domingo, 29 de maio de 2011

Deus não está distante

02/06/2011 – Ascensão do Senhor
Sl 47; At 1.1 - 11; Ef 1. 15 - 23; Lc 24. 44 – 53
Tema: Deus não está distante
            Quem gosta de despedida? Pessoas que se amam ao se despedirem, ao longo dos dias, vão ficar presas as lembranças. Os bons momentos ficarão guardados na memória. E esses bons momentos são relembrados por fotos, cartas e vídeos. Os bons momentos, as lembranças, os mantêm unidos mesmo na distância. E a distância que gera saudade, é superada por uma carta, um recado no Orkut, facebook, conversas por MSN, um torpedo, etc.
            Em 2011 no dia 02 de junho a igreja lembra-se da despedida de Jesus como homem visível nesse mundo. É dia da Ascensão do Senhor, dia em que Jesus despede-se dos seus e sobe aos céus, quarenta dias após a sua ressurreição.
            Quando relembramos a Ascensão de Jesus Cristo Ressuscitado aos céus, queremos meditar nas Palavras escritas pelo apóstolo Paulo aos cristãos da Ásia Menor, denominada como carta de Paulo aos Efésios, no capitulo 1. 15 - 23.
            Nessa carta Paulo faz um tratado sobre a Igreja. Na verdade, uma Cristologia da Igreja, ou seja, a Igreja é de Cristo, e é justamente Ele quem a governa pela Palavra e Sacramento (Batismo e Santa Ceia).
            O mesmo apóstolo Paulo em sua segunda carta aos Coríntios disse: “Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (2Co 4.3-4). E também como estudamos durante o mês de maio sobre o apóstolo Pedro e veremos no próximo culto, “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1Pe 5.8). E todos nós precisamos saber que o diabo está nos cegando para o evangelho, tornando oculto o batismo e a santa ceia, levando as pessoas a abandonarem a Bíblia, e correndo atrás de coisas materiais e esquecendo-se das espirituais.
            Jesus despediu-se fisicamente de seus discípulos, mas sendo onipresente, conforme disse o profeta Jeremias: “Acaso, sou Deus apenas de perto, diz o Senhor, e não também de longe? Ocultar-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? – diz o Senhor; porventura, não encho eu os céus e a terra? – diz o Senhor” (Jr 23.23-24). Jesus está presente a cada momento, aliás, essa foi a sua promessa: “...E eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos” (Mt 28.20b). É justamente isso que o apóstolo Paulo anuncia aos cristãos: “... o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, ...” (Ef 1.20). Mas o que isso quer dizer? Que Cristo domina tudo com poder e majestade, e que especialmente como cabeça governa e protege a sua Igreja.
            Cristo governa a sua Igreja. Como? Pela sua Palavra, pelo Batismo, pela Santa Ceia. Esses são os meios pelos quais Deus em Jesus vem ao nosso encontro. Deus nos fala e se torna o nosso Pai. Por esses meios continua comunicando o enorme amor que têm por nós, assim como nós usamos meios de comunicação para comunicar nosso amor a quem amamos. 
            Nossa confissão de fé, Credo Apostólico, nos traz episódios importantes: “no terceiro dia ressuscitou dos mortos”, lembramos esse fato há quarenta dias. Jesus Ressuscitou e nós também ressuscitaremos. Hoje é ascensão, então dizemos “subiu aos céus”, Jesus foi elevado as alturas segundo a sua natureza humana e entrou na glória de seu Pai a fim de nos preparar lugar. Ele está preparando quartos para nós. E continuamos confessando: “e está sentado a direita de Deus Pai todo-poderoso”, sim, em poder e majestade continua a governar sua Igreja na terra. E não podemos nos esquecer que: “donde há de vir a julgar os vivos e os mortos”, Jesus voltará no dia derradeiro de uma forma visível e gloriosa e julgará o mundo com justiça. Como diz Lucas: “Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu, assim virá de modo como o viste subir” (At 1.11).
            Desde a queda em pecado Deus fez a promessa de vir ao encontro do homem perdido. Cumpriu essa promessa em seu Filho Jesus Cristo. E tendo Jesus subido aos céus prometeu que estaria conosco a cada novo dia, e assim se faz. Ele está presente em cada situação. Deus continua pelos meios da graça (Palavra, Batismo e Santa Ceia) vindo ao nosso encontro. No batismo opera a fé, dá o perdão. Na Palavra, opera a fé, dá o perdão, fortalece e anima na fé. Na santa ceia perdoa nossos pecados, fortalece e anima a fé.
            Os discípulos ficaram paralisados olhando para cima. Talvez esperando que Jesus voltasse logo. Nós agimos da mesma maneira. Muitas vezes estamos paralisados, por hora são os sofrimentos, por horas são as inquietações. Estamos a espera da volta de Cristo. Saiba, no entanto, que não sabemos a hora em que Ele virá, no entanto, virá. Mas seja qual for o dia, estejamos em Cristo. Permaneçamos na fé operada no batismo, na fé operada e fortalecida na Palavra, na fé alimentada pelo corpo e pelo sangue de Cristo na santa ceia, com e sob o pão e o vinho.
            Deus está presente e que ele assim como disse Paulo possa abrir a nossa mente para permanecermos nessa certeza. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte - PR

