1º Domingo na Quaresma - 14/02/16
Sl
91.1-13; Dt 26.1-11; Rm 10.8b-13; Lc 4.1-13
Tema:
Tão importante quanto amar a Deus!
O Brasil é um imenso
celeiro agrícola do mundo.

O
apóstolo Tiago (Tg 5.7) cita o agricultor como quem aguarda com paciência o
fruto da terra. A verdade é que além de preparar as máquinas, a terra, jogar a
semente, o agricultor nada mais pode fazer para que a terra faça germinar a
semente e produzir os grãos antes de colheita.
Pode-se
conversar com 100 agricultores, e desses 99% dizem que ano que vem será melhor.
O agricultor é alguém confiante, afinal, sabe que seu produto é necessário para
todos.
Deus
sabe dessa necessidade que todos nós temos. Ele sabe que sem alimento o mundo
está fadado ao extermínio da raça humana, por isso, em Gênesis, logo após o
dilúvio, Deus transmite para Noé sua paciência com o ser humano ao dizer: “enquanto durar a
terra, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno,
dia e noite” (Gn 8.22).
Aliás,
por falar em terra, nós, os seres humanos somos fruto da mesma, afinal, “o primeiro
homem, formado da terra,...” (1Co 15.47).
Precisamos
da terra, no entanto, precisamos de algo que não podemos fabricar, é um
presente dado por Deus, a fecundidade (Gn 1.11). A partir do terceiro dia da
criação realizada por Deus, Deus concedeu a terra algo extraordinário, a
fecundidade. Sem esse poder criador de Deus, a profissão agricultor estaria
fadada ao fracasso. Nunca vi um agricultor plantar em terra que não é fértil. A
fertilidade é essencial para a semente e para uma boa colheita.
Somos
da terra, vivemos da terra e voltaremos com nosso corpo mortal ao pós da terra.
Por
esses presentes que recebemos de Deus: terra, estações do ano, semente,
fecundidade, tudo o que o nosso criador e mantenedor nos pede é um dia de culto
em louvor por essas dádivas.
Quando
conseguimos realizar algum projeto, seja a construção ou reforma da casa, a
aquisição de um carro novo, festejamos com nossos amigos e familiares. Da mesma
forma, Deus realiza através do trabalho do agricultor grandes coisas. As
pessoas se alimentam diariamente pelo trabalho diário de pessoas que estão ocupadíssima
com a terra, inclusive Deus, que presenteia com o sol diário, as estações, a
neblina, a chuva, a fecundidade.
Nesse
culto lemos uma
porção do livro de Deuteronômio. Deuteronômio é muito significativo
para a Teologia do Antigo e Novo Testamento. É um dos livros mais importantes do Antigo
Testamento. A maior preocupação é com a teologia da Torah. Isto é,
as boas novas do evangelho que capacita e motiva a toda obediência válida
diante de Deus. O destaque do livro de Deuteronômio são os capítulos 12 – 26: o
código deuteronômico. Nesses capítulos temos uma série de estatutos e juízos,
relativos ao estabelecimento de um único lugar de culto, único santuário.
Deuteronômio
26. 5-9 mostra
que a libertação da escravidão é a motivação para uma vida santificada.
O povo de Deus estava na frente da porta de entrada da terra prometida. Após 40
anos de caminhada pelo deserto tiveram a oportunidade de conhecer e aprender
sobre Deus. Entre as muitas lições, aprenderam que Deus deseja e permite
adoração a ele. O ato mais
sublime do ser humano nesse mundo é adoração prestada à Deus. Após a adoração, o segundo ato, tão
importante quanto a adoração é o servir ao próximo.
Deus quer ser adorado.
Segundo Deuteronômio 26.1-11, Deus incentivou seus filhos e filhas a comemorar um dia em especial
para agradecer pelas colheitas. Afinal, sem o presente de Deus: a terra,
a semente e a fecundidade não haveria alimento.
Deus
instruiu seu povo por longos 40 anos. Ao entrarem na terra prometida, uma terra
boa e rica, diante da colheita, Deus deveria ser adorado e glorificado.
É necessário lembrar que Deus
quer ser adorado da melhor maneira possível. Adorar a Deus da melhor maneira é oferecer-lhe
aquilo que temos de melhor. Oferecer sem pestanejar se irá fazer falta
ou não. Deus disse: “tomarás das primícias de todos os frutos do solo que
recolheres da terra que te dá o Senhor, teu Deus, e as porás num cesto, e irás
ao lugar que o Senhor, teu Deus, escolher para ali fazer habitar o seu nome”
(Dt 26.2) e completa: “As primícias dos frutos da tua terra trarás à casa do
Senhor, teu Deus” (Ex 23.19).
Cada
vez que um israelita fazia sua oferta e oferecia o primeiro feixe a Deus,
estava fazendo uma confissão de fé. A confissão de que Deus é quem deu e dá e esse Deus não deixará faltar.
Todos
os anos, o povo de Deus, celebrava a festa das semanas, popularmente conhecida
como a festa da colheita. A motivação para se alegrar estava na certeza de que
toda a colheita só era possível pela fecundidade que Deus havia concedido a
terra.
O
povo louvava a Deus dando graças pelo fruto da terra que abastece e sustenta a
vida. Ao louvar a Deus, todo o povo se envolvia, não havia exclusão e as
pessoas não se excluíam. Ao louvar a Deus o povo estudava a Palavra de Deus e
testemunhava sua fé.
Toda
a raça humana, seja qual for sua religião, considera a fecundidade como objeto
de culto. No Antigo Testamento povos prestavam culto a Baal, pedindo chuva e
fecundidade a terra. Os filhos e filhas de Deus aprenderam que a fecundidade é
obra de Deus. Por isso, todos são convidados a louvar a Deus com os primeiros e
melhores frutos de suas colheitas ou de seu trabalho.
O que está
interferido em nosso louvor a Deus no ato de lhe oferecer a melhor parte do
nosso trabalho?
Agradecer
a Deus com o melhor das colheitas não visava enriquecer o Templo, ou os
levitas. Agradecer a Deus pelas colheitas nunca foi uma oportunidade para
enriquecer a igreja ou o pastor. A festa da colheita era e é oportunidade para louvar
a Deus através das melhores ofertas e fazer uma confissão pública de fé.


Pr. MST. Edson Ronaldo
Tressmann
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