terça-feira, 27 de junho de 2023

“não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34)

 02 de julho de 2023

Salmo 119.153-160; Jeremias 28.5-9; Romanos 7.1-13; Mateus 10.34-42

 

Texto: Mt 10.34

Tema: “não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34).

 

não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34).

 

Os judeus conheciam a promessa anunciada pelo profeta Isaías: “Deus nos mandou um menino que será o nosso rei. Ele será chamado de “Conselheiro Maravilhoso”, “Deus poderoso”, “Pai Eterno”, “Príncipe da Paz” (Is 9.6).

O povo judeu desenvolveu um conceito de paz muito abrangente e assim o tão aguardado Messias traria paz sem fim. Tudo o que os judeus esperavam era a chegada da paz, da plenitude do Reino, e para frustração deles, Jesus disse: “não penseis ... não vim...

não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34).

Com essas palavras Jesus destaca que não veio liderar uma empreitada de libertação de Israel do domínio politico dos romanos ou outras nações. Jesus, o “Príncipe da Paz” (Is 9.6) a “paz com Deus” (Rm 5.1) não veio inaugurar um tempo de supremacia entre os povos. Por esse motivo, sua mensagem, a mensagem da verdadeira paz, a paz com Deus, traria e traz conflitos.

O conflito se dá entre o desejo pessoal e o desejo de Deus. Enquanto Deus quer salvar, as pessoas desejam bem-estar, prosperidade, vitórias, conquistas. Sem isso, muitos ignoram Jesus. As pessoas abandonam Jesus “pois buscam apenas os seus interesses” (Mt 10.39).

Jesus havia enviado seus doze apóstolos (Mt 10.5) dizendo que seriam perseguidos, odiados, maltratados, viveriam em fuga constante, e enfrentariam muita dificuldade dentro da própria família. Um segue Cristo, o outro é um freio em seguir a Jesus.

Ao dizer: “não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34) e “quem não toma a sua cruz” (Mt 10.38), Jesus enfatiza: “... ponham em primeiro lugar o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas” (Mt 6.33).

O problema é:

 - buscar riqueza para daí adorar, ofertar!

                         - Ter saúde, para daí servir, trabalhar!

As pessoas querem a paz, ou melhor, seus interesses, para a partir daí servirem e adorarem. No entanto, Jesus alerta que o discípulo é aquele que confessa e testemunha em meio a perseguição, a fuga, ao ódio. O discípulo abre mão até dos seus vínculos mais afetivos pela causa de Jesus. Tomar a cruz é abrir mão de relacionamentos, trabalho, amigos, para não abrir mão de Jesus. Abrir mão daquilo que trava minha paz com Deus.

Ser discípulo é estar em paz com Deus, e, enfrentar a espada, ou seja, o ódio, a perseguição, a calúnia, a divisão familiar. A salvação é melhor que qualquer coisa que esse mundo pode oferecer. Ser discípulo é ir até as ultimas consequências por Jesus Cristo. Não abra mão de Jesus para agradar seu esposo, esposa, sogra, filho, filha, parente, amigo. Não abra mão de Jesus para buscar seus interesses.

Certa vez numa empesa abriu uma filial em outra cidade e precisava de um gerente. Resolveu entrevistar e fazer testes com os seus melhores funcionários para que um deles fosse o novo gerente. À medida que as etapas iam avançando, apenas um candidato ficou para ultima parte. O curioso foi que a um passo para que ele ocupasse um alto cargo, a entrevista consistiu em apenas uma pergunta. - Sabemos o quanto você é cristão! Nesses muitos anos de trabalho nessa empresa temos observado sua dedicação a sua igreja. No entanto, para ocupar esse cargo de gerente, precisamos de alguém 100% dedicado à empresa. A programação da sua igreja não pode estar acima da empresa. Você terá que fazer muitas viagens nos finais de semana e isso atrapalhará sua participação nos eventos da sua congregação. Como sabemos da sua fé e dedicação com as coisas de Deus, vamos te dar todo fim de semana, até segunda-feira, para responder se aceita ou não o cargo. Lembrando que isso afetará drasticamente sua vida espiritual.

O homem foi para casa, conversou com sua esposa e depois com os filhos. Fez os cálculos e viu a diferença que o salário faria na vida da família.

Na segunda pela manhã, o homem respondeu que apesar de tal mudança afetar na sua vida espiritual, aceitaria o cargo. Diante dessa resposta, a empresa comunicou que ele havia acabado de perder o cargo de gerente. - Esperávamos que você não aceitasse justamente por afetar sua vida espiritual, algo que você tanto se dedica. Se você respondesse que não aceitaria o cargo devido ao fato de comprometer sua vida espiritual, o cargo seria seu. Afinal, se você, cristão, numa primeira oportunidade de melhorar sua vida abriu mão das coisas de Deus, quem nos garante que se vier uma oferta de outra empresa, você também não nos abandonará.

