terça-feira, 29 de março de 2011

VERDADE OU MENTIRA?

A IGREJA
COMUNICA A VIDA na verdade da Ressurreição
Abril – 2011
03/04/11 – 4º Domingo na Quaresma
Sl 142; Is 42.14 - 21; Ef 5.8 - 14; Jo 9.1 – 41 ou 9.1-7,13-17,34-39
VERDADE OU MENTIRA?
Introduzindo o assunto
            Popularmente, abril é conhecido como mês da mentira. Todos os anos no dia 01/04, as pessoas brincam e se divertem com supostas pegadinhas. Diversão num campo perigoso, mentira.
            Qual é a conseqüência de uma mentira? Pelo que observamos, as conseqüências são as mais frustrantes possíveis. E a mentira não existe apenas entre aqueles que desejam brincar e se divertir.
Desenvolvendo o assunto
            Quando se faz a pergunta sobre as conseqüências da mentira, imaginamos as mais variadas possíveis. No entanto, essa mesma pergunta é feita, mas numa perspectiva diferente: Qual é a conseqüência de uma mentira bíblica?
            Alguns versículos bíblicos tirados de seus contextos acabam distorcendo um precioso ensino, e aquilo que é realmente verdade, se transforma em meia verdade, ou até mesmo numa grande mentira. Infelizmente muitos lêem um versículo bíblico sem observar o contexto e assim as conseqüências deixam de ser apenas terrenas e passam a ser espirituais. Vejamos alguns exemplos bastante simples:
            Deus não existe: “...Não há Deus...” (Sl 14.1)
            Deus esqueceu do seu povo: “...O Senhor me desamparou, o Senhor se esqueceu de mim.” (Is 49.14)
            Jesus foi alcoólatra: “Veio o Filho do homem que come e bebe, e dizem: Eis ai um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!...” (Mt 11.19).
            Quantas mentiras podem ser afirmadas sem se levar em consideração o texto bíblico em todo o seu contexto. A Palavra de Deus precisa ser lida, estudada como um todo. Cada texto possui seu contexto amplo e imediato.
            Chamo a atenção ao contexto, justamente, por que o v. 31 do texto de João capítulo 9, pode causar um grande estrago na vida de muitas pessoas. Diz o texto: “Sabemos que Deus não atende a pecadores; mas, pelo contrário, se alguém teme a Deus e pratica sua vontade, a este atende” (Jo 9.31).
            Sabemos que Deus não atende a pecadores;...” Essas palavras só podem ser entendidas, quando respondemos a pergunta: quem as disse? Porque foram ditas?
            Primeiramente olhemos um pouco para o contexto mais amplo. Nesse sentido a leitura de Isaías 42. 14 – 21, nos ajuda a entender o evangelho dia dia, pois o profeta anuncia a promessa de Deus, de que iria guiá-los, pois eram um povo cego, e segue-se a repreensão ao antigo Israel à sua cegueira espiritual. Jesus é a luz do mundo, a luz para um mundo cego e perdido na escuridão.
            Dentro de um contexto mais próximo ao texto, observemos que:
            - esse é o sexto sinal narrado pelo evangelista João;
            - Jesus deu a visão a um cego de nascença, num dia de sábado.
            - é durante a terceira viagem de Jesus a Jerusalém;
            - o local da realização é fora do templo (8:59);
            - esse texto está escrito num estilo expositivo, como se fosse um sumário, cheio de ironia;
            Desatentamente pode-se deixar tudo isso de lado. Mas, ao se fazer isso, corre-se o risco de perder verdadeiramente o que o texto quer ensinar. E assim podemos transformar coisas verdadeiras em mentirosas, ou coisas mentirosas em verdades.
            Olhemos mais atentamente o texto.
            Diz o texto que Jesus “viu”. Jesus viu a quem? O homem. Esse homem era cego de nascença. Jesus “” as pessoas por completo. Ele olha para o ser. Nós, ao contrário, assim como os discípulos, olhamos para o problema. Geralmente se diz: “Você viu o problema daquela pessoa.” E diante do problema, ficamos paralisados em nossos comentários e nos possíveis culpados.
            Jesus ao ver o homem como um todo, observou-o como pessoa e também sua necessidade. E diante daquela situação, Jesus toma a iniciativa. Mais uma vez relembremos Gênesis. Deus toma a iniciativa diante do homem pecador, Gn 3.15.
            Os discípulos de Jesus, no entanto, diante da situação desse homem cego, começam a discutir sobre quem verdadeiramente era culpado por esse homem estar assim.
            Jesus corrigiu seus discípulos, centrando-se sobre a finalidade, a “causa final”. Jesus em resposta aos discípulos disse: “sou a luz do mundo”. A luz que brilha nas trevas e ilumina a todos, (Jo 1. 4 – 9).
            O cego ouviu atentamente a voz de Jesus e voltou a ver. No ano de 2011, a IELB, está falando exatamente sobre Jesus o Bom Pastor. Esse Bom Pastor Jesus veio e está em busca de suas ovelhas. Ovelhas são caracterizadas pelo OUVIR. Ouçamos as promessas de Jesus, principalmente quando estamos sendo ensurdecidos pelas mentiras dos homens, que ao distorcerem a Palavra de Deus, anunciam que quem sofre é por ser pecador, quem sofre é por estar pagando pelos seus pecados, etc.
