segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Vigie, orem sempre, escape de tudo o que vai acontecer e esteja de pé na presença do Filho do Homem, quando ele vier (Lc 21.36)

 Primeiro Domingo no Advento

01 de dezembro de 2024

Salmo 25.1-10; Jeremias 33.14-16; 1Tessalonicenses 3.9-13; Lucas 21.25-36

Texto: Lucas 21.25-36

Tema: Vigie, orem sempre, escape de tudo o que vai acontecer e esteja de pé na presença do Filho do Homem, quando ele vier.

 

...fiquem vigiando e orem sempre, a fim de poderem escapar de tudo o que vai acontecer e poderem estar de pé na presença do Filho do Homem, quando ele vier” (Lc 21.36)

 

Feliz ano novo!

Cadê a champanhe, o banquete, fogo, festa, roupa nova?

Advento “vinda, chegada”.

Advento possui dois significados importantes e essenciais.

Primeiro: a celebração da vinda do menino Jesus, que nasceu em Belém.

Segundo: a vinda definitiva e derradeira (significado escatológico).

Advento é um período de quatro semanas e pode ser dividido em duas partes dentro da celebração litúrgica. Do primeiro domingo no advento até dia 16 de dezembro ouvimos leituras bíblicas que destacam a espera. A segunda parte vai do dia 17 dezembro até dia 24 onde as leituras bíblicas destacam o nascimento de Jesus.

Na leitura do evangelho para esse primeiro domingo no advento ouvimos as palavras de Jesus: “...fiquem vigiando e orem sempre, a fim de poderem escapar de tudo o que vai acontecer e poderem estar de pé na presença do Filho do Homem, quando ele vier” (Lc 21.36).

Observe os quatro destaques de Jesus:

1 – ficar vigiando;

2 – orar sempre;

3 – escapar dos sinais que estão acontecendo;

4 – estar de pé diante de Jesus quando ele vier;

A necessidade de vigiar deve-se as muitas distrações a quais se está exposto. Jesus destaca a ocupações com as festas, bebedeiras e problemas desta vida (Lc 21.34).

O povo de Deus foi advertido pelo profeta Oséias sobre o fato de estarem padecendo por falta de conhecimento de Deus. O povo de Deus estava padecendo por falta de conhecimento do amor de Deus. Deus amava o povo e retratou esse amor fazendo o profeta Oséias se casar com Gômer, uma prostituta. Deus não amava só o seu povo, por isso, contemporâneo de Oséias, o profeta Jonas foi enviado para Nínive, um povo inimigo do povo de Deus. E não bastasse o profeta Oséias, Deus enviou também o profeta Amós para condenar as injustiças sociais praticadas pelo seu povo.

O povo de Deus não estava vigilante. Eles julgavam a prosperidade como sendo aprovação de Deus aos seus atos, todavia, Amós denunciou e convidou o povo de Deus ao arrependimento. E, enquanto o povo de Deus se julgava melhor que os outros povos, Deus envia o profeta Jonas a uma nação inimiga do povo de Deus para enfatizar que Deus ama a todos igualmente.

É preciso destacar: o povo de Deus vivia distraído em si mesmo. É como àquela pessoa que julga sua família superior a qualquer outra e fecha em torno de si mesma.

O alerta de Jesus visa preparar os seus. Você é uma pessoa distraída? O que é capaz de tirar seu foco e te manter distraído?

Muitas pessoas estão distraídas pelas festas, bebedeiras e problemas desta vida. Na época do profeta Oséias, as pessoas estavam perdendo o juízo devido a sensualidade e a bebedeira (Os 4.11).

Nesse primeiro domingo de advento somos convidados a ficar atentos.

É verdade, você é livre para fazer o que bem entende. Mas, nos convém refletir no pedido do salmista: “ensina-me os teus caminhos! Faze com que eu os conheça bem. Ensina-me a viver de acordo com a tua verdade, pois tu és o meu Deus, o meu Salvador” (Sl 25.4-5).

Deus não quer interferir na sua liberdade! Todavia, Deus não quer nossa liberdade nos afaste dEle. Deus não é um “estraga prazer”, ao contrário “Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres. Por isso, continuem firmes como pessoas livres e não se tornem escravos novamente” (Gl 5.1).

A nossa liberdade diante da liberdade que Cristo nos oferece mostra o quanto somos vulneráveis!

