terça-feira, 29 de outubro de 2013

Jesus veio salvar o pecador


03/11/13 – 24º Domingo após Pentecostes.

Sl 130; Is 1.10 – 18; 2Ts 1. 1 – 5, 11 - 12; Lc 19. 1 - 10

Tema: Jesus veio salvar o pecador

 
         Semana que vem, dia 10 de novembro, lembramos o aniversário de Lutero, nascido em 10/11/1483. A época em que Lutero viveu havia uma angustia geral pela certeza da salvação.
         Como professor e estudante da Bíblia, Lutero encontrou consolo e certeza da salvação em Jesus. Tanto que em um de seus relatos disse que um dia veio o diabo e disse:
 

- “Martinho, você é um grande pecador. Por isso, você está condenado.” Ao que Lutero respondeu:
- “Espere aí, uma coisa depois da outra. É verdade, eu sou um grande pecador. E depois?” Assim, o diabo lhe respondeu:
- “Por isso, você está condenado.” Com um sorriso no rosto, Lutero responde em um tom mais forte de voz ao diabo dizendo:
- “Não! Essa não é a sequência certa. A verdade é a seguinte: Eu sou um grande pecador; por isso, eu sou redimido, pois está escrito: Jesus Cristo veio ao mundo para salvar o perdido.

 
         Com esse relato, Lutero disse “venceu o diabo com sua própria espada, que foi embora cabisbaixo por não ter conseguido abater com a afirmação de que era um grande pecador.
         Você sente vergonha pelos teus pecados?
         Nossos pecados são horríveis. Basta olhar para a cruz. Ao olhar para cruz, cada um de nós deveria detestar o pecado. No entanto, infelizmente, os dias vão passando e assim como disse o autor a carta aos Hebreus “...o pecado que nos envolve...” (Hb 12.1), acaba nos fazendo aceitar a acusação do diabo que de somos pecadores e assim, acabamos concordando que “...nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus” (1Co 6. 9,10) e acabamos esquecendo que “Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1Co 6.11)
         Reconhecendo que Jesus veio salvar e buscar o perdido somos convidados por meio do profeta Isaias: “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como carmesim, se tornarão como a lã” (Is 1.18)
         Você é um grande pecador. Por isso, você está condenado. Mas, observemos, lembremos a ordem certa: A verdade é a seguinte: Eu sou um grande pecador; por isso, eu sou redimido, pois está escrito: Jesus Cristo veio ao mundo para salvar o perdido. Completando com as palavras do apóstolo Paulo: “...dos quais eu sou o principal...” (1Tm 1.15).
         Não há um pecado grande o suficiente para que Deus não nos perdoe. Deus tem por nós um amor tão grande, que enviou seu filho para dar a vida pelos mesmos.
         Um pecador precisa saber que “...onde abundou o pecado, superabundou a graça...” (Rm 5.20). Essa verdade da palavra de Deus não quer nos tornar frios, ou nos acomodar em nossa natureza pecaminosa. É uma amostra de que Deus nos ama, pois “...ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8).
         A verdade é que o medo da pena ou da ira de Deus nunca será uma motivação para a realização de obras que agradam a Deus. Um incrédulo vê apenas a ira de Deus, um cristão vê um Deus totalmente diferente, um Deus que veio buscar e salvar o perdido. Por isso, a conclusão: "Devemos, portanto, amá-lo, confiar nele, e alegremente, de boa vontade, fazer o que Ele ordenou" é anunciada a cristãos, conforme diz Paulo aos Tessalonicenses: Irmãos, sempre temos de dar graças a Deus por vocês. Para nós é certo fazer isso porque a fé que vocês têm está crescendo cada vez mais, e o amor que vocês têm uns pelos outros está se tornando cada vez maior”. (2 Ts 1.3).
         O cristão é simul justus et peccator,simultaneamente justo e pecador”. O homem fora de Cristo conhece a lei apenas como proibição e condenação. O homem em Jesus, sabendo que veio buscar o salvar o perdido, vê a lei como uma ação de Cristo em sua própria vida. Pelo Espírito Santo, em Cristo, ele pertence a Deus, e na carne, ele se opõe a Deus. Nessa luta, saber que em Cristo somos salvos e perdoados é lutar sabendo que o diabo afastará de nós cabisbaixo todos os dias.
         Gosto muito da definição de Lutero quanto a vida cristã quando o mesmo diz que a teologia da justificação (o cristão é salvo pela fé somente) descreve a relação do crente com Deus e Santificação (amor a Deus e ao próximo) descreve a realidade da justificação.
         Saber que Jesus veio buscar e salvar o perdido não é uma mensagem para acomodação, na verdade para que a congregação, composta por pecadores perdoados em Jesus voltem à prática das boas obras é necessário dar ênfase total na obra de Jesus. Jesus veio buscar e salvar o perdido. Em Jesus fomos buscados e de maneira belíssima Lutero expressa de uma forma simples na explicação do segundo artigo do Credo Apostólico, “para que eu o sirva em eterna justiça, inocência e bem-aventurança."
         Que assim seja, amém!
 
Pr Edson Ronaldo Tressmann
(44) 3462 2796 ou (44) 98 56 8020
 
Ilustração: Johannes H. Rottmann. Guia nos Jesus. Vol. 4. Ed. Concórdia, 1999. p. 70

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Qual é a nossa justificativa diante de Deus?


27/10/13 – 23º Domingo após Pentecostes
Sl 5; Gn 4. 1 - 15; 2Tm 4. 6 – 8, 16 - 18; Lc 18. 9 - 17
Tema: Qual é a nossa justificativa diante de Deus?
 

         O mês de outubro, que está por terminar, é mês das crianças, para muitos da padroeira do Brasil, para outros, halloween, e muitos lembram como o mês da Reforma.

         Se eu fosse definir o mês de outubro, iria defini-lo como o mês do questionamento.

         Crianças, quem são?

         Padroeira do Brasil, como assim?

         Dia das bruxas, por quê?

         Reforma, qual?

         Entre essas questões, levando em consideração Lucas 18. 9 – 14, pergunto: O que nos justifica perante Deus?

         Justificativa! As pessoas sempre tentam se justificar de algo que fizeram, ou de alguma coisa que deixaram de fazer. É comum as seguintes justificativas: “o que eu não tenho em casa, eu procuro na rua;” “eu não fui ao culto por causa do pastor, ele fez isso e eu não gostei;” “eu não tenho tempo;” “eu sou uma pessoa boa, não mato, não roubo, gosto de todo mundo;Justificativas. As pessoas gostam de se justificar.

         Conforme o texto de Lucas 18. 9 – 14, Jesus faz uma análise contando uma parábola. Jesus compara o jeito errado do fariseu se justificar perante Deus e perante os homens, e a justificativa que agrada a Deus, a do publicano que implorou “Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!

         Analisemos essa parábola por partes.

         Primeiro: Jesus está falando para um grupo que “confiava em si mesmo.” Para esse grupo, Jesus começa a falar sobre algo comum do dia-a-dia. Conforme Atos 3.1, todos os dias os judeus iam ao templo para orar, isso por volta das três horas da tarde. Os judeus como era costume oravam de si para si mesmos, ou seja, em pé, com a voz alta. Depois liam um trecho das Escrituras. Diante de Jesus esse grupo de pessoas que aparentemente cumpriam a lei com todo o rigor, e por esse motivo se consideravam justos, olhavam para os outros cheios de desprezo. Eles estavam no meio da multidão para qual Jesus conta a história.