            Após essa cena inicial, precisamos mais uma vez relembrarmos o contexto:
            - O resto da narrativa consiste em conversas; a) - primeiro é entre o homem e seus vizinhos e conhecidos (9:8-12). O ex-cego testemunhou o que aconteceu. Ele é a testemunha pública de Jesus.
            Aquele homem que não era aceito pelas pessoas da sua época por ser problemático, dá um excelente testemunho. Aquele homem que era julgado e até condenado por supostos erros seus ou de seus pais não se calou. Aquele homem marginalizado pela sociedade só sabia uma única coisa sobre Jesus: “Era um homem chamado Jesus”.
            Nos vv. 13 – 17, o homem que foi encontrado pela luz, por Jesus, testemunha perante os fariseus. E ali, perante os homens conhecedores das Escrituras, sabedores da lei de Deus, acabam entrando em choque e, uma disputa acontece, a disputa sobre quem é Deus. E diante daquele homem que apenas conhecia Jesus como homem, agora o confessa como “um profeta” (9.17).
            Não é possível que isso aconteceu? Os fariseus duvidando de tudo, entrevistaram os pais do homem que se dizia cego. No entanto, por medo (7:13; 12:42, 16:2) os pais não afirmam nada. E numa segunda entrevista ao homem cego, com hostilidade, os fariseus afirmam que Jesus era um pecador (9.24). E diante dessa afirmação, o próprio ex-cego, afirma que “...se é pecador, não sei; uma coisa sei: eu era cego e agora vejo” (9.25). E adiante na resposta em afirmação de que Jesus é Deus, o ex-cego afirma: “Sabemos que Deus não atende a pecadores; mas, pelo contrário, se alguém teme a Deus e pratica sua vontade, a este atende” (9.31).
            Um ex-cego, encontrado pela luz, testemunha perante seus vizinhos, perante todos os chefes e lideres religiosos sem medo. Sempre fora julgado por ter cometido pecados, foi acusado de estar corrompendo a ordem pública e se manifestando por um homem que ninguém sabia quem era. Que exemplo esse homem que passou a ver nos dá. Ser testemunha da Luz, de Jesus, perante pessoas que supostamente vêem, mas que estão cegas no seu falso entendimento, egoísmo, etc.
            O homem que havia sido encontrado pela LUZ, afirma que Jesus é de Deus. E a grande ironia do texto, os fariseus, adotam uma posição que foi inicialmente levantada pelos discípulos de Jesus (v. 2). Eles acusam o homem de ter nascido no pecado. Eles rejeitam o testemunho do homem e o expulsam do templo.
            Mais uma vez voltando ao contexto:
            - Jesus, porém, encontra-o fora do templo e lhe pergunta: “Você acredita no Filho do Homem?” O homem pergunta: “Quem é ele?” Jesus se identifica como aquele que viu e ouviu.
            Deus em Cristo vem ao encontro do pecador e o transforma. Deus continua vindo ao encontro do pecador pela Palavra e Sacramentos (batismo e santa ceia) para transformar a vida do homem. Para que o homem passe a ver aquilo que não lhe é possível ver apenas pelo simples conhecer. Atualmente querem que primeiro se transforme o pecador, para depois ter contato com Deus, mas a transformação só acontece no encontro com Deus. A teologia dos fariseus, era uma teologia de reclusão. E a teologia de Deus é de inclusão. Deus veio buscar e salvar o perdido. Veio ao encontro do homem pecador. E ao encontro do pecador, continua vindo.
            A fé vem pelo ouvir – o cego ouviu Jesus. O homem agora “dá glória a Deus” (v. 24), confessando que ele “acredita”, chamando Jesus de “Senhor”, e passa a adorá-lo (v. 38). Através da Palavra, o homem agora vê espiritualmente e não apenas fisicamente.
            Jesus o bom Pastor dá a vida pelas ovelhas (Jo 10.11) – esse é o versículo tema da IELB em 2011. Jesus não veio “para julgar o mundo, mas para salvar o mundo”. Como ele fez isso?é necessário que façamos as obras daquele que me enviou,...”, ou seja, submeteu a escuridão do mundo como o sacrifício expiatório para o mundo (9:4). No terceiro dia Deus o ressuscitou dentre os mortos, para que agora a sua luz brilhe em todas as terras onde suas palavras são recontadas e testemunhadas, onde se dá o novo nascimento através da água e do Espírito, onde seu corpo e sangue são recebidos na fé.
Conclusão
            Qual é a conseqüência de uma mentira bíblica? Alguns versículos bíblicos tirados de seus contextos acabam distorcendo um precioso ensino, e aquilo que é realmente verdade, se transforma em meia verdade, ou até mesmo numa grande mentira. Cuidemos com aquilo que ouvimos, e que Deus sempre nos envie pregadores fiéis da sua Palavra, que olhem a palavra como um todo e nos apontem verdadeiramente para o Jesus vencedor, acolher e integrador dos pecadores no seu reino. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte - PR
COMUNICANDO A VIDA EM UM DOS MOVIMENTOS SOCIAIS!

