
brilhava como o sol do meio dia – Na transfiguração de Jesus, o
rosto de Jesus resplandecia como o sol, Mt 17.2. Aqui João vê a glória completa
do Senhor. A figura do sol não era suficiente para descrever essa glória. Era
como o sol em sua força total. Nenhum homem pecador pode olhar párea a glória
de Deus sem ser profundamente atingido. E foi isso que aconteceu a João.
17 - Quando o
vi, caí a seus pés como morto. (RA)
17 – Quando eu o
vi, caí aos seus pés, como morto.
(NTLH)
O
profeta Ezequiel teve uma reação semelhante, Ez 1.28. A glória do Senhor
Ressuscitado, já que ele o havia visto humilhado, morto e sepultado, o
derrubaram. João teve medo, mas no sentido de uma reverência profunda. Essa
reação mostra que João não estava fora de seu estado normal quando escreveu
Apocalipse. O Senhor da igreja tem uma mensagem a transmitir, ele não quer só
pessoas deitadas lhe adorando. Por isso, levanta seu servo e fim de colocá-lo
em ação.
17 - Porém ele
pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último
18 e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou
vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno.
19 Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e
as que hão de acontecer depois destas. 20 Quanto
ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete
candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete
candeeiros são as sete igrejas.
(RA)
17 Porém ele pôs
a mão direita sobre mim e disse: Não tenha medo. Eu sou o primeiro e o último.
18 eu sou aquele que vive. Estive morto, mas agora
estou vivo para todo o sempre. Tenho autoridade sobre a morte e sobre o mundo
dos mortos. 19 Portanto escreva as coisas que
você vai ver, tanto as que estão acontecendo como as que vão acontecer depois.
20 O sentido secreto das sete estrelas que você viu na
minha mão direita e dos sete candelabros de ouro é este: as sete estrelas são
anjos das sete igrejas, e os sete candelabros são as sete igrejas. (NTLH)
Os vs 17-18, fala da morte e ressurreição de Jesus. Não resta dúvida: é o mesmo, Jesus,
o mestre, que havia andado com os discípulos três anos. Ele, agora, se apresenta
vitorioso sobre a morte e todos os poderes do mal. Essa é a mensagem de consolo
aos cristãos que estavam vivendo num mundo ameaçador, perseguidos pelos
romanos. Diante dessa mensagem podemos olhar para a nossa vida com realismo,
sabendo que o nosso Senhor é vencedor e, com ele, também nós o somos. Neste
mundo estamos sujeitos a tentações, dores e fraquezas. Mas em Cristo temos uma
promessa graciosa.
d) – Há
algo de importante na posição das estrelas e dos candelabros, na visão que João
teve?
No v. 20 vemos Jesus explicando que
os candelabros representam as SETE igrejas a quem o livro foi dirigido
inicialmente. Mas precisamos nos lembrar que SETE significa TODAS. SETE
representa algo completo, é o número da igreja de Cristo, que está espalhada
pelo mundo inteiro. Essa visão mostra que Cristo está no meio das igrejas.
Jesus é aquele que está conosco, nós que somos sua igreja hoje. Jesus prometeu
isso, Mt 18.20; 28.20). Nós, a
igreja, somos os candelabros, ou seja, o castiçal usado para colocar
luminárias, velas. A igreja, que tem Jesus em seu meio por palavra e
sacramentos, é luz para o mundo, Mt 5.14.
A igreja por sua essência é missionária. A Igreja que não é missionária pode
fechar suas portas.
As
SETE ESTRELAS representam os “anjos das
sete igrejas.” A palavra anjo, na Bíblia, pode se referir a seres
espirituais, (anjo Gabriel); mas também pode significar mensageiro,
referindo-se assim a uma pessoa que Deus coloca como seu mensageiro. Nesse
texto, bem como nos cap. 2-3, a
palavra anjo se refere aos pastores, mensageiros da palavra nas suas
respectivas congregações. Os “SETE
ANJOS” são, portanto o ministério da palavra. Cristo tem o ministério da
palavra em sua mão direita, o ministério pertence a Jesus. Nem ao pastor, nem a
congregação, o ministério pertence a Cristo. Ele instituiu o ministério e o
envia, dá a igreja, para proclamar o evangelho e administrar os sacramentos.
Nesses
vs temos então uma visão de Jesus Cristo em aspectos importantes:
1) – Sua glória, majestade, santidade;
2)
– Sua graça (ao vir carinhosamente para junto
dos seus);
3)
– a verdade da sua morte e ressurreição, que nos garante ser ele o Senhor
vitorioso;
4)
– Sua ligação com sua igreja e com o ministério
pastoral.
Aplicação para nossa vida
Felizmente, vivemos num país onde
podemos confessar nossa fé livremente. Ainda hoje, em muitos países, assim como
é na China, não há liberdade religiosa.
No
entanto, mesmo em meio a nossa liberdade religiosa, há vários tipos de
perseguição. Quais?
Zombaria, desrespeito, crítica, falso testemunho sobre a Igreja, etc.
Jesus
Cristo ainda continua sendo o Santo e Poderoso. Em meio às tentações da nossa
carne, do mundo e do diabo, Jesus Cristo anuncia que está no meio da sua Igreja.
Ele age na Igreja, Ele é o centro da Igreja. Ele é a estrela, nós, pessoas
perdoadas por Cristo somos o candelabro que brilha para outros. Nosso brilho
precisa ofuscar nas pessoas, assim como o raio de sol que brilha em um espelho.
Infelizmente,
assim como muitos cristãos naquela época abandonaram a fé devido os ataques do
Império Romano, muitos hoje estão desanimando diante dos escândalos
ministeriais. Outros não valorizam mais o santo ministério e os seus ministros.
Os versículos
que estudamos são importantes, pois, além de apresentar de uma forma muito
bonita o Cristo vencedor da morte, ainda transmite a mensagem de que nós também
somos vencedores.
Esses
versículos não param por ai, eles apontam para a emergência da missão. Missão
que acontece no ser luz para este mundo hostil.
A mensagem de
Apocalipse nos anima a continuar agindo na missão de Deus. Nos anima para a necessidade
e urgência de indicar às pessoas o Cristo vencedor, o Cristo ressuscitado. Só
em Cristo há salvação, só em Cristo há perdão. Só em Cristo nós somos luz para
o mundo e apontamos para a verdadeira luz que é o próprio Cristo Vencedor. Deus
nos abençoe. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann