terça-feira, 11 de setembro de 2012

Palavras! Destroem e dão vida. Como usamos as nossas?

16/09/12 – 16º Domingo após Pentecostes
Sl 116. 1 - 9; Is 50. 4 - 10; Tg 3. 1 - 12; Mc 9. 14 - 29

Tema: Palavras! Destroem e dão vida. Como usamos as nossas?

William Shakespeare comentou: "Quando palavras são raras, não são gastas em vão." Há uma propaganda na Globo News que diz: “Todo mundo tem algo a dizer. Um ditado popular filipino diz: "Na boca fechada, não entra mosca." Os árabes oferecem esta jóia de sabedoria: "Tome cuidado que sua língua não corte seu pescoço." Salomão em Provérbios adverte: “No muito falar não falta transgressão,mas o que modera os seus lábios é prudente (Pv. 10:19)
Quantas feridas são causadas pela língua?
Palavras! Destroem e dão vida. Como usamos as nossas?
Tiago nos coloca contra a parede e nos desafia a viver uma fé genuína pelo falar. O apostolo Tiago é considerado o apostolo do ensino das boas obras. A fé, e é isso que ensina Tiago, produz boas obras. Não há boas obras sem fé. No capitulo 3 Tiago está dizendo que nossa fé se apresenta pelo falar. Se Jesus, com as palavras de Mateus 6 e Marcos 7. 14 – 23, no sermão proferido no dia 02/09/12, no tema Escutem todos o que eu vou dizer e entendam! nos ensinou que a boca fala do que está cheio o coração. Agora ouvimos o apostolo Tiago dizendo que a fala está relacionada às boas obras, que são expressão da nossa fé.
         A língua é um músculo com sua origem no coração. A língua revela o verdadeiro estado do coração. Como dito por Jesus, “a boca fala do que está cheio o coração...”. A minha língua sou eu revelado as pessoas. Eu sou o que a língua fala! A língua é o dreno do coração! A língua serve como escapamento daquilo que está queimando no coração. Palavras! Destroem e dão vida. Como usamos as nossas?
O poder da língua pode ser para o bem ou para o mal. Por ser uma arma letal, a língua está presa atrás de duas fileiras de dentes e dentro de uma caverna fechada. A língua tem um enorme potencial para direcionar vidas.
Palavras! Destroem e dão vida. Como usamos as nossas?
         É preciso observar o contexto destas palavras. Naquele período a Igreja primitiva estava lidando com a valorização e o poder de quem ensinava e direcionava os novos grupos de cristãos. Esse poder e valorização estavam começando a representar um perigo. A nova vida, a liberdade em Cristo, que incluía liberdade para falar em culto público, precisava ser bem manejada (1 Co 14:26-34).
         No capitulo 1 o apóstolo Tiago lembra: “Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar . . . (Tg 1.19). Os comunicadores da vida precisavam ficar cientes da seriedade dessa comunicação.
         Comunicar o evangelho não é tarefa fácil. Falar não é fácil. Pois, uma palavra dita não volta para trás. Palavras! Destroem e dão vida. Como usamos as nossas?
         Já que estamos num tempo de eleições municipais, observamos que uma palavra dita pode ser usada contra o candidato. A mesma coisa vale para o comunicador do evangelho. O mesmo vale para um congregado na igreja. Precisamos medir toda palavra quando ensinamos, testemunhamos ou pregamos. Comunicar a vida pelo ensino, pela pregação é uma tarefa árdua.
         Palavras! Destroem e dão vida. Como usamos as nossas?
         O “freio na boca do cavalo” o “leme no navio” são partes pequenas, mas, estratégicas. Mesmo que pequenos são capazes de direcionar. O freio na boca do cavalo, apesar de pequeno e fraco, direciona o cavalo sem muito esforço. O leme é pequeno diante do tamanho do navio, mas assim mesmo, por ficar num ponto estratégico, é capaz de direcionar um transatlântico conforme a vontade de um timoneiro.
         Nossa língua, pequena, porém estratégica. O v. 2b diz que se conseguirmos refrear a língua, seremos capazes de controlar o corpo inteiro. É difícil. Observamos essa dificuldade no dia-a-dia: “tarde demais!”; “escapou”; “foi sem querer”.
Palavras! Destroem e dão vida. Como usamos as nossas?
         É desesperador soltar palavras e depois ficar impotente assistindo o estrago que elas causaram. Depois do carro batido, não adianta frear, já é tarde demais.
Palavras! Destroem e dão vida. Como usamos as nossas?
         Bem disse Salomão: “A morte a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto” (Pv. 18:21) e ainda: “A língua serena é árvore de vida, mas a perversa quebranta o espírito” (Pv 15:4).