terça-feira, 22 de março de 2011

Quebrando barreiras e integrando pessoas

A IGREJA COMUNICA A VIDA na Quaresma
27/03/11 – 3º Domingo na Quaresma
Sl 95.1 – 9; Ex 17.1 – 7; Rm 5.1 – 8; Jo 4. 5 – 26;
COMUNICANDO A VIDA
Quebrando barreiras e integrando pessoas
Introdução
            A IELB (Igreja Evangélica Luterana do Brasil) entre os anos de 2011 a 2014 quer COMUNICAR A VIDA. E sem se colocar num pedestal, verdadeiramente somos uma igreja que possui uma doutrina pura, que prega a palavra de Deus de uma forma simples e clara. Mas a verdade é que ainda não somos uma igreja conhecida por todos. Ainda há pessoas que estranham quando as convidamos para vir a nossa igreja. Reações como: Igreja Luterana, essa igreja é nova? Nunca ouvi nada sobre ela!
            Tínhamos um objetivo em mente que era ter uma igreja Luterana (IELB) em cada capital do vasto Brasil. Esse objetivo foi alcançado, com a graça de Deus.
            De uns anos para cá, também se fala muito em trabalho social na IELB, desejamos que cada paróquia, congregação e distrito tenha bem definido e estruturado programas sociais.
            Olhando para esse contexto dentro da IELB, pensemos um pouquinho mais sobre: Comunicando a Vida – Quebrando barreiras e integrando pessoas, baseado no texto de João 4.5-26.
Desenvolvimento
            Se pudéssemos abrir nossas Bíblias e olharmos para alguns destaques no texto do evangelho de João 4. 5 – 26, creio que teríamos um maior proveito do mesmo.
            Os quatro evangelhos nos apresentam as muitas caminhadas de Jesus. Por onde Jesus passou sempre comunicou a vida. Sempre deixou preciosos ensinos. E para nós, IELB, que desejamos comunicar a vida, nos dá uma bela lição. A lição de que para Comunicar algo a alguém é necessário quebrar barreiras.
            No trecho propriamente dito, há três barreiras que Jesus transpôs. O v. 9, barreira racial; v.18, barreira social; v. 20, barreira religiosa; e se quisermos olhar ainda a quarta barreira, o v. 27, barreira cultural.
            Barreiras – num país tão vasto, não apenas geograficamente, mas também culturalmente, nossa querida Igreja esta inserida. Em cada lugar requer uma readaptação, uma aculturação. Isso nem sempre é fácil. Precisamos também lembrar com muito carinho que pessoas de origem alemã quando vão a outros lugares se preocupam em levar a igreja junto. Foi assim que a nossa IELB se espalhou pelo Brasil. Valorizemos esse fato.
            No entanto, precisamos entender que essa igreja levada por muitos, precisa se adequar ao local no qual está inserido. Precisamos quebrar a barreira racial, também por assim dizer a cultural. Não há problema em ser uma igreja de sutaque alemão no nordeste brasileiro, mas procurar acolher e integrar os que não possuem sutaque alemão é a nossa meta. Como? Transpondo a barreia racial e cultural.
            Assim como a minha cultura é importante e tem valor, a do outro também tem seu valor e merece meu respeito. Aliás, a palavra Missão, tem sua origem no latim missio, que significa “enviar.” A igreja, cada cristão que é igreja, foi e continua sendo enviado para o mundo, como lembramos durante esse mês de março nas demais mensagens. Mundo significa pessoas afastadas de Deus, pecadores perdidos, e a nós igreja, cabe acolher e integrar essas pessoas.
            A igreja foi e continua sendo enviada, não para perder sua essência que é o evangelho, anunciado por meio de uma doutrina pura, mas para comunicar esse evangelho a todas as pessoas. Tenho apenas seis anos de ministério, agora no sétimo ano. Com a graça de Deus tive o privilégio de estar no Maranhão, primeiro pastor em Alto Parnaíba, depois, voltar a Rondônia, onde fui criado, em Alto Alegre dos Parecis, e agora no local onde realizei meu estágio a 8 anos atrás, Querência do Norte. Em nenhum desses lugares deixei de ser Edson Ronaldo Tressmann, com meu jeito de falar e ser. No Maranhão era pastor de pessoas que nasceram no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, mas que por muitos anos viveram no Paraguai. Pessoas que levaram consigo a Igreja Luterana e que está por derrubar a barreira cultural e racial. Em Rondônia, Alto Alegre dos Parecis, pude estar a frente de uma igreja tradicional, onde a maioria de seu povo vindos do Espírito Santo. Por mais que estavam interessados em atender e comunicar a vida entre os índios, barreiras precisaram ser quebradas. Agora em Querência do Norte, estamos diante do desafio de continuar a Comunicar a Vida entre pessoas assentadas através do movimento denominado como MST. Mais uma vez se precisa continuar quebrando as barreiras.
            É maravilhoso vermos uma igreja que está rompendo barreiras raciais, culturais e sociais.
            Romper barreiras, sejam elas quais forem, não é fácil. Há aqueles que ficam feridos, outros saem machucados, no entanto, a esses, Jesus continua oferecendo a água da vida. No v. 14: “aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.
            Comunicar a Vida – somos enviados para isso, não requer que nós deixemos nosso sutaque, nosso jeito de ser, pois isso faz parte da nossa essência. No entanto, precisamos comunicar aquilo que nos foi oferecido e dado, a VIDA. Como diz o apóstolo Paulo aos cristãos da Ásia Menor: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,” (Ef 2.1). Éramos assim por natureza, mas em Cristo, Deus veio ao nosso encontro. Aliás, Deus transpôs a barreira e se fez homem para resgatar a todos nós, humanidade pecadora.
            Eu bebi e continuo bebendo da água da vida, pois Deus continua pela sua Palavra, Corpo e Sangue me alimentando para que eu não tenha sede e para que eu não morra eternamente. Ele oferece essa mesma água da vida a todos. Por isso, cabe a nós, irmãos e irmãs, que decidimos levar conosco a IELB que Comunica a Vida, transpor barreiras, sejam elas quais forem. Muitas barreiras querem impedir que a VIDA seja Comunicada. O diabo, nosso adversário, quer nos paralisar diante delas. No entanto, Cristo que provou seu amor para conosco tendo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8), nos anima e motiva a não ficarmos paralisados, mas irmos cidade a fora convidando nossos amigos e vizinhos para que venham e recebam aquilo que nós recebemos e possuimos, VIDA (Jo 4.29).
Conclusão
            aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (Jo 4.14). Eu sou constantemente saciado, fui tirado das trevas, em Cristo sou salvo. Agora, como enviado ao mundo, não a um mundo perfeito, mas um mundo pecador, vou apenas jorrar aquilo que está em mim, CRISTO, a VIDA, a água viva. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte – PR


Comunicando Cristo Para Todos – entre um dos muitos movimentos sociais.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Acolhendo cristãos anônimos pela palavra e sacramento

A IGREJA COMUNICA A VIDA na Quaresma
20/03/11 – 2º Domingo na Quaresma
Sl 121; Gn 12. 1 – 9; Rm 4.1 – 8, 13 – 17; Jo 3. 1 – 17
COMUNICANDO A VIDA
Acolhendo cristãos anônimos pela palavra e sacramento
Introdução

