segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A Igreja se comunica numa linguagem de Esperança

Mensagem para o dia de 02 de Novembro - Finados
1Tessalonicenses 4.13 - 18
A Igreja se Comunica numa linguagem de Esperança 
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            Paulo, Timóteo e Silvano já responderam nos capitulos anteriores da carta aos tessalonicenses, algumas questões sobre a moral sexual e matrimonial. No capitulo 4,  estão respondendo algumas questões que provoca uma certa intranqüilidade àquela comunidade: os mortos, ressurreição e segunda volta de Cristo.
            Os cristãos estavam sendo perseguidos, e a pergunta era o que iria acontecer se morressem, ou se fossem assassinados? Tudo iria se acabar? A ressurreição é realmente verdade?
            É importante olharmos as palavras  do v.12 – “aos de fora” – e do v.11 “não tenham necessidade de ninguém”, “ocupar-se dos próprios negócios”, “trabalhar com as suas mãos”. Essas palavras estão transmitindo um valioso recado: Saiam do sistema, do mercado, assim iriam descobrir a novidade. Palavras que valem para o nosso mundo consumista. Não se deixem escravizar por isso.
            O v.13 indica quantas léguas “os de fora”, “os outros” estavam longe da verdade. Quem eram esses?Os que não tem esperança”. Eram os que detinham o poder no império romano. Havia uma enorme distância da classe social rica para os trabalhadores de Tessalonica. Os ricos não esperavam por mais nada, pois possuiam tudo aqui e agora. Assim como em nossos dias, há aqueles que possuem tudo aqui e agora.
            Paulo em suas palavras está falando da volta do Senhor vitorioso. O exemplo fora dado, pois no império romano, as pessoas esperavam a volta do imperador vitorioso de uma guerra. Era um dia aguardado, pois havia um grande e delicioso banquete, cheio de bebidas e comida farta.
           A exemplo da volta do imperador vitorioso será a volta do Senhor Jesus. Nesse dia os mortos vão ressuscitar e os que estiverem vivos vão se encontrar com o Senhor. Paulo faz o anuncio de vida após a morte.
            A doutrina da ressurreição é sempre colocada em cheque quando ocorre a perseguição. Por sermos um país livre em termos religiosos, pouco nos importamos com esse assunto. Mas se olharmos os livros de Daniel, Marcos, Mateus, Lucas e Apocalpse veremos a importante ênfase nesse assunto. Um assunto importante em dias de perseguição. A linguagem de Paulo é camuflada para que os perseguidores não a entendam, mas aos cristãos a verdade da ressurreição os animava a permanecerem firmes, mesmo em meio aos perigos de morte.
            A linguagem é de esperança: não ficar triste diante da morte. O v. 13 diz  “aos que dormem” – o termo grego é Koimoménon, fazer dormir, colocar para dormir, na certeza de que se vai acordar. Não podemos ficar na ignorância assim como os de fora que não tinham essa esperança. Sua esperança e alegria estavam nas coisas materiais que possuiam nesse mundo, não aguardavam e nem esperavam por mais nada. A morte do cristão é uma gloriosa ressurreição.
            O anuncio da ressurreição que perpassou a pregação da Igreja primitiva era consolo e força para os Tessalonicenses perseguidos. Essa pregação era uma esperança viva. Uma esperança que conforme o v. 15,  “por palavra do Senhor”, era do próprio Senhor, por isso, os tessalonicenses podiam se regozijar.
            Paulo afirma: “nós, os vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, ... (v.15). É uma afirmação de que eles estariam vivos. Na época a pregação consistia em ressurreição para julgamento apenas com os vivos, e Paulo está afirmando que a pregação da salvação consiste em dizer que em Cristo todos, mortos e vivos estão verdadeiramente vivos. Assim os tessalonicenses eram chamados a colocar toda a esperança na volta de Jesus, pois nem mesmo a morte os separaria do Senhor. A verdade é que não há ressurreição para julgamento, mas todos ressuscitarão para uma maravilhosa festa.
            O v.17 com uma linguagem apoteótica, fala sobre um encontro do governante com seus súditos após uma vitória na guerra. Celebra-se o domínio do homem sobre o homem. Roma tinha poder sobre todos e tudo. O encontro com o representante desse poder era algo extraordinário. Dessa festa só participavam os vencedores, aqueles que praticavam a injustiça sobre os outros e que  dominavam e venciam seus semelhantes e os escravizavam. Mas, nós cristãos, precisamos olhar para o versiculo 17 e vermos a maravilhosa mensagem. É Jesus, o vencedor que vem ao encontro do seu povo, um povo vivo. Os v. 16-17 não narram nenhuma batalha, ao contrário, apresentam o que é verdadeiro, ou seja, que ao acontecer a vinda, o combate já terminou, o vencedor está chegando e é vitorioso. A festa é para todos aqueles que em Jesus são vencedores e que não precisaram dominar, combater ou escravizar seu semelhante para estar no banquete do vencedor. 
             A preocupação de Paulo nessa carta são apena os fiéis. Paulo está ressaltando o encontro  definitivo com o Senhor que vem. Olhemos mais uma vez as palavras do v. 17: “estaremos para sempre com o Senhor”. Essa é a finalidade da história de Deus para conosco, que cada pecador esteja com ele para sempre.
            O pedido é que os fiéis não se entristeçam com os entes queridos mortos, pois todos se alegrarão no reencontro com o Senhor. Essa esperança era uma injeção de ânimo, diante da tristeza dos que já partiram e da perseguição.

