terça-feira, 3 de maio de 2011

Peregrinos no mundo

08/05/11 – 3º Domingo de páscoa
Sl 116.1-14; At 2.14, 36 - 41; 1Pe 1.17 - 25; Lc 24.13 - 35
Tema: Peregrinos no mundo
1Pedro 1. 17 – 21
Tema: Peregrinos no mundo.
Introdução
            Na época em que o apóstolo Pedro escreveu sua primeira carta, ele escrevia para cristãos que haviam abandonado seu modo pagão de viver e por isso estavam sendo ridicularizados, e estavam sofrendo uma grande tentação de voltarem novamente ao modo de vida dos pagãos. Também não podiam reclamar para as autoridades, pois não encontrariam apoio deles. O que os cristãos sofriam por sua fé, era problema deles, eles que resolvessem, era o pensamento das autoridades.
            Pedro então escreve essa carta para encorajar aqueles cristãos. Por isso essa carta é considerada a carta da esperança. Pedro escreve para peregrinos, ou seja, pessoas que estão em trânsito. Pessoas longe de sua terra natal e que sofrem hostilidades, passam por conflitos e provações na fé.
            Tema: Peregrinos no mundo
            Um peregrino é aquele sem residência fixa, que está fora do seu habitat natural. Os peregrinos por estarem longe de seu habitat natural tendem a adotar novos valores sociais, religiosos e morais. Muitos judeus se espalharam pelo império, após a descida do Espírito Santo no pentecostes. Muitas pessoas levaram a mensagem de Cristo ressuscitado para seus lares. Essa mensagem causou impacto, frutificou a fé no coração, levou as pessoas a adquirirem novos valores. E a quem Pedro escreve são aqueles que estão sofrendo por causa do evangelho. São humilhados, difamados e estão sofrendo a grande tentação de abandonarem o caminho de Deus e se desiludir com a igreja.
Somos moradores temporários no mundo. Sempre olhamos além, como disse um dos pais da igreja, Clemente de Alexandria: “não temos pátria na terra.” Nós somos cidadãos do céu, como disse o apóstolo Paulo em Fp 3. 20 “mas nós somos cidadãos do céu e estamos esperando ansiosamente o nosso salvador, o Senhor Jesus Cristo, que virá de lá.” E o apóstolo Pedro nos diz que peregrino é aquele que mora em um lugar sem abrir mão da sua cidadania. Como cidadão do céu, como filho de Deus em Jesus Cristo, tendo Deus como Pai, peregrino nesse mundo. O apóstolo Pedro cita Deus 39 vezes em sua primeira carta. Quero chamar a atenção para algumas dessas citações. Deus vive, 1.23; sua vontade é feita, 2.15; 3.17; ele conhece previamente os que são seus, 1.2; sua palavra permanece para sempre, 1.25; Deus é Pai, 1.2; é santo, 1.15; juiz de todos, 4.5; criador fiel 4.19; Deus de toda a graça, 5.10. Esse é o nosso Deus. Um Deus de amor, um Deus que ouve nossas orações, aquele a quem invocamos como Pai, 1.17. Um Deus que quer nos atrair para perto dele para lhe pedirmos sem temor e dúvida. Este Deus é Senhor de todos, “aquele que, sem acepção de pessoas” é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos.
Pedro ao conhecer a aflição dos cristãos os encoraja a permanecer em Deus o Pai. Pois Ele como criador, Pai e Juiz, é aquele cuja vontade permite os acontecimentos, que molda os destinos, como diz Isaias 64.8 “mas tu, ó Senhor, és o nosso Pai; nós somos o teu barro, tu és o nosso oleiro, todos nós fomos feitos por ti.” Nosso Pai é aquele que determina as ações daqueles que escolheu para si, os sustenta, “Portanto, não fiquem aflitos, procurando sempre o que comer ou beber. Pois os pagãos deste mundo é que estão sempre procurando todas essas coisas. O Pai de vocês sabe que vocês precisam de tudo isso. Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus, e Deus lhes dará todas essas coisas” (Lc 12.29-31) e ainda “...guardem as suas riquezas no céu, onde elas nunca acabarão, porque lá os ladrões não podem roubá-las, e as traças não podem destruí-las” (Lc 12.33). Deus é o nosso Pai, e Ele nos deu e dá o seu reino, nós somos dele, Ele jamais nos abandonará, como Jesus mesmo disse; “...Eu estarei com vocês todos os dias da vossa vida, até o final dos tempos” (Mt 28.20).
Somos peregrinos nesse mundo, longe da nossa pátria, mas não abandonados. Jesus em sua oração de despedida disse: “Eu peço em favor deles. Não peço em favor do mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus...eles continuam no mundo, mas eu não estou mais no mundo. Pai santo, pelo poder do teu nome,  nome que me deste, guarda-os para que sejam um, assim como tu e eu somos um. Quando estava com eles no mundo, eu os guardava pelo poder do teu nome, o mesmo nome que me deste. Tomei conta deles; e nenhum se perdeu, a não ser aquele que já ia se perder para que se cumprisse o que as Escrituras Sagradas dizem. E agora estou indo para perto de ti. Mas digo isso enquanto estou no mundo para que o coração deles fique cheio de alegria. Eu lhes dei a tua mensagem, mas o mundo ficou com ódio deles porque eles não são do mundo, como eu também não sou. Não peço que os tire do mundo, mas que os guarde do maligno. Assim como eu não sou do mundo, eles também não são” (Jo 17.9-16).
