quinta-feira, 27 de outubro de 2022

A Palavra de Deus traz guerra e paz!

 Sermão para Reforma

Mateus 10.34 e Hebreus 4.12

Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34)

 Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12)

 

Tema: A Palavra de Deus traz guerra e paz!

 

Martinho Lutero, sem dúvida um dos melhores pregadores que a cristandade já conheceu.

Lutero vinha pregando em sua igreja de Wittenberg havia anos, mas quanto mais pregava, mais desanimado ficava. As pessoas não entendiam. Elas ouviam de bom grado, mas em vez de serem motivadas, se tornavam apáticas. Lutero observou que, apesar de sua pregação, “ninguém age de acordo com o que ouve; pelo contrário, as pessoas tornam-se tão ignorantes, frias e preguiçosas que é uma vergonha, e elas fazem muito menos que antes”.

Um exemplo: quando Lutero e os outros reformadores pregavam que participar do culto não era mais um ato meritório, a frequência nos cultos diminuiu.

Janeiro de 1530, Lutero estava tão farto, que anunciou à igreja que não pregaria mais. Irônico, mas a verdade é que Lutero entrou em greve. Claro que como todo apaixonado pela pregação, Lutero não ficou muito tempo longe do púlpito.

Um ano antes de morrer, durante uma viagem, resolveu não voltar a Wittenberg, o centro da Reforma. Ele escreveu à sua esposa Catarina: “Meu coração esfriou, de modo que não quero mais ficar lá”. Ele estava irritado porque as pessoas pareciam muito indiferentes a sua pregação. Muitos até zombavam sobre quem lhe havia dado o direito de questionar tanto o que antes era ensinado.

Estou farto dessa cidade e não quero voltar”, escreveu. Preferiria “mendigar o pão a torturar e irritar minha pobre velhice e meus últimos dias com a sujeira de Wittenberg”. Dentro de um mês, porém, um dos moradores da cidade pediu que Lutero voltasse.

Todos os pregadores ficam desanimados.

O desânimo se deve ao momento em que vivemos. Os pregadores televisivos são tidos como melhores; os pastores das pequenas congregações, sem aparente sucesso, são constantemente interpelados a ouvir e aprender com esses famosos pregadores como se eles fossem a solução de todos os problemas. O relativismo está presente entre nós. Os baais modernos competem pela lealdade do povo.

Que encruzilhada! Entramos em greve ou mudamos? Aprendemos a fazer a diferença, apesar dos desafios?

Qual pastor em seu íntimo que já não pensou:

- Qual é o valor do exercício do ministério nesse lugar?

- vou pregar, mas não me sinto ali, vou ao púlpito e me sinto vazio;

- quem é você para pregar sobre fé?

- devo ou não devo falar sobre determinado assunto? Afinal, as pessoas se chateiam.

 

Todo pregador vive o dilema: tenho em minhas mãos a espada que fere e ao mesmo tempo paz.

 

A Bíblia não quer falar para o mundo moderno como se o pregador precisasse ser psicólogo, antropólogo, cientista político e social. A Bíblia quer criar um mundo que não existiria sem que Deus falasse. Deus falou e o mundo veio a existir. E Deus fala e uma nova criação surge: o pecador justificado! Antes de falar sobre o fim, Deus disse para não acrescentar nenhuma palavra e nem tirar qualquer Palavra que fosse da Bíblia (Ap 22.17-18).

Não se pode reduzir o evangelho a uma frase de para-choque de caminhão. É pelo ouvir do evangelho que a comunidade de Deus vai tomando forma.

O livro antigo, para muitos ultrapassado, desconcertante, agressivo, que traz espada e paz, um livro maravilhosamente desafiador, conhece a verdade sobre mim. Sou pecador (por isso a espada) e como tal preciso da redenção em Jesus (paz). Esse livro de Deus: “... é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12).

As histórias do pregador não são dele. Deus dá a mensagem (Bíblia). Deus nos torna mensagem (história, acontecimentos).

Deus tem uma relação de amor comigo e nessa relação de amor a comunicação é vital e para que a comunicação seja perfeita, enviou seu Filho, do qual sou comunicador.

A Palavra de Deus traz guerra e paz!

Nunca estou velho ou inteligente demais para morrer. Todos os dias eu preciso morrer. Tomar minha cruz e seguir Jesus. Que cruz pesada está sendo a de pregador do evangelho! Mas, é tão somente pelo evangelho que Jesus quer transformar o mundo, trazendo guerra e paz!

A Reforma nasceu pelo abrir da Bíblia.

Ao abrir a Bíblia, muitas pessoas infelizmente acomodaram-se. Não podemos simplesmente voltar a velhas práticas pagãs, legalistas para motivar pessoas. É preciso tão somente falar o que Deus fala através da Bíblia – por mais que isso traga a espada, pois, sem a Espada do Espírito, não há paz de Espírito.

Continuemos com o evangelho a respeito da graça de Deus em Cristo – somente o evangelho libertou pessoas ao longo da história da humanidade após a queda em pecado.

