terça-feira, 28 de maio de 2013

IELB: 109 anos capacitada a escrever sua biografia esperando no Senhor.


02/06/13 – 2º Domingo após Pentecostes.

Sl 33. 12 - 22; Gn 15. 1 - 6; 1João 4. 16 - 21; Lc 16. 19 - 31

Tema: Conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós.

 
         Mesmo comemorando 109 anos, fazemos parte da Igreja desde o seu inicio, assim, somos uma Igreja milenar. E desde seu inicio, comunicamos a Vida para todas as pessoas, em todos os níveis sociais e culturais.

         Essa comunicação da Vida por algum tempo ficou obscurecida, sendo trazida de volta por ocasião da Reforma da Igreja em 1517. Essa verdade continua sendo distorcida por outros milhares, e se não for comunicada por quem a conhece, corre-se o risco de perdê-la novamente. Por isso, o versículo bíblico que anuncia “Deus é amor” soa de maneira estranha para muitos. O versículo que deveria soar de maneira agradável aos ouvidos, acaba causando tristeza e desconforto mesmo entre aqueles que se dizem cristãos.

         Deus nada mais é do que AMOR. Todas as suas ações fluem do seu amor.

         Infelizmente por não ocorrer à comunicação adequada desse Deus de amor, há pessoas que o veem com o coração triste e duro considerando-o um juiz irado. Para ilustrar bem essa questão, lembro que dias atrás alguém diante da doença do pai disse: “Nossa, o pai deve ter sido uma pessoa muito ruim, pois veja como está sofrendo.

         Assim como no século XVI Deus levantou um homem para trazer de volta a comunicação da vida, precisamos hoje, século XXI, continuar comunicando a vida. Afinal, muitos precisam compreender que Deus nos ama não por causa de nossas obras, mas sim, por causa do seu amor.

Conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós.

         Feliz quem está convicto e crê firmemente que Deus é amor.

         Deus é amor.

         Mesmo que seja uma frase pequena, com duas palavras apenas, tem um sentido profundo. A questão é que o “deus deste mundo deseja conservar a mente das pessoas na escuridão. E para isso procura impedir que a luz da boa notícia a respeito da glória de Cristo, que mostra como Deus realmente é não brilhe sobre nós” (uma adaptação de 2Co 4.4).
 
         E para que a Comunicação da Vida: Deus é Amor, não seja uma mensagem que chegue aos nossos ouvidos e transforme nossa vida, o Diabo atua por meio do mundo e da nossa carne, e impede que as pessoas coloquem Jesus Cristo diante dos olhos. Assim, no sofrimento e na dor, muitos enxergam Deus como um juiz irado e punitivo. 
         No sofrimento conseguimos ver o quanto Deus é amor. Pensemos no sofrimento de Cristo. Todo aquele sofrimento foi por amor a nós. E no nosso sofrer, esse mesmo Deus de amor está conosco. Como um cristão certa vez confessou: “Deus não me livra do sofrimento, mas no sofrimento.
 
         IELB: 109 anos capacitada a escrever sua biografia esperando no Senhor. E essa espera só foi e continuará sendo possível devido ao nosso Deus de amor. Afinal, “Conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós.
         Assim como o apóstolo João comunicou o amor de Deus em Jesus por nós, e esse amor alimentou e capacitou a escrever nossa biografia nesses 109 anos, desejamos continuar comunicando esse amor. Pois o conhecer e crer no amor de Deus nos motiva a comunicar que Deus é amor.

         Deus é amor.

         Palavras simples, mas que requerem uma fé muito grande. Uma fé que luta contra tudo o que não provém do Espírito de Deus. Afinal, nossa consciência, o diabo, o inferno, o julgamento de Deus, resiste para que não creiamos que Deus seja amor e sim um carrasco juiz.

         Conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós.” O amor de Deus nos capacita a termos confiança no dia do juízo, no qual as pessoas tremerão. Disse o profeta Isaias: “...Estou colocando em Sião uma pedra, uma pedra preciosa que eu escolhi, para ser a pedra principal do alicerce. Nela está escrito isto: ‘Quem tem fé não tem medo’” (Is 28.16). Conhecendo o amor, temos fé, e assim subsistiremos no juízo e não apenas no juízo, mas também em nosso século.

         ALERTA:
         Não entre na onda da pós-modernidade, pois a mesma não conhece uma sílaba sequer da frase: Deus é amor, e nem busca “Conhecer e crer no amor que Deus tem por nós.
         Conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós.” E nesse amor somos capacitados a não sentir medo. Mas pastor eu tenho medo? Pois bem, eu também tenho.
         A questão é que o apóstolo João está falando do medo que apavora a pessoa e que a torna incapaz de crer. Quanto mais fé, menos pavor. Quanto menos fé, mais pavor há. E nesse pavor o Deus de amor é o juiz irado que simplesmente castiga e condena.
         Segundo a Bíblia há tempo para tudo (Ec 3). E quando falamos sobre tempo para tudo, precisamos recordar que o cristão tem dois tempos: o tempo de guerra e o tempo de paz.
         No tempo de guerra somos afetados diferentemente do tempo de paz. O tempo de paz é quando não somos tentados na fé. Quando em paz nossa consciência não nos acusa e nada nos aflige. No entanto, quando surgem as tentações na fé, fica difícil se alegrar. O diabo ataca nossa confiança. E desse tempo de guerra o apostolo João fala em nosso texto. No tempo da tentação na fé, o tempo de guerra, o cristão verdadeiro se distingue do falso. E essa distinção é tida pelo amor e pela confiança. Muitos até temem a morte e o juízo, mas não persistem na fé.
         O apostolo João Comunica a Vida por saber que a fé e o amor são obstaculizados pelo diabo. Ele não deseja que eu veja o Deus de amor e que eu ame o meu próximo.
         A Igreja Comunica a Vida, por isso, “Conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós.” Que assim seja, Amém!
 

Pr Edson Ronaldo Tressmann
 
Bibliografia:

Lutero, Martinho. Obras Selecionadas: interpretação do Novo Testamento – João 14 – 16 – 1João. Volume 11. Tradução de Hugo S. Westphal e Geraldo Korndörfer. São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia; Canoas: ULBRA, 2010. pp. 522 - 526

terça-feira, 21 de maio de 2013

Comunicando a Trindade

26/05/13 – A Santíssima Trindade
Sl 8; Pv 8. 1 – 4, 22 - 31; At 2. 14ª – 22 - 36; Jo 8. 48 - 59
Tema: Comunicando a Trindade
 
         Chegamos ao fim do primeiro semestre no calendário eclesiástico. Para quem ainda não sabe, o calendário da Igreja tem as seguintes festas:

Natal: festa que celebramos o amor de Deus Pai por nós pecadores;

Sexta-feira Santa, Páscoa e Ascensão: celebramos o amor do Filho que se ofereceu em sacrifício em nosso lugar;

Pentecostes: celebramos o amor do Espírito Santo que vem ao nosso encontro e opera a fé em nosso coração.

         Mesmo que iniciemos o segundo semestre do ano da igreja com a festa da Santíssima Trindade, não temos uma festividade especial para essa data. Mas isso não invalida o fato de que continuamos a meditar sobre o amor do Deus Triúno. Este período é designado de “Período da Trindade,” ou como denominado em nossa agenda litúrgica, Domingos após Pentecostes.

         O primeiro domingo do segundo semestre é dedicado, de forma especial, à Santíssima Trindade.

         Mesmo que muitos andam de casa em casa ensinando que não há Trindade, esta doutrina é ensinada em toda a Bíblia.