            A IELB está preocupada em COMUNICAR a VIDA, e para isso quer acolher e integrar pessoas. E entre tantas pessoas que queremos acolher e integrar também se encontram os denominados cristãos anônimos que são aqueles que eu não conheço, que ainda são estranhos para mim. Acolher e Integrar os anônimos para que eles deixem de ser estranhos e desconhecidos.
            Acolhendo cristãos anônimos pela palavra e sacramento
            Existem ainda hoje cristãos semelhantes a Nicodemos. Cristãos que conhecem a lei, julgam e interpretam a lei, mas que lhes falta algo essencial, “nascer de novo, tornar-se novo homem.” Precisamos entender que no v.3 o “nascer de novo...”, ocorre, primeiramente o nascer de novo, depois ocorre o abandono. Primeiramente ocorre uma mudança no íntimo.
            Cristãos anônimos são aqueles que se apresentam dispostos a ajudar, mas sua verdadeira intenção é prejudicar. São também aqueles que se afastam pensando estar prejudicando ao outro, mas prejudicam a si mesmos.
            Cristo não muda, o apóstolo Tiago afirma: “toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1.17). E esse Jesus Cristo veio mudar a nossa realidade, de pecadores perdidos, agora somos perdoados e estamos salvos. Em Cristo Jesus somos novas criaturas, pois afirma Pedro: “Pois vocês, pela viva e eterna Palavra de Deus, nasceram de novo como filhos de um Pai que é imortal e não de pais mortais” (1Pe 1.23). Deus que não muda, e que enviou Jesus, no qual nascemos de novo pela palavra e pelo batismo. A cada novo dia somos convidados a nos arrepender verdadeiramente de nossos pecados, como disse Jesus: “...Eu afirmo a vocês que Istoé verdade: se vocês não mudarem de vida e não ficarem iguais às crianças, nunca entrarão no Reino do céu” (Mt 18.3).
            E esse convite também estava sendo feito ao cristão anônimo Nicodemos. Cristão anônimo é todo aquele que faz obras confiando em si mesmo. Pensam que pelo seu viver do dia-a-dia, cumprindo rituais e leis, se abstendo de comidas e bebidas agradam a Deus. Milhares de pessoas são cristãos anônimos, pois não mudaram de mente pela Palavra, pelo batismo, mas colocaram máscaras em seus rostos e vivem hipocritamente.
            Ouçamos a promessa de Deus a todo o povo de Israel registrado pelo profeta Ezequiel: “borrifarei água limpa sobre vocês e os purificarei de todos os seus ídolos e de todas as coisas nojentas que vocês têm feito. Eu lhes darei um coração novo e porei em vocês um espírito novo. Tirarei de vocês o coração de pedra, desobediente, e lhes darei um coração bondoso, obediente. Porei o meu espírito dentro de vocês e farei com que obedeçam as minhas leis e cumpram todos os mandamentos que lhe dei” (Ez 36.25-27). No batismo nos tornamos novas criaturas, assim anuncia Tito: “ele nos salvou porque teve compaixão de nós, e não porque nós tivéssemos feito alguma coisa boa. Ele nos salvou por meio do Espírito Santo, que nos lavou, fazendo com que nascemos de novo e dando-nos uma vida nova” (Tt 3.5), e como novas criaturas, mesmo sendo ainda pecadores realizamos boas obras, pois não desejamos gloriar a nós mesmos, mas glorificamos a Deus nosso Senhor, pois a Bíblia diz: “...quem quiser se orgulhar, que se orgulhe daquilo que o Senhor faz” (1Co 1.31).
            Em Cristo, Deus fez e faz uma maravilhosa obra, nos salvou e salva, nos perdoou e perdoa, e nEle nos capacita a sempre realizarmos boas obras. No batismo nos tornamos novas criaturas, e como novas criaturas somos controlados pelo Espírito de Deus e praticamos coisas agradáveis a Deus.
            Em Cristo eu e você somos novas criaturas, Jesus provou o seu amor por nós, morrendo por nós, sendo nós ainda pecadores. E é assim que nós nos encontramos, pecadores, mas em Cristo, justos, santos, perdoados. Em nós há o velho homem, a velha natureza, que nos quer diariamente conduzir ao erro, mas quando batizados o novo homem passou a fazer parte de nós e com esse novo ser, com nova vida espiritual lutamos dia após dia contra o velho homem em arrependimento. Dia após dia somos convidados a renunciar o diabo e suas obras.       Somos novas criaturas por causa da obra de Jesus na cruz e a obra do Espírito Santo em nosso coração, “e assim receberão todo o direito de entrar no reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 1.11).
Acolhendo cristãos anônimos pela Palavra e Sacramento.
            Quando não me arrependo, quando insisto em levar uma vida devassa, quando abandono a igreja, abandono a comunhão na santa ceia, quando não sirvo a Deus e a ninguém, também passo a fazer parte dos milhares de cristãos anônimos.
            Quando olhamos para Nicodemos que ao se aproximar de Jesus disse palavras bonitas: “Rabi, nós sabemos que o senhor é um mestre que Deus enviou, pois ninguém pode fazer esses milagres se Deus não estiver com ele” (v.2) e diante dessas palavras ouviu a resposta contundente de Jesus: “Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo” (v. 3), aprendemos sobre o nascer de novo. Arrepender-se, ou seja, mudar de atitude, abandonar o erro. Mas a questão é: abandonar o erro não para nos gloriar.
            Nicodemos reconhecia Jesus como um enviado de Deus, falava de fé, julgava a lei, mas não vivia de maneira correta a vontade de Deus. Para ele e muitos da sua época, a lei estava servindo como um meio de diferenciação entre as pessoas. Se julgava pela aparência, a lei havia perdido a sua principal finalidade: amar a Deus e ao próximo. A lei apontava para Cristo, o qual havia vindo, mas estava sendo rejeitado.
            Deus quer um novo homem, um novo espírito. Deus não deseja apenas o abandono do vicio e a simples prática de obras. Pois se deixar de fumar, beber, etc, e fazer atos generosos para se apresentar bem perante os outros, isso qualquer pessoa, inclusive um ateu pode fazer. Deus deseja algo que vá muito além disso, e esse é o pedido feito à Nicodemos – o ser novo homem.
            Como? O que é preciso fazer? Dúvidas. Dúvidas que nós também temos. Pois, em meio às tantas mensagens que ouvimos ficamos duvidosos – puxa vida eu não consigo; não sou como aquela pessoa que abandonou completamente seus vícios. Olhamos para nós – pior, para nossas realizações. E assim Jesus faz com muitos, o que fez com Nicodemos, fecha a porta do céu. Não é desejo de Jesus condenar ninguém, mas cada pecador é convidado ao arrependimento. Pelo batismo fomos lavados e regenerados, ouçamos o apóstolo Paulo: “Assim eu sei que o que acontece comigo é isto: quando quero fazer o que é bom, só consigo fazer o que é mau” (Rm 7.21). Afirmamos que a graça de Deus, o perdão dos pecados, a justiça diante de Deus e a salvação são obtidos exclusivamente através da confiança que o cristão deposita na Palavra escrita, no Batismo, na Santa Ceia e na Absolvição.
            Na carne sou guiado pelas coisas da carne, “Alguns de vocês eram assim. Mas foram lavados do pecado, separados para pertencer a Deus e aceitos por ele por meio do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus” (1Co 6.11). Não somos mais da carne, somos do Espírito, guiados pelo Espírito e nesse Espírito faço mesmo como pecador, coisas boas perante Deus, pois a força não está em mim, mas em Deus que realiza em mim o seu querer. Como bem anunciou Paulo aos cristãos de Filipos: “porque Deus é quem efetua em vós, tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13).
            Precisamos aceitar a palavra de Deus e não nos cabe questionar, assim como fez Nicodemos: “Como pode acontecer isso?” (Jo 3.9). É contrário a minha razão. Preciso ser como uma criança que acredita naquilo que me é falado, e também me submeter a Palavra de Deus.
            Somos uma população de bilhões e tantos milhões são cristãos. Cristão que transformaram Jesus em Moisés, que transformaram o evangelho em obras de mérito, que transformaram a graça dada no batismo em copo d’água, lenço com suor, etc. Jesus quer pecadores ao seu redor, veio em busca da ovelha perdida, Jesus não está atrás de heróis da fé na prática de virtudes.
            Porquanto Deus enviou o seu filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo 3.17).
            A lei julga os pecadores. A palavra “mundo” faz referência a humanidade afastada de Deus, aos pecadores perdidos, os malditos que compõe o mundo. E justamente para esses Jesus foi enviado. Apesar de termos quebrado todos os mandamentos de Deus, não nos desesperemos, pois em Cristo, Deus trouxe a salvação, o perdão.
            O ensinamento verdadeiro e que deve ser crido e aceito de todo o coração é este: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior” (1Tm 1.15). Jesus veio para cumprir a lei em nosso lugar, veio para nos Acolher e Integrar para que nós possamos usufruir desse cumprimento.
            O mundo, a quem Jesus veio, acha impossível e não acredita na Igreja Cristã que Comunica a vida, que transmite a salvação pela fé. Cristãos anônimos crêem que no julgamento serão interrogados por aquilo que realizaram nesse mundo. As pessoas não sabem o que é FÉ de acordo com a Bíblia.  A FÉ nos agarra em Cristo, naquilo que Cristo fez por nós.
Conclusão
            Acolhendo cristãos anônimos pela Palavra e Sacramento. Já que os conhecemos, como nova criatura, vou Acolhé-lo, pois habita em mim o Espírito de Deus pelo qual eu fui acolhido e integrado.
            Lembremos que os cristãos anônimos não necessitam do nosso julgamento, mas do amor, o qual já foi revelado a nós. Comuniquemos esse amor, para que muitos deixem de ser cristãos anônimos e se incluam nesse grande grupo, grupo de COMUNICADORES DA VIDA. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann

quinta-feira, 10 de março de 2011

Apresentando um verdadeiro cristão

A IGREJA COMUNICA A VIDA na Quaresma
13/03/11 – 1º Domingo na Quaresma
Sl 32.1 – 7; Gn 3.1 – 21; Rm 5.12 – 19; Mt 4.1 - 11
COMUNICANDO A VIDA
Apresentando ao mundo um verdadeiro cristão
Introdução
         O que fazer para que cristãos abandonem suas práticas pecaminosas e realizem boas obras? Essa é a pergunta da grande maioria da liderança na Igreja. O que fazer? Como fazer?
            Eu não sei a resposta de como fazer. Mas sei o que não podemos fazer para alcançarmos isso. Não podemos de maneira nenhuma exigir, ameaçar, ou fazer promessas com a lei. Precisamos apresentar ao mundo e a igreja um verdadeiro cristão. Como ele é? Quem ele é?
Desenvolvimento
            Neste culto queremos tomar como base dois textos bíblicos: Gn 3.1-21 e Sl 32.1-7, pois nosso desejo é apresentar ao mundo um verdadeiro cristão.  Será que o verdadeiro cristão não possui nenhum vicio? Será que o verdadeiro cristão pratica incessantemente boas obras que impactam a todos?
COMUNICANDO A VIDA
Apresentando ao mundo um verdadeiro cristão
            No período da Quaresma muitas pessoas se deixam levar por lendas e superstições. E justamente em meio a isso, é necessário que a Igreja Cristã tome como objetivo comunicar a vida. E para que possamos comunicar corretamente a vida, é imprescindível apresentar o verdadeiro cristão.
            Iniciemos em Gn 3.1-21.
            “...É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? (Gn 3.1).
            Com essas palavras o diabo conquistou a seu favor Eva. O diabo despertou aquilo que era verdadeiramente proibido ao homem e a mulher, comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. A proibição apresentava aquilo que não podia ser feito, pois suas conseqüências seriam terríveis. No entanto, despertados para desejar ardentemente aquilo que era proibido, causou a grande tragédia, da qual nós ainda hoje temos resquícios, o qual ainda está em nós, faz parte do nosso dia-a-dia.
            Hoje ainda somos atraídos pelas coisas proibidas. Se as coisas não fossem proibidas, elas não nos chamariam a atenção, como chamam. A proibição desperta em nós o desejo e o pensamento de rebelar-se. Diante de algo proibido é comum a frase: “Como pode querer nos negar isso?” e seguem as mais variadas desculpas. Um exemplo é quando a pesca está fechada. É proibido pescar, mas.... afinal “é só pra comer uns peixinhos.
            Precisamos criar consciência de quão pecadores nós somos. E como estamos expostos ao pecado. Nós conhecemos os 10 mandamentos, mas não compreendemos seu sentido espiritual. Estando o pecado dormente em nosso coração muitos estão vivendo suas vidas em crimes grosseiros. Para isso, para despertar nosso coração dessa dormência Deus nos deu a lei, a pregação da lei. Diz Paulo: o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica (2Co 3.6). Ao ministro, a liderança não vale usar a lei para mudança, pois a palavra “letra”, não significa usar a lei para tornar alguém ativo, realizador de boas obras, piedoso. A lei não muda nosso coração, mas sim, o evangelho.
            O homem e a mulher após a queda sentiram as conseqüências de seu pecado. Perceberam que estavam nus, e ainda se esconderam de Deus com quem tinham perfeita comunhão. A lei, proferida pelo próprio Deus através da pergunta: “Onde estás?”, ou seja, qual é a tua situação longe de mim? Fez o homem observar o seu erro. No entanto, não foi a lei que o animou e consolou. Pelo contrário, a lei, o desespero o fez colocar a culpa na mulher e no próprio Deus.
            Deus sabia que diante do pecado, a situação da raça humana era deplorável.  Sendo assim, Ele não fez exigências pela lei, a lei levou-os a reconhecerem seus erros, na verdade, o próprio Deus, apresentou ali no paraíso, como já havia feito, sua misericórdia. No versículo 15 de Gn 3 prometeu: Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar (Gn 3.15). Qual é o significado dessas palavras? O Messias, o Redentor, o Salvador, não virá com propósito de nos dizer o que devemos fazer ou que obras devemos mostrar para escapar do terrível domínio das trevas, do pecado e da morte. Esses feitos o Messias não vai deixar para nós cumprirmos, mas ele mesmo realizará tudo. Ele ferirá a cabeça da serpente significa nada mais, nada menos de que ele destruirá o reino do diabo.
            Esse primeiro evangelho em Gênesis, ainda no paraíso, agora diante do homem pecador, perdido, afastado de Deus, foi a fonte de consolo dos crentes no A.T. Para eles era importante saber que alguém estava por vir não simplesmente para lhes dizer o que fazer e deixar de fazer para alcançarem o céu, mas para devolver, levar de volta ao céu. Não há mais nada a fazer do que me apropriar daquilo que Deus em Cristo me oferece e dá. Por isso as Escrituras afirmam: “Creia”, ou seja, “Declare seu o que Cristo adquiriu”.
            Muitos outros textos do A.T. poderiam ser citados, mas quero citar apenas Jr 31.31-34. Deus faz uma nova aliança. Essa não é aquela do monte Sinai. O Messias não diz: “É preciso que vocês sejam pessoas com tal caráter; seu modo de viver deve ser desta ou daquela maneira; você precisa fazer esta ou aquela obra”.
            O ser humano no ato criador de Deus já teve escrito em seu coração a lei. Essa lei não tinha por objetivo tornar o homem santo, pois foram criados santos e justos à vista de Deus. A lei, no entanto, foi escrita em seus corações por uma única e simples razão, para saberem o que era agradável a Deus. A vontade humana estava em harmonia com a vontade de Deus. Com a queda em pecado, com a desobediência essa situação foi alterada. Com a saída da escravidão do Egito, Deus repetiu a lei e restabeleceu com os judeus, uma aliança baseada na lei. E por meio do profeta Jeremias Deus está COMUNICANDO a VIDA.