Edson Ronaldo Tressmann

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A seriedade do pecado e a certeza da salvação

31/10/11 – Dia da Reforma
Sl 46; AP 14. 6 – 7; Rm 3. 19 – 28; Jo 8. 31 – 36 ou Mt 11. 12 - 19
Tema: A Seriedade do Pecado e a Certeza da Salvação
Introdução
    Brasão de Lutero.
    Cruz (Preto): a fé no Cristo crucificado salva;
    Coração (Vermelho): se crê na justiça;
    Rosa (Branco): a fé produz alegria, consolo e paz;
    Fundo (Azul): o céu nos aguarda;
    Arco (Amarelo): a alegria no céu não terá fim;

  "Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus” (Rm 3.23).



            A justificação pela fé é o tema da reforma. Uma pergunta importante a se fazer é: Por que a Justificação pela Fé é o tema central da Reforma? Por causa do pecado. Brasão – centro é a cruz na cor preta.
            O pecado é tão antigo como o homem. O Antigo Testamento é uma compilação de narrativas de altos e baixos devido ao pecado.
            A Reforma trouxe o pecado a tona. Quem pode dizer eu nunca pequei? Somos pecadores desde que nascemos, conforme o Sl 51.5, “eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu a minha mãe”. Em Romanos 3.23, “Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus” é necessário que observemos o termo αμαρτανω no original grego. Esse termo indica o lanceiro que atira lanças e erra o alvo. Αμαρτιαé um erro, um pecado. O que é pecado? É se afastar do alvo estabelecido por Deus. O pecado é coisa séria. Por isso, Lutero o colocou no centro do seu Brasão.
            Pecado é pouco comentado em nossos dias. Aliás, a festa do Hallowen não comenta o pecado. O pecado não é falado, pois para o mundo não há importância nenhuma nesse assunto. E assim, o diabo nosso inimigo, que está andando em redor procurando alguém para devorar está se utilizando da minimização do pecado e enganando muitas pessoas.
            Minimizar o pecado é a vestimenta do diabo – não se tem mais coragem de pedir desculpas. Não se reconhece mais o erro individual, a culpa sempre é do outro. A cor preta é o centro do brasão. Isso mostra a seriedade do pecado, Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus” (Rm 3.23). E a conseqüência do pecado é a morte e a condenação. Queremos evitar o pecado. O centro da Reforma, pela fé. Mas, não podemos falar da justificação pela fé sem apontar a seriedade e gravidade do pecado.
            Nós sabemos que o pecado existe, e lutamos contra ele com a fé em Cristo Jesus. Pois o que nos capacita nessa luta contra o pecado é o perdão que Cristo nos dá, pois se “Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus”, é dito também que “...pela sua graça e sem exigir nada, Deus aceita todos por meio de Cristo Jesus, que os salva” (Rm 3.24).
Conclusão
         
Brasão de Lutero – tem no centro a cruz. Isso indica que o pecado, o nosso pecado custou à morte de Jesus Cristo na cruz. Jesus sofreu em nosso lugar, por causa dos nossos pecados. O pecado é coisa séria e a salvação é a maravilhosa noticia de que nós gratuitamente agora temos paz com Deus.
        
Esse perdão não nos deve acomodar, mas motivar a falar, testemunhar e lutar contra o pecado e recorrer sempre ao perdão que Jesus Cristo conquistou para nós na cruz. Amém!

Pr Edson Ronaldo Tressmann
Baseado em anotações de uma devoção proferida pelo Prof. Dr. Deomar Roos em 31/10/2000.
cristo_para_todos@hotmail.com

