segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Felizes os espiritualmente pobres com a mensagem da cruz!

29 de janeiro 2017
4º Domingo após Epifania
Sl 15; Mq 6.1-8; 1Co 1.18-31; Mt 5.1-12

Tema: Felizes os espiritualmente pobres com a mensagem da cruz!

Cada empresa tem sua missão. A missão representa a razão de sua existência.
Em certo sentido, a igreja cristã é uma empresa, mas, não na forma humana e sim divina. 
Como empresa divina a missão da igreja, o que representa sua existência é a mensagem que proclama. E essa mensagem tem como conteúdo a cruz.
Quando se fala sobre a cruz como conteúdo central, sobre o que de fato representa a missão e razão existencial da igreja cristã, depara-se com um paradoxo. Paradoxo com o qual o apóstolo Paulo também se deparou. Afinal, a mensagem da cruz, sinônimo de maldição para os judeus, passou a ser escândalo e loucura.
Nos dias atuais, para muitos, a mensagem da cruz se tornou sinônimo de catolicismo. Tanto que, muitas são as pessoas que se recusam usar um crucifixo, quer seja na ornamentação do corpo ou até mesmo na parede do altar do templo.
Quando o apóstolo Paulo escreve aos coríntios sobre a mensagem da cruz ser loucura e escândalo, é necessário lembrar que essa mensagem era tida como louca e escandalosa pelo próprio Paulo, antigamente Saulo (At 26.10; Fp 3.4-7)
A igreja cristã que tem como missão e característica a mensagem da cruz enfrenta uma crise. Não a crise econômica, mas, a crise que representa o seu maior desafio, a proclamação da mensagem da cruz. Afinal, a mensagem da cruz continua sendo loucura e escândalo para muitos.
A mensagem da cruz que era escândalo para os judeus que identificavam a morte na cruz como maldição, continua sendo ainda hoje para muitos que não a suportam a cruz por se dizerem livres de qualquer coisa que os identifique com o catolicismo. Imaginam esses que a cruz é um símbolo católico e não levam em consideração o fato de que a cruz é a mensagem central da empresa divina, a igreja.
Ao mesmo tempo em que a mensagem da cruz é escândalo, é também loucura. Loucura para os que se perdem. Os que se perdem, não se perdem por não adorarem a cruz. Se perdem por se recusarem a crer na obra realizada por Jesus na cruz.
No sermão do monte, Jesus em suas primeiras palavras anunciadas em seu ministério de pregação, falou sobre os ...que são espiritualmente pobres,...”.  Os “... espiritualmente pobres,...” (v.3) são todos aqueles que não colocam a sua confiança, consolo e segurança nos bens materiais e nem prendem nesse mundo o seu coração. Os “espiritualmente pobres” são aqueles que se reconhecem perdidos e sabem que sua salvação está somente na obra realizada por Jesus na cruz.
Ao anunciar a mensagem de que “felizes são os espiritualmente pobres...” Jesus enfatiza que na “mensagem da cruz,” na obra realizada na cruz, está todo fundamento da vida cristã. É uma mensagem contra a falsa segurança.
Convém lembrar que a “mensagem da cruz” é vital e essencial, pois é o poder de Deus” para salvação. Sendo “poder de Deus,” todos aqueles que se reconhecem pecadores e merecedores da condenação, os “pobres espiritualmente,” não sofrem de orgulho pessoal ou farisaico.
O que salva o pecador é o “poder de Deus” que atua pelo evangelho. A mensagem da cruz, que faz parte da missão e caraterística da empresa divina, não é motivação para o ego humano.
Na cruz, Deus se fez louco para pagar o preço devido pelos sócios de sua empresa. Essa mensagem que advém da cruz é o poder de Deus para santificar as pessoas, mesmo aqueles coríntios que viviam em meio a muita podridão. O evangelho continua sendo o poder de Deus para salvar o pecador, mesmo aquele que vive em meio a podridão do século XXI. 
A mensagem da cruz precisa continuar sendo proclamada. Ela é o poder pelo qual Deus continua agindo nesse mundo. A mensagem da cruz é doce e amável para os discípulos e crentes na obra de Jesus. No entanto, é uma mensagem aborrecedora e insuportável para muitos daqueles que se julgam capazes de se salvar através de suas supostas realizações.
A mensagem da cruz é uma mensagem atual para os espiritualmente pobres.
Quando Jesus iniciou seu ministério de pregação, muitos entendiam que a riqueza apresentava a pessoa aceita por Deus. Ao proferir que Felizes as pessoas que sabem que são espiritualmente pobres, pois o Reino do céu é delas,” Jesus instrui que os pobres e miseráveis são amados por Deus. Os pobres não são rejeitados nem abandonados por Deus devido a sua condição social. A graça de Deus não se apresenta nas riquezas desse mundo, mas, na mensagem da cruz.
A empresa divina, tem perdido sua missão e a caraterística divina por ser controlada por homens de negócio que pensam e agem humanamente nas coisas terrenas. E por causa das coisas terrenas, a mensagem da cruz, que “não vende, nem traz lucros humanos” é rechaçada.
O diabo, maior concorrente da empresa divina, tem muitas armadilhas para obscurecer a mensagem da cruz. E a maior dessas armadilhas é manter viva e atual a mensagem de que Deus mostra sua aceitação para com o pecador quando o mesmo é rico nesse mundo.
Não é a riqueza desse mundo que mostra o amor de Deus pelo ser humano. A amostra do amor de Deus pelo ser humano está resumida na mensagem da cruz. Amém!

Rev. M.S.T. Edson Ronaldo Tressmann

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