         Segundo: Jesus inicia falando sobre o fariseu que faz uma oração muito bonita. Temos conhecimento de uma oração semelhante relatada no escritos dos judeus do primeiro século, o Talmude: “Eu te agradeço, Senhor, meu Deus, porque me deste parte junto daqueles que se assentam na sinagoga, e não junto daqueles que se assentam pelas esquinas das ruas; pois eu me levanto cedo, eles também levantam cedo; eu me levanto cedo para as palavras da lei, e eles, para as coisas fúteis. Eu me esforço, eles se esforçam: eu me esforço e recebo a recompensa, eles se esforçam e não recebem a recompensa. Eu corro e eles correm: eu corro para a vida no mundo futuro, e eles, para a fossa da perdição.

         Ao fazer a comparação, Jesus usa uma oração comum entre os fariseus. Jesus fala de algo corriqueiro. Entrar no templo e orar. Ao dizer isso, consegue a atenção dos fariseus para chamar a atenção para o seu jeito de orar. Um orar que envolve a  enumeração dos pecados que não cometeu. Oh Deus eu não sou zombador (Segundo mandamento); não sou injusto; não cometo adultério (Sexto mandamento); nem sou como este publicano. Jesus fala de moralidade quando o fariseu anuncia as suas qualidades e perfeições. Jejuo duas vezes por semana, a lei prescrevia um jejum por ano. Dou 10% de tudo, até mesmo daquilo que ele comprava, mesmo que o produtor já tivesse dado os 10% do produto, ele o fazia novamente. Esse era o cara do momento. Ser idêntico a ele era praticamente impossível.

Com a atenção dos fariseus garantida, Jesus segue sua história. Junto com esse exemplo de homem, entrou no templo um publicano. Os  publicanos eram mal vistos, trabalhavam para o governo, os romanos. Os romanos eram inimigos políticos dos judeus. Os cobradores de impostos, além de cobrar o estipulado cobravam uma taxa a mais. Eram tidos como ladrões, pecado contra o sétimo mandamento.

Jesus sabia que o publicano era considerado um pecador desprezível. Esse desprezado pecador fez a seguinte oração, não de pé, de joelhos e arrependido bate no peito e ora: “Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!

         Jesus chegou ao ponto máximo de sua comparação. O publicano apesar de rejeitado pelo povo foi aceito por Deus. Pelo maior de todos os motivos: se aproximou de Deus não querendo justificar a si mesmo, mas confiou unicamente na misericórdia de Deus, que era quem o podia justificar.

         Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!

         Jesus faz um alerta aos fariseus para pararem de confiar em si mesmo. Entre eles, a oração tida como bela, o homem que era tido como exemplo, podia até ser bonito, bem visto. Mas, perante Deus, tudo isso não adiantava nada. Jesus disse: “misericórdia quero e não holocaustos” e “Aí de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês dão a décima parte até mesmo da hortelã, da erva doce e do cominho, mas não obedecem aos mandamentos mais importantes da lei, que são: o de serem justos com os outros, o de serem bondosos e o de serem honestos. Mas são justamente essas coisas que vocês devem fazer, sem deixar de lado as outras (Mt 23.23).

         Jesus mostra que a única maneira de ser justificado é confiar nEle. Ele não fica admirado quando as pessoas se exaltam, assim como fez o fariseu. O fariseu olhou para ele mesmo, achando-se bom demais por não roubar, não ser injusto, nem adúltero, por jejuar duas vezes por semana, dar o dízimo.

         Esse cara, o fariseu encantava as pessoas na época de Jesus e encanta também em nossos dias. Ficamos impressionados com as pessoas que testemunham, “eu nunca roubei nada de ninguém, nunca matei, nunca adulterei, nunca...” As pessoas começam a olhar e apontar para si mesmas. Queremos nos justificar. “Eu sou bom, sou evangélico, sou cristão, sou católico, eu nunca... Perante os homens essas justificativas tem muito valor. Mas, será que valem diante de Deus?

