segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Amor – o metro com o qual Deus mede a sua vida!

 

02 de fevereiro de 2025

Quarto Domingo após Epifania

Salmo 71.1-6; Jeremias 1.4-10; 1Coríntios 12.31b- 13.13; Lucas 4.31-44

Texto: 1Co 13.13

Tema: Amor – o metro com o qual Deus mede a sua vida!

 

Você conhece o equipamento chamado metro (m)?

Um metro é a unidade básica de medida de comprimento no Sistema Internacional de Unidade (SI). Equivale a 100 centímetros ou 1.000 milímetros.

Há diferença entre um metro aqui e um metro na África?

A medida é universalmente reconhecida e aplicada em todo mundo.

Um metro é igual em todo o mundo - todavia, o jeito de medir as pessoas é diferente em cada país?

Como você mede sua vida? Como são medidos os valores das coisas que você fez, faz, realizou ou realiza?

O padrão da medida utilizado por muitas pessoas é sobre o quanto dinheiro se ganha. Quanto mais dinheiro, mais importante a pessoa parece ser.

Outra medida é o status. Novamente o status está relacionado ao valor econômico, todavia, aqui junta-se a questão acadêmica.

Há também quem meça as pessoas pela produtividade; educação; dons; ...

No mundo o padrão de medida quanto ao valor de alguém dificilmente será alterado. Mas, o apostolo Paulo no capítulo 13 da primeira carta aos Coríntios deseja que a igreja meça o valor de alguém ou avalie alguém com a medida do amor.

Os coríntios estavam começando a classificar as pessoas permitindo que alguns fossem exaltados e outros desqualificados. Por essa razão, o apostolo Paulo enumera a virtude a ser cultivada e que precisa permanecer: o amor. Não se trata de um amor sentimento, mas, de um amor prático. É o amor que busca usar dons e habilidades para servir aos outros. Recordo-me das palavras do apostolo Tiago: a fé sem obras é coisa morta (Tg 2. 17). O amor sem ação não é amor é uma mera hipocrisia.

1Coríntios 13 é denominado “capítulo do amor” na Bíblia. Está entre os capítulos 12 e 14. Ou seja, não é um capítulo isolado e por essa razão, precisa ser analisado a luz do seu contexto.

Esse capítulo faz parte da resposta do apostolo Paulo quanto a pergunta dos Coríntios sobre os dons espirituais. O apostolo que desde o capítulo 10 vem falando sobre ser igreja, desenvolve nos capítulos 12 a 14 sobre os dons.

O desejo do apostolo é ensinar com clareza aos Coríntios que a prática e a busca dos dons espirituais devem sempre ocorrer dentro do contexto do amor.

Qual é a medida do amor?

O amor é a verdadeira medida de tudo o que dizemos, tudo o que temos, tudo o que fazemos.

Sem amor, mesmo nossas melhores realizações não são nada aos olhos de Deus.

O apostolo Paulo se agarra nesse conceito e o aplica a três áreas diferentes da vida.

- discurso de uma pessoa;

- dons de uma pessoa;

- sacrifício de uma pessoa;

Você não pode medir o valor de suas palavras pela imponência de seu discurso (1Co 13.1)

Língua dos anjos - uma maneira comum de se referir ao discurso eloquente. A pessoa que falava nas línguas dos homens e dos anjos falava com grande eloquência e estilo.

Esse cara fala bem.

Falar até papagaio fala.

Pode haver múltiplos dons, até mesmo o de línguas (língua de homens e anjos).

Os coríntios eram muito envolvidos no discurso. Eram oradores e debatedores e valorizavam o discurso forte, fervoroso, ousado e persuasivo. Valorizavam a eloquência e muitos até desprezavam Paulo porque achavam que ele não tinha essa qualidade (Paulo era gago). Na segunda carta aos Coríntios, Paulo o descreve da seguinte forma: “Suas cartas são pesadas e poderosas, mas pessoalmente ele é inexpressivo e seu falar não vale nada” (2Co 10.10). e em sua resposta quanto aos dons, de maneira especial sobre o discurso, o apostolo destaca que de nada adianta ser eloquente (falar as línguas dos homens e dos anjos), se não tiver amor, minhas palavras serão apenas um barulho irritante.

A ênfase no discurso causava divisão entre os Coríntios (quem era melhor: Paulo, Pedro ou Apolo). Apolo era o homem que impressionava os coríntios tanto que Lucas relata no livro de Atos que “Ele [Apolo] era um homem instruído, com um conhecimento profundo das Escrituras. Ele havia sido instruído no caminho do Senhor e falava com grande fervor… ele falou com ousadia… ele refutou vigorosamente os judeus em debate público” (Atos 18.24-28).

Diante dessa situação e realidade, o apostolo Paulo ao responder quanto à questão do uso correto das línguas (1Co 12 – 14), traz o alerta quanto a divisão em dois grupos:

o grupo especial (de elite), que falava em línguas, e o

grupo não especial (não de elite), que não falava em línguas estranhas e nem sequer eram eloquentes.

Enquanto os coríntios se apoiavam no discurso, ao invés de edificar o corpo de Cristo, eles estavam exibindo egoisticamente o dom de línguas para seu próprio benefício.

Os coríntios estavam sendo destruídos pelo discurso. Impressionados com a eloquência e o falar em línguas não mais executavam a principal virtude: o amor.

A medida do valor entre eles estava na eloquência e no falar em línguas.

No mundo atual, somos destruídos pela narrativa. Quem tem a melhor narrativa vence a discussão.

O apostolo Paulo lembra que em todas as nossas palavras, em todas as conversas devemos nos orientar pelo amor.