Esse evangelho é o poder de Deus para salvação!

Semana após semana, pregação após pregação, pessoas vão sendo ressuscitadas, e vivendo novas vidas pelo evangelho!

A Palavra de Deus incomoda!

Será que as pessoas também matariam Jesus hoje?

Dependendo da pregação de muitos, Jesus seria feito reitor de uma universidade, preletor de conferências, presidente do Brasil. Mas, Jesus é salvador. Não se pode reduzir o cristianismo ao esforço humano para se tornar uma boa pessoa, ou simplesmente alguém entusiasmado pela sociedade!

Jesus foi morto porque ameaçava o mundo constituído. Ele, pela pregação do evangelho continua sendo uma ameaça, principalmente ao diabo que não quer a salvação.

Muitas pessoas não gostam mais da igreja! É por que a igreja ama a instituição e muitas vezes tem se esquecido de Jesus. É melhor pregar para manter uma instituição e uma estrutura, do que falar sobre Jesus, que por vezes traz espada.

Na época da Reforma não foi fácil falar contra uma estrutura. Foi possível por causa do evangelho, o qual se é chamado a pregar, mesmo que traga espada.

O evangelho é uma espada de dois gumes – ele interfere em tudo o mais sobre a terra (Henry Ward Beecher). O evangelho invade todos os cantos e todas as curvas da vida dos ouvintes: sexualidade, pensamentos, sonhos, contas bancárias, pecados secretos, alvos, propriedades, motivações, família e trabalho.

É preciso, como pregador, e isso traz um deserto árido, falar, interferir, mas sem justiça própria. Edificar a igreja, não condená-la. Falar a verdade, mas em amor.

Todo pregador precisa entender que: assim como nos alegramos com os batismos, também nos gloriamos das pedradas, afinal, “a Palavra de Deus traz a paz e a espada”.

Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Escritura Sagrada – o sopro de Deus!

Salmo121; Gênesis 32.22-30; 2Timóteo 3.14-4.5; Lucas 18.18

Texto para prédica:2Tm 3.14 – 4.5

Tema: Escritura Sagrada – o sopro de Deus!

 

A expressão Escritura Sagrada (2Tm3.16) é um termo técnico para referir-se a coleção de livros.

A qual coleção de livros o apostolo se referia ao escrever sobre Escritura Sagrada para Timóteo? Possivelmente ao Antigo Testamento. Claro que muitos outros livros do Novo Testamento já estavam escritos, tanto que, Pedro reconhece as cartas de Paulo como sendo Escritura Sagrada: “...nosso querido irmão Paulo, com a sabedoria que Deus lhe deu, ... Nas cartas dele há algumas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e os fracos na fé explicam de maneira errada, como fazem também com outras partes das Escrituras Sagradas. E assim eles causam a sua própria destruição” (2Pe 3.16).

O alerta do apostolo Pedro é muito propicio para nossos dias. As pessoas estão causando a sua própria destruição devido às coisas difíceis de entender nas Escrituras.

Pela Escritura, as pessoas estão atacando a doutrina do Batismo e da origem das Escrituras. Isso por não crerem no pecado original e na inspiração do Espírito Santo.

O termo Escritura utilizado por Paulo indica que Deus soprou as palavras que estão escritas. O ato de soprar as palavras assemelha-se ao ocorrido na criação do ser humano, “... O Senhor soprou no nariz dele uma respiração de vida, e assim ele se tornou um ser vivo” (Gn 2.7).

Assim como Deus soprou uma respiração de vida e o homem se tornou alma vivente, Deus soprou nos escritores as palavras que seriam usadas e, através da pregação da Palavra (seu sopro), Deus dá vida às pessoas. Nesse sentido, os pastores são como àqueles garotos de escola que sopram as respostas para os colegas que não sabem a resposta para que não sejam reprovados. Os pastores sopram uma Palavra que não é sua, mas de Deus.

Deus soprou suas palavras, pois por elas pode nos dar a sabedoria que leva à salvação, por meio da fé em Cristo Jesus (2Tm 3.15). É preciso recordar que diferentemente dos deuses, Deus não quer nos dar informação sobre alguma coisa, mas nos levar à salvação, por meio da fé em Cristo Jesus. A fé é o presente dado por Deus através do seu sopro (Ef 2.8; Rm10.17). E por esse presente, a fé, Deus nos garante a salvação.

A Bíblia (2Tm3.16), sopro de Deus, é uma bênção de Deus para salvar a humanidade. E a Bíblia está sendo tão questionada.

Muitos problemas na igreja contemporânea devem-se ao fato de que Deus deixou de soprar, ou seja, não é a Palavra de Deus que comunica. Jesus tornou-se curandeiro, um sábio, um guia religioso; e a Bíblia, um livro de autoajuda.

Querida igreja, recordemos o que Paulo escreveu: “Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é o poder de Deus para salvar todos os que creem, primeiro os judeus e também os não judeus. Pois o evangelho mostra como é que Deus nos aceita: é por meio da fé, do começo ao fim. Como dizem as Escrituras Sagradas: “Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus” (Rm 1.16-17). Não se envergonhe da Palavra, não deixe de ouvir a Palavra.