Dentro dessa vulnerabilidade, as escolhas livres que fazemos, muitas vezes nos conduz a viver uma vida egoísta e não darmos ouvidos para nada mais do que as festas, as bebedeiras e as preocupações momentâneas.

O desafio é saber lidar com a liberdade que temos e saber vigiar. Ouça as palavras do apostolo Paulo: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada me domine” (1Co 6.12).

Vigiar é necessário, pois pode-se cair no esquecimento quem é Deus e o quanto Ele ama o pecador. Relembremos a oração do salmista: “esquece os pecados e erros da minha mocidade. Por causa do teu amor e da tua bondade, lembra de mim, ó Senhor Deus!” (Sl 25.7).

Jesus convida. Esteja atento:...fiquem vigiando e orem sempre, a fim de poderem escapar de tudo o que vai acontecer e poderem estar de pé na presença do Filho do Homem, quando ele vier” (Lc 21.36).

2 – ore sempre;

Quando nos distraímos, de maneira especial com os cuidados dessa vida, orar torna-se o melhor a fazer.

Davi, ante a sua aflição e perseguição, orou: “Ó Senhor Deus, a ti dirijo a minha oração” (Sl 25.1). Diante das suas constantes prisões, o apostolo Paulo orou para poder rever os tessalonicenses e, que o amor deles de uns para com os outros aumentasse ainda mais (1Ts 3.12ss).

A ênfase para que se ore sempre é um ensino para manter regularidade na oração. Da mesma forma como podemos nos distrair e deixar de vigiar, as festas, as bebedeiras e as preocupações com as coisas aqui e agora, podem impedir nosso orar.

Martinho Lutero dizia que a oração é a maior obra do crente e um elemento chave da vida cristã. Ao escrever ao seu barbeiro, Pedro Beskendorf, Lutero escreveu como se deve orar: “Às vezes sinto que, por causa de ocupações ou de pensamentos alheios, fiquei frio ou perdi a vontade de orar. Pois a carne e o diabo estão constantemente dificultando e impedindo a oração”.

Orar sempre (Lc 21.36; 1Ts 5.17) destaca o relacionamento com Deus. O ato de orar mostra o relacionamento com Deus mesmo diante de tantas outras oportunidades.

...fiquem vigiando e orem sempre, a fim de poderem escapar de tudo o que vai acontecer e poderem estar de pé na presença do Filho do Homem, quando ele vier” (Lc 21.36).

1 – fique vigiando;

2 – ore sempre;

3 – escape dos sinais que estão acontecendo;

Quando Jesus subiu aos céus (At 1) e os discípulos ficaram olhando para cima como se Jesus fosse retornar rapidamente, o anjo lhes anunciou: “...esse Jesus que estava com vocês e que foi levado para o céu voltará do mesmo modo que vocês o viram subir” (At 1.11).

Jesus virá para julgar os vivos e os mortos. Quando será?

Não se sabe. Jesus não disse o dia nem a hora. Mas, nos deixou sinais evidentes que estão ocorrendo.

Quando Jesus nos deixou de sobreaviso, sua didática é justamente para que não nos assustemos, mas, prossigamos no caminho cristão. Se tudo que Jesus disse já aconteceu e está acontecendo, lembre-se: “Quando essas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e de cabeça erguida, pois logo vocês serão salvos” (Lc 21.28).

As ocorrências dos sinais acarretam na destruição de lugares e pessoas, todavia, o objetivo é para que cada qual vigie, ore, permaneça firme na fé para que quando Jesus vier esteja de pé diante de Jesus.

...fiquem vigiando e orem sempre, a fim de poderem escapar de tudo o que vai acontecer e poderem estar de pé na presença do Filho do Homem, quando ele vier” (Lc 21.36).

1 – fique vigiando;

2 – ore sempre;

3 – escape dos sinais que estão acontecendo;

4 – esteja de pé diante de Jesus quando ele vier;

Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Aprenda a lição que a figueira ensina (Mc 13.28)

 Último Domingo do ano da Igreja

24 de novembro de 2024

Salmo 93; Daniel 7.9-10;13-14; Apocalipse 1.4b-20; Marcos 13.24-37

Texto: Marcos 13.24-37

Tema: Aprenda a lição que a figueira ensina (Mc 13.28)

 

Você já presenciou uma convulsão?