         As principais passagens do Antigo Testamento são: Gn 1.1-3, 26 (Jo 1.1-3), Elohim (plural); Nm 6.24; 2 Sm 23.2; Sl 33.6; 45.6,7; Is 42.1; Is 48.16,17; Is 61.1. As passagens do Novo Testamento são: Mt 3.16,17; Mt 17.5; Mt 28.19; Jo 14.5; Jo 17.5,24; Rm 8.26,27; 2Co 13.13; 1Pe 1.2. Essas verdades bíblicas foram magistralmente resumidas, após muitos estudos e orações, nos três Credos Ecumênicos, o Apostólico (AD 200), o Niceno (AD 325) e o chamado Atanasiano (AD 450).

         Desejamos meditar na doutrina da Santíssima Trindade, analisando os Credos Ecumênicos e nossas Confissões.

Credos e Confissões

        Por que temos Credos e Confissões?

        Hoje, muitas igrejas não as têm e até as detestam, dizendo: “Isto é formulação humana. A nós só interessa a palavra de Deus, a Bíblia.” No entanto, não podemos nos esquecer que Jesus perguntou pela confissão dos apóstolos: Quem diz o povo que eu sou? E o apóstolo Pedro confessou: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.13-16).

        Quem lê a Bíblia é constantemente perguntado:

O que entendeu? O que crê?

        Disto resulta uma Confissão.

O Credo Apostólico

        Quando um cristão vinha de outro lugar para uma comunidade cristã dizendo ser cristão era interrogado sobre sua fé. A pessoa respondia com frases tomadas das cartas dos apóstolos. E assim surgiu o Credo Apostólico, que são frases das cartas dos apóstolos.

        Com o passar dos tempos, devido às dúvidas sobre muitas doutrinas, o imperador romano Constantino, convertido ao cristianismo, estava empenhado pela unidade da Igreja Cristã. Para isso convidou 300 bispo do seu império para a cidade de Nicéia, na Turquia, para que clarificassem as divergências e buscassem a unidade da igreja. Assim surgiu em meio a muitos debates o Credo Niceno.

        Após vários outros concílios e estudos surgiu o Credo Atanasiano. Infelizmente isso não evitou o surgimento de outras doutrinas errôneas.

Deus, a Santíssima Trindade

        Muitas perguntas no passado e no presente foram e são sobre Deus. O assunto Deus sempre esteve em debate. Perguntas como: Quem é Deus? Quantos deuses há? Como posso conhecer a Deus?

        Os meios de comunicação trazem para dentro de nossos lares diferentes opiniões sobre Deus, religiões, doutrinas e cultos. A globalização desperta o espírito reducionista ecumênico que afirma: Há um só Deus. Todas as religiões são boas, elas só diferem na forma, e o mais importante na religião é o amor.

        E diante desse reducionismo, a questão que fica sem resposta para muitos continua sendo Quem é o verdadeiro Deus? Como posso conhecê-lo?

        A natureza e nossa consciência não revelam quem é Deus. Homens não podem descobri-lo, nem pela ciência, nem pela filosofia. É preciso que Deus se revele. E em sua Palavra Deus disse que: Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas (Hb 1.1,2).

Deus se revela à humanidade na Bíblia e somente na Bíblia.

        Ele só revelou o que precisamos saber para nossa salvação. À base da Bíblia, nosso Catecismo Menor afirma: “Deus é espírito; eterno, onipresente, onisciente, onipotente, santo, justo, verdadeiro, bondoso, misericordioso e gracioso (Cat. Menor, perg. 111).

        Deus se revelou como um único Deus, uma só essência divina em três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Este mistério da Santíssima Trindade nossa razão não consegue compreender.

        Há uma essência divina em três pessoas. Há três pessoas que são divinas, mas eu não posso dizer que há três deuses. Deus não está dividido em três pessoas, mas as três pessoas são distintas uma da outra, são divinas, mas em uma única essência divina. A essência divina das três pessoas é uma só.

Jesus Cristo

        Assim como sempre houve e há duvidas sobre Deus, também houve e há duvidas sobre a pessoa de Jesus. Quem é Jesus Cristo? A virgem Maria só deu a luz a um homem? Quem morreu na cruz? Somente o homem Jesus? O Credo Niceno respondeu algumas destas perguntas e o A Fórmula de Concórdia, confissão da Igreja Luterana detalhou outras.