         Nós luteranos, no dia 31 de outubro estaremos nos lembrando da reforma. Precisamos recordar que o tema da reforma é o pecado. Quem de nós pode dizer, eu nunca pequei? Impressionado com o testemunho de alguém que diz: “eu nunca matei,” recordemos que a Bíblia diz “todo aquele que odeia o seu irmão é pecador.” Impressionado com aquele que diz “eu nunca adulterei..” lembre-se que a Bíblia diz “todo aquele que olhar com olhos impuros para uma mulher, em seu coração já adulterou com ela;

         Somos pecadores! Por isso vale lembrar que Jesus diz para confiar nEle e não em si mesmo. Somos pecadores! Por isso nossa oração precisa ser como a do publicano “Ó Deus, tem piedade de mim, pois sou pecador!” Somos pecadores! E diante dos nossos pecados, não adianta olharmos para aquilo que fazemos e deixamos de fazer. Nossa salvação depende daquilo que Jesus fez por nós na cruz. Crer em Jesus é estar justificado perante Deus.

         Quando Deus Pai, enviou seu filho, Jesus Cristo, para sofrer e morrer em meu lugar, além de provar seu imenso amor por mim, provou que não posso me justificar perante ele, devido ao meu pecado. Deus enviou Jesus para que eu me apegue nEle, olhe para cruz e para àquilo que fez por mim e não naquilo que eu suponho fazer.

         Paulo também é um exemplo de um homem que até os 28 anos de idade sempre procurava cumprir a lei com todo o rigor. Mas, quando Jesus o encontrou na estrada de Damasco, sua vida mudou. Ele deixou de confiar em si mesmo e passou a confiar completamente na graça de Deus. Tanto é, que ele mesmo diz em sua segunda carta a Timóteo “Deus teve misericórdia de mim...” Não podemos esquecer do que disse ainda na sua carta aos Filipenses 3. 4 – 9. Paulo, um fariseu zeloso, perseguia a igreja. Para ele os cristãos estavam pervertendo aquilo que a lei de Deus dizia. Paulo aprendeu que tudo aquilo que ele fazia para ser salvo de nada adiantava. A salvação era dada por aquilo que Jesus fez na cruz. Ao ser encontrado por Jesus, Paulo descobriu essa verdade e passou a anuncia-la, assim como fez aos Romanos 10. 1 – 4.

         As pessoas podem até se justificar para o pastor e para as pessoas. Mas perante Deus, minha justificativa é uma só: Jesus. Ele é quem perdoa meus pecados. Ele morreu por mim. Ele é meu salvador.

         Pessoas procuram se justificar, e ainda muitos vem ao culto como o fariseu, “eu sou assim...eu faço isso...”. Olhando para si mesmos, esquecem que: Culto é Deus vindo ao homem para perdoar seus pecados, para fortalecer a fé, orientar e consolar. No culto eu e você não fazemos nada pra Deus, ele faz tudo por nós.

         Querido amigo, e amiga. Enquanto muitos querem se justificar perante os homens, “eu sou... eu nunca...”, busquemos com humildade mudar as coisas e orar: “Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!” Saiba que qualquer justificativa perante Deus só é válida em Jesus, pois o “justo viverá pela fé.” Amém!


Edson Ronaldo Tressmann.

cristo_para_todos@hotmail.com

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Oração ou Promessa?

20/10/13 – 22º Domingo após Pentecostes
Sl 121; Gn 32. 22- 30; 2Tm 3. 14 – 4.5; Lc 18.1 - 8
tema do mês: Teu filho um servo de Deus
Texto: Lucas 10.2
Tema: Oração ou promessa?

Mês da Educação Teológica na IELB - Seminário Concórdia 110 anos.
 

A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao dono da plantação que mande trabalhadores para fazerem a colheita.

            A primeira resposta: é uma oração. Somos incentivados a pedir para que Deus envie trabalhadores.