Ao ter presenciado uma convulsão - qual foi seu sentimento?

Algumas pessoas que presenciaram uma convulsão dizem que o sentimento é de impotência.

As palavras de Jesus registradas pelo evangelista Marcos no capítulo 13.24-27 enumeram uma convulsão universal.

Estar diante de alguém que enfrenta uma convulsão deixa quem presencia num estado de confusão, afinal, não se sabe como agir. Agora pense por um momento nessa convulsão universal (Sol escurecendo, lua sem brilho, estrelas caindo, abalos espaciais).

Jesus deseja que àqueles que tiverem vivos nesse dia estejam preparados. Por essa razão enfatiza: “Aprendam a lição que a figueira ensina. Quando os seus ramos ficam verdes, e as folhas começam a brotar, vocês sabem que está chegando o verão” (Mc 13.28).

Na semana passada ouvimos na leitura da Marcos 13.1-13, Jesus dizer que “essas coisas serão como as primeiras dores de parto” (Mc 13.8). As mulheres sabem que quanto mais contrações, mais próximo está do bebê nascer.

Não muitos anos atrás, as contrações eram frequentes (pouco se ouvia falar sobre terremotos, guerras, falsos mestres). Atualmente as contrações são constantes (só em 2024 tivemos 10 desastres naturais, desde a enchente no RS até o intenso calor que matou milhares na Índia. Sem enumerar os 5 homens que se dizem ser o Messias mundo afora).

Nesse culto Jesus nos convida a prestar atenção e aprender com a figueira.

A figueira é uma das espécies cultivadas mais antigas do mundo. É a terceira árvore a ser citada na Bíblia (Adão e Eva pegaram folhas de figueira, por isso, muitos a tem como símbolo de castidade. A figueira representa a terra prometida, Dt 8.7-8; 1Rs 4.25, por essa razão é símbolo de prosperidade e segurança). Uma árvore adaptável a qualquer clima.

...Quando os ramos da figueira ficam verdes, e as folhas começam a brotar vocês sabem que está chegando o verão” (Mc 13.28).

Ao ler esse versículo prontamente me recordei do versículo escrito em 1Crônicas 12.32: “E dos filhos de Issacar, duzentos de seus chefes, destros na ciência dos tempos, para saberem o que Israel devia fazer, e todos os seus irmãos seguiam suas ordens”.

Os filhos de Issacar tinham uma visão profética sobre o que Deus estava por fazer e estavam dispostos a fazer as mudanças necessárias para que tudo ocorresse conforme os propósitos de Deus.

Recordemos que num tempo em que estar sujeito a uma mulher era inconcebível, foi justamente Issacar que se aliou com Débora para lutar contra os cananeus. Issacar fez isso por ter entendido que Deus havia levantado Débora para tal missão.

Aprender com a lição da figueira significa estar atento aos tempos em que se está vivendo e manter-se firme e inabalável e assim seguro naquilo que Deus deseja em determinada situação.

Aprender com a lição da figueira é agir como os filhos de Issacar, ou seja, aplicar a verdade para nosso bem-estar. Não é apenas conhecer a verdade, é aplicar a verdade para nosso viver.

Interessante notar que os filhos de Issacar eram pessoas que estavam sujeitos a uma única autoridade. Isso nos ensina que sujeitar-se a autoridade traz união e ouvir uma só voz beneficia a todos.

Em tempos do fim, muitas são as vozes que aparecem. E essas vozes causam muita confusão.

Aprendam a lição que a figueira ensina. Quando os seus ramos ficam verdes, e as folhas começam a brotar, vocês sabem que está chegando o verão” (Mc 13.28).

Se as contrações estão aumentando. Os galhos da figueira estão verdes e suas folhas começam a brotar.

Você sabe me dizer quando se inicia o verão em 2024?

Dia 21 de dezembro as 07h20.

Se eu não sei nem sequer essa data tendo a minha disposição a internet para saber, o que dirá com o último dia nesse mundo caído em pecado.

É preciso aprender a lição da figueira!

O evangelista Mateus registra que Jesus repreendeu os judeus por não saberem discernir os sinais dos tempos. Caríssimo irmão, não caia nesse erro.

Lembre-se: o Jesus Cristo rejeitado durante o seu ministério será o juiz! E não haverá desculpas para àqueles que ainda o rejeitam.

