terça-feira, 26 de abril de 2011

Uma esperança viva gera alegria no viver.

01/05/11 – 2º Domingo de páscoa
Sl 148; At 5.29 - 42; 1Pe 1.3 - 9; Jo 20.19-31
Tema: Uma viva Esperança gera alegria no viver.
Introdução
          Há duas gerações: a geração que na sua época as distâncias eram realmente distantes, onde se andava de um lugar à outro de cavalo, onde o carro do ano era um fusquinha; e também há a geração que não conheceu nada disso, a que sempre esteve envolvida na mais alta tecnologia, onde novidades surgem dia após dia, onde as distâncias estão apenas em um clique, seja ele no computador, na TV ou celular. Uma geração que já não se satisfaz com esses sermões tradicionais, talvez fosse necessário um sermão interativo, cada um com seu iPad na mão.
            A geração idosa que via as coisas acontecerem lentamente, se assusta diante de tanta tecnologia, onde tudo é rápido e quando os telégrafos demoravam dias, até meses, hoje tudo é transmitido ao vivo, e as mensagens são rápidas como o vento. Os jovens ficam a imaginar como era possível viver sem celular, internet, etc.
            Duas gerações distintas e muitas vezes incompreensíveis, isso de ambas as partes. Duas gerações que andam por um mundo que mudou e que vive mudando, mas maior que o choque dessa enorme e fantástica mudança, estão em choque constante, diante das cenas de horror. A transmissão da invasão ao Iraque foi ao vivo e a cores. A notícia do terremoto e tsunami no Japão foi quase que instantânea. Jovem de 23 anos entra e atira em alunos dentro de uma escola no Rio de Janeiro, no Realengo.
            As gerações são distintas uma da outra, mas mesmo assim ambas as gerações se questionam: “Como viver melhor nesse mundo?
            O mês de maio se comemora o dia do trabalhador, o dia das mães e popularmente é o mês das noivas. O trabalhador se questiona: Como viver? Como ter esperança de dias melhores? As mães que vêem seus filhos sujeitos a toda a violência se questionam: o que será de meus filhos? E a sua esperança é que tenham dias melhores, que sejam cidadãos de bem. As noivas: será que meu marido será um bom esposo? Que vida terá meus futuros filhos?
            Duas gerações, uma acostumada com as coisas pacatas, mas que de repente tudo acontece do dia pra noite. A outra onde está acostumada com coisas novas a cada dia. No entanto, são gerações que vivem de esperança.
            Mas o que é esperança? Voltemos à verdadeira esperança conforme anunciada pelo apóstolo Pedro: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1Pe 1.3).
Desenvolvimento
            Viva esperança: palavra tão necessária a todas as gerações, sejam elas do fogão a lenha ou do cooktops.
            O apostolo Pedro em sua primeira carta, 30 anos após a ascensão de Jesus aos céus, está escrevendo a pessoas cristãs, judeus e muitos gentios convertidos que estão espelhados pela Ásia Menor. Uma época semelhante a nossa. Pessoas eram separadas por classe, livres e escravos, ricos e pobres, etc. Uma época em que se dizer cristão era correr perigo de morte. Atualmente vivemos num mundo separado por comunidades, quer na cidade ou na internet. Ser cristão é passar por ridículo, cafona, ultrapassado. A esse mundo, a essas gerações escreve Pedro, inspirado pelo Espírito Santo para animar cristãos a viverem a viva esperança.
            Na Bíblia há 146 ocorrências da Palavra “esperança”. A metade, ou seja, 73 ocorrências são num sentido secular, cheio de tensão e preocupação, tanto que Salomão anunciou por meio de um provérbio: “Morrendo o homem perverso, morre a sua esperança, e a expectação da iniqüidade se desvanece” (Pv 11.7), ou como diz uma outra tradução: “Quando o perverso morre, morre com ele a esperança, e a ilusão colocada nas riquezas se desvanece”. Diante disso o Salmista Davi anuncia: “E eu, Senhor, que espero? Tu és a minha esperança” (Sl 39.7), somente com a minha esperança em Deus supero o medo e insegurança dos meus dias.
            Quando se fala de esperança, se fala sobre aguardar algo. É estar numa perspectiva de que algo virá. Diante dessa expectativa o profeta Jeremias declara: “Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor” (Jr 17.7), e o salmista ainda exclama: Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxilio e Deus meu” (Sl 42.5), e segue Davi: “Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, porque dele vem a minha esperança” (Sl 62.5).
            Ter esperança é estar em Deus, estar em Deus é possuir esperança. Em Jesus Cristo, Deus é a nossa esperança, como anunciou Paulo a Timóteo: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pelo mandamento de Deus, nosso salvador, e de Jesus Cristo, nossa esperança,” (1Tm 1.1), e aos Romanos: “E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo” (Rm 15.13).
            Se Deus é a nossa esperança, estamos tranqüilos, pois uma das definições de esperança é justamente “futuro”. As duas gerações, da “carroça” e a de “carros importados”, precisam estar certas da esperança viva, de um futuro certo. E a esperança viva renova em nós a certeza do futuro, como bem disse o apóstolo Paulo: “Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos” (Rm 8.24-25), e estando certos disso, a esperança produz em nós um maravilhoso fruto, “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).