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A verdade que liberta

Dia da Reforma - 31 de outubro
Sl 46; AP 14. 6 – 7; Rm 3. 19 – 28; Jo 8. 31 – 36 ou Mt 11. 12 - 19
Tema: A verdade que Liberta
Introdução
            Ano de 1.500 é classificado como  período da Idade Média. Muitas descobertas, mas o homem em si, vivia numa crise espiritual. A igreja apresentava um Deus irado e bravo. Todas as coisas que eram feitas, se fazia para agradar esse Deus irado. As relíquias, as romarias, a missa aos mortos, oferendas aos mortos para salvá-los. Ainda havia as indulgências, em nome da fé o povo era sufocado. Cristo deixou de ser o centro. A salvação dependia das boas obras praticadas por pessoas que não conheciam a graça de Deus. Se as faziam era por puro medo ou desespero, e com toda a certeza isso não agradava a Deus. Se houvesse conhecimento, como houve depois da reforma, entenderiam que essa atitude errada é que irava a Deus. 1500 é período onde se esperava e se tinha certeza de novas descobertas, mas a certeza da salvação não havia.
            O que era preciso, ou quanto sacrifício era necessário para ser salvo? O que fazer para ser salvo? Uma questão dificil de ser respondida, pois a Bíblia estava proibida aos leigos. As almas estavam atribuladas.
            Entre as muitas almas inquietas com a incerteza da salvação estava Lutero. Ele se auto flagelava, pois não conhecia o Deus verdadeiro. Lutero tinha medo de Deus. Observamos isso quando de caminho de volta a Universidade, depois de ter participado de um velório de um amigo seu. Quando retornava um raio atingiu uma árvore ao seu lado que quase o matou, ali, em meio a chuva prometeu a santa Ana que iria ingressar num convento se ele saísse vivo daquela tempestade.
            O medo e o desespero levaram Lutero a ingressar num convento, imaginando que lá encontraria paz para sua alma.  Lutero sempre buscou a resposta para sua inquietação: O que fazer para ser salvo? Quanto mais cumpria as regras, mais se agravava o tormento da sua alma e menos paz encontrava. Sem saber o que fazer, Lutero abriu seu coração ao seu superior, o Frade João Staupitz, o qual o confortou dizendo: “Cristo é o salvador verdadeiro e você um pecador. Deus não brincou ao entregar seu Filho por nós”. Mais tarde Lutero disse que essas palavras tiraram sua alma do inferno. Essas palavras caíram como um raio dentro de Lutero. Relembremos: “Cristo é o salvador verdadeiro e você um pecador. Deus não brincou ao entregar seu Filho por nós”. Lutero passou a examinar toda Escritura.
            Cristo na sua Palavra mudou Lutero. Em 31 de outubro de 1517, em Wittemberg, na porta norte do castelo, Lutero afixou 95 teses que fizeram uma enorme mudança, principalmente naquilo que estava afligindo as pessoas, a vida espiritual.
            O Resultado dessas 95 teses foi que Lutero teve que enfrentar a dieta de Worms. Mesmo ali, Lutero se manteve firme e confessou: “se eu não for convencido pela Escritura que estou errado, então que Deus me perdoe
            Lutero sempre se considerou um servo de Cristo. E mesmo quando as pessoas se reuniam para dar nome a esse movimento, Lutero pedia que simplesmente se chamassem de Cristãos, pois foi Cristo quem deu a vida para nos salvar.
            Estamos vivendo em meio a muitas heresias. Dentro do culto estão usando coisas não prescritas como elementos de culto. Estão abandonando a prática do culto verdadeiro. E ainda, se julgam melhores que a igreja que foi reformada e fazem piores atrocidades que se fazia naquele período de escuridão espiritual. E entre tantas atrocidades, a pior é a distorção da Palavra de Deus.
            Na palavra de Deus, nas palavras de João 8.36 meditemos no tema: a verdade que liberta.
            Se o Filho os libertar, vocês serão, de fato, livres” (Jo 8.36). Cristo é a única verdade que liberta. Lembremos do significado do 2º artigo do Credo: “Creio que esse Jesus Cristo é meu Senhor...”. A mesma coisa já falou o profeta Isaias cap. 53, numa das mais belas passagens da Bíblia.  Isaias 53. 1 – 9.
            Jesus morreu por nós. Cristo é o centro da verdade. A única verdade que liberta. Se lhe apresentam outros meios além de Cristo para a liberdade, saiba que é mentira, pois só Cristo é a salvação. Cristo humilhou-se para a nossa remissão. Em Cristo estamos justificados, não precisamos de romarias, indulgências, missa do 7º dia. A salvação nos foi e é dada em Cristo.
            Diz Paulo em sua 2º carta aos Coríntios: “Em Cristo não havia pecado. Mas Deus colocou sobre Cristo a culpa dos nossos pecados para que nós, em união com ele, vivamos de acordo com a vontade de Deus” (2Co 5.21), e o profeta Isaias que acabamos de ouvir diz que Cristo foi moído pelos nossos pecados. Graças a isso, podemos crer na vida após a morte. A justiça, a salvação vem da graça de Deus por Jesus Cristo. Deus nos olha pelo sacrifício de Cristo. Cristo é a verdade que liberta.
Conclusão
            Lutero em um período muito difícil foi arauto dessa salvação. Hoje olhamos para trás, 494 anos e vemos que somos herdeiros e também servos dessa verdade. Não podemos arredar nenhum milímetro que seja dessa preciosa verdade, “Se o Filho os libertar, vocês serão, de fato, livres” (Jo 8.36). Dia 31 de outubro se comemora o Hallowen. Essa é uma festa que apresenta tudo aquilo contra o que nós lutamos e precisamos nos afastar.
            Apontemos Cristo para nossos familiares, vizinhos e amigos. Dia 31 de outubro é dia de festejarmos a verdade que liberta. Esse dia me leva a louvor a gratidão. Que continuemos assim como fez Lutero e tantos outros a confessar que só a graça de Deus em Jesus Cristo nos justifica. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

Baseado em anotações do sermão proferido pelo Professor Leonardo Neitzel na Congregação Ebenézer em São Paulo no ano de 2000.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Em Jesus, Santos Sereis.

23/10/11 – 19º Domingo após Pentecostes
Sl 1; Lv 19. 1 – 2, 15 - 18; 1Ts 2. 1 - 13; Mt 22. 34 - 46
Tema: Em Jesus, Santos sereis.
Santos sereis, porque eu, o SENHOR, vosso Deus, sou santo” (Lv 19.

