segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus

19º Domingo após Pentecostes -  19/10/14
Sl 96.1-9; Is 45.1-7; 1Ts 1.1-10; Mt 22.15-22
 Tema: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus

         Em cada pergunta há um objetivo! Saber onde reside tal pessoa, onde está localizada tal avenida, etc.
         Em época de eleição observamos que o grande desejo dos candidatos em que o outro caia em contradição. Cada pergunta tem em si uma armadilha, uma pegadinha, sempre com o objetivo de se sobrepor ao concorrente.
         Falando em pergunta e resposta, Jesus também sempre foi questionado. E sobre a questão dos impostos, Jesus respondeu: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
         O contexto dessas palavras revela três tentativas dos adversários de Jesus, seja dos fariseus, defensores das leis do judaísmo (elite separatista), dos herodianos, partidários do rei Herodes, ou dos saduceus, (elite sacerdotal), que haviam planejado uma armadilha para incriminar Jesus. O objetivo era que Jesus caísse em contradição e se tornasse odiado pelo povo.
         Se o objetivo era que Jesus caísse em contradição, três perguntas foram feitas, lei do levirato, ressurreição e imposto. Por ora ficaremos apenas com a questão do imposto, pois é essa pergunta que Jesus está respondendo no texto em exposição, Mt 22. 15-22.
         No versículo 15 o evangelista Mateus diz que o objetivo de três grupos distintos “...era conseguir alguma prova contra Jesus...”. De acordo com o termo grego significa “armar uma cilada ou uma armadilha”. Esse é um detalhe bem peculiar de nossos dias, oligarquias políticas extremamente diferentes unidas para continuar sua dominação.
         A questão do imposto era e continua sendo muito importante. A pergunta feita a Jesus dizia: “...é ou não é contra a nossa lei pagar impostos ao Imperador Romano?... Se caso a resposta de Jesus fosse sim, estaria indo contra os judeus nacionalistas aliado da cúpula romana. Se caso a resposta fosse não, estaria se colocando contra os romanos, seria preso, estaria sendo revolucionário.
         No Império Romano as moedas além de desempenhar função econômica, serviam como instrumento político e de propaganda. Essa propaganda cultivava a imagem e reputação do imperador. Na época era um dos poucos veículos de circulação de propaganda em todo o Império. Na época de Jesus, por ocasião desse questionamento feito a ele, a moeda imperial exibia a figura de Tibério e trazia a inscrição: “Tibério César, Filho Augusto do Divino Augusto, Sumo Sacerdote”.
         Uma moeda onde a propaganda mostrava o deus criado pelo homem. O Augustus, o senhor. Um senhor que escraviza e suga do homem toda sua energia. Jesus, o que segurou a moeda estava ali por ter sido enviado pelo Deus que criou o mundo e sempre esteve interessado pelo mundo e pelo homem oprimido.
         Jesus não caiu na armadilha, sua resposta não foi sim e muito menos não. Sua surpreendente e desconcertante resposta foi: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
         Jesus responde a questão aos fariseus que abominavam a moeda por causa de sua inscrição idolatra e uma imagem e aos hedorianos que detestavam a moeda em favor das moedas cunhadas pelos Herodes a quem entendiam pertencer o direito de cobrar impostos, chamando-os de hipócritas. Afinal, ambos os grupos tinham moedas em suas sacolas, e julgavam necessário pagar impostos.  
         De quem é esta efígie e inscrição? 
         Será que essa efígie mostra quem é o vosso Deus? Os Césares desse mundo nós não os conhecemos perfeitamente. Aliá, o ser humano é como cebola, contém várias camadas com os quais a cada novo dia nos surpreendemos. Os Césares de hoje parecem ser honestos, bons políticos, mas com o passar do tempo vemos que são corruptos e não podemos confiar.
         Quem é o vosso Deus? Pela Palavra de Deus descobrimos que o Deus verdadeiro que merece todo nosso louvor e honra é um Deus de amor e misericórdia, pois enviou seu Filho para ocupar o nosso lugar na cruz. Ele veio nos comprar com seu santo e precioso sangue.
         “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” mostra que todos nós temos uma vida como cidadão desse mundo e uma vida como cidadão dos céus. Não é uma vida dupla. A vida de cidadão do céu influencia em nossa vida como cidadão desse mundo.
         O verbo utilizado pelos questionadores de Jesus mostra que podemos escolher pagar ou não pagar os impostos. Afinal, parece lógico poder sonegar, pois o governo não nos retribui na mesma medida. Se eles desviam, vamos desviar nós mesmos e para nós mesmos. É melhor que eu fique e gaste esse dinheiro do que pagar os impostos e deixa-los roubar. Mas, ao dizer “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” Jesus vai contra esse pensamento. Jesus ensina que o cidadão desse mundo vive de maneira civil nesse mundo sem se esquecer da sua cidadania celestial.
         Ao responder: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, Jesus esclarece uma enorme diferença entre a efígie (deus) impresso na moeda, daquele (Deus) que lhe enviou. Há uma enorme diferença entre os deuses desse mundo e o Deus verdadeiro. Enquanto os deuses desse mundo buscam escravizar com suas artes de consumo. O Deus verdadeiro veio em seu Filho Jesus nos libertar para que sejamos realmente livres. Para essa liberdade Ele pagou o preço. Amém!





Edson Ronaldo Tressmann

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