terça-feira, 2 de outubro de 2012

Uma pergunta que deixou de ser feita.


Tema do mês: Assim como crianças precisamos aprender!

07/10/12 – 19º Domingo após Pentecostes
Sl 128; Gn 2. 18 - 25; Hb 2. 1 - 13; Mc 10. 2 - 16
Tema: Uma pergunta que deixou de ser feita.

Alguém de vocês tem algum problema de saúde? Qual? Há casos semelhantes e outros diferente. No entanto, todos nós temos a mesma doença. Qual? PecadoEsse problema de saúde mundial está enraizado no coração. Jesus disse: “Porque é do coração que vêm os maus pensamentos, os crimes de morte, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, as mentiras e as calúnias” (Mt 15.19). Do coração nascem todos os tipos de males.
        Deus dá ao povo de Israel dez mandamentos e desses, dois mandamentos alertam sobre a cobiça. A cobiça nasce no coração como adverte o apóstolo Tiago: “Mas as pessoas são tentadas quando são atraídas e enganadas pelos seus próprios maus desejos. Então esses desejos fazem com que o pecado nasça, e o pecado, quando já está maduro, produz a morte” (Tg 1.14-15).
       É triste, mas precisamos  ouvir o diagnóstico: todos nós estamos doentes do coração. Essa doença, em que  cauteriza nosso coração, faz com que muitos não reconheçam sua doença. Como disse Jesus “...por causa da dureza do coração de vocês” (Mc 10.5).
        Nesse mês de outubro queremos meditar no tema: Assim como crianças precisamos aprender! E para aprender, precisamos fazer uma pergunta que a muito tempo deixou de ser feita.
        Uma pergunta que deixou de ser feita.
        Jesus sempre foi questionado. E muitos dos questionamentos feitos a Jesus não tinham a intenção de aprendizagem, mas sim, como nesse período político, tinha apenas o objetivo de derrubar e arrumar alguma coisa contra o próprio Jesus. Assim disse o evangelista Marcos: “...conseguir uma prova contra ele,...” (Mc 10.2). Se esse era o objetivo, assim como crianças já começamos a aprender o grave problema no coração humano, ir contra àquilo que Deus ensina. Assim como crianças, precisamos aprender que a pergunta feita com um objetivo errado teve uma grande resposta, um valioso ensino. A pergunta foi: “De acordo com a nossa lei, um homem pode mandar a sua esposa embora?” (Mc 10.2b).
        Em outras palavras, Pode separar-se por qualquer motivo? Assim como crianças precisamos aprender que o objetivo da pergunta, o próprio da pergunta, e o próprio da resposta dada por Moisés e transmitida por Jesus revelam o grave problema no coração humano, PECADO.
        ...por causa da dureza do vosso coração” algumas perguntas deixaram de ser feitas. E se deixaram de ser feitas, estamos como crianças sem escola, não estamos aprendendo.  
        A pergunta que deixou de ser feita é a dúvida dos dias atuais. Um homem pode mandar a sua esposa embora? O que você acha desse "casa, separa"? O divórcio tem sido pouco questionado em nossos dias. A dureza do coração humano, o problema no coração humano, está fazendo com que as pessoas se deixem levar pela sua cobiça. E como diz um ditado popular: o pasto do vizinho parece mais verde.
        Divórcio! Tornou-se normal. Não deu certo, separa. E para ver se dá certo, as pessoas juntam os panos e passam um tempo juntos, na simples alegação de que vão fazer um test drive. Tudo se tornou banal, simples. Errado é quem diz algo contra.
        Assim como crianças precisamos aprender! Por isso, queremos ir além e buscar entender as palavras de Jesus de outro ângulo.
        E o outro ângulo de Jesus é o paraíso. Jesus esteve na criação, ele é Deus, e responde que na criação Deus os fez homem e mulher. Como crianças relembremos as palavras de Gn 2.18 – 25
Depois o Senhor disse:
- Não é bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para ele alguém que o ajude como se fosse a sua outra metade. Depois que o Senhor Deus formou da terra todos os animais selvagens e todas as aves, ele os levou ao homem para que pusesse nome neles. E eles ficaram com o nome que o homem lhes deu. Ele pôs nomes nas aves e em todos os animais domésticos e selvagens. Mas para Adão não se achava uma ajudadora que fosse como a sua outra metade. Então o Senhor Deus fez com que o homem caísse num sono profundo. Enquanto ele dormia, Deus tirou uma das suas costelas e fechou a carne naquele lugar. Dessa costela o Senhor formou uma mulher e a levou ao homem. Então o homem disse:
“Agora sim! Esta é carne da minha carne e osso dos meus ossos. Ela será chamada de mulher porque Deus o tirou do homem.”
É por isso que o homem deixa seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa. Tanto homem como mulher estavam nus, mas não sentiam vergonha.