terça-feira, 24 de maio de 2011

Anunciamos a razão da nossa esperança

29/05/11 – 6º Domingo de páscoa
Sl 66.8 - 20; At 17.16 - 31; 1Pe 3.13 - 22; Jo 14. 15 - 21;
Tema: Anunciamos a razão da nossa esperança
Uma vez que o cristão conhece a Cristo como seu Senhor e Salvador, seu coração é permeado por Deus. Por isso, agora ele está ansioso para ajudar a cada um receber os mesmos benefícios, pois seu maior prazer está neste tesouro, o conhecimento de Cristo
            O autor da frase acima, Lutero, disse que Testemunhar não é uma tarefa simples. O apóstolo Pedro em sua primeira carta está lembrando seus leitores e ouvintes sobre a verdadeira esperança, sobre o fato de que foram regenerados e que assim estão envolvidos em uma missão muito maior, a Missão de Deus. E dentro dessa missão que não é nossa, mas daquele que nos chamou das trevas para a luz estamos inseridos como testemunhas, como proclamadores, anunciadores da esperança que é a salvação em Cristo. Como anunciou o próprio apóstolo Paulo em sua segunda carta aos Coríntios, 4.13, ...Eu cri; por isso, é que falei”. E o apostolo Pedro anuncia: “...estando sempre preparados a responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1Pe 3.15).
Anunciamos a razão da nossa esperança
            Mesmo sendo trazidos a verdadeira esperança, mesmo que na alegria dessa esperança, o apóstolo Pedro fala que temos um inimigo que quer nos devorar e impedir nosso testemunho.
            Ao iniciarmos nossa vida cristã, somos tomados por uma alegria que nos leva a falar espontaneamente das maravilhosas obras de Deus, mas, o tentador vai nos levando ao esfriamento da vida cristã, bem como do testemunho.
Anunciamos à razão da nossa esperança
O apóstolo Pedro em sua 1º carta escreve aos peregrinos, ou seja, as pessoas que estão distantes da sua pátria, longe de seus costumes, da sua cultura. Eles agora caminham por novas culturas, em meio a novas pessoas, e em meio a novos ensinos.
Esses cristãos sofrem por isso e, ainda mais, porque abandonaram seu antigo modo de vida e agora são fiéis testemunhas de Jesus. Sofrem por serem insultados em sua fé de que Jesus Cristo é o Salvador. Esses cristãos estão sendo tentados a se afastar dessa fé verdadeira. Eram ridicularizados e insultados pelos pagãos.
Nos momentos de dúvida, incerteza, a unidade é muito importante. Era necessário que os cristãos permanecessem firmes em Cristo e unidos uns com os outros. O apóstolo Pedro diz: "Estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros" (1Pe 3.15b-16).
Pedro aconselha a permanecerem unidos até mesmo com aqueles que os perseguiam e que dessem um bom testemunho, mansidão; que respondessem com firmeza sobre o que criam para que os perseguidores fossem transformados pela mesma esperança dos cristãos. E que assim fossem aproximados de Jesus Cristo.
Precisamos impactar pessoas com a nossa esperança. Infelizmente, muitas vezes, ocorre o contrário: as dúvidas que os outros lançam sobre nós, acabam nos afastando da verdade, que é Jesus Cristo. Como os cristãos estão sendo tentados a se afastar de Cristo? Dúvidas: esoterismo, maçonaria, astrologia, etc. E como nós estamos trazendo para Cristo? Que seja pelo anunciar a razão da nossa esperança.
Cristãos estão sendo perseguidos por causa de sua fé. E nessa perseguição são admoestados pelo apostolo Pedro a continuarem no sofrimento nas mãos dos ímpios, e mesmo em meio a dor, são convidados a confiar no justo juiz. Jesus Cristo, que virá uma segunda vez distribuirá o devido castigo a todos os inimigos da sua igreja.
Nós não podemos esperar de braços cruzados que Jesus volte para condenar as pessoas, principalmente nossos inimigos, pois como disse Jesus: "amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem" (Mt 5.44). E ainda: "assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai que está nos céus" (Mt 5.16). E o apóstolo Paulo escreve a Timóteo: "o qual deseja (Deus) que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade" (1Tm 2.4). Jesus quer que as pessoas sejam libertas pela verdade, "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (Jo 8.36).
Pedro pede aos cristãos perseguidos e tentados a não desanimarem, pois eles foram resgatados pela verdade, e dessa verdade, mesmo em meio a todas essas situações são chamados a anunciar sua esperança. Que eles estejam sempre preparados para responder a todo aquele que pedir razão da esperança que há neles. E que nessa esperança não se afastem de Jesus Cristo. Mas, como fazer isso?
