domingo, 7 de fevereiro de 2016

Tão importante quanto amar a Deus!

1º Domingo na Quaresma - 14/02/16
Sl 91.1-13; Dt 26.1-11; Rm 10.8b-13; Lc 4.1-13
Tema: Tão importante quanto amar a Deus!

         O Brasil é um imenso celeiro agrícola do mundo.
      Os agricultores tem pouco tempo de folga durante o ano. Afinal, o trabalho do agricultor não envolve apenas semear e colher. O agricultor prepara a terra, mas, antes de preparar a terra, prepara as máquinas. O agricultor vivem função da terra. 
         O apóstolo Tiago (Tg 5.7) cita o agricultor como quem aguarda com paciência o fruto da terra. A verdade é que além de preparar as máquinas, a terra, jogar a semente, o agricultor nada mais pode fazer para que a terra faça germinar a semente e produzir os grãos antes de colheita.
         Pode-se conversar com 100 agricultores, e desses 99% dizem que ano que vem será melhor. O agricultor é alguém confiante, afinal, sabe que seu produto é necessário para todos.
         Deus sabe dessa necessidade que todos nós temos. Ele sabe que sem alimento o mundo está fadado ao extermínio da raça humana, por isso, em Gênesis, logo após o dilúvio, Deus transmite para Noé sua paciência com o ser humano ao dizer: “enquanto durar a terra, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8.22).
         Aliás, por falar em terra, nós, os seres humanos somos fruto da mesma, afinal, “o primeiro homem, formado da terra,...” (1Co 15.47).
         A terra e seus frutos!
   Precisamos da terra, no entanto, precisamos de algo que não podemos fabricar, é um presente dado por Deus, a fecundidade (Gn 1.11). A partir do terceiro dia da criação realizada por Deus, Deus concedeu a terra algo extraordinário, a fecundidade. Sem esse poder criador de Deus, a profissão agricultor estaria fadada ao fracasso. Nunca vi um agricultor plantar em terra que não é fértil. A fertilidade é essencial para a semente e para uma boa colheita.
         Somos da terra, vivemos da terra e voltaremos com nosso corpo mortal ao pós da terra.
         Por esses presentes que recebemos de Deus: terra, estações do ano, semente, fecundidade, tudo o que o nosso criador e mantenedor nos pede é um dia de culto em louvor por essas dádivas.
         Quando conseguimos realizar algum projeto, seja a construção ou reforma da casa, a aquisição de um carro novo, festejamos com nossos amigos e familiares. Da mesma forma, Deus realiza através do trabalho do agricultor grandes coisas. As pessoas se alimentam diariamente pelo trabalho diário de pessoas que estão ocupadíssima com a terra, inclusive Deus, que presenteia com o sol diário, as estações, a neblina, a chuva, a fecundidade.
         Nesse culto lemos uma porção do livro de Deuteronômio. Deuteronômio é muito significativo para a Teologia do Antigo e Novo Testamento. É um dos livros mais importantes do Antigo Testamento. A maior preocupação é com a teologia da Torah. Isto é, as boas novas do evangelho que capacita e motiva a toda obediência válida diante de Deus. O destaque do livro de Deuteronômio são os capítulos 12 – 26: o código deuteronômico. Nesses capítulos temos uma série de estatutos e juízos, relativos ao estabelecimento de um único lugar de culto, único santuário.
         Deuteronômio 26. 5-9 mostra que a libertação da escravidão é a motivação para uma vida santificada. O povo de Deus estava na frente da porta de entrada da terra prometida. Após 40 anos de caminhada pelo deserto tiveram a oportunidade de conhecer e aprender sobre Deus. Entre as muitas lições, aprenderam que Deus deseja e permite adoração a ele. O ato mais sublime do ser humano nesse mundo é adoração prestada à Deus. Após a adoração, o segundo ato, tão importante quanto a adoração é o servir ao próximo.
         Deus quer ser adorado. Segundo Deuteronômio 26.1-11, Deus incentivou seus filhos e filhas a comemorar um dia em especial para agradecer pelas colheitas. Afinal, sem o presente de Deus: a terra, a semente e a fecundidade não haveria alimento. 

         Deus instruiu seu povo por longos 40 anos. Ao entrarem na terra prometida, uma terra boa e rica, diante da colheita, Deus deveria ser adorado e glorificado.
         É necessário lembrar que Deus quer ser adorado da melhor maneira possível. Adorar a Deus da melhor maneira é oferecer-lhe aquilo que temos de melhor. Oferecer sem pestanejar se irá fazer falta ou não. Deus disse: “tomarás das primícias de todos os frutos do solo que recolheres da terra que te dá o Senhor, teu Deus, e as porás num cesto, e irás ao lugar que o Senhor, teu Deus, escolher para ali fazer habitar o seu nome” (Dt 26.2) e completa: “As primícias dos frutos da tua terra trarás à casa do Senhor, teu Deus” (Ex 23.19).
         Cada vez que um israelita fazia sua oferta e oferecia o primeiro feixe a Deus, estava fazendo uma confissão de fé. A confissão de que Deus é quem deu e dá e esse Deus não deixará faltar.
         Todos os anos, o povo de Deus, celebrava a festa das semanas, popularmente conhecida como a festa da colheita. A motivação para se alegrar estava na certeza de que toda a colheita só era possível pela fecundidade que Deus havia concedido a terra.
         O povo louvava a Deus dando graças pelo fruto da terra que abastece e sustenta a vida. Ao louvar a Deus, todo o povo se envolvia, não havia exclusão e as pessoas não se excluíam. Ao louvar a Deus o povo estudava a Palavra de Deus e testemunhava sua fé.
         Toda a raça humana, seja qual for sua religião, considera a fecundidade como objeto de culto. No Antigo Testamento povos prestavam culto a Baal, pedindo chuva e fecundidade a terra. Os filhos e filhas de Deus aprenderam que a fecundidade é obra de Deus. Por isso, todos são convidados a louvar a Deus com os primeiros e melhores frutos de suas colheitas ou de seu trabalho.
         O que está interferido em nosso louvor a Deus no ato de lhe oferecer a melhor parte do nosso trabalho?
         Agradecer a Deus com o melhor das colheitas não visava enriquecer o Templo, ou os levitas. Agradecer a Deus pelas colheitas nunca foi uma oportunidade para enriquecer a igreja ou o pastor. A festa da colheita era e é oportunidade para louvar a Deus através das melhores ofertas e fazer uma confissão pública de fé.
         Todos nós temos habilidade para administrar as coisas desse mundo. E na matéria administrativa, procuramos administrar também nossas ofertas de gratidão. O mundo consumista está tomando boa parte de nossas energias e também das nossas economias. A baixa oferta em nossa congregação (não importa se o caixa está positivo ou negativo) reflete a nossa ansiedade para com as coisas desse mundo. Não deve ser o caixa estar positivo ou negativo a motivação para ofertar. Ofertar é um ato voluntário de gratidão a Deus. Só se oferta porque recebeu de Deus para ofertar
         A oferta representa e testemunha a fé em Deus. Um Deus que deu e dá todo o necessário para o corpo e a vida. O apóstolo Paulo disse: “Não vos falo na forma de mandamento, mas para provar, pela diligência de outros, a sinceridade do vosso amor; pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2Co 8.8-9). Amém!


Pr. MST. Edson Ronaldo Tressmann

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