            A esperança sempre é colocada em alguma coisa. Em quem ou no que estamos colocando a nossa esperança? Conforme Paulo em 1Tm 1.1, Jesus é a nossa esperança. Conforme 1Tessalonicenses 2.19, são os Tessalonicenses e conforme Jeremias 17.5 é Deus.
            Esperança é o ato de esperar ou objeto esperado. E o esperar, que é uma das lições mais difíceis para a raça humana só pode acontecer nas promessas e exortações de Deus, e, sobretudo como uma confissão de confiança.
            Das 146 ocorrências, as outras 73, apresentam o esperar em Javé. Os outros povos não podem chamar seus deuses de esperança, ao contrário dos israelitas que podiam orar: “Pois tu és a minha esperança, Senhor Deus, a minha confiança desde a minha mocidade” (Sl 71.5), assim também oraram Davi, 1Sm 27.1, o profeta Jeremias, Jr 14.8;17.13; e também Paulo em Roma, At 28.20.
            Deus é a garantia de esperança do seu povo, Pedro diz: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo a sua misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,” (1Pe 1.3). A garantia da viva esperança é Deus, que não muda, que nos ama, perdoa, consola. As gerações mudaram e mudam, mas Deus não, é o mesmo ontem, hoje e sempre, Hb 13.8.
            Regenerados para uma viva esperança, as duas gerações, a do passado e a do presente. E essa regeneração se deu e dá pelo batismo, pela Palavra se continua fortalecendo e regenerando essa esperança, bem como pelo corpo e sangue dados com e sob o pão e o vinho. Meios de regeneração. Sempre foi assim, e continuará a ser assim, porque assim é o desejo daquele que é a nossa esperança, daquele que nos gera e regenera para essa esperança e daquele que renova em nós a esperança.
            A geração passada é iludida que tudo mudou e também Deus deve ter mudado. A nova geração já não aceita esse Deus que tem por meio de comunicação coisas simples, como a sua Palavra, que tem como manifestação de amor a morte na cruz e que tem como vitória o anúncio da ressurreição.
            Seres humanos, com suas gerações mudaram, mudam e continuarão mudando, no entanto, Deus o nosso Pai a nossa esperança não muda. E por mais que se mude a geração e os problemas, por mais que se mude a vida cristã, de boa para ruim, de ruim para boa, o apóstolo Pedro nos convida: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que,.....” a exultar. O que é exultar?
            Há três grupos principais no novo testamento. A Palavra que corresponde ao nosso texto: “agalliomai” é a demonstração externa da alegria e orgulho e a exultação apresentada no culto público. Pedro ao fazer uso dessa palavra conclama a igreja a não ficar olhando para os seus sofrimentos nos últimos dias, pois são insignificantes em comparação com a alegria que irromperá no fim do tempo, 1Pe 1.6,8; 4.13. Se a esperança é viva em nosso coração, podemos gritar de alegria, como bem definiu Heródoto: “experimentar prazer nalguma coisa” e esta é a emoção humana básica da alegria que toma possessão do homem totalmente.
            A esperança nos torna “quietos”, mas não “inativos”. Nesse ponto o profeta Jeremias é um belo exemplo. Mesmo sabendo e vendo que Jerusalém estava cercada e que seria destruída comprou um terreno. Imaginem! Comprar um terreno onde os moradores serão exilados? Onde a cidade será destruída? Jeremias comprou, pois sua esperança era viva e deu testemunho da palavra do Senhor, de que ele levaria o povo cativo, mas que os traria de volta, Jr 32.6.
            Esperança é expectativa confiante nas ações de Deus, Hb 11.1. A fé dá substância à esperança, assim como Abraão, Rm 4.18. O homem declara impossível para o futuro, a esperança que recebemos mediante a promessa de Deus nos faz olhar para esse futuro, Rm 6.8; 5.2; 8.38; Fp 1.6; Hb 3.5.
            Esperar é ser motivado pelo alvo que há na frente, e assim suportar a tensão entre o “agora” enquanto andamos pela fé, “visto que andamos por fé e não pelo que vemos” (2Co 5.7), e nosso modo futuro de vida, “mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos” (Rm 8.25). É como diz o próprio apostolo Pedro no cap.1.13 “Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo”, ou seja, na esperança viva, estar pronto ao ataque, olhando e caminhando em direção ao alvo.
            A esperança é como um capacete, conforme anuncia Paulo: “Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação;” (1Ts 5.8). A esperança é como um navio no ancoradouro, para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta; a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu, onde Jesus, como precursor, entrou por nós, tendo-se tornado sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 6.18-20).
            Diz Lutero em Fp 1.20, “tenho uma esperança apaixonada”. A esperança não me livra da tensão, mas me livra do medo do futuro e da incerteza. E é dessa esperança viva que Pedro fala aos seus, a nós, duas gerações tão distante uma da outra, para que possamos viver nesse mundo dando glórias ao nosso Deus e Pai que nos regenerou para uma viva esperança que gera alegria no meu viver.
Conclusão
            Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1Pe 1.3). “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fp 4.7) Amém!