Filhos! Esposa! Esposo! Interesses pessoais! Quais dessas coisas se tornaram ou estão se tornando prioridade em nossa vida em detrimento das coisas de Deus?

Tenho visto na igreja muitas viúvas de maridos vivos e viúvos de mulheres vivas. Em meio a isso, recordemos a resposta de Jesus para um seguidor que desejava primeiro voltar e sepultar seu pai. “Venha comigo e deixe que os mortos sepultem o seus mortos” (Mt 8. 22).

Diante do evangelho a espada é inevitável. Por causa da igreja e das coisas de Deus o conflito é inevitável. Tome a sua cruzabra mão do que pode lhe custar à paz com Deus.

Tomar a sua cruz é não abandonar a fé e continuar a confessar a fé mesmo que isso custe laços afetivos.

Ao enviar seus doze apóstolos (Mt 10.5) Jesus destacou que eles estariam constantemente envolvidos em conflitos. Eles estariam como ovelhas entre lobos (Mt 10.16); em meio a calúnias (Mt 10.17); seriam enganados (Mt 10.19); estariam sempre em contendas (Mt 10.21-22); seriam perseguidos (Mt 10.23); seriam xingados (Mt 10.25); e também enfrentariam oposição entre seus familiares (Mt 10.35-36).

Essa zona de conflito – fora e dentro de casa gera stress, tensão, desgaste, dúvidas, inquietações, e pode levar o servo de Jesus a querer abandonar a missão de Deus. Para que isso não ocorra, Jesus anima enfatizando sua benevolência (Mt 10.40-42).

Ao dizer: “não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34), Jesus relembra a mensagem do profeta Miquéias (Mq 7.6). A época desse profeta foi marcada pelas inimizades que eram geradas pelo amor a Deus. Os amigos eram infiéis aos seus amigos cristãos, não se podia confiar nos familiares, os filhos desonravam os pais e quase todos se afastavam de Deus.

Ser discípulo é ter que lidar com as mais variadas reações: amor e ódio. Acolhimento e perseguição. Liberdade e prisão.

Nessa zona de conflito, Jesus promete que aquele que “der ainda que seja um copo de água fria ao menor dos meus seguidores, certamente receberá a recompensa” (Mt 10.42). No final dos tempos, ao vir para julgar os vivos e os mortos, Jesus dirá: “... quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos, foi a mim que fizeram” (Mt 25.40).

Em meio a zona de conflito há socorro de Deus. Se há perseguidores, há quem acolhe.

Ser discípulo é viver numa zona de conflito.

Qual é ó único assunto que não termina bem? Religião – Jesus. Exalte Jesus e rebaixe Maria! Exalte Jesus e rebaixe Maomé!

Ser discípulo é viver numa zona de conflito.

Perca o favor das pessoas, mas não de Jesus. Apesar do conflito fora e dentro de casa, Jesus garante seu cuidado.

Jesus observa quem é dócil como Lidia e quem põe obstáculo no caminho, assim como Diótrefes fez com o apostolo João.

Recorde-se que sempre haverá espada, afinal, o inimigo que anda ao derredor para devorar (1Pe 5.8), deseja exterminar o cristianismo (Sl 2.2; At 4.25-26).

Ao orar: “seja feita a tua vontade assim na terra como no céu” (Mt 6.10), suplicamos para que Deus impeça todo mau conselho e vontade dos que não querem crer em Jesus e atrapalham o avanço do evangelho. Será que você está orando contra alguém da sua família?

Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34) – a zona de conflito se dá entre o desejo pessoal e o desejo de Deus. E nessa zona de conflito “os piores inimigos de uma pessoa serão os seus próprios parentes” (Mq 7.6; Mt 10.36). Imagina o conflito que é na casa daquela viúva de marido vivo e viúvo de mulher viva? Imagina o conflito que é na casa daqueles pais de filhos longe da igreja e de Jesus?

Jesus carregou a cruz até o fim! A cruz é o nosso vinculo com Deus e assim, o vinculo com Jesus anula outros vínculos. Amém!

ERT

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seguir esse blog. Com certeza será uma bênção em sua vida.

Testemunho e Testemunhas! (1Jo 5.11)

  12 de maio de 2024 Sétimo domingo de Páscoa Salmo 1; Atos 1.12-26; 1João 5.9-15; João 17.11b-19 Texto: 1João 5.11 Tema: Testemunh...