quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Um dia mais importante que mil!

06 de fevereiro 2022

5º Domingo após Epifania

Dia festivo

Salmo 84; 1Samuel 1.21-28; Hebreus 2.14-18; Lucas 2.22-32 

Texto: Salmo 84.10

Tema: Um dia mais importante que mil.

 

É melhor passar um dia no teu Templo do que mil dias em qualquer outro lugar” (Sl 84.10)

 

O salmista contemporâneo diria: “É melhor passar mil dias em outro lugar do que um dia no teu Templo.

Mil dias! 2 anos e 9 meses!

Tudo o que envolve o templo, estar presente nele, o cuidado, o serviço, recebe ênfases especiais na Palavra de Deus. Os capítulos 25 a 40 de Êxodo descrevem uma verdadeira teologia do Templo, tabernáculo. Onde a partir do Sinai, o povo de Deus oferecia sacrifício no tabernáculo e por ali Deus aceitava ou não a oferta. Pelo tabernáculo, Deus oferecia o perdão. O tabernáculo (Templo) passou a ser a esquina onde Deus encontra o ser humano.

A compreensão do tabernáculo (Templo) como esquina do encontro de Deus com o ser humano era tão vivo entre o povo de Deus que, o apostolo João escreveu: “E o verbo se fez carne e habitou (tabernaculou) entre nós...” (Jo 1.14 ARA).

Ir ao Templo e estar no Templo era tão significante que Davi, o salmista, exclamou: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor” (Sl 122.1). A reunião do seu povo no Templo sempre foi agradável a Deus, a ponto do mesmo insistir que todos deveriam estar em reunião uma vez por semana e que não poderia passar um ano sem ao menos ir três vezes (Ex 20.8; Lv 23; Dt 16.16). O próprio Deus separou uma das doze tribos para servir no Templo e realizar todo o serviço necessário (Nm 8.9-11). Deus também ordenou que os levitas fossem sustentados pelos dízimos (Nm 18.21-32; 1Co 9.14). Jesus indignou-se, a ponto de derrubar mesas, quando os cambistas estavam profanando o Templo (Mc 11.15-19; Mt 21.12). O profeta Ageu declarou ao povo de Deus que “as pessoas só cuidavam das suas próprias casas, mas não se importavam com a casa de Deus que estava destruída” (Ag 1.9).

Levemos esses detalhes em consideração e pensemos:

As pessoas estão atacando tudo isso. Nas redes sociais, bem como nas conversas diárias, atacamos o templo, o pastor, a liderança. Desclassificamos a importância de se reunir. Arrumamos desculpas para não participar, se envolver, ofertar. E dentre todos os argumentos o que mais se sobressai é: vou cuidar de mim e dos meus. Assim, o Templo vai sendo abandonado e aos poucos o Diabo, leão que ruge (1Pe 5.8), vai conseguindo fechar portas e mais portas de igrejas.

 

Parece-me que salmista moderno está tendo mais influencia do que o salmista do grupo de Corá. O salmista moderno diz e pratica a sua verdade: “É melhor passar mil dias em outro lugar do que um dia no teu Templo.

Mil dias! 2 anos e 9 meses! O que é possível fazer em todo esse tempo?

Quantas pessoas já estão afastadas da companhia dos irmãos por esse tempo? E as desculpa moderna parece ser justificável – pandemia! No entanto, essa desculpa se torna questionável quando se vê a mesma pessoa indo ao supermercado lotado, no hospital onde há internados por COVID-19, encontros sociais ...

As palavras do salmista do grupo de Corá são atualíssimas: É melhor passar um dia no teu Templo do que mil dias em qualquer outro lugar” (Sl 84.10).

O texto de Lucas 2.22-38 mostram dois personagens que dedicavam suas vidas no Templo. Simeão aguardava a salvação de Israel (Lc 2.25) e por muitos anos, cada mãe e pai que adentrava nos pátios do Templo sua esperança se renovava, até que num dia, chegou José, Maria trazendo Jesus (Lc 2.28-32). Que alegria desse homem! Sua felicidade foi tanta que poderia morrer naquele momento e sua morte seria em paz.

No mesmo local, havia uma viúva que por cerca de 60 anos estava no Templo adorando a Deus dia e noite – jejuando e fazendo orações. E teve a oportunidade de ouvir o que Simeão disse sobre o menino e passou a ser testemunha de Jesus (Lc 2.38).

É melhor passar um dia no teu Templo do que mil dias em qualquer outro lugar” (Sl 84.10).

Enquanto muitos estão trocando o dia de louvor e adoração pelos outros mil dias, o salmista salienta que troca mil dias em qualquer outro lugar por um único dia na casa de Deus.

O salmista na verdade está sublinhando a importância da casa de Deus na sua vida. Verso 1 – ele ama o templo; verso 2 – sente saudades quando não está no templo e gosta de estar nesse local; verso 4 – só em poder ir ao templo se sente feliz; verso 5 – só em pensar no templo fica alegre; verso 7 – enquanto está se dirigindo ao templo, se sente outra pessoa, com outro ânimo.

A importância, felicidade, alegria, ânimo, amor ao templo, deve-se ao fato de que o salmista sabe que no templo terá sua oração ouvida (Sl 84.8) e que irá se encontrar com o Senhor. É como se estivesse assentado no gabinete de Deus e com Deus.

Quão belo e maravilhoso é o salmo 84 nesses dias em que salmistas modernos estão preferindo estar “mil dias em outros lugares do que um dia no Templo de Deus.

É melhor passar um dia no teu Templo do que mil dias em qualquer outro lugar” (Sl 84.10). Para dar ênfase a importância de estar no Templo o salmista completa a frase: “Eu gostaria mais de ficar no portão de entrada da casa do meu Deus do que morar nas casas dos maus” (Sl 84.10).

Ficar no portão de entrada era o trabalho da família de Corá (1Cr 9.19) e para muitos era algo insignificante. Dessa forma, ao dizer que “gostaria de ficar no portão de entrada a casa de Deus” o grupo de Corá acentuava que insignificante era deixar as outras ocupações, sobrecargas e atividades me afastarem da presença de Deus.

Muitos que trocam esse dia pelos outros mil dias acabam se sobrecarregando a ponto de ficarem exaustos e perderem a esperança.

A casa de Deus é lugar de abrigo para os cansados, fracos, desanimados. É lugar de refúgio para aqueles que atravessaram o vale das lágrimas (v.6).

Milhares de pessoas vivendo a ideologia do salmista moderno de que é melhor estarem mil dias em outro lugar do que um dia no Templo encontram-se afadigados, amortecidos espiritualmente e em situações de desespero buscam refúgio, alegria e felicidade onde não os encontrarão.

O melhor lugar para se estar hoje, amanhã e nos próximos mil dias é na casa do Senhor, mesmo que seja na portão de entrada. Afinal, é aqui que Deus nos dá forças (Sl 84.7); aqui vemos que Ele é a nossa luz e o nosso escudo protetor (Sl 84.11) e daqui podemos dizer como esbravejou Simeão: “Agora Senhor, cumpriste a promessa que fizeste e já podes deixar este teu servo partir em paz” (Lc 2.29). Cristo é a nossa paz! E ele nos oferece a sua paz através da pregação, do batismo e da santa ceia. Ele nos enche de paz, nos dando perdão, vida e salvação. Amém!

ERT

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