Pr Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte - PR
Comunicando a Esperança em um dos movimentos sociais

sábado, 23 de abril de 2011

Deus e sua posição quanto ao Bullying

24/04/11 – Ressurreição do Senhor – Páscoa
Sl 16; At 10.34 – 43; Cl 3.1-4; Mt 28.1-10

Tema: Deus e sua posição quanto ao Bullying
Introdução
            O que é Bullying? È quando uma pessoa quer se sobrepor sobre a outra por meio de intimidação física ou psicológica. O bullying é um assunto presente no nosso dia-a-dia, principalmente entre estudantes. Pois é na escola que acontece diversas situações de bullying. Na internet há vários vídeos que apresentam manifestações de bullying. Alunos, professores e a família são expostos ao ridículo. Todos somos vitimas de bullying, até e infelizmente a igreja.
            Mas, hoje é páscoa – e o que tem haver a mensagem da páscoa com o bullying? A mensagem da páscoa é justamente a posição de Deus quanto ao bullying. A mensagem da páscoa nos leva a prática do nosso dia-a-dia. E a essa prática consiste no amor, perdão, compreensão e respeito, principalmente na diferença.
            E se o bullying está presente na internet ou na TV, é uma amostra daquilo que verdadeiramente está acontecendo, na sociedade, família e infelizmente na igreja. Não se aceita o diferente, não se quer acolher nem integrar. Ora se é gordinho, ora magrinho, outras vezes pobre, patricinha ou mauricinho, do norte, do nordeste, do sul, etc. As diferenças tão importantes e bonitas que traçam nosso país como um dos mais ricos culturalmente acabaram se tornando terríveis práticas de bullying.
Desenvolvimento
            Hoje é páscoa, e a mensagem do Cristo ressuscitado impacta nosso coração a ponto de nos levar à prática do amor, principalmente na diferença de raça, nível social, físico e intelectual. Tudo o que Jesus fez, foi por cada um, e o fez por causa da nossa situação, pecadores. Jesus sempre respeitou as diferenças, entre homem e mulher, entre adultos e crianças, também as diferenças culturais, sociais, físicas e raciais.
            As diferenças não faziam com que alguém fosse excluído da sua graça e do seu amor. Jesus é diferente de nós, como diz Paulo aos Filipenses, “Ele era Deus, mas se fez homem para resgatar a todos nós”. A diferença do Deus santo e nós homens pecadores não criou uma barreira que impedisse Deus de nos salvar, essa diferença foi desfeita no Jesus homem, no Jesus Deus.
            Pedro, um dos 12 discípulos de Jesus, teve uma visão (At 10.9-12). Nessa visão viu no céu como que um grande lençol com muitas espécies de quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. E diante dessa visão ouviu uma voz que lhe disse: “Pedro, mata e come.” Pedro, muito zeloso na lei, e sabendo que algumas daquelas espécies eram imundas, respondeu: “De modo nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa alguma comum e imunda.” E pela segunda vez, a voz lhe falou: “Ao que Deus purificou não consideres comum. Isto aconteceu três vezes, até aquele objeto ser recolhido ao céu.”
            Enquanto Pedro tentava encontrar o significado dessa visão, homens enviados por Cornélio, centurião da coorte italiana, chegam à casa de Pedro. Cornélio não era judeu, portanto um gentio, um impuro. Pedro, no entanto, vai com eles, e diante de Cornélio, sua família e empregados começa a pregar: “Deus não faz acepção de pessoas,... anunciou e pede para anunciarmos o evangelho da paz...” Aqui está a posição de Deus diante do Bullying. Ele trata a todos igualmente.
            Deus não mostra favoritismo, nem têm favoritos, seu desejo, “salvar a todos”. Enquanto o homem pecador continua distinguindo as nações, as raças, os grupos sociais, as religiões e as igrejas, sempre mais e mais haverá o descarte, o desprezo, e o bullying aumentará cada vez mais.
            Por não se respeitar as diferenças, as pessoas sempre andam em busca daquilo que lhe é favorável. E o que lhes apresenta como desfavorável se torna descartável.
            Deus não faz acepção de pessoas e nos deixou o evangelho da paz.
            Será que entre nós há acepção de pessoas? O bullying é prova disso. Será que dentro do lar existem brigas por causa da diferença de gêneros, de trabalho, de ponto de vista, etc? Creio que sim. E ao responder sim a essa pergunta eu me sinto muito mau. Sim! Mau comigo mesmo. Me sinto mau ao reconhecer que faço acepção de pessoas, começando pela minha família, onde todos são tão diferentes. Mas, ao mesmo tempo, que me sinto mau, diante desse texto fico alegre. Pedro reconheceu que estava errado e mudou, ele foi curado do seu mau. E Deus ao me dar o privilégio de estudar esse texto, está dando a mim, nessa páscoa a chance de ser curado também. E a cura e justamente da doença chamada, PRECONCEITO. Mas assim como toda doença para ser curada, precisa ser descoberta e se precisa reconhecer como um doente, eu também preciso passar por esse processo. E se é verdade que nós fazemos acepção de pessoas, e que a sociedade pratica o bullying, precisamos nos reconhecer doentes, e como doentes, precisamos de remédio para sermos curados. E esse remédio é o evangelho anunciado por Jesus Cristo, o EVANGELHO DA PAZ. O remédio dado a nós pela sua Palavra, pelo seu Corpo e seu Sangue. Que esse remédio oferecido e dado pela PALAVRA e SANTA CEIA possa ser constantemente buscado por nós para que possamos ser curados dessa grave doença.
            Alimentemo-nos do EVANGELHO DA PAZ para que possamos sempre mais nos aproximar nas diferenças, e mesmo havendo diferenças possamos permanecer unidos, pois para isso Jesus morreu por nós, para nos unir ao Pai e um ao outro.
            Deus e sua posição quanto ao Bullying
            O remédio deixado por Deus para combater o bullying é a mensagem da páscoa, o EVANGELHO DA PAZ. Pazisso está pressupondo que havia um conflito anterior. E esse conflito era a ruptura entre Deus e os homens. E através da ressurreição de Jesus esse conflito terminou. Nós agora temos paz com Deus.