A Trindade da Palavra: foi escrita (Escrituras), tornou-se carne (Cristo) é proclamada (Pregação).

O sopro de Deus – a Escritura, Cristo e a Pregação são vitais para a igreja e o mundo! Não existe igreja sem o sopro de Deus! Enquanto Deus sopra - ele dá e mantêm a fé.

Por qual motivo é tão urgente pregar a Palavra e tão somente a Palavra? Ler 2Tm 4.3-4; At 7.57.

Pastor, continue a pregar a Palavra (2Tm4.2), continue soprando o sopro de Deus sem perder o fôlego. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann 

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Você é um dos nove? Ou está entre os 10%?

 

09 de outubro 2022

Salmo 111; Rute 1.1-19; 2Timóteo 2.1-13; Lucas 17.11-19

Texto: Lucas 17.11-19

Tema: Você é um dos nove? Ou está entre os 10%?

 

Nem sempre a maioria tem razão! Jesus questiona onde estava a maioria: “Os homens que foram curados eram dez. onde estão os outros nove?” (Lc 17.17). A maioria, dez, veio pedir. Eles tinham razão quanto ao pedido.

A doença fez aquelas pessoas viverem a margem da sociedade. A vida deles era junto com pessoas na mesma situação. O mais próximo de alguém sadio era a uma distancia de 15 metros, por esse motivo eles “pararam longe” (Lc 17.12). Pela lei, eram considerados impuros (Lv 13.45).

A vida dos leprosos era de um vegetativo ambulante! Que terrível era essa vida. Essas pessoas, mesmo a margem da sociedade, sabiam os acontecimentos e por isso, ao saberem que Jesus estava passando por ali gritaram: “Jesus, Mestre, tenha pena de nós!” (Lc 17.13). Devolva nossa vida!

Jesus atende ao pedido e afirma: “Vão e peçam aos sacerdotes que examinem vocês” (Lc 17.14). Ou melhor, sejam restituídos a sociedade (Lv 14). Voltem a viver normalmente, mas antes, como destaca a lei (Lv 14.23) é preciso ser examinado pelo sacerdote e assim haver o reconhecimento de que estão puros e aptos a ser reintegrada a sociedade. Curados, poderiam voltar para casa, conviver com seus amigos, participar da adoração no templo.

Confiantes na Palavra dita por Jesus, àquelas pessoas se dirigem ao sacerdote para serem examinados. E, “um dos dez, vendo que fora curado, voltou, dando glória a Deus em alta voz” (Lc 17.15). Por mais que a ansiedade para retornar a vida normal estivesse aflorada, o samaritano resolve dar meia volta e agradecer a Jesus.

Por que os outros nove não retornaram?

Para eles era preciso se apresentar ao sacerdote, pois isso era requerido pela lei. O sacerdote era um tipo de mediador e por meio de um sacrifício o curado era considerado puro novamente. Na época, o sacerdote era um inspetor de saúde e atestava a cura.

O samaritano era uma raça misturada e não mais pura conforme os judeus ortodoxos. Das 12 tribos de Israel, 10 delas foram levadas para o cativeiro Assírio, no entanto, os pobres foram deixados em Samaria. E, com a queda do Reino do Norte, Sargon II, rei da Assíria, enviou para Samaria (Norte – Israel), gente da Babilônia, de Culta, Ava, Hamate e Sefarvaim para colonizar o país, e isso causou mistura no sangue judeu, assim surgiu os samaritanos. Dessa forma, aos pés de Jesus temos alguém que era impuro devido a sua doença e impuro devido a raça. Se os outros foram até o sacerdote para se colocarem diante de Deus, aquele que impuro devido a raça estava aos pés do Filho de Deus, e ouve: “sua fé te salvou” (Lc 17.19). Enquanto nove foram atrás de atestado de cura e voltar a vida normal, o samaritano atestou sua fé indo agradecer a Jesus e a resposta de Jesus atesta que a fé era verdadeira.

Observe que era um samaritano agradecendo um judeu e os judeus não vieram agradecer o judeu esperado conforme as promessas bíblicas. O que antes estava impedido de se dirigir a Deus, agora está aos pés de Jesus. Se para os judeus o samaritano não obedecia a lei, para Jesus sua adoração e glorificação era resposta de fé.

Na viagem de Jesus para Jerusalém que iniciou em Lucas 9.52 e até o corrente texto Lucas 17.11, ele está passando pela Samaria, um território não judeu.

Esse samaritano “glorificava a Deus em alta voz” (Lc 17.15). Uma coisa que, por ser samaritano, aquele homem estava impedido de fazer no templo devido a sua raça. Para os judeus a mancha da lepra foi curada, mas a mancha de ser samaritano, não.