O apostolo João ao escrever a carta de Jesus para a igreja, enfatizou: “Eu sou João, irmão de vocês; e, unido com Jesus, tomo parte com vocês no Reino e também em aguentar o sofrimento com paciência. ...” (Ap 1.9).

Numa época em que o Imperador devia ser adorado e o apostolo João e outros cristãos não o adoraram, acabaram sendo presos e outros que foram mortos. Dessa forma, ao escrever para os cristãos para “aguentar o sofrimento com paciência” (Ap 1.9), estava dizendo para que se permanecesse debaixo da cruz.

Paciência é a palavra grega Hypomone - Hypodebaixo; Menoficar.

A exemplo de Jesus, a igreja carrega uma cruz. Nessa cruz, somos exortados a permanecer embaixo.

A cruz será substituída pela coroa.

Aprendam a lição que a figueira ensina. Quando os seus ramos ficam verdes, e as folhas começam a brotar, vocês sabem que está chegando o verão” (Mc 13.28).

Os sinais estão ocorrendo e um dia Jesus virá. Mas, o fato é que Jesus promete cuidar da sua igreja.

Aprender a lição da figueira significa observar os sinais dos tempos.

Observe que a apostasia está aumentando. As pessoas estão abandonando a igreja por qualquer motivo. O desprezo ao evangelho está escancarado. Nesses tempos do fim o diabo está usando muitas artimanhas para te afastar do evangelho que garante a salvação em Jesus.

Aprender a lição da figueira significa dizer que Jesus fala dos acontecimentos e não do dia exato.

É natural as pessoas questionarem o motivo pelo qual Jesus não ter dito o dia em que retornaria. Qual motivo nesse silêncio?

Para nos manter na espera e não desanimar na espera. Esse silencia visa nos manter preparados. Por isso, o apostolo Pedro escreveu em sua segunda carta: “...Vocês fazem bem em prestar atenção nessa mensagem. ...” (2Pe 1.19). O apostolo João ao escrever a carta de Jesus para a igreja, relatou: “Feliz quem lê este livro, e felizes aqueles que ouvem as palavras desta mensagem profética e obedecem ao que está escrito neste livro! ...” (Ap 1.3).

Mesmo não sabendo o dia e nem a hora, “o céu e a terra desaparecerão...” (Mc 13.31). Todavia, não é o fim que deve nos paralisar. Por isso Jesus indica algo essencial: vigiar (v.33).

Aprender a lição da figueira significa ficar atento. Cuidar para não se tornar espiritualmente indiferente. Tem pessoas que ainda não estão dormindo, mas já puxaram o cobertor para se cobrir e assim dormir.

Aprender com a lição da figueira significa que é necessário um autoexame. Nunca é cedo para se arrepender!

Na carta de Jesus para sua igreja, João escreveu o alerta para que os cristãos não se distraiam (Ap 1.7). Jesus Cristo é o centro da igreja e age em favor da igreja. Jesus que tinha “uma faixa de ouro em volta do peito” (Ap 1.13), ou seja, Jesus está a serviço da igreja (Ap 15.6).

Aprendam a lição que a figueira ensina. Quando os seus ramos ficam verdes, e as folhas começam a brotar, vocês sabem que está chegando o verão” (Mc 13.28). Amém

 

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

A carta do amor de Jesus para sua igreja em meio aos eventos que ocorrem enquanto atua nesse mundo (Ap 1.4-20).

 Último Domingo do ano da Igreja

24 de novembro de 2024

Salmo 93; Daniel 7.9-10;13-14; Apocalipse 1.4b-20; Marcos 13.24-37

Texto: Apocalipse 1.4-20

Tema: A carta do amor de Jesus para sua igreja em meio aos eventos que ocorrem enquanto atua nesse mundo.

 

Quanto tempo faz que você não recebe uma carta? Aliás, você já recebeu alguma carta?

Primeira coisa que é preciso para escrever uma carta é ter destinatário. Após isso, se escreve uma saudação. Com o destinatário e a saudação passa-se a escrever a mensagem a despedida ao final da carta.

Apesar de muitas pessoas terem em Apocalipse um livro de revelações assustadoras, esse livro, o último da Bíblia é uma carta amorosa de Jesus para sua igreja.

