segunda-feira, 23 de junho de 2014

Jesus envia seus díscipulos para que não haja separação eterna

3º Domingo após Pentecostes.
29/06/2014
Sl 119. 153 – 160; Jr 28. 5 – 9; Rm 7. 1 – 13; Mt 10. 34 - 42
Jesus envia seus discípulos para que não haja separação eterna.
 
         Durante todo o mês de junho lembramos que estamos em festa e comemoração na IELB. Nesse ano de 2014 estamos comemorando 110 anos de fundação em terras brasileiras. Durante todo o mês de junho, buscou-se trazer uma palavra de incentivo, ânimo, consolo e conforto. Essas palavras foram transmitidas pelo apóstolo Pedro, pelo nosso Senhor Jesus Cristo e pelo salmista.
         No dia 01 de junho, o apóstolo Pedro em sua primeira carta (1Pe 4. 12 – 19; 5. 1 – 6) encorajou os cristãos à vigilância, a sobriedade e a humildade.
         No dia 08 de junho, nosso Senhor Jesus Cristo mostrou que a água viva é o Espírito Santo e que no Espírito Santo somos capacitados a derramar água sobre outras pessoas. Das palavras de Jesus, aprendemos que, mesmo com 110 anos, a IELB precisa ouvir e relembrar que “rios de água viva foram derramados sobre nós pela voz de profetas que proclamaram a salvação em Jesus e na Água viva nos mantém alimentado e firme para atuação no reino de Deus”.
         Com as palavras de Jesus ao se despedir dos seus discipulos, no dia 15 de junho aprendemos sobre a ação da Trindade na missão da Igreja. Mesmo que a santíssima trindade seja um mistério, mesmo que seja negado por muitos, é atuante através da proclamação da Palavra e pelos santos sacramentos para salvação de milhares de pessoas.
         No culto do dia 22 de junho em comemoração ao aniversário da IELB, que ocorreria no dia 24 de junho, o salmista transmitiu a mensagem do abrigo na sombra segura e fresca. O salmista mostrou que é preciso reagir e agir com confiança diante da tentação e da dificuldade.
         Em nosso culto nesse dia 29 de junho, agora com 110 anos completos, Jesus irá comunicar um precioso ensino através do envio que fez aos seus discípulos na evangelização em Israel.
         Ao enviar seus discípulos Jesus ensina que na evangelização precisamos estar conscientes das adversidades e ao mesmo tempo confortados com a promessa de Deus. Uma das adversidades é justamente a advertência feita pelo salvador: “Não pensem que eu vim trazer paz ao mundo. Não vim trazer a paz, mas a espada” (Mt 10.34). O consolo, no entanto, está na promessa de que todo aquele que receber um discípulo de Jesus é como se recebesse o próprio Cristo (Mt 10. 41).
         Qual é o significado da advertência de Jesus sobre não trazer paz, mas espada? É preciso entender que a paz, a qual Jesus veio trazer é a paz de consciência, obtida pelo perdão dos pecados. Essa paz não pode ser confundida com a paz social, algo tão almejado e buscado por vários países no mundo.
         O significado de “espada” conforme pronunciado por Jesus mostra que a mensagem do reino, a mensagem do evangelho, causará lutas, perseguições e sofrimentos.
         Não é nada consolador para um discípulo ouvir essa advertência. Mas, é necessário que o discípulo de Jesus compreenda que esta espada que separa, não mata o corpo físico.        Mesmo que a espada mostre separação, precisamos entender que Deus não deseja e nem quer que essa separação aconteça. Por esse motivo, enviou, envia e continuará enviando trabalhadores à sua seara para que proclamem a mensagem do evangelho. Mesmo que essa proclamação e testemunho cause separação nesse mundo, Deus fez, faz e fará tudo para que a mesma não aconteça eternamente.
         A advertência de Jesus sobre a espada não visa desmotivar a ação evangelizadora da igreja. Pelo contrário, a separação decorrente do evangelho, apresenta a separação eterna.
         Aqueles que fazem parte pela fé no reino de Cristo precisam compreender que não há e nem deve haver um faz de conta nessa nova vida.
         Ilustração
         (Filme: A qualquer preço. (Dennis Quaid e Zac Efron).
         Esse filme conta a história de um ambicioso fazendeiro que selecionava sementes transgênicas e as vendia para outros produtores sem deter os direitos para isso. Por muito tempo cometeu essa fraude. Fraude que o enriqueceu.
         O pai esperava que seu filho assumisse os negócios da fazenda. Mas, o jovem desejava ser piloto e se empenhava para tal.
