02/06/13 – 2º Domingo após
Pentecostes.
Sl 33. 12 -
22; Gn 15. 1 - 6; 1João 4. 16 - 21; Lc 16.
19 - 31
Tema: Conhecemos e
cremos no amor que Deus tem por nós.
Mesmo
comemorando 109 anos, fazemos parte da Igreja desde o seu inicio, assim, somos
uma Igreja milenar. E desde seu inicio, comunicamos a Vida para todas as
pessoas, em todos os níveis sociais e culturais.
Essa
comunicação da Vida por algum tempo ficou obscurecida, sendo trazida de volta
por ocasião da Reforma da Igreja em 1517. Essa verdade continua sendo
distorcida por outros milhares, e se não for comunicada por quem a conhece,
corre-se o risco de perdê-la novamente. Por isso, o versículo bíblico que
anuncia “Deus é
amor” soa de maneira estranha para muitos. O versículo que deveria
soar de maneira agradável aos ouvidos, acaba causando tristeza e desconforto
mesmo entre aqueles que se dizem cristãos.
Deus nada mais é do que AMOR. Todas as suas ações fluem do seu amor.
Infelizmente
por não ocorrer à comunicação adequada desse Deus de amor, há pessoas que o veem
com o coração triste e duro considerando-o um juiz irado. Para ilustrar bem
essa questão, lembro que dias atrás alguém diante da doença do pai disse: “Nossa, o pai deve ter sido uma pessoa muito ruim,
pois veja como está sofrendo.”
Assim
como no século XVI Deus levantou um homem para trazer de volta a comunicação da
vida, precisamos hoje, século XXI, continuar comunicando a vida. Afinal, muitos
precisam compreender que Deus nos ama não por causa de nossas obras, mas
sim, por causa do seu amor.
“Conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós.”
Feliz
quem está convicto e crê firmemente que Deus é amor.
Deus é amor.
Mesmo
que seja uma frase pequena, com duas palavras apenas, tem um sentido profundo.
A questão é que o “deus deste mundo
deseja conservar a mente das pessoas na escuridão. E para isso procura impedir
que a luz da boa notícia a respeito da glória de Cristo, que mostra como Deus
realmente é não brilhe sobre nós” (uma adaptação de 2Co 4.4).
No
sofrimento conseguimos ver o quanto Deus é amor. Pensemos no sofrimento de
Cristo. Todo aquele sofrimento foi por amor a nós. E no nosso sofrer, esse
mesmo Deus de amor está conosco. Como um cristão certa vez confessou: “Deus não me livra do sofrimento, mas no sofrimento.”
IELB: 109 anos
capacitada a escrever sua biografia esperando no Senhor. E essa
espera só foi e continuará sendo possível devido ao nosso Deus de amor. Afinal, “Conhecemos e cremos
no amor que Deus tem por nós.”
Assim
como o apóstolo João comunicou o amor de Deus em Jesus por nós, e esse amor alimentou
e capacitou a escrever nossa biografia nesses 109 anos, desejamos continuar comunicando
esse amor. Pois o conhecer
e crer
no amor de Deus nos motiva a comunicar que Deus é amor.
Deus é amor.
Palavras
simples, mas que requerem uma fé muito grande. Uma fé que luta contra tudo o
que não provém do Espírito de Deus. Afinal, nossa consciência, o diabo, o
inferno, o julgamento de Deus, resiste para que não creiamos que Deus seja amor
e sim um carrasco juiz.
“Conhecemos e cremos
no amor que Deus tem por nós.” O amor de Deus nos capacita a termos
confiança no dia do juízo, no qual as pessoas tremerão. Disse o profeta Isaias:
“...Estou colocando em Sião uma pedra, uma pedra
preciosa que eu escolhi, para ser a pedra principal do alicerce. Nela está
escrito isto: ‘Quem tem fé não tem medo’” (Is 28.16). Conhecendo o
amor, temos fé, e assim subsistiremos no juízo e não apenas no juízo, mas
também em nosso século.
ALERTA:
Não entre na onda da pós-modernidade,
pois a mesma não conhece uma sílaba sequer da frase: Deus é
amor, e nem busca “Conhecer e crer no amor que Deus tem por nós.”
“Conhecemos e cremos
no amor que Deus tem por nós.” E nesse amor somos capacitados a não
sentir medo. Mas
pastor eu tenho medo? Pois bem, eu também tenho.
A
questão é que o apóstolo João está falando do medo que apavora a pessoa e que a
torna incapaz de crer. Quanto mais fé, menos pavor. Quanto menos fé, mais pavor
há. E nesse pavor o Deus de amor é o juiz irado que simplesmente castiga e
condena.
Segundo
a Bíblia há tempo para tudo (Ec 3). E quando falamos sobre tempo para tudo,
precisamos recordar que o cristão tem dois tempos: o tempo de guerra e o tempo de paz.
No
tempo de guerra somos afetados diferentemente do tempo de paz. O tempo de paz é
quando não somos tentados na fé. Quando em paz nossa consciência não nos acusa
e nada nos aflige. No entanto, quando surgem as tentações na fé, fica difícil
se alegrar. O diabo ataca nossa confiança. E desse tempo de guerra o apostolo
João fala em nosso texto. No tempo da tentação na fé, o tempo de guerra, o
cristão verdadeiro se distingue do falso. E essa distinção é tida pelo amor e pela
confiança. Muitos até temem a morte e o juízo, mas não persistem na fé.
O
apostolo João Comunica a Vida por saber que a fé e o amor são obstaculizados
pelo diabo. Ele não deseja que eu veja o Deus de amor e que eu ame o meu
próximo.
A
Igreja Comunica a Vida, por isso, “Conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós.”
Que assim seja, Amém!
Pr Edson Ronaldo
Tressmann
Bibliografia:
Lutero, Martinho. Obras Selecionadas: interpretação do Novo
Testamento – João 14 – 16 – 1João. Volume 11. Tradução de Hugo S. Westphal e
Geraldo Korndörfer. São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia; Canoas:
ULBRA, 2010. pp. 522 - 526