        Muitos diziam que Jesus era chamado de filho de Deus de uma maneira figurada. Esta doutrina foi condenada no Concílio de Nicéia e afirmou-se que Jesus é da mesma essência do Pai. Anunciamos no Credo Niceno: “E um só Senhor Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os mundos, Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus do verdadeiro Deus, gerado, não criado, de uma só substância com o Pai, por quem todas as coisas foram feitas...

         O Credo Niceno afirma que Jesus realmente é Deus. Maria deu a luz ao Filho de Deus.

        Mesmo com essa resposta, surgiram outras perguntas sobre a pessoa de Jesus e o relacionamento das duas naturezas de Cristo: a divina e a humana.

        Firmados na Escritura, nossos pais responderam que Jesus Cristo é uma pessoa, não duas, que tem uma completa natureza divina e uma completa natureza humana. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

        Como se explica isso? Essa união pessoal das duas naturezas em Jesus Cristo é um profundo mistério (1 Tm 3.16). Para nos transmitir uma pálida ideia, a Escritura compara essa união com a união entre corpo e alma, “Nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Cl 2.9). À semelhança de corpo e alma as naturezas de Jesus Cristo permanecem distintas. À semelhança de corpo e alma, a natureza divina de tal maneira permeia e penetra a natureza humana. A natureza humana é de tal maneira penetrada pela natureza divina. E assim, ambas naturezas formam uma só pessoa.

         É muito importante sabermos isto. Pois, em relação à nossa salvação, se perguntamos quem morreu na cruz? Nossa resposta é que lá morreu Deus. As confissões da Igreja Luterana respondem corretamente ao dizer que “Portanto, a divindade e humanidade em Cristo é uma só pessoa, a Escritura, por causa dessa união pessoal atribui também à divindade tudo o que sucede à humanidade, e vive-versa (FC DS VIII.42). Se Deus não houvesse morrido por nós, mas apenas um homem, estaríamos perdidos eternamente. Se, porém, a morte de Deus e Deus morto está na balança, ela desce e nós subimos como prato leve e vazio... (nós, perdoados e absolvidos, justificados, pela morte de Cristo).

         É correto lembrar que Deus em sua natureza não pode morrer. Mas como, Deus e homem, estão unidos em uma pessoa, é correto falar sobre a morte de Deus.

         Infelizmente, essa verdade não é aceita por todos. Muitas seitas evangélicas, mesmo se dizendo evangélicas, não aceitam esta verdade. Julgam que Jesus como homem, seu corpo, está somente no céu, e ao nosso lado somente Jesus com sua divindade, como espírito. Por isso também não aceitam o ensino bíblico da Santa Ceia, julgando ser somente uma lembrança.

Credo Atanasiano

         O Credo Atanasiano é o terceiro e último dos credos ecumênicos. Foi aprovado, provavelmente no Concílio Calcedônio (a.D. 451) e reafirmado nos Concílios II e III de Constantinopla (a. D. 553 e 681, 690).

         Ele surgiu devido a várias perguntas teológicas sobre a Trindade.

         Inicialmente a redação foi atribuída a Atanásio. Mas, o Credo foi elaborado por uma comissão. O Credo, firmado na Bíblia, trata do mistério da Trindade. Não se buscou resolver o mistério da trindade racionalmente. O limite desse e dos outros Credos é tão somente até onde a Bíblia o revela. O Credo Atanasiano é o mais teológico dos três Credos.

         Um dos aspectos que destaca o Credo Atanasiano dos dois anteriores são suas frases condenatórias no começo, meio e fim. E num mundo pós-moderno onde não há verdades absolutas, essas frases chocam os ouvintes. As frases condenatórias são:

- Aquele que quiser ser salvo, antes de tudo deverá ter a verdadeira fé cristã. Aquele que não a conservar em sua totalidade e pureza, sem dúvida perecerá eternamente.