            Eu e você estamos próximos de Deus, por causa do filho de Deus, JESUS. A vitória de Jesus sobre o diabo e a morte é a nossa vitória. E é essa mensagem maravilhosa que nos motiva a vivermos unidos, assim como nós em Jesus estamos unidos ao Pai Celestial.
            O evangelho da paz é para nos ajudar na nossa vida de paz com todas as pessoas, seja em família, no trabalho, na sociedade, na escola.
            Ainda somos seres humanos, e dizer que não discutimos na família ou na sociedade é hipocrisia, o bullying é visível em todas as relações pessoais. As diferenças existem e sempre irão existir, mas temos o evangelho da paz, o qual nos capacita a vivermos em igualdade mesmo nas diferenças.
            Eu estou em paz com Deus – não porque me comportei bem, mas por causa da fé, dada a mim no batismo e fortalecida na Palavra e Santa Ceia. Jesus conquistou essa paz na cruz. E sabendo que eu estou em paz com Deus, eu sou chamado a promover essa paz, conforme os textos de Colossenses 3.15; Mateus 5.9; Provérbios 12.20; Salmo 34.14.
O mundo precisa de paz, (não apenas da ausência de guerra), mas da paz de Deus e com Deus. Paz - a paz anunciada por Jesus na tarde de páscoa aos seus discípulos,paz seja convosco,” precisa estar alimentando nosso coração, estar viva em nós, pois a acepção de pessoas está tomando conta da humanidade.
As pessoas nessa páscoa precisam ouvir a noticia do evangelho da paz: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a da o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27). A paz dada por Jesus, foi uma paz em amor. Foi amando a todos que ele se deixou levar à cruz. Em seu amor Jesus não foi compreendido, por isso a dificuldade dos discípulos de aceitarem a morte de Jesus. Em amor precisamos viver essa paz, respeitando as diferenças, primeiramente dentro do meu lar. Eu não preciso perder a minha identidade, mas como diz Paulo: “fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns” (1Co 9.22). Deus me usa para ser instrumento da sua paz. Tratar o outro assim como Deus em Jesus trata comigo, com amor. Foi para essa paz que Jesus veio ao mundo.
            E essa paz é produzida e alimentada em mim pelo Espírito Santo. Produzida no batismo e pelo ouvir da Palavra e é alimentada na Palavra e na Santa Ceia, por isso é tão necessário estar sempre voltando à casa do Pai, no templo, para receber perdão para perdoar, receber alimento para alimentar.
            Na história da humanidade sempre se julgou pela aparência, vejamos como exemplo o profeta Samuel. Quando foi enviado por Deus para Belém para ungir um novo rei em lugar de Saul, ao ver Eliabe, ele logo pensou que esse homem seria o novo rei, mas Deus disse: “Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração” (1Sm 16.7).
            Acepção de pessoas – Jesus não fez. Morreu por todos, na mesma cruz, morreu por todos a mesma morte, e ressuscitou para todos. Jesus não sofreu, morreu e ressuscitou diferentemente por cada pessoa. De um único jeito e do mesmo jeito realizou a missão de Deus por e para todos, judeus, gregos, brasileiros, homens, mulheres, crianças, etc.
            Pedro aprendeu uma grande lição, não há favoritismo, não deve haver partidarismo, reaprendeu aquilo que a lei de Moisés já previa: “Não farás injustiça no juízo, nem favorecendo o pobre, nem comprazendo ao grande; com justiça julgarás o teu próximo” (Lv 19.15).
            Pedro! Quanta lição aprendeu durante sua atividade ao lado de Jesus? Aprendeu que a atitude de Deus para com as pessoas não é determinada por critérios externos ou pela aparência. Cornélio, sua família e seus servos eram aceitáveis, mesmo não sendo judeus. Pois a própria Escritura diz que “todo aquele que nele crê recebe a remissão dos pecados” (v.43). , esse é o critério de salvação, perdão e paz com Deus.
            Eu tenho fé e estou salvo, perdoado e em paz com Deus. E os outros? Que sejamos acolhedores e integradores das mais variadas pessoas ao evangelho da paz. O evangelho da paz que une pessoas mesmo na diferença.
            Páscoa é o evangelho da paz, pela morte de Jesus na cruz eu tenho paz com Deus, e estando em paz com Deus sou chamado a viver em paz com minha família, com meu semelhante, superando o preconceito e não praticar o bullying, ou seja, querer me sobrepor ao outro pela força.
            Eu fui alvo da missão de Deus em Jesus, e agora os outros diferentes de mim fazem parte da missão de Deus que foi confiada a mim. Fui resgatado por Deus em Jesus na cruz, e agora faço parte do grande comissionamento “Ide, por todo o mundo e pregai o evangelho, fazendo discípulos de todas as nações, batizando os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Eu fui atingido por essa Palavra, alguém diferente de mim, veio e pregou a mim, e assim fui feito discípulo de Jesus e agora Deus deseja que “todos” sem distinção de diferenças também seja atingidos. Pois como diz o próprio Lucas em Atos 15.8 “Ora, Deus, que conhece corações, lhes deu testemunho, concedendo o Espírito Santo a eles, como também a nós nos concedera.”
            Como é maravilhoso nessa manhã de páscoa, ouvir que Deus em Jesus me faz viver em paz com Ele, que me deu seu Espírito Santo e assim me deu a salvação para que eu também possa viver em paz com meus irmãos e irmãs.
Conclusão
            Há diferenças que incomodam e geram acepção de pessoas? Ouçamos o evangelho da paz, alimentemo-nos no evangelho da paz, na vida, na ressurreição de Jesus. Saciemos nosso coração, nosso corpo e nossa mente na santa ceia que ainda hoje é a demonstração do grande amor de Deus por nós, “fazei isto em memória de mim.” Jesus morreu na cruz por todos para unir todos a Deus, e ainda hoje deseja unir a todos, mesmo em meio as diferenças, pois para Deus não há diferença entre as pessoas.
            Páscoa é a certeza de que Deus nos ama, que ressuscitou, vencendo a morte, o diabo e o inferno para que eu, você tão diferentes um do outro possamos ter a vida eterna. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte - PR