Jesus deixou dito aos discípulos e a nós: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro consolador, a fim de que esteja para sempre convosco...não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros" (Jo 14. 16,18). E o mesmo Jesus antes de subir ao céu, ao comissionar seus discípulos a fazerem outros discípulos de todas as nações, prometeu estar conosco todos os dias até o fim.
Respostas sobre a nossa fé precisam aproximar as pessoas e não afastá-las. Pois, se as pessoas se afastam, não terão a chance de conhecer a Jesus Cristo e a conseqüência poderá ser terrível. E nós não queremos isso, por isso, anunciamos a razão da nossa esperança.
Quem me dá essa esperança e certeza? Jesus Cristo, aquele que se fez homem, padeceu, morreu em meu lugar e, como diz Pedro: desceu ao inferno para proclamar com todas as palavras a sua vitória sobre o diabo e a morte.
Jesus não foi libertar quem estava no inferno, ele não foi evangelizar. Na verdade, Jesus foi anunciar sua vitória e dizer a todos aqueles que duvidaram de suas promessas, principalmente as pessoas do tempo de Noé. Milhares não quiseram receber o que Deus oferecia. Anunciou aos capetinhas que ele é vencedor e que todos os que lá estão, estão lá porque duvidaram e se recusaram a crer.
Deus ainda hoje nos proclama essa verdade: a verdade de que ele é vencedor da morte, do diabo e do inferno; e tudo o que fez, foi por nós pecadores. E ainda hoje alerta àqueles que se negam a crer que, depois da morte, não há mais volta. Aliás, essa é uma outra dúvida que muitos têm e nós precisamos anunciar a razão de nossa esperança.
Milhares de pessoas ainda hoje gastam dinheiro e tempo orando por aqueles que já se foram numa esperança falsa. Esperança de que poderão tirar aquele que por sua negação ao Espírito Santo acabou tendo um triste fim.
Muitos vivem suas vidas sem fé, pensado unicamente que, quando partirem, seus amigos e parentes, ao realizarem missas, obras, peregrinações e orações irão tirá-los de um lugar de sofrimento ou espera. Não nos iludamos nessas falsas esperanças.
Jesus Cristo é a verdadeira esperança, Ele veio para nos dar a vida eterna: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14.6).
Eu não estou julgando, ou colocando alguns no inferno. Simplesmente estou chamando a todos ao único meio verdadeiro de salvação, que é JESUS CRISTO. Porque Deus não deseja a perdição do homem. Jesus disse: "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos" (Mt 25.41).
O inferno não foi feito para o homem, ele é reservado ao diabo e a todos os anjos que o seguiram. Jesus deseja a salvação de todos: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus" (Jo 3.16-18).
Queridos amigos e amigas, estejamos alicerçados em Jesus Cristo. Deus nos trouxe à fé pelo batismo, e alimenta essa fé durante toda a nossa vida pela sua PALAVRA e o Sacramento da Santa Ceia. Aproveitemos essas oportunidades, pois ao estudar estaremos cada vez mais aptos a responder sobre a nossa esperança. E ao responder sobre a certeza da nossa esperança que é Jesus Cristo, que é a vida eterna, estaremos alcançando um objetivo: "Fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento". Ou seja: que muitos se arrependam e vivam eternamente assim como nós. Desejemos a salvação do outro, assim como Deus desejou e deseja a nossa.
Proclamemos o Jesus Cristo vitorioso para que outros sejam vitoriosos. Não tenhamos a mesma atitude de Jonas que não se conformou com o arrependimento dos ninivitas. Jonas não os achava merecedor da compaixão e misericórdia de Deus. E precisou aprender de Deus uma grande lição "e não hei de ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?" (Jn 4.11).
Deus sempre aguarda o homem, sempre convida o homem, assim como o próprio Jesus disse: sempre vai a procura da ovelha perdida.
Anunciamos a razão da nossa esperança.
Jesus está presente em nossa vida pela sua Palavra, pelo seu corpo e sangue, opera em nós a fé verdadeira e alimenta essa fé, para que eu e você estejamos cada vez mais convictos da nossa esperança. E que, esperançosos, possamos impactar outros com a mesma esperança para que abandonem suas falsas esperanças. Jesus é o vencedor e proclamou sua vitória no inferno para que eu não vá para lá. Deus nos preserve na fé. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte - PR