- Aquele, portanto, que quiser ser salvo, deverá pensar assim da Trindade. Entretanto é necessário para a salvação eterna crer também fielmente na humanação de nosso Senhor Jesus Cristo.

- Esta é a verdadeira fé cristã. Aquele que não o crer com firmeza e fidelidade, não poderá ser salvo.

         A base bíblica para tais afirmações são as Palavras do apóstolo João: “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho. Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai (1Jo 2.22-23). E todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo” (1Jo 4.3). Ainda: “Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus (1Jo 5.12-13).

         As verdades do Credo Atanasiano são doutrinas fundamentais. Isto precisa ser ressaltado em nossos dias. E a urgência dessas afirmações decorre da globalização que traz consigo o reducionismo teológico que nos leva a um falso espírito ecumênico.

         Não foi intenção dos confessores pronunciar as sentenças condenatórias sobre cristão que devido a certa simplicidade da mente ou por faltar-lhes melhor conhecimento. O Credo Atanasiano pronuncia a sentença condenatória sobre aqueles que propositadamente e por obstinação rejeitam estas verdades reveladas.

        Creio no Deus Triúno.

        Jubilo com milhares de cristãos, dizendo com reverência e em profunda adoração:

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora é e por todo o sempre há de ser.

Amém!

 São Leopoldo, 15/05/2013
Distribuido na lista de pastores da IELB em 16/05/13.
autor: Horst R. Kuchenbecker
cortes e pequenas adaptações foram feitas por Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 14 de maio de 2013

Motivo pelo qual nossos planos muitas vezes não se realizam.


19/05/13 – Domingo de Pentecostes

Sl 143; Gn 11. 1 - 9; At 2. 1 - 21; Jo 14. 23 - 31

Tema: Motivo pelo qual nossos planos muitas vezes não se realizam.
 

 ...e dali o Senhor os dispersou por toda a superfície da terra

          O relato bíblico de Gênesis 11 é um relato onde vemos dois projetos opostos, dois resultados distintos. Diante dos mesmos podemos nos responder o motivo pelo qual nossos planos muitas vezes não se realizam.

         Vejamos:

         De um lado o ser humano e seus planos. Do outro, Deus e o seu plano.

         Iniciemos pelo projeto humano.

         Meta: Construir uma torre muito alta.

         Objetivo: Unificar todos ao redor dessa torre, para que unidos possam fazer mais e melhor. “...para que não sejamos espalhados por toda a terra” (11.4c)

         Podemos enumerar que esse projeto recebeu o nome de Torre da União. Realizado numa planície conhecida por Sinar. Sua grandiosidade se devia a meta que em si era um grande empreendimento e também o seu objetivo. Envolveu toda a humanidade.

         Precisamos reconhecer que seus idealizadores eram pessoas visionárias. Afinal, construir uma torre que chegasse até o céu para tornar celebres seus nomes era algo até aquele momento inimaginável.

         Se eu perguntasse a vocês, quem iniciou esse projeto na planície de Sinar, ou seja, o projeto Torre da União. O que vocês responderiam?

         Leiamos Gn 10. 8 – 10

Cuxe gerou a Ninrode, o qual começou a ser poderoso na terra. Foi valente caçador diante do Senhor; daí dizer-se: Como Ninrode, poderoso caçador diante do Senhor. O principio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar.

         E no texto de Gn 11 vemos que o Projeto Torre da União acontece na planície de Sinar, onde Ninrode era rei. Assim podemos concluir que tudo se iniciou com ele.
         Ninrode – significa rebelde. Na verdade, o projeto Torre da União era um projeto político contra Deus. Mas, as pessoas que sempre se deixam influenciar, acabaram se entusiasmando com o projeto da Torre. Mas, diante de um rebelde, temos Babel, que significa confusão.
         O relato bíblico de Gênesis 11 é um relato onde vemos dois projetos opostos, dois resultados distintos. Diante dos mesmos podemos nos responder o motivo pelo qual nossos planos muitas vezes não se realizam.
         O projeto Torre da União estava errado por, pelo menos, dois motivos.