O que posso dizer para edificar essa pessoa? Encorajá-la? Beneficiá-la? Aproxima-la de Deus? Deus não nos mede pela eloquência ou línguas estranhas, mas pelas palavras de amor.

Podemos e precisamos falar grandes verdades, mas em amor. “Se eu falar as línguas dos homens e dos anjos, mas não tiver amor, sou apenas um gongo que ressoa ou um címbalo que retine”.

Gongo e címbalo são barulhentos, todavia, são ocos e desprovidos de conteúdo.

Sem amor, por melhores que sejam nossas realizações, aos olhos de Deus, não são nada.

O apostolo Paulo se agarra nesse conceito e o aplica a três áreas diferentes.

discurso de uma pessoa;

dons de uma pessoa;

sacrifício de uma pessoa;

Os dons de uma pessoa. “Se eu tiver o dom de profecia e puder sondar todos os mistérios e todo o conhecimento, e se tiver uma fé que move montanhas, mas não tiver amor, nada sou” (1Coríntios 13.2).

A igreja de Corinto era apaixonada por dons espirituais.

No capítulo doze, há uma lista completa: sabedoria, conhecimento, fé, cura, milagres, profecia, discernimento de espíritos, falar em línguas, interpretação de línguas, ajudar os outros, administração.

E não há nada de errado nesses dons espirituais. Os dons espirituais são ideia de Deus e é Ele quem os disponibiliza. Na verdade, os dons espirituais são essenciais para edificar uns aos outros e funcionar como a igreja de Jesus Cristo.

O dom é um presente de Deus e Deus não presenteia com presente ruim. O problema é que a natureza pecaminosa leva cada presenteado a fazer mau uso dos dons espirituais. Alguns tem uma má compreensão dos dons espirituais, outros enfatizam a importância de um e exclusão outros. Infelizmente, os coríntios cometeram um grave erro diante dos dons espirituais.

Enquanto no versículo 1 aprendemos que não se pode medir o valor das palavras pela imponência do discurso, no versículo 2 aprendemos que não se pode medir pela extensão dos dons.

O apostolo Paulo no versículo 2, enumera três dons espirituais: os dons de profecia, conhecimento e fé.

O dom de profecia: é a capacidade dada pelo Espírito Santo de falar as palavras de Deus ao homem. Paulo fala sobre o dom de profecia como o maior dom de todos. Todavia, possui-lo não torna a pessoa melhor que a outra. “Se eu tiver este dom, mas não tiver amor, nada sou”.

O propósito desse dom é para que haja fortalecimento, encorajamento e conforto da igreja.

Deus fala diretamente aos ouvintes enquanto estão sendo dirigidos através da pregação da Palavra. Dessa forma, Paulo vira a lista de dons dos Coríntios de cabeça para baixo e enumera o dom de profecia como sendo o dom espiritual mais elevado.

O dom do conhecimento: é a capacidade dada pelo Espírito Santo de ter compreensão ou discernimento dos mistérios de Deus. Isso pode envolver uma palavra de conhecimento onde Deus sobrenaturalmente dá a uma pessoa conhecimento direto sobre algo que ela não teria conhecido por meios naturais. Também pode envolver uma compreensão especial ou percepção das Escrituras.

O dom da fé: é a capacidade dada pelo Espírito Santo de confiar em Deus.

Ao enumerar esses dons espirituais, o objetivo do apostolo é destacar que os dons espirituais não são um sinal de maioridade espiritual, mas da graça de Deus que quer por eles beneficiar a todos. É como se o apostolo Paulo escrevesse: você pode profetizar, você pode ter grande conhecimento e grande fé, e ainda não ser nada.

Sem amor, mesmo nossas melhores realizações não são nada aos olhos de Deus.

O apostolo Paulo se agarra nesse conceito e o aplica a três áreas diferentes.

discurso de uma pessoa;

dons de uma pessoa;

sacrifício de uma pessoa;

Dons são importantes! Dons são essenciais para o corpo de Cristo! Todavia, “Se eu der tudo o que possuo aos pobres e entregar meu corpo às chamas, mas não tiver amor, nada ganharei” (1Coríntios 13.3).

Paulo indica dois exemplos de um sacrifício de uma pessoa para com a outra.

Dar tudo o que possui aos pobres;

É muito difícil se desfazer do dinheiro. O dinheiro tem um poderoso controle sobre as almas. Têm pessoas que quanto mais ganha, mais difícil para ela se tornar doar. Gosto de dizer que é triste ver o filho passar fome enquanto a mãe tem dinheiro.

A Bíblia ensina que é mais abençoado dar do que receber. Àqueles que guardam seu dinheiro firmemente nunca saberão o que é ser alegre de verdade.

A Bíblia ensina que precisamos ser generosos, em especial com os necessitados. E para você que gosta de sempre ganhar, há recompensa para quem é generoso. Todavia, minha generosidade não deve ser movida por esse desejo ganancioso de ganhar algo. Disse Jesus: “Quando deres aos necessitados, não o anuncies com trombetas, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem honrados pelos homens. Eu lhes digo a verdade, eles receberam sua recompensa completa. Mas, quando deres aos necessitados, não saibas a tua mão esquerda o que faz a tua direita, para que a tua doação fique em segredo. Então teu Pai, que vê o que se faz em segredo, te recompensará” (Mateus 6.2-4).

Observe o detalhe no versículo três. O apostolo Paulo não escreve para que apenas se dê muito, mas que se dê tudo.

Entregando seu corpo às chamas; esse é um exemplo de grande sacrifício. É um ato de martírio que resulta em sofrimento pessoal e perda de vida. Doar todo o seu dinheiro já é bastante difícil. Dar a vida é mais difícil.