Lucas foi um evangelista que destacou o louvor do povo de Deus diante das coisas maravilhosas que Deus fazia (Lc 1.46-55; 1.68-79; 2.29-32; 5.25-26; 7.16; 13.13; 17.15-18; 18.43; 19.37).

Nove não retornaram por ser preciso observar a lei. A observância da lei lhes acumularia méritos e créditos diante de Deus. O relacionamento com Deus se dava numa troca por meio da observância da lei e a gratidão não fazia parte desse relacionamento, haja vista ser merecimento tudo que recebiam. Para os judeus era normal receber um favor de Deus, assim, não lhes parecia ser necessário agradecer. O samaritano volta para agradecer, pois, sabe que não era merecedor daquela cura e do favor divino.

Você é um dos nove? Ou está entre os 10%?

Não temos nenhum mérito diante de Deus. Tudo é graça. A salvação, o pão de cada dia, a vida ...

A gratidão a Deus é dar louvor a quem é devido. Diria que, deixar de agradecer é tomar o nome de Deus em vão. Nada mereço, mas por tudo eu agradeço. A gratidão mostra que recebi todo o necessário para o corpo e a vida por amor e graça. A gratidão apresenta que dependo de Deus. Tanto bens materiais quanto espirituais provêm das mãos de Deus, por esse motivo somos incentivados a orar: “Pai Nosso ...” e concluir testemunhando: “Pois teu é o Reino, o poder e a glória”, ou seja, tudo vem de ti. Louvado seja teu nome, Porque é ele quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas” (At 17.25).

Querido irmão e irmã em Jesus: “Em tudo dai graças” (1Ts 5.18), afinal, devemos estar “sempre dar graças a Deus por todas as coisas” (Ef 5.20).

Recordemos que o próprio Jesus deu graças a Deus por ter revelado sua mensagem aos pequeninos (Mt 11.25). Antes de distribuir os pães aos cinco mil famintos, deu graças (Jo 6.11). Na ressurreição de Lázaro, Jesus agradeceu ao Pai (Jo 11.41). Ao distribuir o cálice por ocasião da instituição da santa ceia, Jesus deu graças (Mt 26.27).

Você é grato por ter uma congregação, um dia, um pastor, e assim estudar a Palavra de Deus? Você é agradecido pelo que hoje tem para se alimentar? Está agradecido pela vida e saúde? Você é grato em poder participar da santa ceia?

Nada disso merecemos! Ser grato, louvar a Deus, é testemunhar a fé que nos salva. A fé é o presente de Deus que nos move a louvar aquele do qual tudo recebemos, mesmo não merecendo, inclusive a purificação dos pecados. Amém!

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Uma certeza num mundo cheio de certezas incertas!

 02 de outubro 2022

Salmo 62; Habacuque 1.1 – 4; 2. 1 - 4; 2Timóteo 1. 1 - 14; Lucas 17. 1 - 10

Texto: 2Timóteo 1. 12

Tema: Uma certeza num mundo cheio de certezas incertas!

 

A reação de qualquer pessoa diante do que lhe é dito é: você tem certeza?

As pessoas querem ter certeza! Seja diante de algum negócio ou alguma notícia.

Ao refletir sobre certeza, você tem certeza da salvação? Se você morresse hoje, tem certeza de que Deus o receberia no céu?

Infelizmente muitos não têm essa certeza! Mesmo entre cristãos, são poucos os que a têm certeza de sua salvação.

Conforme a lei de Deus, todos nós estamos pedidos, condenados e merecemos a eterna condenação. Não temos forças e nem sequer é possível por nós mesmos mudar esse terrível quadro. Precisamos de um salvador! O que nenhum ser humano pôde fazer, Deus realizou por seu Filho, Jesus Cristo. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).

A salvação está em Cristo! Como eu obtenho essa salvação?

A Palavra de Deus responde que é por arrependimento e fé. Arrependimento é reconhecer os pecados e como pecador sou condenado pela lei de Deus e perdido, pois não posso salvar a mim mesmo.

O ser humano se julga necessitado de tantas coisas, e busca de todas as maneiras suprir suas supostas necessidades. E, é apenas pelo Espírito Santo que pela Palavra de Deus nos mostra a necessidade de salvação. O arrependimento não é uma obra nossa, mas do Espírito Santo que mostra a necessidade do perdão e da salvação. Arrepender-se é constatar de que estou perdido. Assim, viver longe da Palavra é passar a viver distante da maior necessidade e carência humana: a salvação. Sem a Palavra de Deus ignoramos a necessidade do arrependimento e não temos a certeza do perdão e da salvação. Pela Palavra que opera no batismo e na pregação, recebo a fé, o presente das mãos de Deus. Pela sua Palavra, Deus iniciou e continua sua boa obra. Por esse motivo o apostolo expressa: “Porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” (2Tm 1.12).