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Comunicamos as maravilhosas obras de Deus

22/05/11 – 5º Domingo de páscoa
Sl 146; At 6.1-9; 7.2, 51-60; 1Pe 2.2 - 10; Jo 14.1 - 14
Tema: Comunicamos as maravilhosas obras de Deus

Eu me deliciava vendo esse desenho. A famosa turma do minduim, ou, Peanuts. O desenho que trazia como personagem o cachorro chamado snoopy. Por dois anos se apresentou como um cachorro normal. A partir de 19 de outubro de 1952, ele passou a verbalizar seus sentimentos através de balões nos desenhos de quadrinhos. O criador desse desenho, Charles M. Schulz é natural de Mineapólis, USA. Filho de Dena Schulz, uma dona de casa, e Carl Schulz. Ele era um adolescente tímido e solitário. Depois da morte da mãe, alistou-se no exército americano, sendo enviado ao acampamento Campbell. Dois anos depois foi a Europa lutar na segunda guerra mundial como líder na esquadra de infantaria de 20º divisão blindada dos USA. Depois de deixar o exercito em 1945, começou a trabalhar como professor de arte na Art Instruction Inc.
            Criou a turma do Peanuts, que retratavam a vida do dia-a-dia. Cada personagem escondia uma mensagem atrás de si. E o personagem que chama mais atenção, sem dúvida, é o cachorro snoopy. Apenas ele é diferente dos demais, só há esse cachorro no episódio, e isso o confunde. Vive se perguntando: Porque sou diferente? Porque sou privilegiado nessa comunidade Peanuts? E por ser diferente se considera feliz e afortunado.
            Muitas vezes snoopy foge das responsabilidades escapando para o mundo das fantasias. Nesse mundo das fantasias acontecem muitos dos episódios nos desenhos. Snoopy é um sonhador, perturbador, o diferente na sociedade Peanuts.
            Somos cristãos snoopy, somos diferentes na sociedade, conforme diz o apóstolo Pedro em sua primeira carta, capitulo 1 versículo 9: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9).
            Para a sociedade na qual nós estamos inseridos somos chamados a ser:
          Raça eleita; sacerdotes reais; nação santa; propriedade exclusiva de Deus. Como bem perguntava o snoopy, e que cabe a nós: Porque sou diferente? Porque sou privilegiado? Pedro responde: Proclamar as virtudes de Deus, não as nossas.
            É bom ser diferente! É uma enorme responsabilidade ser diferente. E não nos cabe, tentados pelo diabo, fugir de nossa responsabilidade. Os cristãos a quem Pedro escreve estavam sendo perseguidos, humilhados. Mas foram animados a continuar fazendo a diferença numa sociedade conturbada. Para podermos continuar realizando a nossa responsabilidade, já que somos diferentes e Deus agiu para que fosse assim, Pedro dá uma preciosa dica: “desejai ardentemente, como crianças recém nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para a salvação,” (1Pe 2.2). E esse leite espiritual pode ser Jesus, conforme 1Pe 1.3, ou a própria Palavra de Deus, conforme 1Pe 1.23.
            Estar em Cristo é fazer toda a diferença: Raça eleita; sacerdotes reais; nação santa; propriedade exclusiva de Deus. E nessa diferença Proclamamos as virtudes de Deus.
            Comunicamos as maravilhosas obras de Deus. E essa comunicação acontece em meio às raças, em meio às muitas crenças, na sociedade na qual estamos inseridos. Proclamamos aquilo que verdadeiramente somos, redimidos em Cristo. Confessamos nossa fé no salvador e não temos vergonha dessa maravilhosa obra de Deus em Cristo por nós.
            Se eu faço a pergunta: Porque sou diferente? Porque sou privilegiado? A partir de hoje sei a resposta, sou de e estou em Cristo. Mas, se as raças, as muitas crenças, e a sociedade questionarem: Porque você é diferente? Porque você é privilegiado? Que eles conheçam pela minha confissão de fé, através da minha proclamação, que eu estou firmado em Cristo e em Cristo sou Raça eleita; sacerdote real; nação santa; propriedade exclusiva de Deus. Deus me abençoe. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte - PR