Muitos dos primeiros cristãos entregaram seus corpos às chamas, aos leões, à espada. Inúmeros cristãos ao redor do mundo hoje continuam a sofrer por sua fé. No entanto, Paulo escreve que mesmo que você dê sua vida no sacrifício final, se você não tiver amor, você não ganhará nada.

Você não pode medir o valor de suas palavras pela imponência de seu discurso. Você não pode medir sua maturidade espiritual pela extensão de seus dons. E você não pode medir o tamanho de sua recompensa pela profundidade de seu sacrifício. As palavras que você fala, os dons que você tem, os sacrifícios que você faz – nada disso tem valor além do amor. O amor é a verdadeira medida de todas as coisas.

Como você mede sua vida? Dinheiro? Status? Conquistas? A maneira bíblica de medir sua vida é o amor.

O amor descrito em 1 Coríntios 13 é um amor altruísta, que busca o bem do próximo em vez de satisfazer os próprios desejos. Esse tipo de amor é um desafio, pois estamos inclinados a pensar em nós mesmos em primeiro lugar.

E para que você coloque o outro em primeiro lugar, Deus em Jesus nos amou primeiro e nos colocou como obra prima de suas mãos. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

domingo, 19 de janeiro de 2025

“Vós sois o corpo de Cristo” (1Co 12.27)

 26 de janeiro de 2025

Terceiro Domingo após Epifania

Salmo 19.7-14; Neemias 8.1-3, 5-6,8-10; 1Coríntios 12.12-31ª; Lucas 4.16-30

Texto: 1Coríntios 12.27

Tema:Vós sois o corpo de Cristo” (1Co 12.27)

 

Vós sois o corpo de Cristo” (1Co 12.27).

Que pensamento extraordinário! Jesus Cristo não está neste mundo num corpo físico, tal como esteve quando veio salvar, todavia, Cristo está presente nesse mundo em seu corpo que é a igreja.

Para ensinar uma criança é preciso um professor. Se o desejo for curar uma pessoa doente, é preciso um médico ou cirurgião. Dessa maneira, literalmente falando, o corpo de Cristo, são as mãos de Cristo para realizar algo nesse mundo. E essa é a glória em ser corpo de Cristo – estar dentro de um plano muito maior que nossos desejos e realizações pessoais.

O trecho de 1Coríntios 12.12-31 (ARA) a palavra “corpo” apare 17 vezes e palavra “membro” 11 vezes. Dentro dessas ocorrências, dois versículos chamam atenção - 1Co 12.20,27. Há muitos membros e um só corpo; e, a igreja toda é o corpo de Cristo e cada um individualmente é membro desse corpo.

Pode haver muitos membros, mas um só é o corpo.

Desde o capítulo 10, Paulo vem falando de culto público e ajudando os irmãos a entenderem o que é a igreja (conceito) e como ela deveria ser (prática).

Para o corpo só há uma cabeça. O corpo que é a igreja, o cabeça é Cristo. Cada corpo há um espírito. No caso da igreja, o único espírito é o Espírito Santo.

Desde o capítulo 10, Paulo vem falando de culto público e ajudando os irmãos a entenderem o que é a igreja (conceito) e como ela deveria ser (prática).

Para o corpo Igreja cuja cabeça é Cristo e o espírito é o Espírito Santo, o apostolo Paulo oferece orientações importantes e necessárias.

Cristo é como um corpo, o qual tem muitas partes. E todas as partes, mesmo sendo muitas, formam um só corpo. Assim, também, todos nós, judeus e não judeus, escravos e livres, fomos batizados pelo mesmo Espírito para formar um só corpo. E a todos nós foi dado de beber do mesmo Espírito. Pois o corpo não é feito de uma só parte, mas de muitas” (1Co 12.12-14).

Somos um só corpo. Dentro desse corpo há muitas congregações, pontos de missão, mas, o corpo é apenas um. E todo corpo, os muitos membros, têm um só cabeça. Todos os membros foram batizados no mesmo Espírito. Ser e estar no corpo de Cristo, que é a Igreja, é uma ação do Espírito Santo.

Se o pé disser: “Já que não sou mão, não sou do corpo”, nem por isso deixa de ser do corpo. Se o ouvido disser: “Já que não sou olho, não sou do corpo”, nem por isso deixa de ser do corpo. Se o corpo todo fosse olho, como poderíamos ouvir? E, se o corpo todo fosse ouvido, como poderíamos cheirar? Assim Deus colocou cada parte diferente do corpo conforme ele quis. Se o corpo todo fosse uma parte só, não existiria corpo. De fato, existem muitas partes, mas um só corpo. Portanto, o olho não pode dizer para a mão: “Eu não preciso de você.” E a cabeça não pode dizer para os pés: “Não preciso de vocês” (1Co 12.15-21)

Sendo um só corpo, precisamos um do outro. Ninguém é maior e nem menor dentro desse corpo. Todos são importantes e necessários dentro da Igreja. Cada membro têm uma função para desempenhar e o seu desempenho contribui com o desenvolvimento de todo o corpo. O desempenho depende da orientação do cabeça e a condução do Espírito.

Não se pode classificar os membros da igreja por categoria. Sabemos que há os mais dedicados, esforçados, zelosos. Todavia, classificar um em detrimento do outro traz prejuízos.

Corinto estava agindo dessa forma. Por suas classificações, estavam divididos, menosprezando alguns e exaltando outros.

Quem de vocês despreza o corpo inteiro por causa de uma imperfeição. O corpo de Cristo jamais deve destratar algum membro do corpo por causa de uma inferioridade.