A certeza da salvação pela fé é uma doutrina que o diabo atacou desde o princípio e continua atacando, semeando dúvidas. O diabo procura tirar esta certeza. Por esse motivo, tenha muito cuidado, pois alguns ensinam que Cristo dá o primeiro passo e que é preciso trabalhar para completar a salvação por suas boas obras. Lembre que a salvação me leva as boas obras e não são as boas obras que me levam a salvação. Tenha muito cuidado, muitos negam o pecado original e dizem que o ser humano não é totalmente corrompido pelo pecado original e assim pode se decidir por Deus e dessa forma a salvação deixa de ser graça para ser obra da vontade humana.

Num mundo cheio de certezas incertas, a certeza da salvação em Cristo é constantemente questionada. Exclamamos nossas certezas com força nos pulmões, mas ficamos receosos diante da certeza da salvação. Essa é a grande tentação proveniente da nossa natureza pecaminosa e da nossa carne que atormenta nossa consciência e semeia dúvida. Assim a pessoa passa a se questionar: será que minha fé é verdadeira?

Nessa situação pare de olhar para você. Olhe e ouça a Palavra de Deus! A fé não é sentimento. Eu não creio na minha fé. E a fé, presente de Deus que me agarra a Cristo e na salvação que ele oferece.

Num mundo cheio de certezas incertas, a Palavra de Deus me dá a certeza da salvação em Cristo e por essa Palavra, “... sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” (2Tm 1.12). Amém.

ERT

Edson  Ronaldo Tressmann

terça-feira, 20 de setembro de 2022

Que todo meu ser louve ao Senhor.

 

25 de setembro 2022

Salmo 146; Amós 6.1-7; 1Timóteo 6.6-19; Lucas 16.19-31

Texto: Sl 146

Tema: Que todo meu ser louve ao Senhor.

 

O mundo se divide entre evolucionista e criacionista.

Sou feliz e esperançoso por crer no Deus que criou e tudo mantêm.

A felicidade é o resultado do louvor. Louvo por ser e estar feliz em Deus.

Deus está além de todas as coisas.

O salmos146 ao 150, iniciam com aleluia. Aleluia – louva ao Senhor. Esse louvor é início, meio e fim.

Deus é Deus da história e da criação.

Moisés em Dt 4.39, destaca que não há outro Deus. Não existe nada sem Deus. Ao abrir a boca, tudo passou a existir e pela sua palavra mantêm todas as coisas. Nada existiria sem Deus abrir a boca, e meu louvor não existiria se Deus não abrisse a boca e pela sua Palavra me colocasse na fé. Os sem fé, defendem ideologias evolucionistas e ignoram o Deus criador e mantenedor de todas as coisas.

Talvez você ignore o que aqui estou dizendo. O profeta Jeremias disse que Deus é a verdade (Jr 10.10). Pilatos perguntou sobre a verdade. Se ele tivesse tido a chance de ter ouvido assim como ouvimos e cremos no que disse Jesus: eu sou o caminho, a verdade e a vida. Fora de Deus não há vida, verdade e vida. Fora de Deus, por mais sorrisos, não há felicidade. Fora de Deus, mesmo que otimista, não há esperança.

Crer no Deus criador e Senhor da história nos fornece oportunidade de saber que tudo está bem, mesmo parecendo ruim (escravidão, caminhada pelo deserto, exilio).

Confessar que Deus é Senhor (Yahweh), é estar certo do cuidado de Deus, pois SENHOR, representa justiça. E a justiça é a misericórdia de Deus.

Louvar a Deus é reconhecer que não estamos abandonados. Aleluia! Que todo o meu ser te louve, ó Senhor!

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 13 de setembro de 2022

Segue-me!

 18 de setembro de 2022

Salmo 119.33-40; Ezequiel 2.8-3.11; Efésios 4.7-16; Mateus 9.9-13

Culto festivo

 Texto: Mateus 9.9-13

Tema: Segue-me!


Na era das redes sociais as pessoas buscam seguidores e de acordo com o número de seguidores passam a ser influenciadores. Você segue alguém nas redes sociais? Qual é o grau de influência desse "influencer" na sua vida?

Jesus saiu dali...” (Mt 9.9)

De onde Jesus saiu? Do lugar onde havia curado o paralítico e estava andando pelo caminho à Cafarnaum.

..., no caminho, viu um cobrador de impostos, chamado Mateus, sentado no lugar onde os impostos eram pagos. ...” (Mt 9.9).

Dia 21 de setembro a igreja cristã lembra Mateus, apóstolo e evangelista.

Mateus - “Dom de Deus”. Na listagem dos discípulos, Mateus é o único chamado de “o publicano”, (Mt 10.3). O nome cobrador de impostos, publici – publicanos - sinônimo de pecador desprezado. Quando criança aprendeu a lei, os salmos e os profetas. Mas, na juventude buscou riqueza e abraçou a profissão de cobrador de impostos, que devido às facilidades da época, podia se cobrar a mais e ter um bom lucro além do salário. Na época era funcionário dos romanos. Por isso, um judeu ser cobrador de imposto era o mesmo que ser um traidor da pátria.