domingo, 8 de maio de 2011

15/05/11 - 4º Domingo de páscoa
Sl 23; At 2.42 - 47; 1Pe 2.19 - 25; Jo 10.1 - 10
Tema: Vivemos para a justiça
Porque estáveis desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao Pastor e Bispo de vossa alma” (1Pe 2.25).

            É necessário que toda pessoa, para ser salva precisa ser arrancada de sua falsa segurança, de seu falso conforto, da falsa paz e de suas falsas esperanças. Ela precisa ser levada ao desespero pela salvação e por causa de sua condição presente. Mas isso é meramente um estágio preparatório pelo qual precisa passar; não é o assunto de maior importância nem o principal objetivo a ser alcançado.
O principal é que obtenha completa segurança e certeza de seu estado de graça e salvação, para que possa exultar por seus pecados terem sido perdoados. Assim se vive para a justiça.
Isso é ser chamado, é ser evangélico e ter como objetivo de vida.
            Pregar o evangelho não é apenas abrir a Palavra de Deus e supostamente dizer o que se quer dizer, ou apenas o que as pessoas desejam ouvir. Ser ministro é verdadeiramente pregar o evangelho a quem nos foi confiado. É levar à fé em Jesus Cristo, batizar e administrar a absolvição e santa ceia. E pregar o evangelho consiste em apenas dizer às pessoas que elas foram completamente reconciliadas com Deus através de Cristo. E viver a fé genuinamente é viver na certeza de que temos o perdão dos pecados e que as portas do céu estão abertas.
            Quando uma criança é batizada, ou até mesmo um adulto que não foi batizado recebe o batismo, essa pessoa é tirada do mundo dos pecadores perdidos. Eles foram alcançados pela graça de Deus oferecida no batismo. Deus agora é o Pai, e a pessoa é filho de Deus. E sendo filho de Deus já está salva. Anunciar a absolvição é dizer que os pecados estão perdoados em nome e por amor de Cristo. Participar da santa ceia é participar da grande conquista da redenção, pois no corpo e no sangue está o sinal do valor que Deus em Jesus pagou pelo pecador.
            Jesus em conversa com seus discípulos, para ser mais especifico, quando os setenta retornaram da missão a qual Jesus os havia enviado de dois em dois. Eles retornaram cheios de alegria, aliás, os demônios submetiam a eles pelo nome de Jesus. E nessa euforia Jesus diz claramente: “Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus” (Lc 10.20). E Pedro que ouviu essas Palavras agora anuncia aos cristãos dispersos pela Ásia Menor: “Porque estáveis desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao Pastor e Bispo de vossa alma” (1Pe 2.25).
            Interessante que não há nas Escrituras Sagradas uma parte em que os membros das congregações são tratados como se estivessem inseguros quanto à sua situação em relação a Deus. Na verdade, apesar das fraquezas e falhas desses membros, o tratamento pressupõe que são amados e queridos filhos de Deus.
            Infelizmente, muitos acham satisfação em treinar o povo a vir para reclamar que não tem certeza da salvação, de que estão com medo e que se perderiam se morressem na próxima noite. Alguns desejam isso, pedem por isso, pois querem ter ao seu lado o que eles chamam de verdadeiros cristãos, faça isso, disse para não ter feito aquilo, etc. Um verdadeiro ministro do evangelho fica aflito, pois o verdadeiro objetivo do pregador, do ministro do evangelho é que seus ouvintes confessem: “Eu sei que Jesus Cristo vive, eu sei e creio nEle, e nEle tenho o perdão e a salvação”.
            Porque estáveis desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao Pastor e Bispo de vossa alma” (1Pe 2.25). O que leva milhares a viverem seus dias amargurados sem certeza do perdão e se realmente são cristãos? A confusão de lei e evangelho. Esquece de anunciar a maravilhosa obra de Jesus, ele é o Pastor e Bispo da nossa alma. Como diz o texto lema da IELB nesse ano de 2011: “Eu sou o Bom Pastor. O Bom Pastor dá a vida pelas ovelhas” (Jo10.11).
Vivemos para a Justiça
Uma vida possível para aquele que recebeu no batismo o perdão, aquele que se consola ainda hoje no perdão anunciado pelas palavras da Absolvição, para aquele que recebe o perdão oferecido no corpo e sangue de Cristo dados com e sob o pão e o vinho. Eu vivo para a justiça, pois sou perdoado.
            Não pode se fazer confusão, de imaginarmos que é a nossa vida, o nosso jeito de viver quem nos garante a vida eterna. A diferença está naquele ao qual nos fomos, observem bem: nós fomos convertidos. Sim, a diferença está em Cristo. O qual nos resgatou. E nós sem nenhum mérito fomos convertidos a ele pelo batismo ou pela Palavra, e continuamos pela Palavra sendo constantemente convertidos a ele, ou seja, sempre sendo chamados de volta, principalmente quando estamos sofrendo injustamente, quando somos injustiçados, mesmo na prática do bem. Vivemos para a justiça sabendo que nossa alegria está na salvação que nos é oferecida e dada em Cristo, assim continuamos na prática do bem que é a manifestação de amor ao próximo.
            Nesse mundo em pecado, nossos dias são dias em que andamos assim como diz o salmista: “num vale da sombra da morte”, mas sabendo que estávamos desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao Pastor e Bispo de vossa alma”, não há motivos para temermos, pois em nada esse mundo poderá nos ferir, pois a vida eterna obtida pelo perdão que Cristo oferece e dá nós caminhamos rumo ao banquete celestial, onde habitaremos para todo o sempre. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte - PR

