19 de junho de 2016
5º Domingo após Pentecostes
Sl 3; Is 65.1-9; Gl
3.23-4.7; Lc 8.26-39
Tema: Qual é o segredo da IELB
para chegar aos 112 anos?
Utiliza-se a pedagogia de Deus!
Pedagogia é um conjunto de
técnicas, princípios, métodos e estratégias da educação e do ensino. O termo
pedagogia tem origem no escravo que acompanhava a criança até a escola. Atualmente
pedagogo é aquele que cuida do processo ensino aprendizagem. Ou seja, aquele
que guia o ensino aprendizado dentro da escola.
Entre os gregos, aio, pedagogo,
era
um escravo fiel, incumbido do cuidado com a criança desde a infância até o
início da maturidade, cujos deveres consistiam especificamente em proteger e
cuidar da criança desde a infância até o início da maturidade, cujos deveres
consistiam especificamente em proteger e cuidar da criança sob seus cuidados de
perigos físicos e morais e em acompanhá-la a escola e locais de lazer. O dever, o
objetivo maior era torná-los cidadãos habilitados, dignos e honrados da cidade.
Os fiéis do Antigo Testamento, de acordo com essa comparação, ainda não tinham
atingido a maturidade espiritual.
Nesse
sentido, pode-se afirmar que o início do cristianismo não foi um tempo áureo,
nem sequer fácil. À
caminhada dos judeus convertidos no cristianismo não foi tranquila. Os judaizantes, agora no
cristianismo, enfrentavam uma difícil batalha. Precisavam desacostumar da vida
sob a lei. Por longos anos, estiveram submetidos a severas e
difíceis exigências da Lei Judaica. Muitos desses cristãos, ex judaizantes, proclamavam
com indisfarçável orgulho seus estágios e conquistas na lei.
A carta de Paulo aos Gálatas foi recebida por
pessoas que pensavam assim. O apóstolo Paulo preocupado e, de certa forma, aflito com seus queridos
irmãos e irmãs da congregação da Galácia, composto na sua maioria de origem
gentílica, envia uma carta que os convida a viverem a “verdadeira
liberdade” em Jesus Cristo (Gl 5.1).
O apóstolo Paulo tinha medo de que a contaminação
farisaica, acabasse influenciando os ex gentios a seguirem as normas da lei e esquecer
do sacrifício de Jesus Cristo na cruz. Na verdade, alguns já estavam começando
a mostrar a contaminação do farisaísmo, adotando posturas e comportamentos da
observância da lei judaica moral e ritual.
O apóstolo Paulo escreveu: “De maneira que a lei nos serviu de aio para
nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé”
(Gl 3.24).

O propósito pedagógico da Lei estava
agora completado em Jesus Cristo, por isso, do alto da cruz exclamou: “Está completado”
(Jo 19.30). Conhecedor dessa verdade, o apóstolo Paulo escreve aos Gálatas para
que não voltem a contaminação do legalismo. "Antes que viesse a fé, estávamos sob a
tutela (custódia) da lei, e nela encerrados, para essa fé que de futuro haveria
de revelar-se".
Antes da era do Evangelho, antes da
pregação da fé na redenção em Cristo, os judeus estavam confinados debaixo da
Lei. Os fiéis do Antigo Testamento estavam sob a guarda da Lei que regulava
suas vidas até aos mínimos detalhes. O propósito de Deus ao impor essa
abrangente custódia era de cuidado e amável misericórdia para servir ao futuro
tempo do Novo Testamento quando Cristo viria para livrá-los da escravidão da
Lei. A lei os conduziu a Cristo, pois a lei mostrou que ninguém é capaz de
salvar-se pela lei.
A pedagogia da lei
foi uma estratégia de Deus para ensinar seu povo "... a lei nos serviu de aio".
O apóstolo Paulo mostra aos Gálatas que
Deus lhes havia dado a Lei com todas suas exigências e injunções como se
fosse um aio, ou seja, que os conduzisse a maturidade. O propósito de
Deus com a lei era guiá-los à salvação em Cristo. Em Cristo a Lei cessou.
A verdade é até os dias de hoje a Lei continua sendo aio. Pois a lei age e trabalha no
sentido de apontar o pecado ao ser humano, mostrando-lhe sua insuficiência em
relação à santa vontade e justiça de Deus.
A pregação da lei consiste no trabalho
pedagógico de Deus. Pela lei o coração humano é atingido e então a
boa nova do Evangelho
traz fé na justiça da obra salvadora de Jesus Cristo e assegura a salvação.
“Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em
Cristo Jesus;” (Gl 3.26). Filhos de Deus pela "fé em Cristo
Jesus" não por qualquer obra da Lei. A lei é o aio que conduz a
Cristo.
Jesus Cristo é o
ponto final da lei. Ele veio justamente para uma finalidade, “colocado sob a
lei, para resgatar os que estavam sob a lei” (Gl 4.4,5).
Quando
Jesus nasceu, os judeus manifestavam um zelo intenso pela lei. No sermão do
monte Jesus destacou que “não veio para revogar a Lei ou os profetas; .... , veio
para cumprir” (Mt 5.17).
Cristo
cumpriu a lei em lugar do pecador. O apóstolo Paulo escreveu aos Coríntios: “Vós sois dele,
em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça,
e santificação, e redenção, para que, como está escrito: Aquele que se gloria,
glorie-se no Senhor” (1Co 30-31).
A lei é a pedagogia de Deus que
ensina que sem Cristo o pecador está perdido. Amém!
M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann
Bibliografia
Martinho Lutero. Obras selecionadas,
Vol. 10. Interpretação do Novo Testamento: Gálatas e Tito. Ed. Sinodal,
Concórdia e Ulbra, São Leopoldo, Porto Alegre e Canoas, RS. 2008. pp. 339 - 370
Paulo F. Flor. Epistola aos Gálatas:
um comentário. Ed. Concórdia: Porto Alegre, RS. 2009. pp. 133 - 146
IGREJA LUTERANA
- NÚMERO 1 – 1998. Norberto E. Heine. pp. 63 – 65.
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