Provavelmente Mateus já havia ouvido Jesus pregar ou ouviu a seu respeito, afinal, Jesus atuava na Galiléia e estabeleceu residência na cidade de Cafarnaum. Ali Jesus ensinou durante várias semanas e efetuou muitos milagres.

Talvez a pessoa de Mateus depois das pregações de Jesus e seus milagres até teve a vontade de seguir o mestre, pois com certeza a noticia de Jesus teve efeitos no seu coração. A lembrança de Deus, do pecado, da justiça e da vida eterna o havia feito repensar em muitas coisas. Mesmo havendo a vontade, havia um empecilho segundo o próprio Mateus e os judeus da época. Qual? Sua condição social o impedia. Era cobrador de impostos, desprezado pela sociedade judaica, classificado como pecador. Para Mateus e os judeus isso era empecilho, mas, para sua surpresa e de todos, Jesus o chama. Jesus coloca honra sobre aquele que era tido como pecador. A reação dele foi imediata - Mateus o seguiu.

O que impede as pessoas de virem à igreja, à Jesus? Jesus em Lc 14.18-20 conta sobre o convite ao reino. As pessoas convidadas negaram-se a aparecer, pois não tinham tempo. As desculpas: - comprei um sitio preciso ver; - comprei uma junta de bois, precisa prová-la; - casei estou em lua de mel. Na carta aos Romanos (Rm 6.14), o apostolo cita que o cristão muitas vezes pela fraqueza cai nas armadilhas do diabo e assim se afasta de Deus. Na carta aos Coríntios (1Co 6.7-11) enfatiza que as pessoas que estão na prática do pecado são chamadas ao arrependimento, mas por preferirem continuar nessa prática se afasta de Deus. Aos Gálatas (Gl 5.19-21) Paulo ensina que as coisas humanas produzem tudo aquilo que nos afasta do perdão de Deus e na carta aos cristãos da Ásia Menor (Ef 5.5-6) escreve que os descrentes serão condenados por causa dos pecados por não quererem receber de Cristo o perdão dos pecados. O apostolo Pedro em sua segunda carta (2Pe 2.20-22) enumera quanto ao cuidado, pois mesmo um cristão pode cair da fé, e isso é pior que a situação daqueles que nunca conheceram a Jesus.

Jesus lhe disse: Venha comigo. Mateus se levantou e foi com ele” (Mt 9.9).

Segue-me! É possível, eu, pecador desprezado, seguir o profeta, o Filho de Deus? Esses eram considerados impuros e por isso proibido de entrar no templo. Será que ouvi bem! Jesus está me chamando? As pessoas à volta de Jesus, sem dúvida, se admiraram. Jesus está chamando esse homem tão desprezível para segui-lo, para ser seu discípulo?

Quantos convites nós recebemos diariamente para seguirmos? A mídia? Amigos? Familiares?

Mateus fez uma festa de gratidão ao seu novo mestre. Alegria, gratidão e felicidade inundaram sua alma. Coisas que o muito dinheiro não lhe pôde dar. Num pulo Mateus trocou a mesa de dinheiro, pela pobreza; um rico e poderoso senhor, por um homem simples e pobre que não tinha onde reclinar sua cabeça, mas tinha “as palavras da vida”. Trocou uma vida esplêndida, por uma vida de sofrimento e de martírio, como Jesus disse: o mundo vos odeia.

Ainda hoje Jesus chama! Como Deus nos chama? Não é o poder da retórica ou do marketing, mas pelo poder de Deus que atua pela Palavra. Lutero explica no 3º Artigo do Credo Apostólico:, “Creio que pela minha própria razão ou força não posso crer em Jesus Cristo, meu Senhor, nem vir a ele. Mas o Espírito Santo me chamou pelo evangelho,...”.

Pela Palavra e os Sacramentos, o Espírito Santo atua poderosamente (Lc 14.17; 14.16-24; Mt 22.1-14). Ele chama, ilumina, opera a fé, congrega e santifica, (2Tm 1.9; 1Pe 2.9; 2Co 4.6; Jr 31.18; Jó 3.5-6; Ef 2.8-9). Pela Palavra, Jesus chama pecadores ao arrependimento e à fé. Quem não reconhece seus pecados, não perguntará por salvação, nem dará ouvidos ao chamamento de Jesus.

Quais pessoas, Mateus convidou para a festa? ...muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama, Jesus e os seus discípulos” (Mt 9.10). Pessoas que ele conhecia do trabalho, pecadores e publicanos. Mateus dá a chance aos seus colegas para conhecer a Jesus. Relembremos o apostolo Paulo que escreveu para Timóteo que Deus derramou sua graça sobre ele e esse é o desejo de Deus, derramar sua graça sobre todos. Mateus dá a chance aos seus colegas para conhecer a Jesus. Jesus veio chamar pecadores ao arrependimento e lhes oferecer perdão, vida e salvação.

