segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A graça no Evangelho!

05 de fevereiro
5º Domingo após Epifania
Sl 112.1-12; Is 58.3-9; 1Co 2.1-12; Mt 5.13-20
Tema: A graça no Evangelho!

Ao ler os textos da Escritura Sagrada fico a imaginar como era a vida dos pregadores de cada época. Por mais que cada época tenha se dado em tempos diferentes, a única diferença está na modernização dos equipamentos, as pessoas, ao contrário, parecem ser sempre as mesmas, rebeldes, desobedientes e duvidosas do amor de Deus. Devido a sua rebeldia, desobediência e dúvida, as pessoas buscam agradar a Deus através de suas maquinações supostamente “cristãs, evangélicas ou católicas”.
O Profeta Isaías em seu tempo alertou o povo de Deus sobre o contraste entre a verdadeira religião e o espírito de formalismo. Entre o verdadeiro cristão e o cristão ex opere operato, (aquele que participa e se envolve religiosamente nas mais variadas programações eclesiásticas, mas, apenas como motivo para receber a retribuição divina).
Ao proclamar: “O Senhor Deus diz: “Grite com toda a força, sem parar! Grite alto, como se você fosse trombeta! Anuncie ao meu povo, os descendentes de Jacó, os seus pecados e as suas maldades. De fato, eles me adoram todos os dias e dizem que querem saber qual é a minha vontade, como se fossem um povo que faz o que é direito e que não desobedece às minhas leis. Pedem que eu lhes dê leis justas e estão sempre prontos para me adorar.” O povo pergunta a Deus: “Que adianta jejuar, se tu nem notas? Porque passar fome, se não te importas com isso?” O Senhor responde: “A verdade é que nos dias de jejum vocês cuidam dos seus negócios e exploram os seus empregados. Vocês passam os dias de jejum discutindo e brigando e chegam até a bater uns nos outros. Será que vocês pensam que, quando jejuam assim, eu vou ouvir as suas orações? O que é que eu quero que vocês façam nos dias de jejum? Será que desejo que passem fome, que se curvem como um bambu, que vistam roupa feita de pano grosseiro e se deitem em cima de cinzas? É isso o que vocês chamam de jejum? Acham que um dia de jejum assim me agrada?” (Is 58.1-5), o profeta Isaías está registrando a repreensão de Deus de um costume nada espiritual através do jejum. E é justamente nessa prática equivocada de jejum que as pessoas estavam depositando a sua confiança.  
Diante da constatação da falsa espiritualidade, o povo foi convidado a mostrar misericórdia para com os miseráveis. Deus disse: “Não! Não é esse o jejum que eu quero. Eu quero que soltem aqueles que foram presos injustamente, que tirem de cima deles o peso que os faz sofrer, que ponham em liberdade os que estão sendo oprimidos, que acabem com todo tipo de escravidão. O jejum que me agrada é que vocês repartam a sua comida com os famintos, que recebam em casa os pobres que estão desabrigados, que deem roupas aos que não têm e que nunca deixem de socorrer os seus parentes. “Então a luz da minha salvação brilhará como o sol, e logo vocês todos ficarão curados. O seu Salvador os guiará, e a presença do Senhor Deus os protegerá por todos os lados. Quando vocês gritarem pedindo socorro, eu os atenderei; pedirão a minha ajuda, e eu direi: ‘Estou aqui!’ Se acabarem com todo tipo e exploração, com todas as ameaças e xingamentos; se derem de comer aos famintos e socorrerem os necessitados, a luz da minha salvação brilhará, e a escuridão em que vocês vivem ficará igual à luz do meio-dia. Eu, o Senhor, sempre os guiarei; até mesmo no deserto, eu lhes darei comer e farei com que fiquem sãos e fortes. Vocês serão como um jardim bem-regado, como uma fonte de onde não para de correr água. Em cima dos alicerces antigos, vocês reconstruirão cidades que tinham sido arrasadas. Vocês serão conhecidos como povo que levantou muralhas de novo, que construiu novamente casas que tinham caído” (Is 58.6-12).