            A aliança baseada na lei não havia melhorado a situação deles, pois Deus precisou forçá-los a uma submissão à sua vontade. E obediência forçada, não é verdadeira obediência. E assim Deus aponta para um novo plano de ação totalmente diferente. Mas claro, já no A.T., este plano estava vigorando. Mesmo que a aliança baseada na lei era anunciada, os profetas sempre anunciaram o evangelho e sempre anunciaram o Messias, aquele que firmou nova aliança.
            Em que consiste a nova aliança?  Deus assegura ao povo que não precisa mais ser coagido ou impulsionado pela lei que diz: “faça isso! Não faça isso!”, pois isso não adianta. Nós não temos capacidade para cumprir a lei, somos carnais, e as manifestações do Espírito não se originam da ação da lei. Deus diz: “perdoarei as suas iniqüidades e dos seus pecados jamais me lembrarei.” Por isso a lei está escrita em nosso coração. O que a lei não pode fazer, o evangelho traz a realidade, através da mensagem do perdão dos pecados. Não podemos substituir o evangelho pela lei. Pessoas estão morrendo, pois se encontram agarradas na lei e se esquecem do evangelho salvador. E o evangelho está presente na santa ceia, pois é dito: “Tomai, bebei, este é o sangue da nova aliança...” E este corpo e sangue, dados no pão e no vinho são oferecidos a você pecador arrependido, é oferecido a você que diante da lei reconhece seus erros. Pois, o evangelho, o perdão que aqui você recebe é a força e motivação para seguir sua vida cristã nesse mundo.
            Apropriando-se do texto do Salmo ouvimos: “Sendo assim, todo homem piedoso te fará súplicas em tempo de poder encontrar-te. Com efeito, quando transbordarem muitas águas, não o atingirão” (Sl 32.6).
            Todo homem piedoso te fará suplicas – se olharmos atentamente esse salmo, escrito por Davi, veremos que ele fala do perdão. Relembremos o episódio de Davi e Bate-Seba e em seguida com Natã. Pecados que exigiam a morte em praça publica. Deus perdoou, passou por cima deles, os esqueceu. Isso o animou, consolou. Escreveu o Sl 51 e o 32.
            Diante do perdão o diabo, todos os dias coloca em nós o fardo da culpa e atinge a nossa consciência. Após o episódio do encontro de Natã com Davi, observamos os tristes episódios naquela família. De um lado, Davi era levado a se questionar e duvidar do perdão. Diante do homem cego, os discípulos também queriam saber quem havia pecado, o homem ou seus pais.
            Também nós, a cada novo dia, a cada nova situação, somos tentados a nos questionar sobre o perdão. Tantas vezes ficamos em dúvida. Principalmente quando nos apresentam um cristão sem vícios, cheio de boas ações, descrição na qual nós tantas vezes não nos encaixamos.
            Apesar de nossos sentimentos amargos, somos aceitos por Deus em Cristo Jesus. verdadeiros cristãos que não conseguem se controlar e ficam irritados com facilidade. Outros tantos não controlam seu temperamento, ainda há aqueles com dificuldade para perdoar. Só que, justamente são muitos desses irritadinhos, destemperados e que não conseguem perdoar que dobram seus joelhos e suplicam dia após dia pelo perdão e forças para vencerem esses seus defeitos.
            Que bom seria se todos nós fossemos como Jó, pois dizem que Jó é exemplo de paciência. Mas, nem todos são assim. Há cristãos impacientes, muitos chegam a explodir de raiva, e falam muitas coisas, até o que não devia. Mas, quando voltam a si ficam com vergonha de si mesmo. Há também aquele cristão que vez ou outra comete um pecado grosseiro.
            E o que fazer para mudar essa situação tão aparente nas igrejas?  A igreja vai continuar COMUNICANDO a VIDA, através da Palavra de Deus. Pois pouco a pouco a Palavra convence do erro, e o pecador humildemente suplica por perdão.
            O cristão tem medo da morte, aliás, a morte traz medo. Muitos cristãos também são orgulhoso. E esse dentro todos os vícios é o pior. Pois é pecado contra o primeiro mandamento. Os discípulos discutiam sobre quem deles era o maior no reino. A mãe de dois deles pediu que um fosse colocado a direita e outro a esquerda. Segundo Lucas, eles ficaram envergonhados, pois ficaram sabendo que essa conduta era vergonhosa. Tiveram vontade de se esconder.
            Nem todo cristão está em oração fervorosa. Se requer muita luta e disposição para orar com fervor e ter confiança de que Deus vai atender. Quantas vezes nos sentimos envergonhados, quando no meio de uma oração percebemos que estamos falando apenas por falar.
            Há pessoas, e muitos pregadores que querem dar um show de santidade, evitam certo tipo de conversa, erguem seus olhos piamente aos céus, recitam diversos textos bíblicos, nas horas de lazer lêem a Bíblia. Tudo isso apenas para impressionar. Mas, vale lembrar que nem todos os cristãos são assim.
            Cristãos não são aqueles que realizam grandes coisas para que os outros vejam. Um cristão verdadeiro é aquele que se agarra no perdão de Deus em Cristo, é só relembrarmos Hb 11.
            O diabo, dia após dia nos tenta com tribulações, isso para que os cristãos caiam, principalmente do perdão. Ele deseja que duvidemos e questionemos sobre o perdão. Vocês estão perdoados em Cristo. E nesse perdão somos animados a viver uma vida de filho redimido. E que nesse perdão possamos cantar com toda a igreja cristã: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário” (Sl 51. 10-12).
Conclusão
            Deus nos abençoe a podermos apresentar ao mundo, que nós, mesmo cheios de falhas somos perdoados em Cristo e que nesse perdão somos alimentados, consolados e animados a viver uma vida melhor a cada novo dia. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte - PR

sábado, 5 de março de 2011

No carnaval, na quarta de cinzas e na quaresma a Igreja Comunica a Vida!