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Como agimos nas situações difíceis como a morte?

23/04/11 – Sábado de Aleluia
Sl 16; Dn 6.1 - 24; 1Pe 4.1 - 8; Mt 27. 57 - 66;
Tema: Como agimos nas situações difíceis como a morte?
SALMO 16 Hino de Davi
Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refugio. Digo ao SENHOR: Tu és o meu Senhor; outro bem não possuo, senão a ti somente. Quanto aos santos que há na terra, são eles os notáveis nos quais tenho todo o meu prazer. Muitas serão as penas dos que trocam o SENHOR por outros deuses; não oferecerei as suas libações de sangue, e os meus lábios não pronunciarão o seu nome. O SENHOR é a porção da minha herança e o meu cálice; tu és o arrimo da minha sorte. Caem-me as divisas em lugares amenos, é mui linda a minha herança. Bendigo o SENHOR, que me aconselha; pois até durante a noite o meu coração me ensina. O SENHOR, tenho-o sempre à minha presença; estando ele à minha direita, não serei abalado. Alegra-se, pois, o meu coração, e o meu espírito exulta; até o meu corpo repousará seguro. Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente”.
            Lindas palavras do salmista Davi. E nessas palavras queremos meditar nesse dia conhecido como Sábado de Aleluia.
            O Sábado de Aleluia, também conhecido como sábado Santo, é o dia antes da Páscoa no calendário de feriados religiosos do Cristianismo. Nas Filipinas, nação notoriamente católica, chama-se a este dia Sábado Negro. O Sábado de Aleluia é o último dia da Semana Santa. Na tradição católica, é costume os altares serem desnudados, pois, tal como na Sexta-Feira Santa, não se celebra a Eucaristia. As únicas celebrações são as que fazem parte da Liturgia das Horas, que é a oração pública e comunitária oficial da Igreja Católica. É o momento de parar em meio a toda a agitação da vida e recordar que a Obra é de Deus. Consiste basicamente na oração quotidiana em diversos momentos do dia, através de Salmos e cânticos, da leitura de passagens bíblicas e da elevação de preces a Deus. Com essa oração, a Igreja procura cumprir o mandato que recebeu de Cristo, de orar incessantemente, louvando a Deus e pedindo-lhe por si e por todos os homens. Muitas das igrejas de comunhão anglicana seguem estes mesmos preceitos. Já a Igreja Ortodoxa, bem como os ritos católicos orientais, seguem as suas próprias tradições e possuem terminologia própria para estes dias e respectivas tradições e celebrações. Como é de esperar, apesar de a Páscoa e os dias relacionados serem importantes para todas as tradições cristãs, do Mormonismo ao Catolicismo, as celebrações variam grandemente.
Antes de 1970, os católicos romanos deviam praticar um jejum limitado: por exemplo, abstinência de carne de gado, mas consumo de quantidades limitadas de peixe, etc. Em alguns lugares, a manhã do Sábado de Aleluia é dedicada à "Celebração das Dores de Maria", onde se recorda a "hora da Mãe", sem missa.
É no Sábado de Aleluia que se faz a tradicional Malhação de Judas, representando a morte de Judas Iscariotes.
Entre costumes e tradições, Sábado de Aleluia é mais uma oportunidade, e que preciosa oportunidade para refletirmos no acontecimento da sexta feira e no maravilhoso evento do domingo. Nesse sentido as palavras do salmista são apropriadas.
            Resumidamente o salmo 16 traz a mensagem: Refúgio em Deus, o bem supremo, na presença de sofrimento e de morte. Esse Salmo é uma expressão de fé na boca de Davi. É demonstração de fé inalterável em Deus.
            Davi está em perigo de morte: “...porque em ti me refugio” (v.1). E Davi se refúgia em Deus, pois sabe que: “Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção” (v.10).
            As palavras do salmo apresentam uma calma, uma alegria interior e uma confiança inabalável. A calma, a alegria e a confiança se devem a esperança e certeza de que tudo o que Davi espera para o futuro, possui em Deus. Mesmo em meio ao perigo de morte, Davi não se queixa, não fica triste ou desesperado. Pois ele sabe e reconhece que a sua esperança está naquele que Deus havia dito que viria, JESUS.
            Como nos comportamos em situação de morte? Talvez estamos sendo ameaçados; outras vezes um ente querido está bastante doente, digamos que em fase terminal. Qual é a nossa atitude?
            Podemos comparar nosso viver nesse mundo a um constante sábado de Aleluia. Ou seja, estamos em processo de recuperação de um choque. Uma tragédia aconteceu e foi terrivel, a morte de Cristo. E no sábado só nos resta esperar pelo domingo, onde a vitória será completa. No sábado de Aleluia que vivemos, que é a vida nesse mundo, estamos nós em meio as tragédias, tsunami, morte, violência, etc. E devido a essas tragédias que são diárias, ficamos paralisados e por muitas vezes nos esquecemos do evento do domingo, a RESSURREIÇÃO DE CRISTO. Disse Jesus: “De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6.40) e ainda anunciou: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;” (Jo 11.25).
            Esquecer disso, perder essa esperança é viver nossos dias da sábado nos acontecimentos de sexta. O mundo olha somente para a dor, para a violência, para a morte e vê nisso o fim de todas as coisas. Pois com as palavras do salmista: Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refugio. Digo ao SENHOR: Tu és o meu Senhor; outro bem não possuo, senão a ti somente. Quanto aos santos que há na terra, são eles os notáveis nos quais tenho todo o meu prazer.
            Deus é o meu refugio – por mais que hoje, sábado de aleluia as pessoas façam festa, pois terminou a quaresma. Por mais que as pessoas gozem de saúde e dinheiro, somente em Deus está o meu refugio. Pois em Deus, no seu Filho Jesus, encontro paz e calma para suportar os medos da vida nesse mundo. Pois em Cristo eu sei que essa vida aqui não termina na sexta, mas sim precisa ser vivida e termina no domingo, na certeza da ressurreição.
            A própria Palavra de Deus, através de Pedro e Paulo recebem a interpretação do Sl 16. Essa interpretação está registrada por Lucas em At 2.29-32 e 13.35-37. Tanto Pedro como Paulo testemunham sobre a esperança de Davi que terá a promessa cumprida em Jesus.
            O testemunho do apóstolo Pedro aconteceu por ocasião do dia de Pentecostes. Paulo, no entanto, dá testemunho com as palavras do Salmo 16 dá testemunho durante a sua primeira viagem missionária em numa sinagoga em Antioquia. As palavras do salmo anunciam uma profecia de Davi, acerca de Jesus, o Cristo, que foi prometido como o herdeiro ao trono. E a esperança de Davi se baseiam e fundamentam nessa esperança. Nessa esperança, mesmo diante da morte, Davi não sucumbe.
            Como nos comportamos em situação de morte? Que estejamos firmes nessa esperança, na certeza de que no domingo Jesus ressuscitou e assim como Ele ressucitou, nós também ressuscitaremos.
Conclusão
            Devido aos nossos pecados queremos viver como se todo dia fosse sexta feira santa. Cenário de dor e sofrimento. No entanto, somos animados e consolados para vivermos a e na alegria do domingo, Jesus ressuscitou. Nessa certeza e esperança nossos dias são de luz e felicidade. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A Igreja Acolhe e Integra o homem pecador que Jesus veio buscar.

22/04/11 – Sexta feira Santa
Sl 22 ou 31; Is 52. 13 – 53.12; Hb 4.14-16; 5.7-9; Jo 18.1 – 19.42;
A Igreja Acolhe e Integra o homem pecador que Jesus veio buscar.