Através da falsa espiritualidade, assim como os fariseus e escribas, pelo jejum o povo apresentava a si mesmo. A falsa espiritualidade do povo afastava as outras pessoas de Deus. E o desejo de Deus era, é e continuará sendo salvar a todos. Por isso, quer que sua misericórdia através de seus filhos e filhas brilhe como sol do meio dia.
Wayne Jacobsen e Dave Coleman no livro: Por que você não quer mais ir à igreja? respondem à pergunta título esclarecendo que as pessoas não querem ir mais a igreja porque quando pequenas apenas aprenderam a cumprir um mero ritual. Ir à igreja se tornou um hábito saudável. E por mais que as regras e os rituais sejam para muitos algo necessário, lembre-se, nada escraviza mais do que as regras que criamos na expectativa de agradar a Deus. Nenhuma prisão é tão terrível quanto a obrigação religiosa. É necessário abandonar as velhas práticas religiosas que sugerem aceitabilidade pessoal por parte de Deus e redescobrir o verdadeiro evangelho.
A cidade de Corinto que moralmente era mais suja que um chiqueiro, aderiu a ação redentora de Deus não pela sabedoria ou oratória do apóstolo Paulo, mas simplesmente pela loucura do Evangelho e fraqueza da cruz. A mensagem do evangelho foi o poder de Deus que transformou os coríntios. O conteúdo da mensagem da cruz transformou os coríntios em santos diante de Deus (1Co 2.1).
Não importa o quanto realizamos, e se as realizamos na expectativa de conseguir a aprovação de Deus. A única coisa que torna nossas ações agradáveis diante de Deus é aquilo que é realizado pela fé (Hb 11.6).
O povo a quem Isaias proferiu a palavra de Deus dava muito valor ao jejum e por ele buscava o favor de Deus. Após anos de uma prática religiosa completamente equivocada, buscavam em Deus resposta ao não favorecimento aos seus esforços.
Deus respondeu ao seu povo (vv.3 – 5) que toda a prática religiosa visava apenas seu egoísmo. Afinal, pensavam em si mesmos. Iam ao Templo, mas, não aproveitavam para santificar o dia. A ida ao Templo visava apenas momento para seus negócios. Iam ao Templo, mas, escravizavam seus trabalhadores, ao invés de permiti-los participarem da graça de Deus. Mesmo que o dia fosse sagrada, nada poderia atrapalhar seus lucros (Am 8.5). A pratica religiosa do povo era apenas externa.
Por mais esforço, Deus não aprova seus filhos pelas suas práticas religiosas externas. A aprovação está no Filho de Deus, no alto da cruz. Não há nada para fazer para Deus amar mais, Deus simplesmente ama. A certeza desse amor muda a vida humana. A certeza desse amor faz com que a misericórdia de Deus brilhe como o sol do meio dia.
Tenho escutado muitas pessoas, e a maioria se queixa que Deus as abandonou. Há aqueles que dizem: “quando era forte e saudável sempre ia aos cultos e fazia minhas ofertas, hoje, veja como estou”. Essas pessoas sofrem por concluir que elas merecem o favor de Deus por tudo que fizeram.
A essência não está na religiosidade externa, mas na conversão de coração e vida. E para que haja conversão e vida, a Palavra de Deus precisa ser constantemente pregada e entendida de maneira correta.
Infelizmente, para aprisionar seguidores, a própria Palavra de Deus se tornou um manual de regras e deixou de transmitir a mensagem da cruz. Infelizmente a mensagem da cruz passou a ser pregada dentro de parâmetros humanos de racionalidade. Passaram a proclamar Jesus através de comprovação racional (assim, se numa determinada igreja há milagres, é porque lá há fé).
Queridos no Senhor Jesus Cristo! Nenhum sistema racional consegue explicar que o Filho de Deus veio ao mundo e acabou como maldito na cruz para libertar os malditos pecadores. Não existe nenhum discurso brilhante e inteligente para esclarecer tal obra. A graça de Deus se mostra através do Evangelho. E o Evangelho se revela através de atos de amor diários que são realizados sem o objetivo de auto promoção. Deus nos abençoe! Amém!


Rev. Edson Ronaldo Tressmann

Um comentário:

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