A IGREJA COMUNICA A VIDA na Quaresma
09/03/11 – Quarta feira de Cinzas
Sl 51. 1 – 13; Jl 2.12 – 19; 2Co 5.20b – 6.10; Mt 6.1 – 6, 16 - 21
Tema: No carnaval, na quarta de cinzas e na quaresma a Igreja Comunica a Vida!
APRESENTANDO O TESOURO DO PERDÃO

Introdução
            Final de semana carnaval, muita folia, diversão, e na quarta-feira de cinzas, supostamente é um dia de arrepender-se. Com a quarta feira de cinzas inicia-se a quaresma. A quarta-feira de cinzas é observada desde a igreja antiga. O costume é colocar cinzas sobre a cabeça das pessoas em sinal de penitência. A terça-feira que antecedia a quarta de cinzas era um dia de preparação para a penitência observada por 40 dias.
            Há uma relação muito grande entre carnaval, quarta de cinzas e quaresma.
Desenvolvimento
Tema: No carnaval, na quarta de cinzas e na quaresma a Igreja Comunica a Vida!
APRESENTANDO O TESOURO DO PERDÃO
            A igreja, aliada do império romano ditava as regras. E uma das regras passou a ser a obrigatoriedade do jejum e da penitência durante o período, denominado de quaresma. A igreja exigia penitência, arrependimento, mesmo sem levar em conta se as pessoas eram ou não convertidas. Diante da regra da igreja, as pessoas resolveram aproveitar ao máximo o período que antecedia o período da penitência de quarenta dias. E assim, o carnaval, a festa da carne, a festa onde se pode passar dos limites, foi se desenvolvendo e se tornou o que nós vemos hoje. Carnaval, uma festa inventada para se aproveitar ao máximo, pois depois dela seriam quarenta dias de reclusão. Carnaval, uma festa onde as pessoas exploravam o máximo possível de todas as orgias, bebidas, etc. Não há tempo para perder, é preciso aproveitar.
            E em torno desse contexto, nessa noite de quarta de cinzas, observemos as palavras muito importantes de Jesus. Vamos ler, Mt 6.16-21. Vamos abrir a Bíblia – ler em conjunto.
            O capítulo 6 nos apresenta toda a religiosidade hipócrita do homem, onde se cumpre à lei e as tradições por aparência, para esconder onde realmente está o seu coração. Aliás, coração denota o centro de toda a vida física e espiritual. E tesouro ao qual Jesus se refere é o lugar onde se guarda coisas boas e preciosas. É um depósito. Então quer dizer, que precisamos colocar nosso coração dentro do porta-jóias, ou no depósito. Onde está nosso depósito? Ou onde estamos depositando nosso coração?
            Quando o diabo tentou Eva no Jardim, ele a enganou fazendo-a acreditar que podia ser igual a Deus. A mulher era a imagem e semelhança de Deus, mas cedeu à tentação e assim foi lançada nas trevas. Todos nós em decorrência desse pecado também nascemos nas trevas. Como diz Paulo aos Romanos: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.” (Rm 5.12). O diabo, o pai da mentira, está conseguindo arrastar muitos para o lugar que pertence só a ele, como disse Jesus: “...Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41).
            Ainda somos tentados de igual maneira. E entre tantas tentações, há a tentação de se viver de aparências, uma vida hipócrita. Muitos estão vivendo supostas vidas cristãs, vidas de aparências, uma falsa religiosidade, a esses Jesus diz: “Vocês já receberam a sua recompensa”. O termo “receberam” no grego quer transmitir a idéia de “segurar com firmeza”, como se fosse uma propriedade, um móvel, utensílio. Então os que vivem uma religiosidade aparente já estão com a “bola cheia”, já estão que não se agüentam mais, fazem de tudo aparentemente para manter seguro os elogios.
            Jesus diz para uma enorme multidão, que o exercício religioso não é uma coisa para aparecer, ou para engrandecimento pessoal. Não se pode fazer uso da religiosidade para se mostrar diferente do que verdadeiramente é. Muitos usam o jargão, “pode confiar, eu sou “evangélico””, e assim se escondem atrás de uma máscara. Jesus está falando que entre os cristãos verdadeiros, os que praticam verdadeiramente o jejum, estão os que querem aparecer e apenas se mostrar.
            O arrepender-se de muitos é só de aparência. E esse arrependimento aparente, conduzirá a muitos para o lugar que não lhes pertence.
            Há uma enorme tendência em nós – julgarmos os outros por aquilo que vemos. Esquecemos por muitas vezes o que diz o 8º mandamento: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. Devemos temer e amar a Deus e, portanto, não mentir com falsidade, trair, caluniar ou difamar o nosso próximo; mas devemos desculpá-lo, falar bem dele e interpretar tudo da melhor maneira”. Julgamentos são destrutivos, o interpretar da melhor maneira e defender nosso próximo seria a melhor atitude para cada um de nós. Aliás, quando vejo Jesus dizendo essas palavras, penso que ele está convidando a cada um ao arrependimento e a compreensão de seus próprios pecados. Pois só o pecador que reconhece seus erros pode entender outro pecador errante. Mas, infelizmente reina em muitos cristãos, a falta de misericórdia. Errou, é o fim. Julga-se. Massacra-se. Muitas vezes olhamos simplesmente para Eva e dizemos: “Puxa vida, se Eva não tivesse pisado na Bola, não estaríamos nessa situação”, mas nos esquecemos de olhar um pouco adiante e ler no mesmo texto de Paulo aos Romanos: “Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornaram justos” (Rm 5.19). E é em Jesus Cristo que nós somos convidados a depositar a nossa confiança, em Jesus precisa estar o centro da nossa vida física e espiritual, ou seja, nosso coração, estar firmes no perdão que a Igreja anuncia em Cristo.
No carnaval, na quarta de cinzas e na quaresma a Igreja Comunica a Vida!
APRESENTANDO O TESOURO DO PERDÃO
            Há somente um lugar onde podemos depositar a nossa confiança. E esse depósito está disponível a todos – Jesus, como diz Paulo aos corintios: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21).
            Jesus é a nossa justiça, ele nos oferece e dá o perdão. Nele somos salvos de todos os nossos pecados. Nele somos convidados a depositar nosso coração. Em Jesus nós somos chamados a depositar nossa vida física e espiritual, como o próprio Jesus diz neste mesmo sermão “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33). Se o nosso tesouro, ou seja, se nós depositamos verdadeira confiança em Jesus, naquele que pagou nossos pecados, então podemos também colocar nosso viver nas mãos de Jesus.
No carnaval, na quarta de cinzas e na quaresma a Igreja Comunica a Vida!
APRESENTANDO O TESOURO DO PERDÃO