            Temos orado para que Deus envie trabalhadores a sua seara. Mas, ainda assim, estamos com cerca de 25 paróquias vacantes, sem falar nos milhares de municípios sem a presença da IELB.

O ofício do Ministério Pastoral é o ofício de perdoar, ou melhor, confirmar nos homens pecadores o perdão que Cristo conquistou.

Deus poderia ter confiado o Ofício Ministerial aos seus anjos que não caíram com a queda em pecado. Mas, por amor, destinou a homens pecadores a maravilhosa graça de poderem oferecer pela Pregação e administração dos sacramentos, Batismo e Santa Ceia, aquilo que todos nós necessitamos: o perdão dos nossos pecados.

            A grande e maravilhosa graça do Ministério Pastoral é viver o perdão. Perdão dado por Deus em Jesus e anunciado por boca de pecadores arrependidos a pecadores arrependidos.

            Deus não usa seres perfeitos para o seu Ofício Pastoral. Usa pecadores. Usa doentes feridos, que curados pelo perdão, podem apontar a cura para outros doentes feridos por seus pecados.

            Toda congregação é composta por doentes pelo pecado e curados pelo perdão. Todos, pastor e congregação, necessitam reconhecer que “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes” (Mt 9.12). E quando reconhecemos nossa doença, dobraremos nossos joelhos para suplicar que Deus envie ainda mais trabalhadores para que nós, e tantos outros doentes, recebamos a cura através da proclamação do Evangelho e administração dos sacramentos.

            Orar por trabalhadores não significa que apenas os outros, distantes de mim necessitam. Preciso orar por trabalhadores porque eu necessito. E também porque eu posso ser um desses trabalhadores.

Oração ou promessa?

A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao dono da plantação que mande trabalhadores para fazerem a colheita.

            A segunda resposta é que ao ler esse texto, ouço as promessas de Jesus Cristo.

            A promessa indica que a colheita está lá, mesmo que não a tenhamos plantado. Os trabalhadores, mesmo sendo poucos, são enviados da parte de Deus. E por estarem atuando como enviados de Deus a esse mundo amado por Deus, serão odiados, detestados e desonrados.

            No Ofício Pastoral não precisamos olhar para a satisfação do mundo em pecados, pois isso nos tornaria inimigos da cruz de Cristo. No Ofício Pastoral precisamos olhar para aquele a quem servimos, Jesus. Ele disse: “Quem ouve vocês está me ouvindo; quem rejeita vocês está me rejeitando; e quem me rejeita está rejeitando aquele que me enviou” (Lc 10.16).

Oração ou promessa?

A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao dono da plantação que mande trabalhadores para fazerem a colheita.

            A promessa é animadora aos chamados e enviados a serem colhedores na plantação de Cristo. Não há dignidade nenhuma naquele que colhe. A misericórdia e o amor de Deus pelas pessoas é que o move a chamar e enviar ministros do Evangelho. Que tal você?

            Nesse momento me lembro das palavras do professor de doutrina no Seminário Concórdia em São Paulo, Pr Mário Rost. Certa vez, em sala de aula, ano de 2000, nos perguntou onde queríamos atuar como pastores? Após muitas respostas, sua observação foi que sempre buscou ser pastor onde haviam pessoas.

            É isso ai! As palavras de Jesus “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao dono da plantação que mande trabalhadores para fazerem a colheita”, é uma promessa de que a colheita está lá. Não podemos nos distanciar e nem deixar a colheita de lado. As espigas estão maduras, os equipamentos, Palavra e Sacramentos, estão prontos. Basta ir. Que tal você?

            A promessa nos dá oportunidade para fazermos parte de um grande evento. Sermos colhedores, apenas colhedores. A obra é toda de Deus, pois como dito por Deus ao profeta Isaias, a “minha palavra não voltará vazia” (Is 55.11).

