segunda-feira, 11 de junho de 2018

Pastores e igreja não caminham para o fim!


17 de junho de 2018
4º Domingo após Pentecostes – Próprio 6
Sl 1; Ez 17.22-24; 2Co 5.1-10; Mc 4.26-34
Tema: Pastores e igreja não caminham para o fim!
Texto: 2Co 5.1-10
IELB - Parabéns pelos seus 114 anos.

O IBGE indica que 86,8% da população brasileira é cristã. Desses, 64,6% são católicos e 22,2% são evangélicos. Apesar dos evangélicos se vangloriarem de terem crescido consideravelmente, há um outro fator aliado a esse crescimento. Cerca de 20 anos atrás era comum perguntar se um católico era praticante ou não. Atualmente, esse mesmo fator ocorre dentro das igrejas evangélicas. Há o evangélico praticante e o não praticante. Esse número está constatado nos 13,6%. SE há 100% da população e 86,8% se declara cristã, falta 13,6%. Nesses números está incluso os não praticantes, os ateus, agnósticos, espiritas, neoesotéricos.
Entre os jovens o número é preocupante. A faixa etária entre os 18 a 34 anos, 34,3% são católicos, 19,3% são ateus, evangélicos e espiritas são 14,9%, jovens que dizem crer, mas sem igreja são 6,7% e os agnósticos somam 6,2%. A maioria desses jovens estão concentrados na região sul e sudeste. Observe que os ateus, agnóstico e sem igreja representam 32,14%.
No mundo, o ateísmo na faixa etária entre 18 e 34 anos soma 54%. Na faixa etária entre os 35 e 49 anos é de 24%. A faixa etária entre os 50 e 64 anos é de 15%. E acima dos 65 anos o ateísmo compõe um grupo de 7%. Somando a população total do mundo, em todas as suas faixas etárias, 11% se declaram ateus, ou seja, 749,6 milhões de pessoas.
No Brasil, 137 milhões de pessoas dizem crer em algo. E esse crer em algo, não envolve apenas o Deus único e verdadeiro.
A igreja cristã tem uma importante tarefa no cenário mundial. Ela precisa continuar confessando a sua fé.
Por que apresentar esses números? Por mais que os números assustem, na época em que Paulo escreveu a segunda carta aos coríntios, a situação era pior, pois o número de cristãos era menor que os não cristãos. E o cristianismo só se espalhou por todos os cantos da terra, porque pessoa como o apostolo Paulo não tiveram medo de testemunhar.
Cristão estão assustados com o crescimento desenfreado do ateísmo nas suas mais variadas ramificações e muitos até tem deixado de testemunhar, julgando que o evangelho não terá mais força diante dessa avalanche de descrentes e não praticantes do evangelho.
Nesse mundo conturbado é preciso confessar, assim como o apostolo fez ao escrever aos Coríntios. E a confissão do apostolo Paulo a respeito da ressurreição, da transformação dos vivos quando Jesus voltar, foi dada num contexto onde os gnósticos, filosofia grega e romana desprezavam o corpo e valorizavam a alma, espírito. Pode se dizer que atualmente há muita valorização ao corpo e desvalorização ao espírito, afinal, a vida eterna está sendo ignorada, assim como sempre foi.
O apostolo Paulo fala sobre a vida aqui e agora e também sobre a eternidade.
Para que os coríntios entendam sua argumentação, Paulo usa duas figuras de linguagem. Ele fala sobre barraca, casa e vestimenta.
Paulo tinha como oficio, fabricar tendas (Atos 18.3). E compara o corpo humano, enquanto nesse mundo, a uma tenda. Ou seja, devido à natureza pecaminosa, o ser humano nesse mundo é frágil. Por essa fragilidade, o corpo humano está sujeito ao sofrimento, a doença e a morte. Quem de nós nunca ficou doente? Sofreu? Enterrou algum ente querido?
Somos simples barracas nesse mundo. Frágeis e sujeitas qualquer sofrimento e tribulação. E enquanto a filosofia, o gnosticismo e as seitas, ignoravam a ressurreição, por desprezarem o corpo e se ainda hoje ignoram a ressurreição por ignorarem o espírito, Paulo testemunha com palavras inspiradas pelo Espírito Santo que “de fato, nós sabemos que, quando for destruída esta barraca em que vivemos, que é o nosso corpo aqui na terra, Deus nos dará, para morarmos nela, uma casa no céu. ...” (2Co 5.1).
Paulo se diz sabedor da ressurreição e da transformação do corpo, afinal, aos coríntios já havia escrito, como um testemunho assinado: “Escutem bem este segredo: nem todos vamos morrer , mas todos nós vamos ser transformados, num instante, num abrir e fechar de olhos, quando tocar a última trombeta. Ela tocará, os mortos serão ressuscitados como seres imortais, e todos nós seremos transformados. Pois este corpo mortal precisa se vestir com o que é imortal; este corpo que vai morrer precisa se vestir com o que não pode morrer. Assim, quando este corpo mortal se vestir com o que é imortal, quando este corpo que morre se vestir com o que não pode morrer, então acontecerá o que as Escrituras Sagradas dizem: “A morte está destruída! A vitória é completa!”. Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu poder de ferir?” O que dá à morte o poder de ferir é o pecado, e o que dá ao pecado o poder de ferir é a lei. Mas agradeçamos a Deus, que nos dá a vitória por meio do nosso Senhor Jesus Cristo!” (1Co 15.51-57).