Todos são necessários, importantes e fundamentais. Recorde-se que o corpo se desenvolve bem quando o corpo está em sintonia com o cabeça. Há um ditado que diz assim: “quando a cabeça não pensa o corpo padece”. Sendo Cristo o cabeça da Igreja, podemos dizer: quando se ignora a cabeça, o corpo padece.

Cada membro que é parte do corpo de Cristo se desenvolve a medida em que aceita ser orientada pelo cabeça e ser conduzida pelo Espírito. Se a cabeça não mais orienta o corpo, ele morre lentamente. E se o Espírito não mais conduz, perde a direção.

O fato é que as partes do corpo que parecem ser as mais fracas são as mais necessárias, e aquelas que achamos menos honrosas são as que tratamos com mais honra. E as partes que parecem ser feias recebem um cuidado especial, que as outras mais bonitas não precisam. Foi assim que Deus fez o corpo, dando mais honra às partes menos honrosas” (1Co 12.22-24).

Por fazer parte do corpo já somos muito mais que podemos imaginar. Nosso valor está em estar no corpo e ser parte do corpo de Cristo. E por ser parte do corpo de Cristo, cada membro precisa ser valorizado e tratado como tal.

Desse modo não existe divisão no corpo, mas todas as suas partes têm o mesmo interesse umas pelas outras. Se uma parte do corpo sofre, todas as outras sofrem com ela. Se uma é elogiada, todas as outras se alegram com ela” (1Co 12.25-26).

Observe atentamente que as diferenças não visam causar divisão. Ao contrário, visa mostrar a necessidade que eu tenho do outro diante da minha carência. Eu sou parte do corpo, eu não sou o corpo inteiro.

Se infelizmente há divisão, isso não provém do cabeça e nem sequer do Espírito. Toda e qualquer divisão provém de Satanás, que desde o início têm causado rebelião. Ele foi o causador da queda e do afastamento de Deus e das ordens de Deus. Ele age contra tudo o que é de Deus. Jesus disse: o diabo só quer matar, roubar e destruir (Jo 10.10).

A Igreja é o corpo de Cristo. E o desejo de Jesus, o cabeça, para o seu corpo é que se mantenha unido. Antes de ir para a crucificação, Jesus orou por unidade (João 17). E se o desejo de Deus é unidade e união, é natural que o ataque do inimigo seja desunião e desintegração.

Quando em nosso corpo físico enfrentamos uma febre, significa que o corpo está lutando contra uma infecção. Se colocarmos um termômetro no corpo que é a Igreja, qual será a temperatura?

É triste situações de desunião e desintegração. É triste quando um membro do corpo se alegra com o sofrimento de outro membro que faz parte do mesmo corpo de Cristo.

Pois bem, vocês são o corpo de Cristo, e cada um é uma parte desse corpo. Na Igreja, Deus pôs tudo no lugar certo: em primeiro lugar, os apóstolos; em segundo, os profetas; e, em terceiro, os mestres. Em seguida pôs os que fazem milagres; depois os que têm o dom de curar, ou de ajudar, ou de liderar, ou de falar em línguas estranhas. Nem todos são apóstolos, ou profetas, ou mestres. Nem todos têm o dom de fazer milagres, nem de curar doenças, nem de falar em línguas estranhas, nem de explicar o que essas línguas querem dizer. Por isso se esforcem para ter os melhores dons” (1Co 12.27-31).

O apostolo Paulo cita os:

Apóstolos (aqueles que tinham estado na presença de Cristo e ensinavam as doutrinas);

Profetas (aqueles que recebiam, entendiam e transmitiam a mensagem de Deus);

Mestres (provavelmente aqueles que ajudavam os crentes a se manterem firmes na palavra e na fé);

Após citar esses, o apostolo faz uso da expressão em seguida pôs... para enfatizar que não há mais hierarquia.

Corinto era uma igreja rica em dons, todavia, essa riqueza de dons causava divisão. Essa triste realidade levou o apostolo a destacar que cada qual precisa reconhecer a função do outro.

As palavras do apostolo Paulo nos remete ao seu desejo de que é necessário todos terem o desejo de serem úteis à Igreja, o corpo de Cristo. Se a busca por um dom trouxer problemas ou divisões, evite o referido dom. Todo dom visa o bem comum.

Tudo deve ser buscado e desejado para que a Igreja seja edificada, os sem igreja integrados e salvos e Cristo glorificado. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Mudança da água para o vinho!

 19 de janeiro de 2025

Segundo Domingo após a Epifania

Salmo 128; Isaías 62.1-5; 1Corintios 12.1-11; João 2.1-11

Texto: João 2.1-11

Tema: Mudança da água para o vinho!

 

“Fulano” mudou da água para o vinho!

Com esse ditado se diz que algo mudou para melhor.

Diz-se que essa expressão nasceu depois de uma festa de casamento onde Jesus transformou água em vinho.

Jesus, e poucos dos seus doze discípulos que ele já havia chamado, foi à uma festa de casamento, na cidade de Caná da Galileia, que ficava acerca de 10 km a 12 km ao norte de Nazaré.

As festas de casamento naquela época duravam cerca de uma semana e era obrigação da família hospedar os convidados e alimentá-los.

Conforme o ambiente cultural da época, o vinho era parte da cultura judaica, assim como a cerveja faz parte da cultura brasileira. Há cristãos que condenam tomar bebida alcoólica. Porém, o pecado está no abuso ou na dependência. O próprio Jesus tomava vinho e foi acusado de “beberrão” (Mateus 11.19; Lucas 7.34).