terça-feira, 3 de maio de 2011

Peregrinos no mundo

08/05/11 – 3º Domingo de páscoa
Sl 116.1-14; At 2.14, 36 - 41; 1Pe 1.17 - 25; Lc 24.13 - 35
Tema: Peregrinos no mundo
1Pedro 1. 17 – 21
Tema: Peregrinos no mundo.
Introdução
            Na época em que o apóstolo Pedro escreveu sua primeira carta, ele escrevia para cristãos que haviam abandonado seu modo pagão de viver e por isso estavam sendo ridicularizados, e estavam sofrendo uma grande tentação de voltarem novamente ao modo de vida dos pagãos. Também não podiam reclamar para as autoridades, pois não encontrariam apoio deles. O que os cristãos sofriam por sua fé, era problema deles, eles que resolvessem, era o pensamento das autoridades.
            Pedro então escreve essa carta para encorajar aqueles cristãos. Por isso essa carta é considerada a carta da esperança. Pedro escreve para peregrinos, ou seja, pessoas que estão em trânsito. Pessoas longe de sua terra natal e que sofrem hostilidades, passam por conflitos e provações na fé.
            Tema: Peregrinos no mundo
            Um peregrino é aquele sem residência fixa, que está fora do seu habitat natural. Os peregrinos por estarem longe de seu habitat natural tendem a adotar novos valores sociais, religiosos e morais. Muitos judeus se espalharam pelo império, após a descida do Espírito Santo no pentecostes. Muitas pessoas levaram a mensagem de Cristo ressuscitado para seus lares. Essa mensagem causou impacto, frutificou a fé no coração, levou as pessoas a adquirirem novos valores. E a quem Pedro escreve são aqueles que estão sofrendo por causa do evangelho. São humilhados, difamados e estão sofrendo a grande tentação de abandonarem o caminho de Deus e se desiludir com a igreja.
Somos moradores temporários no mundo. Sempre olhamos além, como disse um dos pais da igreja, Clemente de Alexandria: “não temos pátria na terra.” Nós somos cidadãos do céu, como disse o apóstolo Paulo em Fp 3. 20 “mas nós somos cidadãos do céu e estamos esperando ansiosamente o nosso salvador, o Senhor Jesus Cristo, que virá de lá.” E o apóstolo Pedro nos diz que peregrino é aquele que mora em um lugar sem abrir mão da sua cidadania. Como cidadão do céu, como filho de Deus em Jesus Cristo, tendo Deus como Pai, peregrino nesse mundo. O apóstolo Pedro cita Deus 39 vezes em sua primeira carta. Quero chamar a atenção para algumas dessas citações. Deus vive, 1.23; sua vontade é feita, 2.15; 3.17; ele conhece previamente os que são seus, 1.2; sua palavra permanece para sempre, 1.25; Deus é Pai, 1.2; é santo, 1.15; juiz de todos, 4.5; criador fiel 4.19; Deus de toda a graça, 5.10. Esse é o nosso Deus. Um Deus de amor, um Deus que ouve nossas orações, aquele a quem invocamos como Pai, 1.17. Um Deus que quer nos atrair para perto dele para lhe pedirmos sem temor e dúvida. Este Deus é Senhor de todos, “aquele que, sem acepção de pessoas” é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos.