            Esse tesouro, em quem nós podemos depositar nossa confiança está disponível para todos, como disse Jesus: “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19.10). Entre os quais, eu me encontro, “pois nasci na iniqüidade e em pecado me concebeu a minha mãe” (Sl 51.5), entre os quais estão os carnavalescos “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” e como diz João: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16) e ainda “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8).
No carnaval, na quarta de cinzas e na quaresma a Igreja Comunica a Vida!
APRESENTANDO O TESOURO DO PERDÃO
            Por isso, somos convidados ao arrependimento verdadeiro. Principalmente os cristãos de fachada, ou seja, aqueles que vivem suas vidas de aparência, e pensam que enganam a todos, inclusive a Deus. Somos convidados ao arrependimento: àqueles que querem acumular riquezas neste mundo, e para isso, vale tudo, vale se expor num BBB, vale se corromper, vale destruir o outro, explorar o próximo, cobrar altas taxas de juros ao emprestar um dinheiro, aumentar divisas de terra, explorar madeira ilegalmente, falsificar cds, dvds, bonés, roupas, etc, e ao mesmo tempo nós que acusamos e apontamos para esses erros.
            É difícil, muitas vezes para nós cristãos, reconhecer os nossos erros, apontar um dedo para alguém é apontar 3 para nós. Se nós estamos aqui reunidos nesta noite, não é por sermos melhores que os demais, apenas já temos uma grande coisa, que nos foi dada gratuitamente, o tesouro do evangelho, sabemos em quem depositar a nossa confiança. Temos aquele que nos recompensará, ou seja, aquele que abriu mão de algo que pertencia a ele, para dar a nós, temos Jesus. E Jesus não é só para nós é para todos.
            Outro engano do diabo - Quando vemos erros, nós nos colocamos no pedestal e apontamos o dedo e criticamos, mas, espera aí, você fez ou faz por merecer o ser igreja? Não. É obra do Espírito Santo. Pelo batismo, pela Palavra, pela Santa Ceia, meios que operam e nos fazem permanecer firmes na fé. Se mesmo nós, como cristãos erramos tanto, imaginem se não estivéssemos na dependência de Deus, como, aliás, muitos não estão. Imaginem se Deus não tivesse nos tirado das trevas e nos trazido e nos feito permanecer na luz. Eis o nosso tesouro – saber que somos filhos de Deus, e que temos por herança do nosso Pai, a vida eterna e que nele podemos depositar a nossa vida. Outros precisam saber dessa noticia! Por isso: No carnaval, na quarta de cinzas e na quaresma a Igreja Comunica a Vida! APRESENTANDO O TESOURO DO PERDÃO.
            Há um grande tesouro. E nós sabemos e temos esse grande tesouro. E ele é tão imenso que somos convidados a reparti-lo, inclusive pelo nosso viver. Nós sabemos onde depositar nossa confiança. Vamos continuar realizando a missão de Deus, falando de Cristo, anunciando Cristo, inclusive e principalmente para aqueles que nós julgamos pecadores, pois pecador por pecador, não somos tão diferentes assim, apenas já sabemos que nossos pecados estão perdoados e que em Jesus somos amados.
No carnaval, na quarta de cinzas e na quaresma a Igreja Comunica a Vida!
APRESENTANDO O TESOURO DO PERDÃO
            Onde está o teu tesouro ai está o teu coração. Dizem por aí que precisamos ouvir a voz do coração. Mas creio que para sabermos se podemos ouvir nosso coração primeiro precisamos saber onde ele está e como ele está.
            O coração do cristão foi transformado pelo Espírito Santo no batismo e é transformado na Palavra, esse coração é alimentado na Palavra, no Corpo e no Sangue. A transformação é obra de Deus em nós, através dos seus meios da graça.
            E cada novo dia eu de todo o coração, de toda a alma e entendimento sou convidado ao arrependimento. Não adiante eu ter uma igreja bonita, uma liturgia bem definida, ser tradicional, ser luterano de berço, se no íntimo não tenho me arrependido verdadeiramente. A quaresma, que inicia hoje, me faz lembrar o grande sofrimento de Cristo em meu lugar. A quaresma termina com a entrada de Jesus em Jerusalém para sofrer em nosso lugar. E na sexta feira santa encontro a grande diferença, pois ali vejo quem pagou pelos meus pecados na cruz. E no domingo de páscoa reencontro o motivo para me alegrar, a ressurreição de Jesus.
            Muitos não conhecem o amor de Deus, não sabem que seus pecados são perdoados quando estes verdadeiramente se arrependem. Há aqueles que não dão ouvidos a grande notícia: “é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o salvador, que é Cristo o Senhor” (Lc 1.11), muitos ainda não sabem que “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16) e ainda que “... o filho do homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19.10). Por isso, hoje ainda muitos estão penitenciando seus pecados – como é dito com muita freqüência: “Acho que estou pagando pelos meus pecados”.
            Muitos daqueles que estão aí fora, buscam somente a carne e nós os criticamos por isso, mas é necessário aprendermos que eles só conhecem a carne, o pior é nós que conhecemos o amor de Jesus e muitas vezes vivemos só de aparência.
            Nós os conhecedores desse amor, precisamos mostrar esse amor, sendo compreensivos, amorosos, perdoadores, sermos e fazermos a diferença entre o carnaval, a quarta de cinzas e a quaresma. Questionemos sobre nosso coração. Um coração habitado por Deus, um coração que ouve e se alimenta na Palavra e na santa ceia: será que muitas vezes não queremos manter apenas a aparência? Eu sou a diferença entre o carnaval, a quarta de cinzas e a quaresma, pois eu recebi e recebo o perdão. Eu conheço o amor de Deus em Jesus, sou cristão, tenho a vida eterna e eu preciso ser o meio pelo qual os outros, os de fora, conheçam e também façam a diferença.
            Quarta feira de cinzas – não é apenas um dia para acordarmos com ressaca, é um dia para questionar sobre a nossa vida. Quaresma é tempo de meditação, de análise de nossas atitudes diante da obra de Deus em seu Filho Jesus por nós. Será que nosso coração não está enferrujando e estamos sendo comido pelas traças? Não somos melhores que ninguém, somos amados por Deus em Jesus, e que bom conhecermos esse amor. Outros também precisam ouvir, vamos falar de Jesus, sem nos colocar melhores do que somos. O nosso coração precisa estar naquele que pagou pelos nossos pecados, naquele que veio justamente por eu ser pecador.
Conclusão
No carnaval, na quarta de cinzas e na quaresma a Igreja Comunica a Vida!
APRESENTANDO O TESOURO DO PERDÃO
            Temos um grande tesouro onde podemos depositar nossa confiança, Jesus que veio para pagar pelos nossos pecados. Eu já fui alcançado por esse amor, já tenho posse desse tesouro, que tal Comunicarmos e repartirmos esse tesouro com outros? Deus nos abençoe. Amém!

Rev. Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte – PR

Em Jesus - uma nova aliança!

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