O apostolo João situa esse episódio no terceiro dia, isto é, numa terça-feira. A festa de casamento que iniciou no domingo e iria até antes do pôr do sol da sexta-feira, o vinho acabou muito rápido. Parece que os convidados que lá estavam eram pessoas que bebem tanto quanto àquelas que conhecemos. Afinal as seis talhas (v.6) era em torno de 700 litros.

O evangelho de João retrata 7 milagres de Jesus. Ao final do evangelho, João enumera que Jesus realizou muitos milagres, mas, o que foram registrados no evangelho objetivam levar os leitores a fé em Jesus Cristo. Aliás, transformar água em vinho teve como objetivo além de salvar a reputação do casal, era levar os poucos discípulos já chamados a fé em Jesus: “...Assim ele revelou a sua natureza divina, e os seus discípulos creram nele” (Jo 2.11).

Pelo contexto cultural da época, acabar o vinho em meio a uma festa de casamento era um escândalo a ponto de colocar em xeque o próprio casamento do casal, sua felicidade, pois, todos comentariam negativamente o episódio. A falta de vinho colocava àquele casal, de maneira especial o noivo a ser desonrado por toda a vida. O casal estaria marcado socialmente por essa vergonha.

Já imaginou você fazendo uma festa e de repente termina a bebida ou a comida? Constrangimento; falta de planejamento. Seria a fofoca do ano!

O milagre de Jesus salvou a reputação do noivo. A situação desse noivo mudou da água para o vinho. Todavia, sem que ele soubesse a tamanha desgraça que estava por acontecer, recebeu elogios de ter deixado o bom vinho para o final. Agora imaginem: - se o vinho ruim foi consumido em 3 dias, imagina o bom.

Dentro do calendário litúrgico estamos na Epifania. Somos lembrados que nossa situação em Jesus mudou da água para o vinho.

Os discípulos de Jesus creram nele a partir desse sinal. Transformar água em vinho não tinha como objetivo alarmar a fama de Jesus. Gosto de dizer que Deus ama muito àquele a quem permite ver um milagre. Pois ver um milagre tem por objetivo levar a pessoa a crer em Jesus Cristo.

Foi Maria quem disse para Jesus socorrer o casal pelo fato de estar acabando o vinho. Todavia, em Marcos 3.21,31 é relatado que Maria e os irmãos de Jesus estavam achando que fosse louco. Como nós muitas vezes somos parecidos com Maria.

Outro detalhe que o texto não esclarece, mas, os serviçais eram muito obedientes. Afinal, só lhes foi dito para encherem as talhas de água. Eles não questionam, apenas cumprem a ordem. E imagina a cena do serviçal que é solicitado para encher a taça e levar ao dirigente da festa.

Um milagre feito por Jesus sem alarde e sem espetáculo público. A fama ficou toda com o noivo e Jesus não reclamou disso.

Quantos milagres diários e a fama é daquele que nos socorreu. Ainda bem que Deus não cobra direitos autorais.

Fico intrigado com uma dúvida: em que momento a água vira vinho? Na talha ou quando o mestre sala o prova?

Assim é na ceia. Quando o pão é corpo e quando o vinho é sangue? Nossa resposta é: quando se come o pão e se bebe o vinho, no pão e no vinho se recebe o corpo e sangue de Jesus Cristo. O importante é saber que se come o corpo e bebe o sangue que mudam a nossa situação da água para o vinho.

Um casamento que de algo extremamente vergonhoso (falta de vinho) aquela festa ficou marcada por servir o vinho melhor por último (vv.9-10), deixando a festa ainda mais animada e alegre.

Nesse relato que é tido como primeiro milagre de Jesus, numa festa de casamento, me faz refletir sobre o noivo Jesus que veio buscar a sua noiva e que no banquete celestial provaremos as mais deliciosas bebidas e comidas conforme nos anuncia a carta de Jesus em Apocalipse (Ap 19.18).

Enquanto os fabricantes de vinho precisam de uvas de qualidade para fabricar vinho. Jesus precisou apenas de água. Jesus age contra a lógica humana, quer seja para realizar seus milagres, bem como para salvar o pecador. Assim como pela Palavra, Jesus mudou a água para o vinho, por sua Palavra ele nos muda da água para o vinho. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

domingo, 5 de janeiro de 2025

A voz de Deus é o anúncio de um novo tempo.

 12 de janeiro de 2025

Batismo de Jesus

Salmo 29; Isaías 43.1-7; Romanos 6.1-11; Lucas 3.15-22

Texto: Lucas 3.15-22

Tema: A voz de Deus é o anúncio de um novo tempo.

 

Por ocasião do batismo de Jesus, inicia-se oficialmente sua missão e essa é ancorada e confirmada pelo Espírito Santo e pelo Pai. Em Jesus se realiza a vontade de Deus. Sendo assim, se você quer realizar a vontade de Deus, esteja em Jesus!

Por ocasião do batismo de Jesus, a voz de Deus (Lc 3.22) destaca que se pode confiar, a obra de Jesus agrada ao Pai.

O batismo de Jesus conforme apresentado por Lucas (Lc 3.21-22) difere um pouco da versão de Mateus (Mt 3.13-17) e João Marcos (Mc 1.9-11). No relato de Lucas não há o diálogo entre Jesus e João Batista, indicando que Jesus ainda era um anônimo entre o povo.

Chama atenção o fato de que mesmo os quatro evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e implicitamente João narrarem o batismo de Jesus, não narraram um único e mesmo evento de maneira idêntica. Cada qual dos evangelistas narraram à sua maneira. Isso deve-se as informações recebidas de suas fontes e a necessidade das respectivas comunidades e pessoa para as quais desejavam escrever.