            Sabemos que a obra no Ministério Pastoral é toda de Deus. Lembremos que recebemos dele uma promessa. A promessa de que Ele é o dono da lavoura. Ele nos envia para realizarmos uma única obra: fazer a colheita. Somos chamados e enviados para colher, apenas colher. Tudo está pronto. Que tal você?

            Se para uns há muitos dons, Deus seja louvado. Se outros têm apenas o dom de falar, digo que esse é o principal, Deus seja louvado. Mesmo que em meio à lavoura, tenhamos muitos ou poucos dons, a obra de Deus sempre foi, é e continuará sendo realizada. Ele nos chama para colher. A plantação está à nossa disposição. Que tal você?

            Não se preocupe se você sente falta de algum dom. Apenas ouça a promessa de Jesus: “a colheita está pronta para ser colhida,” e só há uma necessidade, colhedores. Que tal você?

            A promessa de Jesus indica que nós não fazemos nada para que a plantação esteja ali. No entanto, a lavoura está à nossa espera para ser colhida. Deus nos incentiva a orar, nos chama e nos envia. Que tal você?

            Quando Deus nos envia, nos dá a certeza da colheita. Os equipamentos de Deus, Palavra e Sacramentos, fazem toda a obra. É maravilhoso podermos trabalhar numa “empresa” onde os resultados não dependem de nós para acontecer. Já sabemos que os resultados vão acontecer.

            É maravilhoso receber a promessa de Deus de que mesmo em meio aos lobos que procurarão nos devorar, os que nos ouvirem falar a respeito de Jesus, não estarão ouvindo a nossa voz, mas a voz do próprio Jesus. Que tal você?

            É maravilhoso sermos colhedores na lavoura de Jesus. Sermos boca e voz de Jesus.

            Promessas de Jesus. Quer fazer parte delas? Com a graça de Deus eu faço parte dessas promessas desde o meu batismo assim como você. No entanto, gostaria de compartilho contigo, querido jovem, o convite de Jesus.

            Gostaria de convidá-lo a ser um colhedor na lavoura de Deus, sendo um pastor da Igreja.

            As promessas de Jesus por si só, já são suficientes para animar pastores desanimados a perseverar como Ministros do Evangelho e também são uma injeção de ânimo aos jovens para que se tornem pastores da Igreja e comuniquem essa promessa a tantas outras pessoas e gerações.

            O Ministério Pastoral sobrevive nas promessas de Deus. Toda a história da humanidade sobrevive nas promessas de Deus. Desde a queda, todos esperaram ansiosamente pelo cumprimento da promessa, a vinda do Filho de Deus. E para que a humanidade sobreviva Deus sempre se fez ouvir pela  voz dos profetas, pecadores curados pelo perdão. E agora, com sua promessa cumprida, Deus deseja continuar sendo ouvido pela voz de pastores, pecadores curados pelo perdão de Jesus.

            A promessa foi cumprida, assim como anunciada, o “... Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19. 10). E essa promessa precisa estar viva no coração da imensa lavoura de Deus. Para isso, nos chama, capacita e envia para sermos colhedores na sua imensa lavoura, dando a certeza de que “Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (1Tm 1.15). Amém!

Pr. Edson Ronaldo Tressmann

44 – 3462 2796

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Recordações!


13/10/13 – 21º Domingo após Pentecostes

Sl 111; Rt 1. 1 - 19; 2Tm 2. 1 - 13; Lc 17. 11 - 19

Tema: Recordações
 

         O mês de outubro é mês das crianças, para muitos da padroeira do Brasil, outros lembram o halloween, e ainda muitos o lembram como o mês da Reforma.

         Se eu fosse definir o mês de outubro, iria defini-lo como o mês do questionamento.

         Crianças, quem são? 
         Padroeira do Brasil, como assim?         
         Dia das bruxas, por quê?
         Reforma, qual?

         Nesse mês, onde muitas são as perguntas, me atrevo a usar nas 4 mensagens, ignorando o do dia da Reforma, 4 perguntas que buscam englobar e responder resumidamente as perguntas do mês de outubro, conforme feitas acima.