         O poder destrutivo das palavras é visto no livro em que Hitler declarou sua filosofia nazista, Mein Kampf. Na II Guerra Mundial as filosofias expressas naquele livro levaram à morte 125 pessoas para cada palavra do livro. Uma palavra mal-colocada, na hora errada, pode destruir uma vida. Uma palavra de crítica destrutiva; uma fofoca; uma colocação verídica, mas cruel, sem tato, pode desmontar uma pessoa, uma família, uma igreja. Comunicar a vida não é fácil. E essa é a proposta da IELB até 2014. Como igreja, reconhecemos que temos um inimigo que faz tudo para atrapalhar essa comunicação da vida.
         Palavras! Destroem e dão vida. Como usamos as nossas?
         A natureza da nossa língua é venenosa, mortífera e indomável, pois a mesma é pecadora, assim como todo corpo é. E por sermos pecadores Deus providenciou um meio pelo qual nos aproximaria dele. Em Jesus somos colocados diante de Deus. E agora diante de Deus em Jesus nossas palavras são transformadas em palavras de beleza, pois testemunham aquele que veio e aquele que virá. Como disse Paulo aos Filipenses: “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2. 9 – 11)
         Em Jesus nossa boca é um instrumento. Instrumento de vida, através do testemunho do amor de Deus. Como filhos de Deus nossas palavras são para edificar vidas e não para destruir.
Palavras! Destroem e dão vida. Como usamos as nossas?
         É engraçado, mas da mesma língua que jorra falsidade é a mesma que canta louvores na igreja. A mesma língua que declara “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo” também é reprovada por Jesus “Arreda! Satanás” (Mt 16:17, 23).
         Tiago, meio irmão de Jesus, na sua juventude foi incrédulo, zombador. Mas, essa mesma língua se tornou líder da igreja em Jerusalém e autor dessa epístola maravilhosa. A fé sem obras é morta. A fé implica em mudanças na língua, na vida. A mudança precisa acontecer na raiz, ou seja, no coração. O coração controla a língua. E para mudar essa raiz Deus em seu amor e graça nos oferece e dá a sua Palavra, como disse o salmista Davi: “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices” (Sl 19.7).
         Por natureza, somos pecadores. E como tal, a tendência natural é de fofocar, resmungar, criticar, xingar, blasfemar. E foi por isso que Jesus veio para este mundo, para nos resgatar. A morte e a ressurreição de Jesus tiveram e tem como alvo transformar o coração daqueles que depositam sua confiança nele para a vida eterna.
         Palavras! Destroem e dão vida. Como usamos as nossas?
         O profeta Isaias anunciou a vinda do servo sofredor. E esse servo sofredor a quem o profeta se refere é Jesus. No entanto, suas palavras também são palavras que se referem a missão do proprio profeta. E sua missão consiste em anunciar as palavras que recebeu do Senhor. E suas palavras são ânimo aos cansados. A dificuldade da proclamação não é apenas sua lingua, como o proprio profeta anunciou: “...ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo  de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” (Is 6.5). A dificuldade está também na dúvida do êxito de seus esforços e na hostilidade aberta que chega a se transformar em agressão fisica.
         Palavras! Destroem e dão vida. Como usamos as nossas?
         Palavras da vida nos dão vida. E essa vida, a boa noticia do evangelho transforma a raiz que é o coração. E o evangelho é que mesmo nós pecadores que se revela no mau uso da nossa língua através das mentiras, falsidade, calunia, somos amados por Deus. E seu amor é manifestado pelas palavras do salmista: “Amo o Senhor, porque ele ouve a minha voz e as minhas súplicas. Porque inclinou para mim os seus ouvidos, invocá-lo-ei enquanto eu viver” (Sl 116.1 - 2).
         Mesmo nossa lingua pecadora, que tantas vezes produz morte, Deus em seu amor e misericórdia inclina seus ouvidos para escutá-la. Que noticia maravilhosa! Mas, como pode? O salmista diz; “Compassivo e justo é o Senhor; o nosso Deus é misericordioso” (Sl 116.5).
         Nosso Deus é misericordioso. Misericórdia revelada em Jesus. Misericórdia e amor revelado ao podermos nos aproximar dele, mesmo como pecadores. E ele promete nos ouvir.
         Deus nos abençoe. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com

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