O autor dessa epistola, “... da parte de Deus, aquele que é, que era e que há de vir ...e da parte dos sete espíritos...” (Ap 1.4; Ex 3.14; Ap 4.5), é o Deus que se revelou para Moisés no Monte Sinai, onde o chamou para libertar o povo de Deus da escravidão do Egito (Ex 3.14). Os “sete espíritos” é a maneira como Salomão e o profeta Zacarias se referiam ao Espírito Santo (Pv 9.1; Zc 3.9).

O Pai, o Espírito Santo e também Jesus, destinaram essa carta para a igreja como um todo.

Apesar dessa carta ser destinada originalmente para as igrejas da Ásia (atual Turquia), o número “sete” é uma referência a toda igreja no mundo inteiro. O endereçamento da carta é específico: “às sete igrejas que estão na província da Ásia” (Ap 1.4).

Para toda as igrejas, Jesus revela os mistérios de Deus, que atinge a história da igreja aqui na terra até o último dia.

Quem são essas igrejas?

Apocalipse 1.11 descreve por nome: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.

Éfeso - João que estava preso por causa do evangelho, morou por quase 30 anos. Conhecia os membros, os problemas, as fraquezas, vitórias e derrotas. Éfeso é destacada como uma igreja apostólica.

Esmirna – uma igreja que estava sofrendo, mas, com a graça de Deus estava vencendo os sofrimentos. Não é repreendida.

Pérgamo – uma igreja numa cidade rica. Presenciou a morte de um mártir que preferiu morrer e não abandonar sua fé em Cristo (Ap 2.13).

Tiatira – a igreja onde ocorreu a primeira conversão ao cristianismo em solo europeu. A igreja da cidade de Lídia (At 16.11-15). Essa igreja se tornou corrupta e idolatra.

Sardes – uma igreja que enfrentou muitas pressões, tensões e tentações. Os poucos fiéis precisavam de encorajamento espiritual.

Filadélfia – modelo de uma congregação com pouca força, porém muita fidelidade.

Laodiceia – uma igreja muito rica financeiramente, porém pobre espiritualmente e a beira de se perder completamente.

Observem que o retrato dessas sete igrejas é o retrato vívido da igreja em todo o mundo. Por essa razão é tão peculiar a constância na leitura e meditação dessa carta. A epistola do amor de Jesus para com sua igreja em meio aos eventos que ocorrem enquanto a igreja atua nesse mundo.

Primeiro: olhem, não sejam distraídos (v.7);

Segundo: permaneça debaixo da cruz (v.9);

Terceiro: a igreja ainda é uma luz para o mundo (v.13);

Apocalipse é o livro mais evangélico de toda a Bíblia. Infelizmente, muitos tem uma conclusão contrária a essa bela epistola. Ela apresenta Jesus, o vencedor e sustentador da igreja. Jesus é a testemunha fiel; o primeiro Filho que foi ressuscitado e que governa os reis do mundo inteiro. Jesus Cristo nos ama e pela sua morte na cruz nos livrou de todos os pecados.

O tema central da carta de Jesus para a igreja é: a volta de Jesus Cristo e sua consequência.

olhem, não sejam distraídos (v.7)

Olhem! A traduções que traduziram o olhem por eis. Quando ocorre a expressão eis, olhem – significa que coisas extraordinárias serão relatadas. É um artificio de linguagem para chamar a atenção para aquilo que será lido e ouvido. É o famoso “ei, presta atenção”.

Quem precisa prestar atenção?

Àqueles que ainda não creem.

Ouça o alerta de que esses que não creem “todos chorarão” (Ap 1.7). A expressão chorar significa bater no peito em sinal de desespero (Mt 24.30). “E certamente será assim. Amém” (Ap 1.7), ou seja, não haverá mudança.

Diante disso, permaneça no seu estado de feliz. “Feliz quem lê este livro, e felizes aqueles que ouvem as palavras desta mensagem profética e obedecem ao que está escrito neste livro! Pois está perto o tempo em que todas essas coisas acontecerão” (Ap 1.3).

A igreja não precisa temer, pois, Deus diz: “Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que é, que era e que há de vir” (Ap 1.8).

Deus é PantoKrator – Pás (tudo, todo) Kratos (poderoso, poder). Deus têm autoridade absoluta em todos os eventos e acontecimentos.

O convite da carta de Jesus é para que os seus leitores e ouvintes permaneçam fiéis a Palavra quanto a mensagem da salvação.

