segunda-feira, 20 de outubro de 2014

“Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente... Ame os outros como você ama a você mesmo”

20º Domingo após Pentecostes
Sl 1; Lv 19.1-2,15-18; 1Ts 2.1-13; Mt 22.34-46
Tema: Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente... Ame os outros como você ama a você mesmo

         Vivemos numa época em que o amor parece estar muito distante de nós. Todo sistema midiático, rádio, tv, jornal, internet, bombardeiam nossa vida com notícias que nos levam a conclusão de que não existe mais amor entre as pessoas. Ficamos trancados dentro de nossas casas, dentro do nosso trabalho, com poucos momentos de lazer, afinal, ninguém é de confiança, para onde quer que se vá não há em quem confiar. 
         Cada culto é especial, mas quão maravilhoso é estarmos nesse culto, (ou termos acessado esse blog), pois temos a oportunidade, através dos textos bíblicos, de nos lembrar o que é o amor e resgatar o que entre a raça humana está quase em extinção.
         Nossa felicidade está na proporção em que amamos! Viver no amor é viver com sabedoria. Jesus amou e ensina a viver no amor, não apenas para com os amigos, mas principalmente para com aqueles que nos odeiam. Desarme-se do ódio pelo amor. Pelo amor desarme uma pessoa que vem ao seu encontro com ataques fortuitos, abraçando-a, respeitando-a. O amor precisa ser o árbitro das nossas ações, o direcionamento do nosso olhar. Ou como dito por Paulo aos coríntios, que o amor seja o óculos pelo qual olhamos para o outro.
         Os fariseus, saduceus e herodianos haviam planejado desmascarar Jesus colocando-o em contradição. Nesse intuito fizeram algumas questões para Jesus.
         Os fariseus que anteriormente (Mt 22.15-22) haviam saído cabisbaixos após a resposta surpreendente de Jesus na questão dos impostos, retornam com uma nova questão. Dessa vez a pergunta é numa área onde possuem amplo conhecimento. A questão levantada por um intérprete da lei se refere a qual dos mandamentos é o mais importante.  
         Os fariseus diziam que havia 248 regras afirmativas e 365 negativas, num total de 613 leis e regras. Diante de Jesus os fariseus querendo leva-lo a contradizer-se buscava em Jesus a resposta sobre qual era a mais importante de todos os mandamentos e regras. As leis e mandamentos se referiam à lei eclesiástica, mas já que Jesus fala sobre a vida com Deus e a vida com o próximo, quero destacar que no âmbito da vida social, não estamos livres das leis.
         Desde a promulgação da constituição federal em 1988, foram sancionadas 4,2 milhões de leis no Brasil em escala federal, estadual e municipal. Qual é a mais importante? A resposta depende do momento em que estamos vivendo. Se alguém de menor cometeu algum crime contra a minha pessoa ou alguém da minha família, a lei mais importante é aquele que ainda não existe, ou seja, a redução da idade penal.
         Na teoria os fariseus sabiam tudo a respeito da lei. Mas como toda teoria requer uma boa dosagem de pratica, Jesus ao responder aponta para a verdadeira prática da lei. A prática que provêm do amor. Todos os judeus disputavam sobre o uso, a aplicabilidade e a quantidade de mandamentos e regras. O intérprete da lei querendo fazer com que Jesus se contradissesse perguntou: “Mestre, qual é o mais importante de todos os mandamentos da lei?” De maneira clara e direta, Jesus responde: “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente...Ame os outros como você ama a você mesmo”.
         É brilhante e riquíssimo o resumo apresentado por Jesus. Nessa síntese dos dez mandamentos aprendo com o professor Jesus que tenho uma vida com Deus (3 primeiros mandamentos) e uma vida com o meu próximo (do quarto ao décimo mandamento).
      Ao responder: “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente... Ame os outros como você ama a você mesmo” Jesus está se referindo ao ser humano em sua completude. Somos um ser completo. Não podemos separar a alma do corpo e o corpo da alma. 
         Somos seres completos na vida secular, bem como na vida espiritual. Temos vida com Deus e com o próximo, com o próximo e com Deus. A vida com Deus só é possível na verdadeira fé em Jesus.
         Assim como confusão entre corpo e alma há também confusão sobre espiritualidade.
         Muitos têm uma dita vida “espiritual”. A vida “espiritual” de muitos não é adequada por não ser uma vida na verdadeira fé em Jesus. Há também uma falsa “espiritualidade” na questão de amor ao próximo. Muitos querem ser bem vistos e aplaudidos nesse mundo, mas, lembre-se: “sem fé ninguém pode agradar a Deus,...” (Hb 11.6).
         Não importa se vivemos na lei civil, ou na lei eclesiástica, em qualquer âmbito Jesus diz que o adequado é: “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente... Ame os outros como você ama a você mesmo”.
         Vivemos com Deus pela fé em Jesus e agimos para com o nosso próximo pela fé em Jesus.
         Três perguntas que ainda hoje causam muita inquietação. A pergunta sobre se é ou não adequado pagar impostos ao governo corrupto; se é verdade que os mortos vão ressuscitar; e, entre todas as leis, qual é a mais importante. A essas perguntas essenciais e inquietantes, continua valendo as três respostas dadas por Jesus, “onde está a verdadeira confiança”; “nosso Deus é Deus de vivos”; “nosso viver pela fé envolve uma vida com Deus e com o nosso próximo”.
         Jesus mostra a sublimidade do amor tão esquecido e pessimamente vivido por nós. Digo pessimamente por que, primeiro: muitos vivem um amor ganancioso, sua expectativa é usufruir vantagens de quem se está socorrendo; segundo: por causa da lei de retribuição por parte de Deus, seja pela prática de boas obras como requisito de salvação ou até mesmo como recompensa de Deus pelo bem e o amor praticado.  
         É necessário relembrar a importante lição de que o amor não começa em nós mesmos. Desde a queda da raça humana em pecado, o verbo amar passou a ser conjugado como “eu odeio”. Esse ódio revelou-se perante Deus que no jardim do Éden foi feito culpado pelo homem ao ter lhe dado à mulher.
         É importante relembrar a lição de que o amor começa em Deus. Deus nos amou primeiro. Esse amor é colocado em nós e age pela fé operada mediante o Batismo e Pregação da Palavra. 
         Enquanto o homem em seu estado pecaminoso conjugou e conjuga o verbo odiar, Deus conjuga e pratica o verbo amar. Por amor a raça humana, em Jesus, Deus buscou e busca, resgatou e resgata a raça humana. Em Jesus, Deus veio ao nosso encontro sem o nosso merecimento. Continua vindo ao nosso encontro através da sua Palavra e do Sacramento do Batismo e do Altar.
         O amor de Deus por nós em Jesus envolve toda a nossa vida, seja intelectual e espiritual, seja emocional e racional. O amor de Deus em Jesus nos foi e é dado para que tenhamos uma vida completamente verdadeira com Ele e com o nosso próximo. Amém!


Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com

2 comentários:

Obrigado por seguir esse blog. Com certeza será uma bênção em sua vida.

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