segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Arrependimento e fé

 01 de outubro de 2023

Salmo 25.1-10; Ezequiel 18.1-4,25-32; Filipenses 2.1-4,14-18; Mateus 21.23-27

Tema: Arrependimento e fé

 

Mateus 21.23-27, fala sobre arrependimento e fé.

Jesus faz uma pergunta: “E que vos parece?” A partir daí passa a contar a parábola dos dois filhos. Apesar de termos nas Escrituras quatro evangelhos, a parábola dos dois filhos foi registrada apenas pelo evangelista Mateus.

Essa parábola faz parte de um bloco de três parábolas, onde Jesus ataca a ideia de merecimento que os líderes religiosos tinham sobre o ser membro do reino de Deus.

Ao responder aos líderes judeus, Jesus liga sua autoridade a autoridade de João Batista. Tanto Jesus como João Batista eram bem aceitos entre as pessoas comuns e as que eram rejeitadas pelos líderes judeus da época.

Na parábola, ambos os filhos receberam o mesmo convite: trabalhar na vinha do pai. O primeiro disse que iria, mas não foi. O segundo disse rudemente que não iria, mas “depois, arrependido, foi” (Mt 21.29 Revista e Atualizada). A Nova Tradução na Linguagem de Hoje traduz dizendo que “depois mudou de ideia e foi”. As duas traduções estão corretas. Ambas traduziram o verbo grego metamelomai.

O termo metamelomai foi usado por Mateus por ocasião do relato de Judas após a traição. Judas se arrependeu, lastimou sua traição, mas, infelizmente não achou o caminho de volta.

Arrependimento tem um sentido amplo (a conversão como um todo) e um sentido restrito (reconhecimento do pecado, coração quebrantado e contrição). O segundo filho apresentado na parábola, arrependeu-se em sentido restrito, ou seja, reconheceu seu erro e sentiu tristeza. Sentiu o pesar de não ter cumprido a vontade do pai. O primeiro filho apresentado na parábola, não passou por essa tristeza. O mesmo não se preocupou com seus pecados. C.F.W. Walther, pastor Luterano disse em suas preleções sobre lei e evangelho que “não pode haver fé num coração que, primeiramente, não esteve atemorizado”.

Aqui é o ponto de Jesus. Os fariseus e os líderes religiosos judeus por nunca terem reconhecido seus pecados e nem sentido contrição por eles, estavam entre os que se achavam sãos e que não necessitavam de médico.

O que impedia os fariseus e líderes religiosos judeus reconhecerem a necessidade de se arrependerem era sua justiça própria. Não importava o quanto fossem convidados ao arrependimento, eles não conseguiriam voltar, pois se julgavam auto suficientes. Assim, as prostitutas, os cobradores de impostos e outros pecadores, julgando-se indignos, reconheciam que não haviam feito a vontade do Pai e se arrependeram e se agarraram em Jesus.

Os líderes judeus confiavam na sua dignidade.

Dignidade essa, que segundo eles vinha da observância da lei de Moisés, da participação assídua na sinagoga, das ofertas e dos dízimos, das doações e esmolas, da prática diária da oração. Os judeus, o primeiro filho da parábola, não julgavam necessário se arrependerem, pois eram obedientes e assim, justos diante de Deus.

Após contar a parábola (Mt 21.28-30), Jesus perguntou: “Qual dos dois filhos fez a vontade do Pai?” (Mt 21.31). Ao que os próprios judeus responderam, “o segundo” (Mt 21.31). E concordando com a resposta, Jesus declara que “publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus” (Mt 21.31).

Essa resposta de Jesus é a declaração de que Deus não aceita o pecador pela sua suposta obediência. A relação entre o ser humano e Deus é marcada pelo arrependimento e a fé.

Os líderes judeus não passaram pela metamelomai, ou seja, não se arrependeram e nem sequer creram na mensagem da justiça provinda através de Cristo.

Se os lideres judeus responderam e Jesus confirmou que o segundo filho agiu corretamente e arrependido voltou para fazer a vontade do Pai, cabe a pergunta: Qual é a vontade do Pai?

Bem, a vontade de Deus antes da obediência é que todos se acheguem a Ele, de graça, tocados por seu amor, depositando nEle toda a sua confiança e esperança.

Os líderes judeus estavam sendo convidados a experimentar aquilo que os publicanos, as prostitutas e tantos outros já haviam experimentado. Reconheceram sua indignidade e sentiram profunda tristeza por sua vida porca que estavam levando e sabiam que em Jesus estavam sendo aceitos por Deus.

Ser aceito por Deus era a angústia de Martinho Lutero e tantos outros na idade média. Como ser aceito por Deus? A resposta foi encontrada nas Escrituras Sagradas. Só se é aceito por Deus através da obra realizada por Jesus. Todo aquele que crê no sacrifício vicário de Cristo, tem a salvação. A fé não é uma obra humana, é um presente dado pelo Espírito Santo que atua pela Palavra. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

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