O grande assédio para o cristão é que abandone a obra de Cristo e se agarre em suas próprias realizações. Ouvimos na semana passada a exortação do autor a carta aos Hebreus: “Não deixemos de congregar-nos”, ou melhor, não abandonemos a garantia de Deus quanto a nossa Salvação que é Jesus Cristo.

permaneça debaixo da cruz (v.9);

Era uma época em que o Imperador devia ser adorado. Como o apostolo João e outros cristãos não o adoraram, acabaram sendo presos. Houve quem fosse morto.

Mesmo preso em Patmos, João escreve que os cristãos precisavam “aguentar o sofrimento” (Ap 1.9).

Esse aguentar o sofrimento é descrito pela palavra paciência (Hypomone). Hypo – debaixo; Meno – ficar.

A igreja a exemplo de seu cabeça, carrega uma cruz. E dessa cruz, somos exortados a permanecer embaixo. É um carregar a cruz.

De onde João estava, na ilha de Patmos, conseguia visualizar todas as sete igrejas. E alguém que estava carregando a cruz, escrevia, permaneçam debaixo da cruz.

a igreja ainda é uma luz para o mundo (v.13);

Vendo as igrejas, João recebe a visão dos sete candelabros de ouro. Ouro era o metal mais precioso na época. Esses sete candelabros é a igreja.

A igreja é um candelabro para esse mundo. Ela brilha e irradia luz para as pessoas.

A igreja é uma luz acessa em meio a escuridão desse mundo.

E no meio dessa igreja está Jesus Cristo, o vencedor.

Observe que ao ver os candelabros (igreja), o ponto da visão é que “no meio deles estava um ser parecido com um homem” (Ap 1.13).

João estava tendo uma réplica da visão do profeta Daniel (Dn 10.5-6), onde Jesus Cristo era revelado como aquele que está no meio da igreja. Jesus Cristo é o centro da igreja e age em favor da igreja. Esse Jesus que tinha “uma faixa de ouro em volta do peito” (Ap 1.13), está a serviço da igreja (Ap 15.6).

João descreve a cabeça de Jesus, seus cabelos, olhos, pés e voz, assim como o profeta Daniel descreveu o ancião de dias (Dn 7.9,13).

João descreve Jesus por sua santidade e pureza absoluta (cabelos brancos, Ap 1.14). Jesus é poderoso e onisciente (olhos brilhantes, Ap 14). Seus olhos como fogo significa dizer que nada pode se esconder de Jesus (Ap 1.14; Dn 10.5,6). Jesus tem uma voz irresistível, ninguém irá silenciar (Ap 1.15; Ez 1.24; 43.2; Ap 14.2; 19.6, Dn 10.6), ou seja, Jesus virá para julgar os vivos e os mortos.

Esse Jesus tem algo em suas mãos. Você sabe o que é?

sete estrelas” (Ap 1.16). Essas sete estrelas “são os anjos” (Ap 1.20).

O que Jesus tem em suas mãos são os pastores (Dn 12.3), de forma mais suscinta o ministério. Pela igreja e o ministério Jesus age nesse mundo para salvar.

A igreja e o ministério pertencem a Jesus. A missão da igreja é emergente.

 

Edson Ronaldo Tressmann

 

Bibliografia

ROTTMANN. Johannes. Vem, Senhor Jesus - Apocalipse de S. João. Ed. Concórdia. Porto Alegre, RS, 1993.

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Não deixemos de congregar

 Vigésimo sexto Domingo após Pentecostes

17 de novembro de 2024

Salmo 16; Daniel 12.1-3; Hebreus 10.11-25; Marcos 13.1-13

Texto: Hebreus 10.25

Tema: Não deixemos de congregar

 

Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hb 10.25)

 

Quantas vezes se faz um favor pensando em receber algum favor em troca?

Não sei você, mas, muitas pessoas quando precisam de um favor, vão logo dizendo: lembra aquela vez que te ajudei...

As pessoas agradam a Deus, ou, seus deuses, na expectativa de receber favores.

A religiosidade em todo o mundo é permeada da tentação de abster-se de algum alimento, de determinada prática, para assim receber o favor de Deus ou de seus deuses.

A religiosidade da retribuição pelo oferecimento de algo está muito impregnada nas pessoas.

Quem já não pensou: “não pode uma pessoa que serve a Deus passar por dificuldades”.

As pessoas buscam tratar Deus bem e agradá-lo com a expectativa de que nenhum mal sobrevenha até sua casa.