Introdução
            Jesus durante sua vida aqui neste mundo como verdadeiro homem e verdadeiro Deus, sempre foi buscado pelas pessoas. Eram doentes buscando cura, famintos buscando alimento, angustiados buscando alivio. Todos aqueles que buscaram a Jesus encontraram muito mais do que necessitavam. Além do alimento para o corpo, encontravam alimento para a alma. Além da cura para o corpo, encontravam cura para alma. Jesus mesmo dizia: “Todo aquele que vem a mim, de modo nenhum eu o lançarei fora”; “Vinde a mim todos os que estão cansados e sobrecarregados eu vos aliviarei;” Jesus era buscado e nele se encontrava todo o necessário para o corpo e para a vida.
            Notemos que Jesus veio ao mundo como homem para buscar o homem perdido em seus pecados. E Jesus era Deus, então podemos dizer: Deus veio em busca do homem. Qual homem? Do homem pecador, desde aquele que caiu em pecado no jardim do Éden. Quer dizer então que Jesus só morreu por Adão? Rm 5.12,15. Morreu por todos, assim como o pecado passou a todos, assim Jesus morreu por todos e salvou a todos.
            Nesse pano de fundo quero convidar vocês a refletirem junto comigo no tema: A Igreja Acolhe e Integra o homem pecador que Jesus veio buscar
Desenvolvimento
            A Igreja Acolhe e Integra o homem pecador que Jesus veio buscar
            Estamos falando que Jesus veio Buscar o homem pecador. Para isso foi necessário que ele fosse buscado, mas dessa vez não por famintos, nem por doentes ou pecadores, mas por soldados e pelo traidor. Jesus sabe de tudo o que está por vir, mas ele não foge. Quando Pedro corta a orelha de Malco, Jesus pergunta a Pedro: “...não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?” Em outras palavras Jesus está querendo dizer a Pedro, não precisa agir com violência, não atrapalhe o plano de Deus, pois foi para isso que vim. Eu estou sendo buscado e estou permitindo ser buscado, pois isso é necessário para a salvação de todos os homens, inclusive a tua. Mas é claro os discípulos, mesmo já tendo estado 3 anos com Jesus ainda não compreendiam o que estava acontecendo e nem para que tudo era tudo isso necessário.
            Se olharmos os outros 3 evangelhos, vemos um relato idêntico pelas palavras: “Eis que o traidor se aproximou, e como havia combinado, deu um beijo, e o prenderam...” No evangelho de João o relato apresenta algo diferente: “Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais?...Jesus, o Nazareno. ...Sou Eu... Judas estava com eles, mas os guardas recuaram...de novo Jesus perguntou: a quem buscais? A Jesus, o Nazareno. Eu já declarei a vocês que sou eu; se és a mim que buscam, deixem os outros ir;
            Que cena. Os soldados vão em busca de Jesus para prendê-lo, assim como se faz a um ladrão. Jesus não foge, afirma sou eu! Deixem os outros irem. Os soldados pecadores como nós, pensaram, é uma armadilha, um se entrega, e o verdadeiro Jesus foge. Creio que após isso, Judas beijou Jesus, e daí sim os soldados tiveram a certeza de que se tratava de Jesus mesmo.
            Quero chamar a atenção para um fato muito importante, que muitas vezes passa até despercebido. Jesus se entrega. Estão buscando a quem? Jesus sabe que buscam por ele, mas ele quer ouvir os soldados dizendo. Jesus está dando uma chance aqueles pobres soldados e ao próprio Judas.
- Se for a mim que buscais, eu estou aqui, eu sou Jesus, o Nazareno.
Os soldados recuam...
- Não pode ser! ....Quem se entregaria assim de mão beijada. .... Cuidado! Pode ser uma cilada! ...Ele deve estar em outro lugar.
- Sou eu, vocês buscam a mim, estou aqui.
É de ficar admirado. Jesus, o verdadeiro Deus, se entregou por nós. Eu sou pecador por causa da desobediência de Adão e Eva, e eu também sou salvo por causa da obediência de Jesus. Jesus veio buscar o homem pecador, veio nos acolher e integrar.
            Jesus não foge daqueles que o buscam para levá-lo à cruz. Eram soldados por parte do governo romano e também por parte da igreja. Uma aliança entre o mundo e a igreja para combater a voz da verdade. Com isso estavam realizando sem que eles entendessem o maior milagre da humanidade, Jesus ser morto para que toda a humanidade vivesse eternamente.
            A violência combate a paz, homens armados com porretes e cordas, queriam combater a boa nova do evangelho. Jesus foi combatido, aliás, o apóstolo Paulo disse: “...a palavra da cruz é loucura para os que se perdem...” Sim, Jesus era escândalo para os judeus e loucura para os gentios. Assim, também hoje, a igreja é o ultimo lugar onde muitos desejam estar. A comunicação da vida é loucura para o mundo.
            A quem buscais? Jesus sempre foi buscado. Todos queriam algo de Jesus, comida, cura, alívio. Todos se aproximavam de Jesus com um propósito. Ele atendia a todos, mas apontava para aquilo que era essencial, CRER NELE EM JESUS. A quem buscais? Essa pergunta continua sendo feita para nós. Você no culto, nessa sexta feira santa, o que busca, ou a quem busca? Muitas pessoas não estão buscando ninguém, estão em casa, no sossego de um feriado, outros tantos estão na rua, pois ainda não entenderam a mensagem desse dia. Outros estão na igreja buscando um Jesus que lhes dê prosperidade ou apenas cura de uma doença.