E já que ainda estamos aqui no mundo, “gememos” (2Co 5.2). Por mais que os coríntios quisessem ignorar, por mais que a filosofia com seu argumentos quisesse negar, por causa do pecado, nesse mundo enfrentamos a dor, o sofrimento, a tribulação. Ao dizer que o gemido se deve ao fato de sermos uma barraca, ou seja, por sermos frágeis e sujeitos as intempéries desse mundo, o apostolo ressalta que o gemido não se deve ao fato de querer se livrar do corpo, mas, por saber que mesmo ante a esse gemido, vamos receber um corpo glorioso (2Co 5.4).
Paulo está dizendo que, enquanto, as pessoas ignoram os sofrimentos e tribulações, e ficam se queixando pelos mesmos, o que vive pela fé, diante do sofrimento, também geme, mas, certo da casa que Deus lhe preparou em Jesus (2Co 5.4). A glória do cristão não está nesse mundo. Pois, enquanto gememos por causa dos sofrimentos nesse mundo aos quais estamos sujeitos, nosso desejo, gosto é de nos mudar para nossa nova casa no céu (2Co 5.2).
Por mais que o apostolo saiba que devido a vida eterna, morrer é lucro (Fp 1.21), ele não quer morrer. E não fala sobre isso aos coríntios. Ele fala sobre a segunda vinda Jesus. Paulo diz que mesmo diante do sofrimento, imposto a ele, por ser uma barraca, ele vive na expectativa da volta de Cristo, por isso diz que “gostaria de se mudar ...” (2Co 5.2).
Muitas pessoas tem perdido de vista o fato, a certeza de que Jesus voltará. Tenho ouvido muitas pessoas dizerem que a única certeza dessa vida é que vão morrer. No entanto, o apostolo Paulo apresenta que a única certeza é a volta de Jesus. E quando ele voltar os mortos irão ressuscitar e os vivos receberão o corpo celestial (2Co 5.4).
O apostolo fala ainda que Deus nos preparou para essa mudança (2Co 5.5). Essa mudança do corpo corruptível para o incorruptível, do corpo mortal para o imortal, da barraca para a casa celestial, é uma expectativa que Deus colocou em seus filhos e filhos. Desde que Adão e Eva foram expulsos do Éden, o homem deseja voltar para o Éden.
De onde vem essa expectativa? Não vem de nós mesmos. Ela vem do Espírito. O Espírito que nos tirou das trevas para a maravilhosa luz; o Espírito que nos regenerou.
Esse Espírito é como um cheque pré-datado com saldo em conta para sua quitação. Esse Espírito nos dá a certeza de que a dívida já teve sua parcela paga e que iremos receber o que temos para receber. O Espírito Santo é a nossa garantia de que deixaremos essa barraca e entraremos na casa celestial.
A IELB está completando 114 anos. Assim como tantas outras igrejas cristãs, enfrenta a secularização. Os cristãos, estão voltados para o aqui e agora. Tudo está voltado para o hoje, para o momentâneo. A igreja secularizada não aceita o sofrimento, não quer saber da mensagem da ressurreição. A igreja secularizada não tem mais saudade do céu, não quer saber do céu, pois tudo está voltado as coisas desse mundo.
Para a igreja secularizada o apostolo escreve: “porque vivemos pela fé e não pelo que vemos” (2Co 5.7).
O apostolo Paulo sempre viveu no limiar da morte. Ele sofreu prisões, apanhou, teve que fugir as presas, mordido por cobra, passou por naufrágios, passou fome e falta de vestimenta. Mas, não se abalou, pois não perdeu de vista a eternidade, por isso “estava muito animado e gostaria de deixar a barraca e ir morar na casa celestial” (2Co 5.8).
No entanto, querido irmão e irmã em Jesus. Por mais que temos a certeza da nossa casa celestial, por mais que sabemos que a nossa glória está no céu, não podemos ignorar a vida de boas obras.
O cristão é salvo pela fé, mas recompensado pelas boas obras que provém da fé.
Todos nós estamos no caminho do céu e do juízo. Chegará o dia em que iremos sentar no tribunal divino. E nesse tribunal ouviremos a sentença da salvação baseada na fé e receberemos a recompensa de acordo com nossas obras. Não há fé calada e não há fé sem obras.
Todos nós sabemos que não estamos caminhando para o nada. Não estamos caminhando para o fim. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

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