As palavras da Confissão de fé no Credo Apostólico: “Creio no Espírito Santo, na santa Igreja cristã, a comunhão dos santos, ...”, ao serem pronunciadas, levam muitas pessoas a questionamentos. Quem são esses santos? E como eu posso ser santo?
Na maioria das vezes, a palavra santo, é entendida de acordo com o nosso pressuposto. E assim, ser santo parece ser privilégio de poucos. Para muitos, santo, é aquele capaz de acumular boas obras, capaz de fazer coisas extraordinárias, tais como, ficar dias sem comida, ou sem fazer alguma coisa errada.
Santos sereis, porque eu, o SENHOR, vosso Deus, sou santo”. Esta é a Palavra de Deus. Palavra dirigida a todo o seu povo. E observemos que Deus está pedindo a Moisés dizer que Ele, Deus é santo e quer para si um povo santo que reflita constantemente a sua santidade perfeita. Essas Palavras precisam ser bem compreendidas, afinal, Deus não está dando um mandamento. Ele não diz “Sede santos”, mas, “Santos sereis”. Temos o anuncio de uma boa noticia: “vocês serão santos.”
Inicialmente essa bela mensagem foi transformada como requisito para merecer a posição de “povo de Deus”, e nesse sentido observamos os fariseus, aqueles que pelo suposto cumprimento das leis, se julgavam melhores que outros. É a pregação anunciada por muitos em nossos dias. Ser santo foi transformado em obra meramente humana, onde alguns requisitos os tornam melhores e santos.
         Deus solicitou a Moisés para que falasse a “toda a congregação dos filhos de Israel.” Um povo escolhido para ser o seu povo de Deus. E como nós, um povo pecador em palavras, ações e pensamentos. A única coisa especial que esse povo tinha era o fato de terem sido escolhidos por Deus.
         O capítulo 19 de Levítico fala a pecadores reconciliados com Deus. E justamente pela reconciliação oferecida por Deus é que o povo seria santo. Por isso, a promessa: “Santos sereis,...”.
         É necessário uma correta compreensão dessas palavras para que os cristãos não as entendam como um catálogo de leis. É correto afirmar e afirmamos que essas palavras são um guia para a vida como filho de Deus nesse mundo. Em Jesus nós fomos e estamos reconciliados com Deus, e assim somos um povo santo. Observem que não é obra nossa, mas obra de Jesus por nós. Como bem apresentou o apostolo Paulo: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9), e diante dessa afirmação segue o apostolo: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Em Jesus, somos santos e refletimos a imagem de Deus. Diz a palavra de Deus: “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20-21), isso quer dizer que somos salvos por amor de Cristo, e em Cristo nossos pecados são perdoados. E nesse perdão e amor eu vivo como um filho santo. Reflito pela fé a imagem e semelhança de Deus.
         O livro de Levitico é pouco estudado. É importante olharmos para o que acontece nos capítulos anteriores ao dezenove para podermos tirar a melhor conclusão dessas palavras.
Os capítulos 1 - 15 descrevem todo o sistema sacrificial do Antigo Testamento. O sangue derramado e a queima das ofertas traziam paz entre Deus e o povo.
O capítulo 16 é a chave para o entendimento de todo o livro de Levitico. Nesse capitulo se aponta para o dia da expiação, ou seja, quando um cordeiro inocente era sacrificado pelo pecado de todo o povo.
         Podemos dizer que o povo de Deus que caminhava no deserto rumo a terra prometida estava na sua infância. Estavam recebendo a regulamentação para o culto e a vida santificada. Culto e vida que só era agradável aos olhos do pai através do cordeiro inocente e pelo perdão recebido. Esse ensino é amplamente abordado por Paulo na sua segunda carta aos coríntios: “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação” (2Co 5.18-19). Assim como pelo cordeiro inocente que era sacrificado o povo de Deus recebia o perdão, assim nós por meio de Cristo, o cordeiro inocente de Deus, recebemos o perdão, “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21).
         Não há diferença entre nós e os cristãos do antigo testamento. Assim como nós, eles viviam guiados pela promessa de Deus. Ouviram e viveram na promessa de que mesmo sendo pecadores seriam santificados pelo sacrifício de um cordeiro inocente, assim como nós o fomos e somos. E por Cristo e em Cristo, pelo evangelho, na santa igreja cristã, somos santos.
         Que os questionamentos: Quem são esses santos? E como eu posso ser santo? Tenha sido respondido através dessa reflexão no texto de Levitico 19. Pois, Deus em Jesus cumpriu a sua promessa, "santos sereis", e em Jesus santos nós somos.
Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Uma atitude que trará felicidade e bênçãos.