            O que buscar em Jesus? Aquilo que ele oferece e dá: PERDÃO e SALVAÇÃO. Jesus a cada culto, inclusive nesse dia nos dá o perdão que é tão necessário para vivermos nesse mundo. Fortalece a nossa fé, algo vital no relacionamento com Deus. Nos dá a vida eterna, esperança para continuarmos nesse mundo onde reina a violência e a corrupção. Sim! Querido irmão e querida irmã, Jesus nesse dia também está te perguntando: A quem buscais? E ele te responde: Eu sou Jesus. Eu sou a Palavra Viva, Eu sou o Corpo e o Sangue, e Eu sou para você. Para você que está desesperado, aflito, angustiado e cheio de pecado. Eu estou presente na Palavra e na Santa Ceia oferecidos a você para te perdoar, te aliviar, te consolar. Não faça como os soldados romanos, não recuem diante de Jesus, venha e receba aquilo que só ele pode e nos dá: VIDA e SALVAÇÃO.
            Muitos recuam diante da promessa de salvação a qual Jesus oferece. Afinal, é muito fácil, “é de mão beijada”. Mas a salvação é assim, é gratuita, é a manifestação da graça de Deus. E ela é para cada pecador. Jesus veio buscar o homem pecador, e a igreja deseja e quer acolher e integrar.
            A Igreja Acolhe e Integra o homem pecador que Jesus veio buscar
            Jesus respondeu aos que o buscavam – “Sou Eu”. Será que os soldados conheciam o significado desse nome? Você cristão ainda se lembra do significado desse nome? O anjo ao anunciar a gravidez de Maria por parte do Espírito Santo disse: “Você porá nele o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.” Jesus – SALVADOR DOS PECADORES, SALVAÇÃO DOS PECADOS. Esse é Jesus, o “Sou Eu.” Os soldados não conhecem esse significado, e ainda zombam de Jesus ao dizer: “Procuramos, Jesus, o Nazareno.
            Essa também foi a reação de Natanael, “ah, está bem, desde quando pode vir alguma coisa boa de Nazaré” diante da afirmação de Filipe ao dizer: “Achamos...Jesus, o nazareno.” Os soldados pensavam assim e ridicularizam Jesus. Cadê o Nazareno? Pilatos, outro que também deseja ridicularizar Jesus com a mensagem deixada na cruz de Jesus: “Jesus Nazareno, o rei dos judeus.” Pilatos queria dizer: está aí o grande rei de vocês. Olhem só que rei vocês têm.
            Jesus não se envergonha de sua missão, nem de sua origem na pequena cidade de Nazaré. Tudo o que fez, fez por amor ao homem pecador, fez por mim e por você. Jesus aceitou a missão dada pelo Pai de ser feito homem para salvar o homem pecador. Que grande amor Deus teve por nós. E esse mesmo amor ele continua tendo ainda hoje, por isso, envia a sua Igreja para Acolher e Integrar pecadores que recebem de Cristo o perdão. Vamos analisar em nosso texto a demonstração de amor que Jesus teve pelas pessoas.
            Jesus agiu com amor para com Judas: Jesus disse: “Amigo, para que vieste?” Em outras palavras, não queres voltar atrás.
            Jesus agiu com amor ao soldado que vinha para lhe prender: após Malco ter sua orelha cortada, Jesus o cura.
            Jesus demonstra amor aos seus: deixe-os ir. Jesus protege seus discípulos. Mesmo Pedro tendo sido reconhecido como discípulo de Jesus, não foi castigado, preso ou espancado. Todos ficaram a salvos.
            Jesus ama toda a sua criatura. Muitas vezes, Deus permite nosso sofrimento. Algumas vezes para nos trazer de volta a Ele, pois nos afastamos. Outras vezes Ele nos tem perto dEle, mas quer imprimir em nosso coração ainda mais vivacidade na fé, nos levando a testemunhar mesmo na dor e no sofrimento. Nós também só podemos enfrentar os sofrimentos que Deus permite cair sobre nós por causa do poder do Espírito Santo. Assim foi com os discípulos, na semana da paixão, nenhum mal aconteceu a eles, pois não estavam preparados. O apóstolo Tiago que iniciou a lista dos mártires, foi morto 10 anos depois do sofrimento de Jesus. Eles primeiro foram preparados no Espírito Santo para depois enfrentarem os sofrimentos por seguirem Jesus. Vejamos as palavras de Estevão: “Eis que vejo os céus abertos e o filho do homem, em pé à destra de Deus” (At 7.56). O próprio Jesus em uma oração registrada por João disse: “Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome que me deste, para que eles sejam um, assim como nós. Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura” (Jo 17.11-12). E o nosso Salvador ainda nos ensinou a orar no Pai Nosso: “mas livra-nos do mal...
            Jesus demonstrou amor por nós, portanto, ouçam o que disse Jesus: “não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino” (Lc 12.32).
Conclusão
            A Igreja Acolhe e Integra o homem pecador que Jesus veio buscar.
            A igreja Comunica a Vida, em palavras e também no acolher e integrar. A mensagem de amor é uma mensagem além das palavras. O próprio apóstolo João resumidamente a proclamou, “Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo o que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Amém!
Pr. Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 19 de abril de 2011