        Como crianças que precisam aprender, vamos destacar alguns pontos importantes nessa passagem biblica:
1) - não é bom que o homem viva só;
2)Deus providenciou uma auxiliadora que lhe seja idônea;
3)formou a mulher da costela do homem; 4)deixar pai e mãe;
5)se unir a sua mulher;
6)tornar-se os dois uma só carne;
7)não havia vergonha entre eles;

        Jesus relatou sobre o casamento feito no paraíso pelo próprio Deus. Está relembrando que a união entre homem e mulher é a única coisa que trouxemos do paraíso após a queda em pecado. O casamento é um pedaço do paraíso. E que homem e mulher usufruem aqui no mundo.
        Diante da pergunta: posso abandonar minha mulher? Jesus responde que infelizmente pela dureza do coração, o homem e a mulher pelo divórcio, estão deixando de usufruir esse pedaço do paraíso aqui no mundo.
        Pela dureza do nosso coração estamos deixando de questionar sobre o divórcio e estamos entrando no oba-oba do mundo. O casamento que é o pedaço do paraíso está sendo destruído gradativamente.
        Assim como crianças precisamos aprender! Aprender sobre uma pergunta que deixou de ser feita em nossos dias. Deixou-se de falar sobre o divórcio.
       No paraíso, para onde Jesus aponta, é dito que Deus fez homem e mulher. E com sexualidade diferentes e hormônios diferentes, Deus assim os uniu. E essa maravilhosa diferença é a causa dos divórcios, devido a dureza do nosso coração. A maravilhosa diferença com a qual Deus nos uniu, está sendo apontada como culpada pela sociedade de ser a causa dos divórcios.
        O verbo unir no hebraico vem da raiz דבק / dabaq – ou seja, grudar, colar. Exemplo: Duas folhas sulfites coladas uma na outra com super bonder. Cada uma, mantêm suas propriedades, mas unidas, se tornam uma. E tentar separar aquilo que antes eram duas e agora são uma será um desatre. Ao serem separadas deixam marcas que não tem como corrigir. Ficam machucadas.
        Como crianças precisamos apreender que o divórcio existe sim por causa da dureza do nosso coração. Mas, que essa dureza de coração nos leva a causar machucados e feridas. Jesus respondeu aos fariseus: “Portanto, que ninguém separe o que Deus uniu” (Mc 10.9). Homem e mulher foram feitos para estar sempre juntos, permanecer um ao lado do outro, grudados.
        Quando Jesus aponta para o paraíso, está fazendo com que todos os fariseus reconheçam que sua pergunta era necessária e urgente. Eles haviam deixado o verdadeiro ensino sobre casamento de lado, devido a uma falsa interpretação das palavras de Moisés. Sua pergunta mostrava que seus objetivos eram equivocados. Mas assim como se faz a uma criança, Jesus lhes reorientou e lhes respondeu verdadeiramente e os colocou na ótica certa da questão.
        Os fariseus que se julgavam conhecedores da lei de Deus transmitida por Moisés estavam vivendo suas vidas de maneira equivocada. Haviam distorcido a lei de Deus e por isso abandonavam suas mulheres por qualquer motivo. E agora querendo justificar-se diante de Jesus, fazem uma pergunta já julgando saberem a resposta. Jesus por outro lado, assim como se faz com uma criança, lhes ensina que Deus ao criar homem e mulher, os criou para viverem juntos sempre. A união não depende da simples escolha humana, mas a união é dada por Deus. No entanto, a nossa doença, a dureza do coração, o pecado, está levando o homem a destruir as relações humanas, e até mesmo a relação matrimonial.
        O divórcio em nenhuma circunstância é bom. Ficam as marcas e as feridas. Relembremos das folhas coladas, elas ficaram destruídas. Assim é a separação. Ficam as marcas, abrem feridas, traumas são instaurados nos filhos e no próprio casal divorciado.