23/10/11 – 19º Domingo após Pentecostes
Sl 1; Lv 19. 1 – 2, 15 - 18; 1Ts 2. 1 - 13; Mt 22. 34 - 46
Tema: Uma atitude que trará felicidade e bênçãos.
Introdução
            Tomar qualquer atitude que seja, não é fácil. O que é atitude? O dicionário define de duas maneiras: primeiro: Posição do corpo; postura; segundo: reação ou maneira de ser, em relação a um objeto ou pessoa. E nesse ano de 2011 a proposta da IELB é uma tomada de atitude: Acolher e Integrar.
            E nas muitas decisões tomadas por nós, quantas e quais nos causaram dores e sofrimentos? Quais e quantas nos trouxeram alegrias?
            O Salmo 1 é um convite para tomarmos uma atitude adequada. E essa nos trará alegria, pois é uma atitude feliz e abençoada. Vejamos:
            Uma atitude que trará felicidade e bênçãos.
            1 – Ter prazer na lei de Deus
            Com a palavra “prazer” – o salmista se refere a adesão alegre e obediente a lei, motivado pelo amor. O prazer na lei de Deus provinha e provem de um Deus amoroso que ao dar a sua lei disse: “Meu povo, eu, o Senhor, sou o seu Deus. Eu o tirei da terra do Egito, a terra onde você era escravo(Ex 20.2). E nesse amor libertador estava a diretriz do povo de Deus.
            Ter prazer na lei de Deus é viver de acordo com a lei de Deus, mas não como critério para ser considerado melhor que o outro. A lei incentiva a amar a Deus e ao nosso próximo e a motivação vem do próprio Deus amoroso.
            E para amar a Deus e ao nosso próximo o salmista anuncia: “A tua palavra é lâmpada para guiar os meus passos, é luz que ilumina o meu caminho” (Sl 119.105). É a própria voz de Deus, que nos conduz, guia, orienta: “A lei do Senhor é perfeita e nos dá novas forças ... seus conselhos merecem confiança e dão sabedoria as pessoas simples. Os ensinos do Senhor são certos e alegram o coração. Os ensinamentos são claros e iluminam a nossa mente...os seus ensinos são mais preciosos que o ouro, até mesmo que muito ouro fino. São mais doces do que o mel, mais doce que o mel mais puro” (Sl 19.7,8,10). Essa descrição belissima da lei nos mostra qual é o seu verdadeiro objetivo. Ter prazer na lei de Deus é aderir com alegria e viver de acordo com a vontade de Deus motivado pelo amor de Deus.
            Diante da lei de Deus duas atitudes são tomadas:
            Primeiro: Muitos vivem baseados na lei, uma lei que as torna orgulhosas e cheias de soberba. Justamente o oposto daquilo que Deus desejou ao dar sua lei, tanto que o profeta Isaias declarou: “...esse povo ora a mim com a boca e me louvam com os lábios, mais o seu coração está longe de mim. A religião que eles praticam não passa de doutrina e ensinamentos humanos que só eles sabem de cor” (Is 29.13), e o apóstolo Tiago: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tg 1.27).
            Segundo: Pela atitude orgulhosa e arrogante de muitos, alguns preferem abandonar a lei, e passam a viver suas vidas pelo caminho dos ímpios, passam a dar ouvidos a conselhos contrários a palavra de Deus e se deixam levar por doutrinas falsas.
            Ao olhar para a lei, precisamos olhar para o Deus de amor que é o seu autor. E a lei quando anunciada nos quer trazer de volta ao caminho desse Deus amoroso. No culto, estudos bíblicos, reunião de servas, leigos, encontro dos jovens, escola bíblica, temos um Deus que vem ao nosso encontro e nos socorre. E o prazer na lei de Deus está justamente no conhecer o amor de Deus.
            Certa vez um jovem muito rico se aproximou de Jesus procurando elogios e iniciou a conversa perguntando: “Mestre, o que eu posso fazer de bom, para alcançar a vida eterna?” (MT 19.16). Jesus querendo conversar e alcançar verdadeiramente aquele jovem respondeu: “Só existem um que é bom, e esse é Deus. E se de fato queres entrar na vida, guarda os mandamentos”. O jovem respondeu a Jesus que tudo isso havia feito. Jesus então lhe chama a atenção dizendo: “Vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu e depois vem e me segue” (MT 19.21). Palavras não tão agradáveis, mas a lei estava fazendo o seu papel. O engrandecimento pessoal diante da lei, e assim a própria lei de Deus o acusou e mostrou o seu erro. A lei de Deus queria trazer aquele jovem para uma atitude que iria lhe trazer felicidade e bênçãos.
            Uma atitude que trará felicidades e bênçãos não é a de orgulhar-se perante a lei de Deus. O convite é ter prazer na lei, aderir à lei pelo amor e agir com amor tanto para Deus como para o próximo. Salomão nos deixa esse belo ensino: “As suas instruções são uma luz brilhante, e a sua correção ensina a viver” (Pv 6.23) e Paulo completa: “...as Escrituras sagradas, as quais lhe podem dar sabedoria que leva à salvação, por meio da fé em Jesus Cristo...é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver. E isso para que o servo de Deus esteja completamente preparado e pronto para fazer todo tipo de boas ações” (2Tm 3.16-17). Essa palavra é “viva e eficaz” (Hb 4.12) que nos anuncia uma noticia maravilhosa: “todos nós éramos como ovelhas que haviam se perdido; cada um de nós seguia o seu próprio caminho. Mas o Senhor castigou o seu servo; fez com que ele sofresse o castigo que nós merecíamos” (Is 53.6), e enfatiza que: “fez Jesus diante de seus discípulos muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. E para que, crendo, tenham vida por meio dele” (Jo 20.30-31). E nesse amor temos prazer na lei de Deus e nela meditamos dia e noite.
            Uma atitude que trará felicidade e bênçãos.
            2 – Meditar na Palavra dia e noite
            Quando o grande líder Moisés morreu, Josué foi o substituto, e ao comandar o povo Deus lhe deu uma ordem: “Fale sempre do que está escrito no livro da lei. Estude este livro dia e noite e se esforce para viver com tudo o que está escrito nela. Se fizer isso tudo lhe correrá bem, e você terá sucesso” (Js 1.8).
            Por que meditar na lei dia e noite? Qual era a importância dessa meditação? Era uma atitude de prevenção. O povo de Deus que deixou de se precaver cometeu um grave erro. Esse está narrado no livro de Josué. O povo tomou uma atitude adversa. O povo não consultou a Deus e agiram por conta própria e fizeram aliança com os gibeonitas.
            Guardem no coração as leis que eu lhes estou dando hoje e não deixem de ensiná-las aos seus filhos. Repitam essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levantarem. Amarrem essas leis em seus braços e na testa, para não as esquecerem; e as escrevam nos batentes das portas das suas casas e nos seus portões” (Dt 6.6-9).
            Meditemos na palavra, não ouçamos os conselhos dos ímpios e os maus conselhos, procuremos a voz do Senhor. Uma atitude que nos trará felicidades e bênçãos é meditar na lei de Deus dia e noite. E ao meditar nessa palavra ouviremos a voz de amor: “Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10.11) e ainda: “Tenho outras ovelhas que não estão nesse curral. Eu preciso trazer essas também, e elas ouvirão a minha voz. Então elas tornarão um só rebanho com um só pastor” (Jo 10.16). Pelo meditar na palavra de Deus somos animados, consolados, recobramos nossas forças e esperança e ainda evitamos tomar atitudes erradas. Pelo meditar na palavra de Deus passamos a agir pensando mais no nosso próximo. A palavra de Deus é sabedoria, tanto que Salomão registra: “Eu sou a sabedoria, sou mais precioso do que as jóias. Tudo o que vocês desejam não pode se comparar comigo” (Pv 8.11). Essa sabedoria é Cristo que foi revelado a nós na cruz e nos é apresentado e revelado na Bíblia que diz: “...Deus, em toda a sua sabedoria e entendimento, fez o que havia resolvido e nos revelou o plano secreto que tinha resolvido realizar por meio de Cristo” (Ef 1.8-9). A sabedoria exalta a Deus, e essa sabedoria está ao meu e ao teu alcance, está na Palavra, meditemos nela dia e noite, e que seja prazeroso esse meditar.
Conclusão
            Todos os dias precisamos tomar alguma atitude. O que é atitude? O dicionário define de duas maneiras: primeiro: Posição do corpo; postura; segundo: reação ou maneira de ser, em relação a um objeto ou pessoa. Uma atitude que trará felicidades e bênçãos é ter prazer na lei de Deus e meditar nessa lei dia e noite. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Uma vida de equilibrio