         Para que cheguemos a algumas respostas, hoje queremos meditar no Salmo 111.1,4 “Aleluia! Na reunião do povo eu louvarei a Deus, o Senhor, com todo o meu coração, junto com os que lhe obedecem. ... O Senhor não nos deixa esquecer dos seus feitos maravilhosos; ele é bom e tem muita misericórdia

... Recordações!


         Algumas trazem alegria, outras causam tristeza. As fotografias são verdadeiros exemplos de recordações. São fotos de família, amigos, etc.

         O salmista nesse dia, assim como as páginas e álbum de fotografia, quer nos trazer boas recordações com a lembrança de que o Senhor não nos deixa esquecer dos seus feitos maravilhosos.

         Quais eram os feitos maravilhosos de Deus junto ao povo de Israel? Uma grande lembrança era a libertação da escravidão do Egito. Claro que poderíamos citar tantos outros exemplos. Mas, prefiro esse, por que o mesmo é mencionado 150vezes na Bíblia. Sendo uma confissão de fé de todos os israelitas. E esse evento é mencionado no v. 9: “Deus pôs o seu povo em liberdade e fez com ele uma aliança eterna...

 ... Recordações!

 
         Lembrar – relembrar, rememorar as ações de Deus, isso era o que Deus esperava de seu povo. Manter viva na memória os grandes feitos de Deus, era viver na certeza do cuidado e da proteção de Deus no presente.

         Lembrar tinha como consequência o louvar. Não um louvor qualquer, ou simples show para animar a plateia. O louvor era de todo o coração, voltado para Deus. E sendo um louvor voltado para Des não importa se o mesmo é afinado ou desafinado.

         Lembrar os feitos de Deus era evitar muitos erros e desvios da fé no futuro. Muitos israelitas se desviaram de Deus por terem caído no esquecimento de todas as boas coisas que Deus havia feito por eles.

 ... Recordações!

          O Sl 111; 112; 113 iniciam com Aleluia.

         Essa é a expressão máxima de adoração a Deus. Junto a essa expressão o salmista diz que: “louvará a Deus...com todo o coração...junto com os que lhe obedecem” ou seja, junto aos que estão no culto, na reunião do povo de Deus.

         Esse louvor fruto da recordação também traz a memória do povo tudo o que Deus fez e faz. Se a lembrança motiva o louvor, o louvor motiva a lembrança. Muitos que vão ao culto, ao cantarem, ouvirem as leituras bíblicas, o sermão, acabam se recordando de coisas importantes, principalmente o quanto Deus as ama em Jesus. Afinal, culto é o encontro de Deus comigo. Deus se encontra comigo pela Palavra e Sacramentos. E por esses meios, assim como estou - pecador, oferece e dá o perdão.

         O Sl 111 não é apenas um convite para o louvor, é sim, uma afirmação de louvor, por alguém que está constantemente se lembrando e sendo lembrado do amor de Deus. O louvor é dado por alguém que reconhece tudo àquilo que Deus fez e faz em nosso favor e não para alcançar alguma bênção.

         Recordar as ações de Deus, no passado e no presente, nos motiva a louvá-lo. O louvor nos auxilia a nunca nos esquecer dos feitos maravilhosos de Deus.

... Recordações!

          Recordar as ações de Deus nos motiva a compartilhar essas maravilhas. Esse compartilhar as ações de Deus fará com que muitos se alegrem e venham louvar a Deus pelos seus maravilhosos feitos.


         Recordar as ações de Deus nos leva a louvar a Deus de todo o coração e nunca nos esquecer dos seus feitos maravilhosos.

         Só para lembrar, Lutero tinha nas palavras do v.5 “Ele dá alimento aos que o temem e nunca esquece a sua aliança”, uma intima ligação com a santa ceia. Esse salmo era cantado na santa ceia. O que nos lembra a santa ceia? Lembra o sacrifício de Jesus Cristo em nosso favor para nos dar a salvação.