         Primeiro: Produto da ambição humana que teve como alvo o engrandecimento humano.

         Segundo: O projeto buscava o contrário daquilo que era da vontade de Deus.

         Deus havia dito: "Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra" (Gn 1.27; 9.1; 9.7; 9.19). E o propósito explícito, a meta a ser buscada era "...para que não sejamos espalhados por toda a terra" (Gn 11:4).

         Por isso, o Deus que parece ter sido cruel ao espalhar o povo e desfazer um projeto belíssimo, é o Deus que havia feito uma promessa. A promessa da Salvação. É o Deus que havia criado o homem para que se espalhasse pela terra.

         A união da qual a Bíblia fala não é uma união que gera isolacionismo ou mesmo individualismo. A Bíblia se opõe ao bairrismo tão escancarado em muitas de nossas congregações. A Bíblia fala da união que precisamos ter com todas as pessoas e raças. Onde estivermos espalhados por esse imenso Brasil que é a composição de vários Brasis, a nos comunicar e interagir.

         Acredito que a exemplo do primeiro século quando a evangelização foi facilitada pela dispersão da igreja de Jerusalém, ainda hoje, esse mesmo método seria o mais eficaz.

         O projeto Torre da União, ou melhor, Torre de Babel, é um exemplo para que a Igreja não se tranque em si mesma. Mas que continue, não apenas espalhando o evangelho, mas espalhando a si mesma. Não podemos ficar reclusos em nossos redutos, precisamos incentivar a disseminação, a procriação das Igrejas. Afinal o evangelho precisa ser COMUNICADO. E para que essa comunicação aconteça Deus assim como disse Jesus: “mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo 14.26)

         Para que ocorra a COMUNICAÇÃO, Deus nos envia o Espírito Santo. E o seu grande milagre, não é apenas falar em línguas estranhas outro qualquer outra coisa magnifica, mas sim, a exemplo do nascimento da Igreja Cristã, o maravilhoso milagre é a conversão das pessoas pelo anuncio do Evangelho. E esse milagre é o mais evidente em nossos dias pós-modernos, pois, mesmo que pareça que a Igreja está acabando, ele se revigora com seus novos convertidos.

         E pelo Espírito Santo, aquilo que Deus espalhou para realizar seu plano de povoação, agora ajunta pela fé, como anunciou Paulo aos cristãos da Ásia Menor: “A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo e manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas, para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor, pelo qual temos ousadia e acesso com confiança, mediante a fé nele.” (Ef 3. 8 – 12).

         O Espírito Santo através da proclamação do Evangelho através dos seus ministros fiéis continua ajuntando as pessoas afastadas pelo pecado. Ajunta para seu reino pessoas que estavam espalhadas no reino mundano.

         Continuemos a espalhar o Evangelho e nos espalhemos entre as pessoas para que muitos outros sejam ajuntados entre nós e a Jesus Cristo pela fé. Amém!

 

Pr Edson Ronaldo Tressmann

cristo_para_todos@hotmail.com

domingo, 5 de maio de 2013

Essas palavras são verdadeiras e merecem confiança...


12/05/13 – 7º Domingo de Páscoa

Sl 133; At 1. 12 – 26; Ap 22. 1 – 6, 12 - 20; Jo 17. 20 - 26

Tema: Essas palavras são verdadeiras e merecem confiança...” (v.6)

 

 
         Muitos assistem telejornais ou alguma outra programação na TV por causa da previsão do tempo. Sendo uma previsão, muitos brincam trocando “metereologista” por “mentirologista.” Essas brincadeiras provêm da desconfiança da previsão.

         Essa brincadeira mostra que vivemos dias de desconfiança. E a desconfiança está na política, nas igrejas denominadas “evangélicas,” nas relações sociais, familiares, etc.