Peregrinos no mundo. Temos a Deus como Pai, e Ele ouve as nossas orações, e nos dá a sua Palavra e o Corpo e o sangue de seu Filho para nos manter firmes na fé e animados no mundo mesmo que em meio aos sofrimentos. Por meio do sofrimento que Ele permite que caia sobre nós, fortalece e prova a nossa fé. E com nossa fé firme, seu desejo é que sejamos completamente dependentes dele, “...a minha graça é tudo o que você precisa, pois o meu poder é mais forte quando você está fraco...” (2Co 12.9).
Peregrinos no mundo. Lutero nas explicações dos mandamentos diz; “Devemos temer e amar a Deus.” Toda a nossa vida é resposta ao amor de Deus. Ele nos criou, nos mantêm, nos salvou, nos preserva na fé, e virá para julgar, sem acepção de pessoas. É por sermos filhos de um Deus de amor, a nossa vida gira em torno desse amor, amando e respeitando a Deus e o servindo em amor e dedicação, isso também através do próximo.
Honra e louvores sejam dados a Deus Pai, um Deus que sempre está presente em todas as situações. Caminhemos a nossa caminhada rumo à pátria celeste, olhando para aquele que nos deu e dá a salvação.
Peregrinos no mundo.
Aos cristãos que estão sendo tentados a voltarem ao seu fútil procedimento, ou seja, voltar para seus falsos deuses, Pedro quer esclarecer que em Jesus Cristo o sacrifício foi realizado de uma vez por todas, e o preço foi o sangue derramado na cruz. No AntigoTestamento era necessário ser morto um cordeiro sem defeito para que o sangue fosse aspergido sobre as pessoas, para que assim obtivessem o perdão. Aqui Pedro relembra aos antigos cristãos e afirma aos novos cristãos que em Jesus Cristo o sacrifício foi último, só nele há perdão e salvação.
Fomos libertados do poder do pecado e do diabo. Éramos como escravos pertencentes ao diabo. Um escravo era caríssimo, sendo assim necessário muito dinheiro. E o preço pago por Jesus não foi ouro nem prata, mas seu santo e precioso sangue. Ele nos livrou da dívida, do castigo e do domínio do pecado, como diz o próprio apóstolo Pedro: “carregou ele mesmo em seu corpo sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos aos pecados, vivamos para a justiça, por suas chagas fomos sarados” (1Pe 2.21). Paulo afirma; “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar, porque está escrito: maldito aquele que for pendurado em madeiro” (Gl 3.13), e isso não “foi uma coisa que perde o seu valor como o ouro ou a prata.”
Durante a nossa peregrinação nesse mundo, muitas coisas nos causam desespero e aflição. Ainda há pessoas que tem medo da morte, tudo bem, como pecador também tenho, mas a morte não precisa mais nos assustar, pois Jesus me livrou por meio do seu sangue derramado na cruz da morte eterna, como Paulo a Timóteo “nosso salvador Cristo Jesus não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade” (2Tm 1.10), e ainda “Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15.55-57).
Peregrinos no mundo.
Se Jesus Cristo venceu a morte, o diabo e o pecado e me deu a liberdade disso. A minha peregrinação está baseada nessa esperança e certeza. Esse é o principio da minha vida. Não me deixo levar por valores desse mundo, pois o mundo é passageiro, como disse Jesus: “no mundo vocês vão sofrer, mas tenham bom ânimo, eu venci o mundo.” E em Cristo nós somos mais que vencedores. A nossa fé e a nossa esperança da vida eterna caracteriza a nossa ética cristã. Gentios foram chamados para fora das trevas, e foram conduzidos à luz de Deus. Agora são tentados a se afastarem de Deus Pai que os ouve, que os ama, são tentados a se afastarem de Jesus e voltarem aos ídolos. Pedro os convida a permanecerem em Deus Pai que enviou seu único Filho para dar liberdade do pecado, do diabo e da morte eterna.
A nossa peregrinação também é marcada pela tentação de nos afastar de Deus. Muitas são as situações difíceis que nos desanimam e desorientam, mas permaneçamos em Deus, pois ele está conosco, em Jesus nos libertou de nossos pecados.
Conclusão
            Peregrinos no mundo.
1 – Podemos invocar a Deus nosso Pai; Ele quer nos atrair para perto dele, pois ele é nosso Pai e nós seus queridos filhos.
2 – Sabendo que fomos resgatados do pecado; Jesus pagou na cruz por nossos pecados. Tenhamos fé e esperança; E nessa fé e esperança vivamos a nossa peregrinação. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte - PR

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