A pregação de João Batista sinalizava que um novo tempo estava surgindo. E esse novo tempo entraria em choque com o velho tempo.

O povo vivia sufocado pela dupla exploração. De um lado a exploração do império romano e de outro lado do templo de Jerusalém. Assim como Roma cobrava impostos em excesso, o templo exigia ofertas e dízimos em excesso. Nessa circunstância, a expectativa pela vinda do messias libertador político aumentava cada vez mais.

Sendo algo ansiosamente aguardado, em meio a expectativa libertadora, muitos charlatões se aproveitavam e se passavam pelo messias. E isso causava ainda mais exploração para um povo que vivia deteriorado pela exploração. Nesse sentido, é possível compreender as dúvidas do povo em relação a João Batista.

O povo reconhecia e estava certo de que João Batista era um enviado de Deus. Muitos até o julgavam ser o messias. Por isso, Lucas de maneira perspicaz escreveu: “O povo estava na expectativa e todos se perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias” (Lc 3.15). Todavia, João Batista tinha plena consciência do seu papel e da sua missão, “Por isso, João declarou a todos: Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Eles vos batizará no Espírito Santo e no fogo” (Lc 3.16).

Esse esclarecimento foi e continua sendo muito necessário. Os ouvintes e leitores precisam ser esclarecidos quanto ao esclarecimento de João Batista. No livro de Atos dos Apóstolos, livro que também foi escrito por Lucas, o evangelista deixa claro que apesar de João Batista não ser mais confundido com o Messias, o batismo continuava sendo realizado como se fosse o batismo de João e isso estava gerando muita confusão nas comunidades, entre elas a congregação em Éfeso (At 19.17).

Nessa perícope - Lc 3.15-16.21-22, é ilustrado as expectativas messiânicas do povo. O escritor, médico e evangelista Lucas, valendo-se do pano de fundo das promessas narradas no Antigo Testamento, esclarece que João Batista não é o Messias. Lucas e os demias evangelistas enfatizam que João Batista é àquele que aponta para o verdadeiro realizador da nova aliança.

Aprendemos do texto de Deuteronômio 25.5ss a descrição da lei do levirato. (Essa lei prescreve que quando o irmão do falecido assume a mulher viúva do seu irmão, terá sua sandália tirada. Isso informa para todos que ele irá resgatá-la e dará descendência ao irmão falecido).

O gesto de tirar a sandália era um rito que significava apropriar-se do direito de tomar a mulher viúva como esposa, para lhe dar descendência (Dt 25.5-10; Rt 3.5-11).

A expressão de João Batista “eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias” é uma citação da lei judaica do levirato.

Quando uma mulher ficava viúva sem filhos, um de seus cunhados ou outra pessoa do clã, conforme a ordem de idade, tinha o dever e o direito de tomá-la como esposa. Em caso de recusa ou de negociação, a passagem desse direito para um outro cunhado ou pessoa próxima, era feita com o rito do “descalçamento”. O novo pretendente desamarrava as sandálias do titular, assumindo o direito de casar-se com aquela mulher. Assim, as palavras ditas por João Batista deixam claro que não é ele o resgatador. Ele não é digno de desamarrar as sandálias, outro terá que fazer, ou seja, resgatar a viúva que é Israel.

O direito de fecundar Israel é exclusivo de Jesus. Ele a tornará novamente fértil. A esposa abandonada e explorada transformada em estéril pela elite sacerdotal de Jerusalém e pelo poder romano será resgatada.

O evangelista Lucas, ao narrar sobre João Batista deseja deixar claro que a inauguração das boas novas do Reino é o surgimento do “preparador do caminho do Senhor” como sendo o cumprimento à profecia proclamada pelo profeta Isaías (Lc 3.4,5; Is 40.3-5).

Quando nos versos 18 e 20, Lucas retira João Batista de cena, seu objetivo é colocar os holofotes em Jesus, que a partir de então estaria em evidência. Por essa razão, Lucas de forma magistral, antes de apresentar Jesus indo ao batismo, diz que João Batista foi preso, ou seja, retirado de cena.

Lucas, quer no Evangelho ou no livro de Atos dos Apóstolos, nunca coloca Jesus e João Batista na mesma cena. A exceção de Lucas é a visitação, quando ambos ainda estavam nos ventres de suas respectivas mães, Maria e Isabel (Lc 1.39-56).

O evangelista Lucas deixa claro que, embora contemporâneos, João Batista e Jesus Cristo fazem parte de tempos diferentes no conjunto da história da salvação e nesse sentido compreendemos as palavras: “A lei e os profetas até João! Daí em diante, é anunciada a Boa Nova do Reino de Deus” (Lc 16.16).

Tudo o que Lucas se propõe a fazer é que seus leitores não confundam João Batista com Jesus Cristo. João Batista é o profeta da transição da Antiga para a Nova aliança. João Batista foi, portanto, o último dos profetas e, simultaneamente, um cumprimento das profecias. João Batista é a voz de Deus no deserto após 400 anos do silêncio de Deus. É a voz que proclama a libertação, tal como Moisés proclamou ao povo de Deus que estava escravizado no Egito.

O evangelista Lucas informa que Jesus estava orando. O fato é que Jesus orou durante todo tempo do seu ministério (Lc 3.21; 22.46).

São frequentes e significativos os momentos em que Lucas nos apresenta Jesus orando. Jesus orava enquanto curava (Lc 5.16); antes de escolher os 12 discípulos (Lc 6.12); antes do primeiro anúncio da sua paixão e morte aos seus discípulos (Lc 9.18); antes e durante a transfiguração (Lc 9.28-29). Jesus ensinou seus discípulos a orar (Lc 11.1-2). Pouco antes de ser preso para ser crucificado, os momentos de oração de Jesus foram ainda mais constantes (Lc 22.32; 22.39-46; 23.34,46). Até mesmo da cruz, Jesus orou.