         Desconfiança!

         Há um ditado que diz: “Não confio nem na minha sombra, eu passo em cima da ponte e ela passa lá na água.

         Entre os assuntos que mais geram desconfiança é sobre o FIM DO MUNDO. Há muitos ensinos voltados a esse tema, muitos artigos escritos sobre o tema e houve muitas previsões. Tudo isso conduziu as pessoas a concluírem falsamente que o fim do mundo será algo apavorante, assustador e que sua mensagem é apenas uma maneira de prender as pessoas numa igreja.

         Lembro-me dos rostos das crianças quando assistimos o estudo Bíblico em DVD, produzido pela Hora Luterana, sobre Apocalipse. As primeiras cenas são chocantes e assustaram as crianças. Mas, claro que isso foi proposital, pois o objetivo é mostrar que Apocalipse não é assustador, mas sim animador e consolador.

         Susto! Medo! Pavor!

         Reações típicas das pessoas só ao ouvirem a palavra Apocalipse. E essa reação é porque muitas pessoas ainda não conhecem a mensagem evangélica do Apocalipse.

         Muitas pessoas estão cheias de dúvidas e até desconfiadas sobre o tema FIM DO MUNDO. E isso se deve a um simples motivo. O homem que sempre buscou prever o fim. A previsão mais recente foi de Nostradamus para o ano de 2000.

         O desespero e despreparo nesse assunto levou muitas pessoas a cometerem suicídio devido a essa previsão. No ano de 2008, um grupo na Rússia, que se dizia ser a única igreja Ortodoxa Russa se tranca numa caverna gelada, anunciando que o fim do mundo ocorreria em maio daquele ano. E o fim Nada!

         FIM!

         Como será o fim?

         Muitos sofrem com o fim do casamento, do namoro, de uma sociedade, de um emprego. Outros comemoram o fim, fim dos estudos, final de um tratamento, final de uma investigação, final da lavoura, da colheita, final do ano, etc.

         A palavra FIM é dramática.

         Quando se chega ao fim de um casamento, de um emprego, de uma sociedade, assim como foi dos Maias e Astecas, ou mesmo o fim de um namoro, todos ficam especulando o porquê do fim. Por outro lado, quando se chega ao fim dos estudos, de um tratamento de doença, de uma investigação, acontece inúmeras comemorações. E nesse final feliz as pessoas testemunham o que passaram para se chegar até o fim.

         FIM!

         As pessoas não aceitam o fim. Mesmo sabendo que irão envelhecer, não aceitam o envelhecimento. Encara-se a velhice como fim. O mesmo acontece com o fim do mundo, mesmo que não aceitemos ou creiamos, ele irá ocorrer. E enquanto o fim não chega, Deus nos dá a oportunidade para que nos preparemos para o mesmo.

         Mesmo que ainda estejamos no período de páscoa, é necessário que falemos do fim. Afinal, é um assunto do qual a Bíblia fala. E no último livro da Bíblia, em Apocalipse, o apóstolo João ao receber visões sobre o fim revela algo importante: “Essas palavras são verdadeiras e merecem confiança...” (v.6).

         Quais palavras? As belas palavras de Apocalipse sobre a mensagem do Cordeiro, aquele que foi crucificado e que com sua ressurreição venceu a morte, o diabo e o inferno. E nesse Jesus, o Cordeiro, o Noivo, podemos esperar com muita ansiedade e tranquilidade o fim.

         Apocalipse não dá previsão sobre o fim. Esse livro afirma que haverá o fim. E nessa mensagem precisamos confiar e reconhecer como verdadeiras.

         Não é apenas o livro de Apocalipse que merece a nossa confiança, mas toda a Palavra de Deus, assim como disse Jesus: “Que eles sejam teus por meio da verdade; a tua mensagem é a verdade” (Jo 17.17).

