terça-feira, 24 de julho de 2012

Deus promete se lembrar

29/07/12 – 9º Domingo após Pentecostes
Sl 136. 1 - 9; Gn 9. 8 - 17; Ef 3. 14 - 21; Mc 6. 45 - 56

Tema: Deus promete se lembrar

 
         Depois de um ano e dezessete dias trancados numa arca, a família sai. Foram dias em que o pensamento estava voltado para toda uma geração que havia sido destruída. Pessoas que tiveram 120 anos de chance. Chance para se arrepender, voltar de seus caminhos errados e estar com Deus. Foram 120 anos de oportunidade jogados fora.
         A família de 8 pessoas estava ali, dentro da arca, protegidos. Mas, após 1 ano e 17 dias, era momento de sair. Como encarar o novo mundo? Afinal, apenas eles eram os habitantes. Como tudo estava? Noé e sua família, não estava preocupado com essas coisas e nem sequer em observar esses detalhes. Diz o texto que a sua primeira preocupação foi prestar culto a Deus.
         Atualmente nosso desejo é viver trancado. Afinal, aquilo que motivou a destruição do mundo, a violência, ainda nos assusta. O mundo da época de Noé não é diferente do mundo atual. É só olharmos os noticiários. É só convivermos com o ser humano. É só observarmos as igrejas, estão vazias, afinal, todos estão vivendo suas vidas tranqüilas como se tudo fosse melhorar, e assim não escutam a  pregação da palavra de Deus, não valorizam os sacramentos, e quando menos esperarem, o fim chegará. E infelizmente muitos estarão fora da arca, assim como estiveram milhares nos dias de Noé.
         O abrir a porta da arca foi um momento emocionante. Descer da arca e descobrir o novo mundo foi um desafio. O mundo estava arrasado, mas não por completo, afinal, com Noé e sua família estava tendo um novo inicio. Mesmo que reiniciada, é continuação da história antiga. Afinal, os que iriam reiniciar a mesma história, ainda tinham em si a doença que levou milhões a morte: o pecado. No entanto, era necessário continuar.
         Como continuar se tudo estava destruído? Noé ofereceu sacrifício a Deus. E esse sacrifício agradou a Deus.
         Em Jesus nosso culto é agradável a Deus. No culto Deus se encontra conosco em Jesus, pela Palavra e pela Santa Ceia. E ao se encontrar conosco, Deus em seu amor derrama sobre nós suas bênçãos: perdão, vida e salvação. E pela bênção de Deus podemos continuar a comunicar a vida, mesmo em meio a um mundo habitado por pecadores, entre os quais estamos nós, os que comunicam a vida.
         Deus nos capacita a continuar vivendo sob a sua bênção num mundo corrompido pelo pecado. E mesmo em pecado, Deus se lembra de nós a cada novo dia.
         Deus se arrependeu de ter feito o homem. Com certeza, isso pesou em seu coração. Talvez alguns pensem que Deus não foi amoroso ao destruir a raça humana. Mas, justamente por pensar na humanidade que Deus em seu amor permitiu a continuação da raça humana por meio de Noé. Deus se lembrou do compromisso que tinha com Adão e Eva, e com toda a humanidade. Deus se lembrou do compromisso da redenção, da salvação. Por isso enviou seu filho ao mundo para pagar o preço pelo resgate da humanidade.
         Em nosso texto, Gn 9. 8 – 17, a frase: “lembrarei” significa que Deus está concedendo atenção especial e não que o tivesse esquecido. (Ex 6.5; Sl 74.2; 89.48). E a atenção especial dada ao homem, foi permitir que através dessa raça humana, continuada em Noé, o salvador viesse ao mundo para salvar o mundo.
         A primeira imagem do dilúvio é a que Deus se arrependeu e esqueceu do ser humano. No entanto, isso não é verdade. Ao conservar a raça humana e permitindo que a mesma tivesse um novo inicio, de fato, estava se lembrado do destino eterno do homem. E para esse reinicio Deus prometeu se lembrar da sua aliança com a humanidade.
         O cuidado especial de Deus se manifesta através do agir na história em seu favor para redimir a própria raça humana.
         O sentido básico do verbo “lembrarei” é prestar atenção. A lembrança implica em libertação ou preservação do povo. E a preservação do povo consistia na vida continuada e enfatizada pela ordem de que nenhum homem fosse morto. Deus amou e ama sua criatura, pois o mesmo foi feito a imagem e semelhança dele.
         Noé era fruto de sua geração. A geração havia sido destruída, mas o sintoma da maldade, da violência continuava nessa nova geração. Por isso, aproximar-se de Deus era e é necessário. O pecado não havia sido abolido, ele fazia e faz parte da raça humana. Assim, Deus estabeleceu uma aliança com seu povo.
         A teologia da aliança é um tema unificador de todo o Antigo Testamento. As pessoas consideravam as divindades como originadoras do mal. Se eu não cumprir isso, “estarei ferrado.” O sacrifício era entendido como algo necessário para se agradar um Deus irado. Noé ao sair da arca ofereceu sacrifício a Deus em sinal de gratidão. E diante do sacrifício que agradou a Deus, o próprio Deus disse que não voltaria a destruir o mundo com o dilúvio, pois “... é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade; nem tornarei a ferir  todo vivente, como fiz” (Gn 8.21).
         O pecado não é obra de Deus. É o vírus lançado pelo diabo para destruir a raça humana. E esse mesmo vírus continua destruindo lares, famílias, pessoas, igrejas, sociedades.
         Deus em seu amor e misericórdia continuou a vida e com a sua bênção deseja que essa vida continue sendo valorizada por nós.
         Deus espera de nós, corações arrependidos, pois o verdadeiro sacrifício foi oferecido por ele mesmo, ao entregar seu Filho para morrer pelos nossos pecados. E o sacrifício de Jesus é agradável a Deus. E estando em Jesus, estamos em paz com Deus e em paz com Deus, podemos continuar nesse mundo, sem nos trancar, mas livres e comunicando a liberdade que temos em Cristo.
         O diabo deseja que continuemos olhando para fora e nos tranquemos em nossas casas. O fruto do pecado, a violência, tragédias, nos assustam e paralisam. Deus em seu amor nos regenera pelo batismo e pela pregação da palavra para que abençoados continuemos a agir nesse mundo pecador como pecadores, mas perdoados em Cristo.
         Somos justos num mundo pecador. Somos pecadores buscando em Jesus a justiça para continuar agindo nesse mundo. Mundo que aguarda o grande dia da libertação, o grande dia que teremos as portas do paraíso abertas para todos aqueles que creram, crêem e crerão em Jesus. Deus prometeu se lembrar da sa aliança. Deus nos oferece e dá atênção especial em Jesus. Amém!
Pr. Edson Ronaldo Tressmann

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