Jesus em seu discurso de despedida, poucas horas antes de ser crucificado, disse: “No mundo vocês vão sofrer; mas tenham coragem. Eu venci o mundo” (Jo 16.33). Para Jó, Deus perguntou: “Quem é para pôr em dúvida a minha sabedoria...” (Jó 38.2).

Na época em que foi escrita a carta aos Hebreus, o império romano ainda era dominante. Os romanos tinham um panteão de deuses e esses precisavam ser agradados na expectativa de evitar qualquer tipo de punição dos deuses. Ritos e sacrifícios eram observados. Além dos romanos, os judeus também tinham seus rituais e suas regras religiosas relacionadas a moralidade e costumes alimentares e por elas se julgavam merecedores dos favores divinos.

Na época em que a carta aos Hebreus foi escrita, o templo estava destruído, e os judeus se questionavam sobre a necessidade de realizar sacrifícios e sendo necessário, onde realizariam o mesmo. Em contrapartida, os novos cristãos, os denominados ex gentios se questionavam: precisamos realizar sacrifícios para agradar a Deus?

A carta aos hebreus foi escrita para responder as dúvidas sobre os ritos e sacrifícios que agradavam a Deus. Uma resposta dada pelo autor a partir da graça. Pela lente da graça, nenhum esforço humano é suficiente para merecer os benefícios de Deus.

Deus em sua graça, mediante Jesus Cristo, concede gratuitamente o que não merecemos e nem conseguimos adquirir por nós mesmos.

A carta aos Hebreus é uma orientação teológica para nortear a vida da comunidade a partir da graça. A orientação é simples: “não deixemos de nos congregar...” (Hb 10.25).

Por muitas vezes esse versículo foi e é citado para que as pessoas não abandonem a igreja. Não há problema em citar esse versículo para isso. Todavia, a orientação teológica é que não as abandone a fé em Jesus Cristo. Afinal, a referida congregação é a mesma a qual Jesus se refere e foi registrado por Mateus: “A grande trombeta tocará, e ele mandará os seus anjos para os quatro cantos da terra. E os anjos reunirão os escolhidos de Deus de um lado do mundo até o outro” (Mt 24.31).

Para estar nessa congregação é preciso ser escolhido e o próprio Jesus disse: “Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, fui eu que os escolhi para que vão e deem fruto e que esse fruto não se perca. Isso a fim de que o Pai lhes dê tudo o que pedirem em meu nome” (Jo 15.16).

Diante da velha tentação de querer agradar a Deus para adquirir méritos diante dEle, somos orientados pela graça, na carta aos Hebreus de maneira simples: “não deixemos de nos congregar...” (Hb 10.25). Ou seja, não dê as costas para Jesus Cristo. Ao contrário, é preciso animar para que mais e mais pessoas estejam, retornem e permaneçam em Cristo Jesus.

O autor a carta aos Hebreus debate a superioridade de Jesus Cristo e sua obra em detrimento do Templo, do sacerdócio e do sacrifício (Hb 7.1 até 10.39).

A carta aos Hebreus é uma orientação teológica para que ninguém abandone a Cristo, o sacrifício perfeito e agradável a Deus.

A orientação teológica da carta aos hebreus é para que se fuja da lógica humana que prescreve que o pecador é capaz de agradar a Deus e “fazer por merecer” seus favores.

Querido amigo e amiga, não importa o que eu faça – Deus, em sua graça, concede a mim o que bem lhe apraz. Ele faz chover sobre bons e maus. Não é merecimento, é graça. De maneira especial, graciosamente eu fui chamado para Cristo desde o meu batismo.

De onde vem a tentação de querer “fazer por merecer” os favores de Deus?

O ser humano busca e quer garantias.

A partir disso, a religiosidade criou uma série de regulamentações para garantir ao praticante que àquilo que dá certeza de controlar a Deus. Se eu me abstenho desse dia, desse lazer, dessa comida, terei determinado favor divino. O ser humano se ilude em suas garantias. Romanos e judeus cumpriam ritos e sacrifícios na expectação de serem abençoados por seus deuses e por Deus. Contra essa lógica apreciada pelas pessoas, a carta aos hebreus indica apenas uma garantia: o sacrifício de Cristo. Por essa razão, exorta: “Não deixemos de congregar-nos, ...”, não deixe a única garantia que você tem de Deus quanto a sua salvação.