         Mesmo que tenhamos medo do FIM. Precisamos reconhecer que o FIM teve um começo. E desde o seu inicio foi anunciado como algo maravilhoso e não assustador e desesperador, a não ser por aqueles que não estiverem na verdade que é Jesus.

         O FIM, que para muitos, por falta de conhecimento será ruim e é um assunto que causa espanto. Deus o anuncia como algo maravilhoso. Essa mensagem é referida pelo apostolo João como “... palavras ... verdadeiras e (que) merecem confiança...” (v.6). Como dito por Paulo “...Deus, que não mente, nos prometeu essa vida, antes da criação do mundo,” (Tt 1.2).

         A desconfiança ante a mensagem de Deus não é novidade.

         Lembremos a história de Noé.

         Ele pregou por 120 anos sobre o dilúvio. Ninguém acreditou, a não ser sua família. As pessoas encaravam a mensagem com desconfiança e mais uma dessas histórias de um idoso.

         É necessário que relembremos o povo de Israel.

         Sempre ouviram a mensagem de Deus através dos profetas. Mas sua atitude foi de rebeldia.

A desconfiança existiu, existe e sempre existirá em se tratando do tema: FIM DO MUNDO.

O próprio Jesus nos assegura sobre o fim.

Em Apocalipse 21.7 foi dito: “Escutem! Diz Jesus: eu venho logo!...” e também no v.10 “...pois o tempo de acontecerem essas coisas está perto.

Essas palavras não se referem somente ao fim do mundo, mas a todos os eventos anunciados em Apocalipse. Os sofrimentos sobre o povo de Deus, a perseguição dos cristãos, a fome, os terremotos. Esses eventos anunciados em Apocalipse não querem nos assustar. Foram revelados por Deus e transmitidos a nós para que VIGIEMOS.

O que é vigiar? Cuidar, perseverar.

E perseverar é fortalecer nossa fé na própria Palavra de Deus. E “Essas palavras ... verdadeiras e (que) merecem confiança...” (v.6). Perseverar é nos manter cheios da esperança da vitória de Cristo na cruz. E essa esperança foi comunicado aos cristãos perseguidos na época em que Apocalipse foi escrito e enviada.

O causa estranheza em muitas pessoas nesse texto de Apocalipse 22 é o versículo 11. “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se.” (Ap 22.11).

Mesmo que pareçam estranhas, essas palavras precisam ser entendidas da mesma maneira como a parábola do trigo e do joio apresentada em Mateus 13.24-30.

Na parábola contada por Jesus os servos perguntam: “Queres que vamos arrancar o joio?” A resposta é surpreendente: “Não! Para que, ao separar o joio, não arranqueis também com ele o trigo...deixai-os crescer juntos até a colheita.

Queridos amigos.

As pessoas que rejeitam a Palavra de Deus e não querem guardar, ou pensam que essa palavra não merece confiança, vão continuar sendo sempre o que foram. Não cabe a Igreja, a tarefa de exterminar com fogo e espada os incrédulos. A Igreja cabe apenas à tarefa de continuar vivendo no meio deles, anunciando-lhes a Palavra de Deus.

Os salvos, aqueles que conhecem o amor de Deus em Jesus Cristo, precisam vigiar, ficarem alertas para não serem confundidos e perder a salvação.

Como dito em Apocalipse: “Quem tem ouvidos para ouvir ouça o que o Espírito diz” escutem com atenção e aprendam as lições, pois “Essas palavras são verdadeiras e merecem confiança...” (v.6).

1) - A palavra de Deus fala sobre o fim, e nós podemos crer nisso, pois “essas palavras são verdadeira e merecem confiança;

2)O fim do mundo pode chegar a qualquer momento, pois para o Senhor mil anos é como um diz e um dia como mil anos, 2Pe 3.8;

3)Vigiem! Permaneçamos firmes na fé no Deus que enviou seu Filho para nos salvar e nos dar a vida eterna gratuitamente.

Essas palavras são verdadeiras e merecem confiança...” (v.6)

Amém!

 Pr Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com

Em Jesus - uma nova aliança!

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