Pedro ao conhecer a aflição dos cristãos os encoraja a permanecer em Deus o Pai. Pois Ele como criador, Pai e Juiz, é aquele cuja vontade permite os acontecimentos, que molda os destinos, como diz Isaias 64.8 “mas tu, ó Senhor, és o nosso Pai; nós somos o teu barro, tu és o nosso oleiro, todos nós fomos feitos por ti.” Nosso Pai é aquele que determina as ações daqueles que escolheu para si, os sustenta, “Portanto, não fiquem aflitos, procurando sempre o que comer ou beber. Pois os pagãos deste mundo é que estão sempre procurando todas essas coisas. O Pai de vocês sabe que vocês precisam de tudo isso. Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus, e Deus lhes dará todas essas coisas” (Lc 12.29-31) e ainda “...guardem as suas riquezas no céu, onde elas nunca acabarão, porque lá os ladrões não podem roubá-las, e as traças não podem destruí-las” (Lc 12.33). Deus é o nosso Pai, e Ele nos deu e dá o seu reino, nós somos dele, Ele jamais nos abandonará, como Jesus mesmo disse; “...Eu estarei com vocês todos os dias da vossa vida, até o final dos tempos” (Mt 28.20).
Somos peregrinos nesse mundo, longe da nossa pátria, mas não abandonados. Jesus em sua oração de despedida disse: “Eu peço em favor deles. Não peço em favor do mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus...eles continuam no mundo, mas eu não estou mais no mundo. Pai santo, pelo poder do teu nome,  nome que me deste, guarda-os para que sejam um, assim como tu e eu somos um. Quando estava com eles no mundo, eu os guardava pelo poder do teu nome, o mesmo nome que me deste. Tomei conta deles; e nenhum se perdeu, a não ser aquele que já ia se perder para que se cumprisse o que as Escrituras Sagradas dizem. E agora estou indo para perto de ti. Mas digo isso enquanto estou no mundo para que o coração deles fique cheio de alegria. Eu lhes dei a tua mensagem, mas o mundo ficou com ódio deles porque eles não são do mundo, como eu também não sou. Não peço que os tire do mundo, mas que os guarde do maligno. Assim como eu não sou do mundo, eles também não são” (Jo 17.9-16).
Peregrinos no mundo. Temos a Deus como Pai, e Ele ouve as nossas orações, e nos dá a sua Palavra e o Corpo e o sangue de seu Filho para nos manter firmes na fé e animados no mundo mesmo que em meio aos sofrimentos. Por meio do sofrimento que Ele permite que caia sobre nós, fortalece e prova a nossa fé. E com nossa fé firme, seu desejo é que sejamos completamente dependentes dele, “...a minha graça é tudo o que você precisa, pois o meu poder é mais forte quando você está fraco...” (2Co 12.9).
Peregrinos no mundo. Lutero nas explicações dos mandamentos diz; “Devemos temer e amar a Deus.” Toda a nossa vida é resposta ao amor de Deus. Ele nos criou, nos mantêm, nos salvou, nos preserva na fé, e virá para julgar, sem acepção de pessoas. É por sermos filhos de um Deus de amor, a nossa vida gira em torno desse amor, amando e respeitando a Deus e o servindo em amor e dedicação, isso também através do próximo.
Honra e louvores sejam dados a Deus Pai, um Deus que sempre está presente em todas as situações. Caminhemos a nossa caminhada rumo à pátria celeste, olhando para aquele que nos deu e dá a salvação.
Peregrinos no mundo.