16/10/11 - 18º Domingo após Pentecostes
Sl 96.1 - 9; Is 45. 1 - 7; 1Ts 1. 1 - 10; Mt 22. 15 - 22
Tema: Uma vida de equilíbrio

            Mesmo vivendo numa sociedade moderna, alguns assuntos continuam sendo polêmicos. Entre os muitos que poderíamos citar, quero me ater ao assunto de nosso texto, a questão dos impostos. Afinal de contas pagar impostos para que?
O governo faz campanhas contra a sonegação de impostos. E a sonegação existe pelo fato de que os impostos não são devidamente administrados. Muitos dizem que não pagam os impostos corretamente, pois de que adianta se o dinheiro é desviado.
            Milhões e milhões são desviados e não são aplicados onde de fato deveriam ser, e isso causa muito desequilíbrio e traz à tona a polêmica em torno do assunto. Infelizmente, estamos no mundo, e devido à natureza pecaminosa, muitos que se deixam orientar e conduzir pelo velho homem, como verdadeiros bandidos desviam o suado dinheiro com o qual o povo simples paga seus impostos.
            De um lado temos o povo que cobra para que os impostos sejam usados para os seus devidos fins. De outro lado, o governo fiscaliza bares, supermercados, lojas e indústrias para combater a sonegação.
            Um assunto polêmico ainda no século XXI, assim como foi polêmico também no tempo de Jesus.
            Mateus nos transmite em seu evangelho ensinamentos contra àqueles que querem ser o centro, ou seja, contra aqueles que se julgam merecedores da salvação por seus próprios esforços.
            O episódio que temos em nosso texto para nossa conversa, narra um assunto polêmico. E mesmo sendo polêmico, foi trazido diante de Jesus. Quem trouxe o assunto? Um grupo dos fariseus que diziam ter respostas para tudo e que se julgavam melhor que todos os seres humanos. No entanto, não foi diretamente os fariseus que chegaram a Jesus. Enviaram a Jesus alguns herodianos para saber dele o que ele achava sobre o pagamento de impostos a César. Seria isso licito?
            Muitos assuntos polêmicos hoje são levantados apenas para ressaltar o quanto a igreja é ultrapassada. Muitos não querem saber a verdade, deseja apenas mostrar o quanto se julga melhor e moderno. Assim agiram os fariseus. Eles não estavam interessados em saber a verdade sobre os impostos. Desejavam colocar Jesus numa enrascada. Humanamente falando a pergunta feita não tinha resposta. Era uma pegadinha. Se a resposta de Jesus fosse Sim, seria linchado pelos zelotes, grupo que não admitia o pagamento de impostos ao imperador. Seria considerado um opressor dos fariseus, aliado a cúpula romana. Se a resposta de Jesus fosse Não, seria preso pelos herodianos, pessoas que trabalhavam para o governo, seria considerado um revolucionário.
            Assim é hoje – alguns assuntos polêmicos em caso de resposta afirmativa ou negativa podem nos levar a destruição ou até mesmo condenação. O que fazer? O que fez Jesus sobre o polêmico assunto sobre imposto? É preciso saber responder, assim como fez Jesus. E a sua resposta é justamente sobre viver uma vida equilibrada
            Jesus surpreendeu a todos. Pegou uma moeda e perguntou de quem era a gravura na moeda. E diante da resposta, Jesus disse: "Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus".
            Mesmo sendo filhos e filhas de Deus, como cidadãos nesse mundo, temos deveres com a nossa pátria. A Bíblia nos diz que a nossa pátria está nos céus, por isso, também temos deveres para com nosso Deus.
            Vejamos a resposta de Jesus: "Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus", de acordo com Isaias 45. 1 – 7:
O SENHOR ungiu Ciro como rei. Ele o pegou pela mão direita e lhe deu poder para conquistar nações e derrotar reis. Para que Ciro entre nas cidades, o SENHOR abre os portões, e ninguém pode fechá-los de novo. O SENHOR Deus diz a Ciro: “Eu irei na sua frente e aplanarei as montanhas; arrebentarei portões de bronze e quebrarei as suas trancas de ferro. Eu lhe darei tesouros escondidos, riquezas guardadas em lugares secretos a fim de que você saiba que eu sou o SENHOR, o Deus de Israel, que o chama pelo nome. Eu o estou chamando para que você ajude o povo de Israel, o meu povo escolhido. E, embora você não me conheça, eu lhe dou um título de honra. “Eu, e somente eu, sou o SENHOR; não há outro deus além de mim. Embora você não me conheça, eu lhe dou força para lutar. Faço isso para que, de leste a oeste, o mundo inteiro saiba que além de mim não existe outro deus. Eu, e somente eu, sou o SENHOR. Eu sou o Criador da luz e da escuridão e mando bênçãos e maldições; eu, o SENHOR, faço tudo isso. (Is 45.1-7, NTLH) (http://www.sbb.org.br/)