Isto é o meu corpo ... Isto é o meu sangue

21/04/11 – Quinta feira Santa
Sl 116. 12 - 19; Ex 24.3 - 11; Hb 9.11 - 22; Mt 26.17 – 30
Tema: Isto é o meu corpo...Isto é o meu sangue
Introdução
            Popularmente se tem abril como o mês da mentira, assim como lembramos no inicio desse mês. As conseqüências da mentira são as mais variadas possíveis. E sabemos pela Palavra de Deus que o pai da mentira é o diabo, João 8.44. E sendo mentiroso, quer lhe causar aquilo que é próprio dele, a morte eterna. Paulo ao escrever a sua segunda carta aos Coríntios anuncia: “nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (2Co 4.4). O apóstolo Pedro em sua primeira carta a cristãos espalhados pelo centro e norte da Ásia Menor anuncia: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar;” (1Pe 5.8).
            Como será que o deus deste século, o diabo, está impedindo que a luz do evangelho brilhe sobre as pessoas? Como será que o leão que ruge, o diabo, está procurando nos devorar? Cegando o nosso entendimento. E francamente falando, estamos perdendo de vista à importância do ensino e da prática da santa ceia.
            Por isso, nesse dia tão especial no calendário cristão, quinta feira santa, meditemos sobre a santa ceia.
Desenvolvimento
            Santa ceia ainda é um assunto polêmico entre o mundo e a igreja. Dentro da própria igreja um dos assuntos mais discutidos é o significado das palavras de Cristo na santa ceia. E vale lembrar que por mais de mil anos, a maior parte da igreja concordou na presença real de Cristo na santa ceia. No século XVI, período da reforma muitas pessoas começaram a espalhar dúvidas sobre a presença real. E em meio a essa discussão Lutero deixou claro que nas questões espirituais, a Palavra está acima de qualquer argumento racional.
            As palavras de Jesus: “Isto é o meu corpo...Isto é o meu sangue”. Diante das palavras de Jesus, quem ousa duvidar? Os cegos de entendimento.
            Durante mil anos a igreja estava satisfeita com a simples fé de que a maneira pela qual o corpo e o sangue do Senhor estão presentes na Santa Ceia é um mistério inescrutável. Porém, desde a Idade Média, século IX, as coisas começam a mudar. Da fé, que não explica, apenas crê, passa-se para a razão que tenta explicar a presença real. Assim, da crença e certeza da presença real de Cristo no santa ceia, passou-se a dizer que Pão e Vinho significavam o corpo e sangue de Cristo, que eles são apenas um sinal, uma figura. Aqui está o inicio desse terrível ensino sobre a ceia do Senhor. A razão está acima da Palavra de Deus.
            O que leva pessoas a acreditarem, defenderem a presença real de Cristo na Santa Ceia? Esse fato se deve ao olhar dessas pessoas a Palavra de Deus. Para exemplificar faço uso de outra questão: você crê unicamente na Palavra de Deus? Sim ou Não? Se você precisa suplementar sua fé com provas racionais, você não crê unicamente na Palavra de Deus. Jesus disse: “Isto é o meu corpo...Isto é o meu sangue”.
            Nosso inimigo faz proveito da mentira, aliás, ele ajuda a distribuir a mentira. Principalmente quando a mentira tira a glória e a graça de Cristo. Pastores, Padres e lideres religiosos enfrentam diariamente uma grande tentação: “a tentação de responder perguntas que as Escrituras não respondem”. A Bíblia não nos diz como o pão e o vinho se tornam corpo e sangue, mas, Jesus afirma, “Isto é o meu corpo...Isto é o meu sangue”.
            Hoje é quinta feira santa, para muitos, um dia sem valor, para outros, apenas dia de Tiradentes. Mas, a igreja cristã reunida nesse dia lembra e celebra com alegria a ultima ceia que Jesus celebrou com seus discípulos. Lembra a prisão do Salvador em favor dos nossos pecados.
            A Palavra de Deus não pode estar abaixo da nossa razão ou de nossos pensamentos. Para nós é suficiente saber pela Palavra de Deus que o próprio corpo e sangue de Cristo estão presente na santa ceia, e são oferecidos a mim pecador. Como anunciou o próprio Jesus: “derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26.28).
            O diabo tenta cegar este entendimento, afinal, pelo perdão dos pecados, se recebe vida eterna. E o diabo condenado ao inferno quer companhia para ele. Ele não quer que você receba o perdão. E a melhor alternativa para isso é te afastar da santa ceia, é te afastar da Palavra de Deus, é te afastar do convívio com os irmãos na fé. Culto é bênção, não bênçãos materiais, assim como muitos dizem que mudaram de vida, “de um fusquinha para uma Ferrari”. A bênção do culto é o PERDÃO, o fortalecimento da FÉ. Atualmente, você encontra isso em que lugar? Somente onde a Palavra de Deus é pregada corretamente, somente onde o sacramento é administrado conforme a vontade de Cristo. O apostolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo anuncia aos Coríntios na sua primeira carta: “Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo?” (1Co 10.16). Assim, a santa ceia não é uma mera “lembrança”, mas sim, uma verdadeira participação de todo o nosso ser em Cristo e de Cristo em nós. É um milagre maravilhoso de Deus. Por esta comunhão, Jesus Cristo concede aos seus fiéis as bênçãos que ele conquistou na cruz, VIDA, PERDÃO E SALVAÇÃO.
            O diabo ainda tenta minar essas bênçãos oferecidas na santa ceia. Ele nos torna indiferentes à preparação para a participação. Jejuar, apresentar-se reverentemente são hábitos bonitos e também de boa disciplina, porém não é o essencial, não é o que te autoriza a participar da ceia. E justamente, muitas vezes pessoas deixam de participar por não terem se comportado bem durante a semana, ou coisa semelhante. O preparar-se é o que Paulo diz aos coríntios: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo...” (1Co 11.28). A santa ceia não é apenas um ritual religioso. A santa ceia é o relacionamento intimo com Deus. E nesse relacionamento intimo com Deus, são convidados a participar, aqueles que se examinam, ou seja, que reconhecem seus pecadores e como pecadores, que estão verdadeiramente arrependidos desses pecados e que confiam que no pão e no vinho recebem o verdadeiro corpo e sangue de Cristo para perdão e fortalecimento da fé. E sendo assim, observa-se entre nós (IELB), o costume da instrução seja ela na adolescência ou para adultos que assim o desejam.
            O diabo ainda possui e usa táticas para enganar as pessoas. Seu objetivo é dividir e destruir. Essas táticas do diabo se fazem presentes entre nós. Sempre que nos afastamos da santa ceia. Sempre que desprezamos esse sacramento. Sempre quando o fazemos com negligência, achando que é livre a todos, sabendo que não é.
            Jesus preparou a santa ceia para nosso beneficio. E esse beneficio está a nossa disposição ainda hoje. Todos somos convidados a participar e receber o corpo e sangue de Cristo, dados com e sob o pão e o vinho. E esses “todos” envolvem os crentes em Jesus, os pecadores arrependidos de seus pecados e aqueles que desejam com auxilio do Espírito Santo progredirem na vida cristã. Está ai, a mesa do jantar. Alimente-se. Fortaleça a sua fé. Receba o maior de todos os milagres, Jesus, que vem ao teu encontro para perdoar e te dar a salvação. Deus te abençoe! Amém!
Conclusão
            Quinta feira santa. Dia desprezado por muitos. Também nessa oportunidade ouvimos a respeito da santa ceia, igualmente desprezada por muitos. Mas, esse é o meio, pelo qual Deus em Jesus vem para nos perdoar e fortalecer a fé. Você crê? Eu creio, confesso e ensino essa maravilhosa verdade. E desejo que você deseje cada vez mais esse sacramento que é para mim, que é para você pecador desesperado em seus pecados e que deseja o perdão a vida e a salvação. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte - PR

Dar a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)

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