A verdade é uma só: todo àquele que é batizado vive em oração! O fato de não orar é tomar o nome de Deus em vão.

Oração é um momento de intimidade com Deus. Nas orações é possível aproveitar e confessar os pecados.

Após o batismo de Jesus e estando Jesus a orar, ocorre que o Espírito Santo desce como pomba sobre Jesus. O Espírito Santo descer sobre Jesus em forma de pomba faz lembrar a esperança de Noé sobre o fim do dilúvio (Gn 8.12). A voz do Pai faz lembrar o Salmo 2.7 e é também uma referência a profecia do servo sofredor de Isaías 42.1. A voz do Pai anuncia ao povo: esse é o Messias prometido e aguardado por vocês.

Essa imagem de Lucas, onde o Espírito Santo assume uma “forma corpórea” é novidade na linguagem bíblica. Anteriormente a isso as imagens mais usadas para o Espírito de Deus na Bíblia são o fogo e o vento. O próprio Lucas aplica o fogo e o vento ao Espírito Santo ao narrar o episódio de Pentecostes (At 2.1-13).

O fogo, bem como o vento, simboliza o Espírito Santo pela força e capacidade de criação e transformação. Assim, em Jesus essa imagem não teria sentido, pois o Espírito Santo não desceu sobre Jesus para transformá-lo. A descida do Espírito Santo sobre Jesus apenas o confirmou como o Filho amado do Pai e tornar pública essa confirmação.

O quadro importante nessa cena é a comunicação restabelecida entre a humanidade e Deus. Deus não comunica mais pela mediação das lideranças religiosas de Jerusalém, mas pela pessoa de Jesus. O céu se abre e Deus fala e afirma que sua satisfação, não está nos inúmeros sacrifícios oferecidos no templo de Jerusalém, mas no seu Filho Amado. A afirmação de Deus é completamente nova de significado, superando todas as expectativas e promessas: “Tu és o meu Filho querido e me dás muita alegria”.

A voz de Deus é o anúncio de um novo tempo em meio aos velhos tempos.

Há pessoas que desconhecem a grandeza e a dignidade que o batismo lhe conferiu e confere. O batismo de Jesus no Jordão revela sua identidade e sua missão. Ele é o servo de Deus, o Filho amado do Pai.

A pessoa que recebe o batismo, a exemplo de Jesus, recebe o Espírito Santo e é vocacionada por Deus para a missão. O batismo não é e nem deve ser tido como uma tradição ou outro motivo. Batismo é inserção na comunidade de fé.

O fato de ser batizado destaca minha identidade e minha missão. Sou nova criatura; sou servo de Deus, cidadão do Reino, filho amado do Pai. Pelo batismo me tornei responsável na missão de Cristo e da Igreja. Como batizado eu estou numa nova realidade. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Onde está o menino que nasceu para ser o rei dos judeus? (Mt 2.2)

 05 de janeiro de 2025

A Epifania do Senhor

Salmo 72.1-11; Isaías 60.1-6; Efésios 3.1-12; Mateus 2.1-12

Texto: Mateus 2.1-12

Tema: Onde está o menino que nasceu para ser o rei dos judeus? (Mt 2.2)

 

Se não fosse por grandes cientistas astrônomos, iriamos acreditar em muito mais coisas sobrenaturais do que hoje. Cientistas e astrônomos mostram o mundo como ele realmente é.

Numa era em que as pessoas pensavam que o mundo era plano, o matemático, astrônomo e geógrafo grego Eratóstenes (276 a.C. a 195 a. C) usou o sol, na verdade a sombra, para concluir que ela é redonda.

O astrônomo persa Abd al-Rahman al-Sufi (903 d. C – 986 d.C, Azophi para os ocidentais), fez a primeira observação conhecida de um grupo de estrelas fora da Via Láctea, a galáxia de Andrômeda. Sua obra o “Livro das Estrelas Fixas” permite à astronomia moderna fazer comparações úteis na pesquisa das variações do brilho das estrelas.

O astrônomo Nicolau Copérnico (1473 – 1543, o Polonês) propôs um modelo do sistema solar em que a terra girava ao redor do sol. Isso apesar de não ser aceito, na época, mudou a visão do sistema solar. O pai da astronomia moderna revolucionou o pensamento ocidental ao tirar o homem do centro do universo (antropocentrismo). Foi considerado um herege pela igreja Católica.

O italiano Galileu Galileu (1564-1642) responsável por melhorar o telescópio óptico, usou o mesmo para observar e descobrir as quatro luas principais de júpiter (luas de Galileu) e os anéis de Saturno. Copérnico levantou a teoria de terra girando em torno do sol, e essa foi defendida por Galileu. Por essa razão terminou sua vida sob prisão domiciliar.

Edmond Halley (1656-1742), o cientista britânico que analisou o avistamento de cometas históricos e propôs que o cometa que apareceu em 1456, 1531; 1607 e 1682 era o mesmo, e que voltaria em 1758. Morreu antes disso, e não pode dizer: “eu estava certo”. O cometa foi nomeado em sua honra.

Os astrólogos buscam entender a mudança dos tempos mediante o movimento das estrelas e dos astros. O texto bíblico narra que certa vez, “magos do oriente” vieram em busca de uma importante informação.

Em suas observações estrelares, viram uma estrela que pelas suas pesquisas indicava o nascimento de um rei judeu.