         A dureza do coração está levando os seres humanos a deixarem de fazer perguntas importantes. E assim como crianças precisamos nos questionar sobre o divórcio. A dureza do coração está levando o homem a deixar de preservar o pedacinho do paraíso que Deus lhe permite ter aqui nesta vida. O homem por sua dureza de coração está se deixando levar por muitas tentações.
        Todos nós no dia-a-dia somos tentados. E conhecendo nossa doença e fragilidade o próprio Deus nos oferece na sua palavra um precioso auxilio: “E agora Jesus pode ajudar os que são tentados, pois ele mesmo foi tentado e sofreu” (Hb 2.18) e ainda “O nosso Grande Sacerdote não é como aqueles que não são capazes de compreender as nossas fraquezas. Pelo contrário, temos um Grande Sacerdote que foi tentado do mesmo modo que nós, mas não pecou” (Hb 4.15). E esse Sacerdote Jesus, está do nosso lado, nos apoiando e auxiliando diante das tentações as quais estamos sujeitos. Jesus também está presente na vida a dois, ajudando com sua Palavra e Sacramento para que o casal supere a situação difícil a qual enfrentam. Por isso, ao sinal de problemas na família, no casamento, a única coisa a não se fazer é abandonar a igreja, a pregação da palavra e o recebimento do corpo e sangue de Cristo.
        Só Jesus mantém unidos os casais. Com sua força, vinda através da pregação da Palavra e pelo seu corpo e sangue recebidos no pão e no vinho, somos capazes de superar as desavenças, os desentendimentos e as brigas. O perdão que Cristo adquiriu na cruz é importantíssimo no nosso casamento. Por isso o apostolo Paulo disse: “Mas o Espírito de Deus produz o amor...” (Gl 5.22), e desse amor provêm a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade, a humildade e o domínio próprio.
        Para o coração humano em sua dureza, Deus oferece e dá o seu Espírito Santo. E cada pessoa batizada recebeu esse Espírito, e nesse Espírito a nossa vida precisa ser guiada. Vale a nós a recomendação dada aos Gálatas: “...deixem que o Espírito de Deus dirija a vida de vocês e não obedeçam aos desejos da carne” (Gl 5.16). Precisamos lutar contra o pecado. Pois mesmo tendo o Espírito Santo em nós e sendo novas criaturas, somos pecadores, “Pois eu sei que aquilo que é bom não vive em mim, isto é, na minha natureza humana. Porque, mesmo tendo dentro de mim a vontade de fazer o bem, eu não consigo fazê-lo. Pois não faço o bem que quero, mas justamente o mal que não quero fazer é que eu faço. Mas, se faço o que não quero, já não sou eu quem faz isso, mas o pecado que vive em mim é que faz. Assim eu sei o que acontece comigo é isto: quando quero fazer o que é bom, só consigo fazer o que é mau” (Rm 7.18-21). E devido a essa natureza pecaminosa precisamos sempre nos arrepender verdadeiramente. Busquemos nos alimentar na pregação da palavra de Deus e no Corpo e Sangue de Cristo, oferecidos e dados com e sob o pão e o vinho. Peçamos em oração que Deus aumente e fortaleça a nossa fé e que não retire de nós o seu Espírito Santo. Pois só em Cristo poderemos continuar nossa vida a dois.
        Assim como crianças precisamos aprender!
        Uma pergunta que deixou de ser feita.
        Pergunta muito séria. Mas já que hoje pudemos nos questionar e estudar sobre essa pergunta que tenhamos aprendido a resposta. E aos casais que estão passando por dificuldades e sendo tentados a se separar, que através da pregação da Palavra tenham compreendido que isso está acontecendo por causa da dureza do nosso coração. E para essa dureza de coração, Jesus nos oferece forças pelo perdão para que possamos resolver a questão e nos manter unidos assim como Jesus veio nos unir ao Pai. Amém!
Pr. Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com


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