Para os judeus comer com alguém significava uma íntima amizade. Mateus encaminhou a Jesus seus amigos; e Jesus ao comer com essas pessoas deixou claro sua intenção de ter essas pessoas em sua companhia. Jesus chama pecadores ao arrependimento para consolá-los com o maior e mais poderoso consolo que há no mundo: o perdão dos pecados. “Tem bom ânimo, filho; estão perdoados os teus pecados” (Mt 9.2); “Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1 Jo 3.8); “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem enviaste” (Jo 17.3).

Alguns fariseus...”. Quem são? Um dos principais grupos judaicos nos tempos de Cristo. Eram muito rigorosos na obediência à lei de Moisés e a outros ritos e costumes que se agregaram com o passar dos tempos. Eles eram críticos a pessoa de Jesus e desafiavam sua autoridade divina (Mt 16.1-4; Jo 9.13) e esses eram influentes na vida religiosa e social do povo.

...viram isso e perguntaram aos discípulos: Por que é que o mestre de vocês come com cobradores de impostos e com outras pessoas de má fama” (Mt 9.11).

Os fariseus quando ouviram que Jesus convidou Mateus e este o seguiu, não quiseram acreditar. Eles foram até a casa de Mateus ver o que estava acontecendo. Eles chamaram alguns discípulos de Jesus e questionaram a Jesus pelos discípulos (Mt 12.1-2; 15.2; 19.3; Lc 18.11-12; At 15.5; 23.6-8).

Jesus ouviu a pergunta e respondeu: Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Vão e procurem entender o que quer dizer este trecho das Escrituras Sagradas; Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais. Porque eu vim para chamar os pecadores e não os bons” (Mt 9.12-3).

Antes que seus discípulos pudessem responder, Jesus, para mostrar sua onisciência, respondeu: “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes”. Jesus é o verdadeiro cura d´almas. E aquele que conhece sua enfermidade (pecado), dará ouvido a Jesus. Os fariseus, que em sua religiosidade de obras exteriores se julgavam sãos, o desprezavam.

A pergunta a ser feita é: por que se requer arrependimento? A Bíblia é escrita por dois fios - lei e evangelho. Sem a lei ninguém é levado ao arrependimento e a fé. Sem se arrepender de seus erros a pessoa está satisfeita com aquilo que faz e sempre despreza o convite as bodas celestiais. Por isso as pessoas arrumaram aquelas desculpas, não posso comprei um sítio, uma junta de bois, casei. Onde não se tem sede espiritual e também não se aceita o salvador Jesus a lei precisa ser dita. Enquanto a pessoa não reconhecer seu estado de pecador miserável, perdido e condenado, ele fará pouco caso do salvador Jesus (Pv 27.7). O arrependimento não perdoa, ele me leva a fé em Jesus que me dá o perdão.

No Catecismo Menor, sobre a santa ceia, há a pergunta: quem não deseja vir a santa ceia. O que fazer? Examinar se ainda tem corpo e carne. A pessoa que não quer abandonar seus pecados grosseiros e voltar a Jesus Cristo precisa examinar se ainda está neste mundo. Preciso ansiar pela misericórdia de Deus em Jesus Cristo.

Jesus convida os fariseus a reconhecerem seus pecados, principalmente o da hipocrisia. Eles não eram melhores que ninguém, mas se mostravam para as pessoas por causa da lei a qual diziam ser observadores.

Os fariseus faziam vestibular da religião. Muitos hoje também fazem, começam a enumerar pecados nos outros, julgam seu semelhante por comida, bebida, dia de festa, etc. Paulo disse aos Cl 2.16-17; Gl 4.3; Rm 14.1-6; Tg 4.12; Lc 12.5; Gl 1.6. Vivemos pela promessa: Hb 10.19-25; Mt 18.20.

Jesus diz: “Siga-me!

Siga Jesus! Gl 3.10-11; Rm 1.17; At 15.10-11

Jesus chama Mateus e mostra aos próprios fariseus como é difícil levar alguém que confia em suas obras ao reconhecimento de seu erro e movê-los para que confie no evangelho. Somente o evangelho, a boa nova da graça de Cristo, no qual há perdão, vida e eterna salvação, traz paz e esperança ao coração. Mateus se alegrou com essa paz. De rejeitado pela sociedade - foi chamado por Deus. Nós também estávamos perdidos em nossos pecados e delitos, mas fomos trazidos para luz e na luz nós vivemos e precisamos ser uma luz para outros.

Mateus e seus colegas, pecadores arrependidos, alegraram-se com a boa notícia do perdão e seguiram Jesus. Mateus, após a ascensão de Jesus, trabalhou alguns anos entre os Judeus. Escreveu seu evangelho, especialmente para mostrar aos judeus que Jesus é o verdadeiro Messias prometido e profetizado no Antigo Testamento. Depois foi para a África, onde trabalhou conforme a tradição em especial na Etiópia, onde sofreu a morte de mártir.

Felizes aqueles que como Mateus dão ouvidos ao chamado de Jesus e o seguem. Amém.

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Reflexão a respeito da cruz!