Esses homens estavam além do seu tempo. Pela observação das estrelas e mediante as informações, possivelmente deixadas por muitos que tiveram contato com o povo de Israel, ou até mesmo por muitos que passaram na Babilônia durante o exilio de Israel, aqueles estudiosos descobriram nas estrelas o que já havia sido previsto pelo profeta Miquéias (Mq 5.2).

A informação daqueles homens indicava uma mudança de tempo. O novo tempo chegou: Jesus.

Onde está o menino que nasceu para ser o rei dos judeus? (Mt 2.2)

Uma pergunta simples, todavia o título “rei dos judeus” fez Herodes, homem cruel que diante de algo que ameaçava seu lugar no trono, a agir para impedir que esse novo rei ocupasse seu lugar.

A pergunta preocupou a todos em Jerusalém, pois conheciam a fúria de Herodes quando ele suspeitava que alguém rivalizava pelo trono a ponto de Mateus registrar “...o rei Herodes soube disso, ficou muito preocupado, e todo o povo de Jerusalém também ficou” (Mt 2.3).

Herodes era edomita, descendente de Esaú. O primeiro de vários Herodes. Depois de Salomão foi o maior construtor.

A falsa interpretação de que o seu trono estava ameaçado pelo “Rei dos Judeus” levou Herodes a infringir uma matança de crianças na época. O homem que já havia matado esposas e filhos determinou a morte de crianças inocentes em Belém. Foram cerca de 20 bebês, mas, numa vila tal como Belém, isso foi uma tragédia, tal como seria em nossos dias, mesmo numa cidade grande.

O título messiânico “Rei dos Judeus” destacava o cumprimento da profecia de Deus. Mas, título esse ignorado pelos judeus que pediram para Pilatos não escrever isso sob a cabeça de Jesus na cruz (Jo 19.21).

A pergunta dos visitantes no palácio deixou Herodes intrigado a ponto de questionar aos estudiosos escribas sobre: “Então Herodes reuniu os chefes dos sacerdotes e os mestres da Lei e perguntou onde devia nascer o Messias” (Mt 2.4).

Os escribas ao saberem da estrela por boca dos magos não esboçaram nenhuma alegria. Talvez seja pela corrupção reinante na época. Corrupção essa manifesta pelo fato de João Batista estar pregando no deserto.

A estrela indicou, e os magos sob essa orientação chegaram convictos do nascimento do Rei dos Judeus. No palácio foram orientados pela Palavra de Deus que fora proclamada pelos escribas (Mq 5.2) que se dirigissem para Belém.

Me chama atenção o fato dos escribas e outros religiosos não terem tido a curiosidade para ir junto aos magos e confirmar o nascimento do Messias. Isso evidencia que não estavam dando a mínima para o surgimento do tão esperado Messias. Aqui faço um adendo para as palavras do próprio Jesus sobre a iminente chegada do Filho para julgar os vivos e os mortos: “...antes do dilúvio, o povo comia e bebia, e os homens e as mulheres casavam, até o dia em que Noé entrou na barca. Porém não sabiam o que estava acontecendo, até que veio o dilúvio e levou todos. Assim também será a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.38).

O evento da visita dos magos é prova de que a Palavra de Deus se cumpre fielmente. O profeta Isaías anunciou: “Os povos de Midiã e de Efa chegarão com enormes caravanas de camelos; virá também o povo de Sabá, trazendo ouro e incenso. Todos eles anunciarão as grandes coisas que o Senhor fez” (Is 60.6).

Outro fato é que o anúncio de que Jesus nasceu na pequena Belém é indício do cumprimento de Deus para Davi (Mt 1.1).

É importante destacar que nos primeiros dez capítulos do evangelho de Mateus vemos a revelação do Rei para a nação de Israel.

Os astrólogos eram e são pessoas que buscam entender a mudança dos tempos. O nascimento de Jesus mudou os tempos, inclusive a denominação antes e depois de Cristo.

Quando o povo de Deus foi exilado, durante os 70 anos de cativeiro Babilônico, Daniel foi nomeado presidente da casa dos magos. E parece lógico que houve registros do nascimento do Messias, Rei dos judeus, a quem os magos estavam buscando, conforme indicado pela estrela. Também há registro em Números 24.17 de que “uma estrela sairá de Jacó”.

Chama a atenção o fato de os magos terem visto a estrela e estarem certos do nascimento do Rei dos Judeus enquanto os judeus que tinham as Escrituras ignoraram esse fato.

Os magos buscaram em Jerusalém, pois tinham expectativas que os judeus estivessem esperando com ansiedade esse dia. Todavia, os magos foram até mesmo enganados por Herodes que parecia ser sincero em querer adorar Jesus. Mas, sua real intenção era localizar Jesus e por fim a sua existência.

Eles supunham que o nascimento de Cristo seria bem conhecido entre os judeus. Por isso, chegaram com a pergunta Onde está aquele que é nascido rei dos judeus?

O mundo está morto e frio para Cristo. Não deve nos surpreender quando homens parecem surpresos diante do desejo dos magos: “... Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”.

O encontro dos sábios com Jesus é uma ênfase sobre o plano de Deus para dar seu único Filho como Rei e Salvador não apenas para o povo judeu, mas também para todas as nações. Jesus é o enviado de Deus para dar aos judeus e aos gentios a paz verdadeira e duradoura. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

Eu sei que o meu Redentor vive! (Jó 19.25)

  Domingo de Páscoa Dia 20 de abril de 2025 Salmo 118.15 – 29; Jó 19.23 – 27; 1Coríntios 15.51 – 57; João 20.1 - 18 Texto: Jó 19.25 ...