Congregar é muito mais que pertencer a um grupo religioso. Congregar é estar em Cristo.

Jesus Cristo é o único sacrifício que me torna agradável a Deus. Só por Jesus Cristo que eu mereço a salvação de Deus. As regras e os sacrifícios humanos nada fazem em relação a mim e a Deus.

Estar em Cristo não é uma obra humana! Deus tomou e toma a iniciativa de aproximar-se do ser humano e hoje fará isso através do Batismo. O Álvaro será congregado em Cristo.

Ao longo da sua vida, ele será assediado para que abandone essa congregação. Ele assim como muitos de nós, será assediado para as realizações humanas, as regras, os sacrifícios, as abstenções, como garantia de algo em relação a Deus. Mas, o sinal da cruz, no peito e na testa, é a garantia de Deus de que pela graça de Cristo ele, e qualquer um é salvo.

Hebreus é uma breve orientação teológica para o nosso viver diário: não deixemos de congregar ... não deixemos Cristo, o sacrifício e a realização de Deus para minha salvação. Amém.

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

“nenhum profeta é bem recebido na sua terra” (Lc 4.25)

 Vigésimo quinto Domingo após Pentecostes

10 de novembro de 2024

Salmo 146; 1Reis 17.8-16; Hebreus 9.24-28; Marcos 12.38-44

 

Texto: Lucas 4.25

Tema:nenhum profeta é bem recebido na sua terra

 

Você já passou pela experiência de ser mal-recebido em algum lugar?

Se sentir indesejado, menosprezado, é uma das piores sensações da vida, não acha?

Jesus, ao ser rejeitado em Nazaré, disse: “nenhum profeta é bem recebido na sua terra” (Lc 4.25).

Essa frase de Jesus era uma referência ao evento ocorrido durante o ministério do profeta Elias (1Rs 17.8-16).

Ao ser rejeitado em Nazaré, Jesus citar o exemplo da viúva de Sarepta. Nos dias do profeta Elias, as pessoas acreditavam que Baal controlava a chuva, assim, se chovia, o povo acreditava que Baal tinha mandado chuva. Se por causa da chuva havia boas colheitas, atribuíam a Baal essa boa colheita. Deus foi sendo esquecido e negligenciado.

Nesse contexto, Elias anunciou para o rei Acabe que ficaria três anos e meio sem chover. Quando, devido à seca, o rio secou, o lugar onde estava sendo sustentado por corvos, Elias foi enviado para Sarepta em Sidom (costa mediterrânea do Líbano).

Num tempo de escassez devido à seca, a viúva de Sarepta, creu na Palavra de Deus transmitida do profeta Elias e, mesmo sabendo que era seu último punhado de farinha, alimentou Elias.

Uma mulher que estava fadada a comer seu último punhado de farinha e esperar a morte junto com seu filho, por crer na Palavra, vivenciou um grande milagre.

Os moradores de Nazaré que clamavam por um milagre, ouviram Jesus dizer: “nenhum profeta é bem recebido na sua terra” (Lc 4.25), ou seja, o maior milagre que poderia ocorrer aqui e não ocorre é dar ouvidos a Palavra de Deus, assim como a viúva de Sarepta ouviu e creu.

Em dias de tanto ceticismo, o maior milagre é ouvir e dar atenção a Palavra de Deus.

É preciso dar ouvidos a Palavra de Deus!

Por não ouvirem a Palavra de Deus, o profeta Elias não teria a honra devida em Israel mesmo em meio a tantas viúvas que havia ali. O próprio Jesus, o Filho de Deus, estava sendo rejeitado em Nazaré.

nenhum profeta é bem recebido na sua terra” - o milagre narrado em 1Reis 17.8-16 é que uma mulher estranha a aliança de Deus, estranha ao povo de Deus, deu ouvidos à Palavra de Deus anunciada pelo profeta.

Há uma grande bênção no ouvir a Palavra de Deus. Uma bênção indescritível. A fé vem pelo ouvir. Pela fé sou salvo. Se aquela viúva não tivesse dado ouvidos a Palavra de Deus anunciada por Elias, tanto ela quanto seu Filho teriam morrido. Disse Jesus: quem crer, ainda que morra viverá. Amém

Deus continua tentando ganhar os lavradores maus (Lc 20.9-20)

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