            E ainda conforme Amós: “O SENHOR diz ao seu povo: — Eu odeio, eu detesto as suas festas religiosas; não tolero as suas reuniões solenes” (Am 5.21). Jesus está dizendo que Deus ainda é dono da situação.
            Sempre se procurou saber do relacionamento entre Igreja e Estado. As palavras de Jesus: “Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” parecem delimitar as relações entre ambos.
            Desde o século IV, teólogos e estudiosos discutem sobre essa limitação. E nós, brasileiros, inseridos numa sociedade altamente pluralista, o debate continua e é polêmico.
            Antes do século IV, quando o cristianismo não era a religião oficial, as palavras de Paulo: “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores” (Rm 13.1), a não ser em caso de conflito com os mandamentos de Deus, (Atos 5.29). O dever da obediência aos governantes sempre era qualificado pela condição de que estas autoridades estivessem cumprindo sua tarefa de refrear o mal e de procurar a paz e a segurança.
            Deus instituiu o governo para o bem das pessoas. Por esse braço procura manter a paz e a segurança para seus filhos e filhas nesse mundo. Deus através do governo deseja proteger a vida bem como as propriedades.
            As leis, a cobrança de impostos, são meios, que os governantes usam para cumprir com a finalidade que o próprio Deus tem. Como bons cidadãos, devemos pagar impostos. Não podemos aceitar a alegação de que o péssimo uso por parte das autoridades nos apóie na sonegação. Por isso disse o apóstolo Paulo: "Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra" (Rm 13.7).
            Como filhos e filhas de Deus, sabemos que somos cidadãos dos céus, e por Deus fomos colocados como cidadãos nesse mundo para participar da vida política do país e fazer toda a diferença.
            O cristão é a pessoa mais feliz do mundo. Pois, não apenas tem deveres para com o governo, mas também com Deus. Será isso motivo de felicidade? Jesus apontou para uma vida equilibrada: "Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus".
            Como bem disseram os profetas Isaias e Amós, tudo está nas mãos de Deus. O governo com seus pesados impostos administram o país. No entanto, Deus é quem faz tudo. Ele é criador, sustentador e salvador.
            Entre os muitos assuntos polêmicos, temos ainda a questão do homossexualismo, aborto, etc. E muitos ao opinarem sobre esses temas acabam simplesmente dizendo que o podem fazer pela liberdade de usarem seus corpos com bem quiserem.
            Deus espera de nós uma vida equilibrada, de César o que é de Cesar e de Deus o que é de Deus. E o equilíbrio requer administrar corretamente o tempo, a mente, os bens, a vida, etc. Não é simplesmente gastar todas as nossas energias com nosso trabalho, pois Deus dá aos seus enquanto dormem. Ele continua tendo o controle de todas as coisas. Como disse o salmista: “Em vão trabalhamos, se Deus não nos abençoa” (Sl 127).
            Milhares de pessoas em nossos dias esquecem-se disso. Vivem suas vidas apenas como um pesado fardo a ser carregado. Pessoas que deixaram de viver de uma maneira equilibrada. Não se têm tempo para Deus. Os dias, de domingo a domingo, são ocupados com as coisas de César.
            Os impostos que lhe são pesados, que afadigam seus dias, só podem ser pagos pela bênção de Deus. Que lhe permite ter o trabalho, a força para trabalhar, capacidade para executar seu trabalho. O governo através da lei dos impostos arrecada dinheiro para construir estradas, pontes, hospitais, escolas. Ao contrário disso, Deus em amor nos convida de acordo com as bênçãos que nos dá a contribuirmos para que o seu evangelho continue sendo anunciado: “cada um oferecerá na proporção em que possa dar, segundo a bênção que o Senhor, seu Deus, lhe houver concedido” (Deuteronômio 16.17).
Uma vida equilibrada. Esse é um assunto que também causa polêmica, mas é assim que Deus deseja que vivamos. Temos e precisamos executar nossos deveres para com a nossa Pátria, um desses é o pagamento de impostos. E como cristãos também temos deveres com Deus. 
Seja na vida nesse mundo, seja na vida com Deus, nosso Pai nos dá tempo, vida e bens para executarmos com responsabilidade e equilíbrio a sua afirmação: “Daí a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus”. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Tenham sempre alegria, unidos com o Senhor! Repito: tenham alegria