         Ao sofrer um acidente e ficar sabendo que seu pai estava sendo investigado pela fraude, o filho resolve deixar de pilotar e vai à procura das pessoas que estão tentando incriminar seu pai. Afinal, a descoberta da fraude os levaria a falência completa. Tanto pai como filho, queria resolver a situação.
         Um dos suspeitos foi procurado pelo filho do fazendeiro que após uma discussão acabou assassinando o provável suspeito. Desesperado e sem saber o que fazer, o jovem liga para o pai. O pai de imediato resolve ligar para a polícia, mas, aborta a ligação. Juntos, pai e filho escondem o corpo do jovem que não foi encontrado, mesmo que muitas pessoas o procurassem, até mesmo os membros da igreja luterana.
         Enquanto o filho tentava resolver a sua maneira. O pai que já havia descoberto quem o havia denunciado resolveu a situação corrompendo o denunciante oferecendo-lhe terras para cultivo.
         Quando toda a família estava reunida em culto na primeira igreja luterana, a esposa desconfiou do filho. Procurou o marido e conversou sobre o acontecido. O pai confessou-se culpado em lugar do filho. Nesse momento, a esposa propõe ao marido que superassem juntos esse episódio. Afinal, nada poderia por m risco a boa vida financeira.
         Mesmo que seja um filme. Esse drama retrata muitíssimo bem o preço que as pessoas estão dispostas a pagar em favor dos bens materiais.
         Que preço as pessoas pagam pelos bens materiais?
         Jesus, no texto do evangelho faz outra pergunta: E o discipulado? Há disposição para se pagar o preço? No versículo 38, Jesus diz que é preciso enfrentar a própria morte por amor a vida verdadeira. Esse ensino é repetido pelo apóstolo Paulo aos Gálatas: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo” (Gl 6.14). Todo discípulo sabe que já morreu para esse mundo: ...e que a vida está escondida com Cristo, que está unido com Deus. Cristo é a verdadeira vida de vocês, e, quando ele aparecer, vocês aparecerão com ele e tomarão parte na sua glória” (Cl 3.3 – 4).
         Conforme o ensino de Jesus, aprendemos que as pessoas buscam realizar todas as coisas para uma vida neste mundo. Sua advertência visa frear não a busca por uma vida melhor, mas sobre o perigo de perder o sentido e o rumo da vida verdadeira. Jesus indica que é a vida verdadeira é estar e permanecer nEle, mesmo que separado por muitas pessoas nesse mundo (Mt 10.39).
         O que pode ser dito para uma igreja que acabou de completar 110 anos?
         A julgar pelo episódio do envio dos discípulos, podemos aprender que na evangelização os discípulos têm o destinatário e o destino.
         Os discípulos são os pequeninos, os pregadores, os que creem em Jesus Cristo. O discípulo não é apenas aquele que está e é da igreja. O discípulo não é aquele que se empenha em torno de si e para si. O discípulo conhece seu destinatário e o destino final do seu testemunho.
         O discípulo não fica apreensivo sobre a divisão que seu testemunho e sua fé causarão aqui no mundo. Afinal, ele assim como aquele que o enviou, visam à salvação das pessoas, a não separação eterna.
         Aos seus discípulos Jesus promete: “Quem recebe vocês está recebendo a mim; e a quem me recebe está recebendo aquele que me enviou. Quem receber um profeta, porque este é profeta, terá uma parte da recompensa dele; e quem receber uma pessoa boa, porque ela é boa, terá uma parte da recompensa dela” (Mt 10. 40 – 41).
         Que honra Jesus dá aos seus discípulos! É uma honra ser boca de Jesus. No entanto, essa honra mostra uma enorme responsabilidade. A boca de Jesus precisa emitir somente as palavras de Jesus.
         De acordo com o episódio narrado pelo evangelista Mateus, Jesus não é contra o amor humano. Não é contra o amor entre pais e filhos, filhos e pais. Ele apenas ressalta que o amor a Deus precisa estar acima de qualquer sentimento humano.
         Como discípulos de Jesus testemunhamos e ofertamos com gratidão para que o evangelho seja pregado, para que não haja divisão eterna, “pois não podemos deixar de falar daquilo que temos visto e ouvido” (At 4.20), mesmo que cause divisão nesse mundo. Amém!
 
Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com

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