Aos cristãos que estão sendo tentados a voltarem ao seu fútil procedimento, ou seja, voltar para seus falsos deuses, Pedro quer esclarecer que em Jesus Cristo o sacrifício foi realizado de uma vez por todas, e o preço foi o sangue derramado na cruz. No AntigoTestamento era necessário ser morto um cordeiro sem defeito para que o sangue fosse aspergido sobre as pessoas, para que assim obtivessem o perdão. Aqui Pedro relembra aos antigos cristãos e afirma aos novos cristãos que em Jesus Cristo o sacrifício foi último, só nele há perdão e salvação.
Fomos libertados do poder do pecado e do diabo. Éramos como escravos pertencentes ao diabo. Um escravo era caríssimo, sendo assim necessário muito dinheiro. E o preço pago por Jesus não foi ouro nem prata, mas seu santo e precioso sangue. Ele nos livrou da dívida, do castigo e do domínio do pecado, como diz o próprio apóstolo Pedro: “carregou ele mesmo em seu corpo sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos aos pecados, vivamos para a justiça, por suas chagas fomos sarados” (1Pe 2.21). Paulo afirma; “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar, porque está escrito: maldito aquele que for pendurado em madeiro” (Gl 3.13), e isso não “foi uma coisa que perde o seu valor como o ouro ou a prata.”
Durante a nossa peregrinação nesse mundo, muitas coisas nos causam desespero e aflição. Ainda há pessoas que tem medo da morte, tudo bem, como pecador também tenho, mas a morte não precisa mais nos assustar, pois Jesus me livrou por meio do seu sangue derramado na cruz da morte eterna, como Paulo a Timóteo “nosso salvador Cristo Jesus não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade” (2Tm 1.10), e ainda “Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15.55-57).
Peregrinos no mundo.
Se Jesus Cristo venceu a morte, o diabo e o pecado e me deu a liberdade disso. A minha peregrinação está baseada nessa esperança e certeza. Esse é o principio da minha vida. Não me deixo levar por valores desse mundo, pois o mundo é passageiro, como disse Jesus: “no mundo vocês vão sofrer, mas tenham bom ânimo, eu venci o mundo.” E em Cristo nós somos mais que vencedores. A nossa fé e a nossa esperança da vida eterna caracteriza a nossa ética cristã. Gentios foram chamados para fora das trevas, e foram conduzidos à luz de Deus. Agora são tentados a se afastarem de Deus Pai que os ouve, que os ama, são tentados a se afastarem de Jesus e voltarem aos ídolos. Pedro os convida a permanecerem em Deus Pai que enviou seu único Filho para dar liberdade do pecado, do diabo e da morte eterna.
A nossa peregrinação também é marcada pela tentação de nos afastar de Deus. Muitas são as situações difíceis que nos desanimam e desorientam, mas permaneçamos em Deus, pois ele está conosco, em Jesus nos libertou de nossos pecados.
Conclusão
            Peregrinos no mundo.
1 – Podemos invocar a Deus nosso Pai; Ele quer nos atrair para perto dele, pois ele é nosso Pai e nós seus queridos filhos.
2 – Sabendo que fomos resgatados do pecado; Jesus pagou na cruz por nossos pecados. Tenhamos fé e esperança; E nessa fé e esperança vivamos a nossa peregrinação. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte - PR

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