 11 de setembro de 2022

Dia da Santa Cruz

Salmo 40.1-11; Números 21.4-9; 1Coríntios 1.18-25; João 12.20-33

Culto festivo

Texto: 1Coríntios 1.18

Tema: Reflexão a respeito da cruz!

 

Ao passar numa rodovia e ver uma cruz ao lado, logo vem na mente que ali alguém morreu. Num cemitério, para onde se olha se vê uma cruz e a lembrança é apenas de morte.

Até mesmo na igreja - a cruz lembra a morte, no entanto, a morte que a cruz lembra é algo que nos traz esperança, todavia “... a mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo; mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus” (1Co 1.18).

A cruz – símbolo de morte na verdade é símbolo de vida, pois, numa cruz Jesus matou a morte. A cruz recebe um dia especial no calendário da igreja. Dia 14 de setembro é o dia da santa cruz. Dia esse em que a cruz é celebrada.

Foi fixado o dia 14 de setembro para celebrar o dia da cruz pelo fato de que nesse dia no ano 335, foi exposta a cruz na igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, a basílica construída sobre o tumulo de Jesus.

Muitas pessoas questionam o costume de se fazer o sinal da cruz. Esse é um costume antigo e sinaliza pertencimento a Deus. Aliás, por isso é que surgiu o costume de usar a cruz no cemitério, afinal a cruz não mostra apenas que tem alguém morto ali na sepultura, a cruz destaca que o corpo ali sepultado pertence a Jesus que foi morto na cruz, mas que não ficou morto - ressuscitou.

A cruz é símbolo distintivo da fé cristã. A cruz, seu efeito salvador, é poder de Deus para salvação (1Co 1.18). Os padres dos primeiros séculos da igreja viam a cruz de maneira muito positiva. A cruz vai muito além da dor, sofrimento e morte. No culto da semana passada ouvimos a leitura onde Jesus convida a carregar a cruz, ou melhor, suportar sofrimentos, divisões, perseguições por causa do evangelho de Jesus. Recorde que, após carregar a cruz, há ressurreição e vida. Toda vocação cristã é realizada sob a cruz, seguindo em sua direção, olhando constantemente para a cruz.

Aquele que enganado pela sua religiosidade perseguiu Jesus, foi rendido e passou a proclamar a mensagem da cruz, pois descobriu que a mensagem, o conteúdo da cruz (Jesus), é o poder de Deus para salvar. Por mais que haja Deus, sem a obra redentora de Jesus Cristo na cruz, não há salvação.

A mensagem da cruz é o poder de Deus para condenação e para salvação! Ver a cruz, lembrar a cruz, fazer o sinal da cruz não significa ter um amuleto, significa recordar o ferimento do diabo no Filho de Deus e também o esmagamento da cabeça da serpente realizado por Jesus (Gn 3.15). Na cruz, Jesus que parecia ter sido derrotado estava derrotando o poder da condenação da lei e do pecado, bem como o diabo e a morte eterna. Por esse motivo o convite para olhar para a cruz e crer na mensagem da cruz é constante, pois a mensagem da cruz é poder de Deus para salvar (1Co 1.18).

Em um episódio ocorrido no Antigo Testamento (Nm 21) o povo de Deus era curado quando olhava para a serpente de bronze (Nm 21.9) e, a luz do Novo Testamento, de igual modo ao contemplarmos a cruz e seu conteúdo e mensagem, se é salvo. Na cruz contempla-se aquele que morreu e se entregou livremente: “...o Filho do Homem tem de ser levantado, para que todos os que crerem nele tenham a vida eterna. Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.14-16).

A cruz é também símbolo de discipulado! A cruz proposta para cada seguidor traz com ela a marca distinta daquele que se segue, assim, divisão, sofrimento, perseguição, são inevitáveis, mas não a derrota e nem sequer algo estranho na vida cristã. Essas coisas não sinalizam que Deus o abandonou, pelo contrário, é evidência de que se está na caminhada cristã.

A cruz é a identidade do cristão tanto que ao ser batizado, cada um recebeu e recebe o sinal da cruz, tanto no peito quanto na testa. Esse mesmo sinal da cruz é realizado quando o corpo é guardado na sepultura. Pela cruz nascemos e vivemos e por sua mensagem vivemos eternamente.

Todo lar cristão poderia ter um crucifixo. Dessa forma, todo o dia o crente lembraria que não importa a cruz daquele dia, pois na cruz, o Filho de Deus venceu o pior inimigo (morte eterna e o diabo). O olhar para cruz lembra o que Deus por amor é capaz de fazer. E esse amor se renova a cada manhã (Lm 3.22-23).

O mundo precisa da mensagem da cruz! Carregue sua cruz com alegria e que a mensagem da cruz, o poder de Deus, salve aqueles que infelizmente continuam relutantes a cruz! Amém

ERT

Entre lógicas: do mundo e do Reino de Deus! (Lc 16.1-15)

  21 de setembro de 2025 Décimo quinto domingo após Pentecostes Salmo 113; Amós 8.4-7; 1Timóteo 2.1-15; Lucas 16.1-15 Texto: Lucas 16...