09/10/11 – 17º Domingo após Pentecostes
Sl 23; Is 25.6 - 9; Fp 4. 4 - 14; Mt 22. 1 – 14
Tema: Tenham sempre alegria, unidos com o Senhor! Repito: tenham alegria
                                                                             

É possível estar sempre alegre?

            Nossa alegria se baseia somente em coisas boas aos nossos olhos. Mas, o que dizer daquele texto que nos transmite o seguinte recado: “Pois sabemos que todas as coisas trabalham juntas para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles a quem ele chamou de acordo com o seu plano” (Rm 8.28), e ainda: “Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação” (Fp 4.13).
            É possível estar sempre alegre?
            A resposta Não é sinal de que somos fracos e pecadores. Devido a nossa natureza pecaminosa, o velho homem nos conduz ao desespero, a angústia, a dúvida, etc.
Depois do pecado o homem se tornou mal, a natureza geme e sofre, a dor está presente em cada lar, o sofrimento faz parte da vida humana, a violência ronda os lares, as drogas, os vícios.
Olhamos demasiadamente para o que os outros têm e para aquilo que temos. Por isso, diante da pergunta: É possível estar sempre alegre? Geralmente respondemos não. Pois aos nossos olhos somos mendigos e miseráveis.
Ao falar em alegria pensamos nas coisas desse mundo, riquezas, saúde plena e perfeita, etc. Devido à velha natureza, nossos olhos se desviam do foco central da pergunta. A pergunta quer me conduzir à seguinte conclusão: nesse mundo não há a felicidade plena, pois nunca estou satisfeito, e sempre estou a procura de algo que faça mais feliz.
            É possível estar sempre alegre? Depende para onde os meus olhos estão voltados. Muitos olham para o berço esplêndido, ou seja, para aquilo que o mundo acha admirável. Outros olham somente ao TER, pois o que temos nos valoriza diante das pessoas do mundo. Assim a nossa resposta será: Não! Não é possível estar sempre alegre.
            Paulo ao escrever sua carta aos Filipenses demonstra sua alegria e lhes agradece pela ajuda que haviam enviado. E nessa alegria redireciona o olhar dos filipenses para a verdadeira alegria: “Tenham sempre alegria, unidos com o Senhor! Repito: tenham alegria” (Fp 4.4).
            Paulo ao falar em verdadeira alegria deixa de lado as riquezas, os v 11 - 12: “..., aprendi a estar satisfeito com o que tenho. Sei o que é estar necessitado e sei também o que é ter mais do que preciso. Aprendi o segredo de me sentir contente em todo o lugar e em qualquer situação, quer esteja alimentado ou com fome, quer tenha muito ou tenha pouco”. Paulo se contentava com o que Deus lhe proporcionava. Ao contrário de milhares hoje em dia, pois diante da pergunta: É possível estar sempre alegre? Nem sempre nos lembramos da verdadeira alegria, simplesmente nos deixamos levar pela onda do TER.
            Paulo mesmo preso exclama aos cristãos Filipenses para que tenham alegria. E deixa claro que essas alegrias não provêm do TER, assim como ensinou a Timóteo: “O que foi que trouxemos para o mundo? Nada! E o que vamos levar do mundo? Nada! Portanto, se temos comida e roupas, fiquemos contentes com isso. Porém os que querem ficar ricos caem em pecado, ao serem tentados, e ficam presos na armadilha de muitos desejos tolos, que fazem mal e levam as pessoas a se afundarem na desgraça e destruição. Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os tipos de males. E algumas pessoas, por quererem tanto ter dinheiro, se desviaram da fé e encheram a sua vida de sofrimentos” (1Tm 6.7-10). E quando anuncia aos Filipenses para que tenham alegria aponta para a fonte verdadeira: Unidos com o Senhor.
            Quando faço a pergunta: É possível estar sempre alegre? Numa luta contra o velho homem, e sabendo do novo homem em mim, de que estou unido com o Senhor respondo SIM.
            Não se espantem, apenas ouçam a palavra de Deus que nos diz: “Tenham sempre alegria,.....Como? ...unidos com o Senhor!” Nós, pecadores, miseráveis pecadores, somos convidados a olhar para Cristo. Em Cristo, mesmo que a tristeza bata na nossa porta, mesmo que o desespero queira nos dominar, mesmo que as dúvidas queiram nos assaltar, Cristo, a nossa união com ele é a verdadeira fonte de alegria. Olhemos para o berço de palha em Belém, e vejamos o menino Jesus que veio para nos unir ao Pai e nos tornar seus filhos e herdeiro dos céus. Já nos foi dito: “Conservemos os nossos olhos fixos em Jesus, pois é por meio dele que a nossa fé começa, e é ele quem a aperfeiçoa. Ele não deixou que a cruz fizesse com que ele desistisse. Pelo contrário, por causa da alegria que lhe foi prometida, ele não se importou com a humilhação de morrer na cruz e agora está sentado do lado direito do trono de Deus” (Hb 12.2). 
            Olhando para Cristo há motivos para estarmos alegres todos os dias. Pois todas as coisas estão nas mãos de Deus, pois Ele dirige os nossos passos. A Palavra de Deus nos ensina: “As pessoas podem fazer seus planos, porém é o Senhor Deus quem dá a última palavra” (Pv 16.1). E se é Deus quem dá a ultima palavra, porque nos entristecer quando algum plano dá errado? É possível estar sempre alegre? Sim! Se olharmos em todos os momentos para Cristo, tanto como aquele que nos governa e sustenta e como aquele que nos salvou e salva. Como isso é possível? Ore todos os dias assim como os discípulos: “...aumenta-nos a fé” (Lc 17.5), e na fé podemos ouvir as palavras do apóstolo Paulo: “Que a esperança que vocês têm os mantenha alegres; agüentem com paciência os sofrimentos e orem sempre” (Rm 12.12).
            – esse é o maravilhoso presente concedido por Deus para cada pessoa no batismo, e essa fé é constantemente alimentada pela Palavra, pelo Corpo e Sangue de Cristo. Para isso é importantíssimo estarmos unidos a igreja Cristã, pois ali recebemos de Deus as ricas bênçãos, perdão, vida e salvação. Somos alimentados na fé para podermos na fé, na certeza de que estamos unidos com o Senhor, estarmos alegres todos os dias. Na certeza da salvação vivemos nossos dias felizes, pois sabemos que “...somos cidadãos dos céus e estamos esperando ansiosamente o nosso salvador, o Senhor Jesus Cristo, que virá de lá” (Fp 3.20). Na fé verdadeira vivemos nossos dias neste mundo alegres, pois como disse Pedro: “...somos estrangeiros de passagem por este mundo...” (1Pe 2.11).
            É possível estar sempre alegre? Sim! Quando olhamos para Cristo. Agora, se permitirmos que no dia-a-dia, devido a nossa velha natureza, olharmos para nós, para nossas forças, a alegria da união com Cristo não será manifestada. É possível estar sempre alegre? Sim! Quando olhamos para Cristo. E é só para Ele que precisamos olhar: “Às vezes ficamos tristes, outras vezes ficamos alegres. Parecemos pobres, mas enriquecemos muitas pessoas. Parece que não temos nada, mas na verdade possuímos tudo” (2Co 6.10), e esse tudo é a mensagem do evangelho. É a união que temos com Cristo Jesus nosso Senhor.
            É possível estar sempre alegre? Sim! Pois em toda e qualquer situação Cristo nos dá forças, Ele fez uma promessa e cumpre, está do nosso lado todos os dias, ele é o nosso Deus e nós os seus filhos, pois “nossa alegria está na verdade que estamos unidos com o Senhor”.

            É possível estar sempre alegre? Sim! Olhando para Cristo, pois estamos unidos com Ele, e Ele a nós.
            Tenham sempre alegria, unidos com o Senhor! Repito: tenham alegria”.

Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann

Em Jesus - uma nova aliança!

  17 de março de 2024 Salmo 119.9-16; Jeremias 31.31-34; Hebreus 5.1-10; Marcos 10.35-45 Texto: Jeremias 31.31-34 Tema: Em Jesus -  um...