         Então : “Aleluia! Na reunião do povo eu louvarei a Deus, o Senhor, com todo o meu coração, junto com os que lhe obedecem. ... O Senhor não nos deixa esquecer dos seus feitos maravilhosos; ele é bom e tem muita misericórdia

         Deus nos abençoe e que possamos a cada novo dia recordar as ações de Deus e louvá-lo e ao louvar que possamos nos lembrar de tudo o que tem feito por nós. Amém!

Pr. Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte – PR
(44) 3462 - 2796  ou 9856 - 8020

terça-feira, 1 de outubro de 2013

É dificil ser salvo?


06/10/13 – 20º Domingo após Pentecostes.
Tema de outubro: Teu filho um servo de Deus.
Sl 62; Hc 1.1 – 4; 2. 1 - 4; 2Tm 1. 1 - 14; Lc 17. 1 - 10
Tema: É difícil ser salvo?
 

         O mês de outubro é mês das crianças, para muitos da padroeira do Brasil, outros lembram o halloween, e ainda muitos o lembram como o mês da Reforma.

         Se eu fosse definir o mês de outubro, iria defini-lo como o mês do questionamento.
         Crianças, quem são?
         Padroeira do Brasil, como assim?
         Dia das bruxas, por quê?
         Reforma, qual?

         Nesse mês, onde muitas são as perguntas, me atrevo a usar nas 4 mensagens, ignorando o do dia da Reforma, 4 perguntas que buscam englobar e responder resumidamente as perguntas do mês de outubro, conforme feitas acima. Espero que você me acompanhe nesse mês. Cada semana uma mensagem! Uma mais edificante que a outra. Venha! Confira nosso blog http://sermoescristoparatodos.blogspot.com e leia a cada semana uma mensagem extraída da Palavra de Deus e trará para sua vida respostas fundamentais.

         Muitas pessoas compartilham da ideia de que a única certeza que temos na vida é que vamos morrer. Na verdade, essa frase não está correta. Afinal, os cristãos ao confessarem a sua fé dizem: “...de onde virá a julgar os vivos e os mortos...” Se Jesus voltar ainda hoje, estaremos vivos e assim a certeza de muitos cai por terra.

         Ninguém sabe a hora e o dia, nem da morte, nem da volta de Cristo. Mesmo que ignoremos o fato, a questão é que vivemos em tempos pós-modernos. Essa pós-modernidade é marcada pela perca de referenciais. Um desses, a verdade.

         Tendo a verdade perdido seu caráter de certeza absoluta, muitas mentiras circulam mundo a fora. Sem verdade, ou seja, sem certeza absoluta, cada um transmite suas ideias sem sofrer a consequência de que isso é uma mentira. Sem certeza absoluta, o pai da mentira, o diabo, tem ganhado espaço em nossa casa, em nossas bibliotecas, em muitas seitas.

         Vivemos dias perigosos. Assim como crianças, facilmente podemos ser enganados acreditando que certa mentira seja verdade, e ignorando as verdades por não se ter certeza absoluta.

         É necessário que inicie nossa conversa nesse dia dessa maneira. Afinal, a pergunta, baseado na segunda carta de Paulo a Timóteo é inquietante. Sua inquietação está no fato de que para muitos não há certeza absoluta, assim, não é verdade. Mas, você crendo ou não, não importa o tempo em que estamos vivendo, pois Paulo aos Romanos disse: “e não sejais amoldados pela renovação da mente...” ou, conforme a tradução de João Ferreira, “E não vos conformeis com este século...” (Rm 12.1).

         Mesmo que o mundo, nosso tempo diga que não é verdade, por não haver absoluta certeza, sem me amoldar por coisas novas da nossa época, digo que há a vida eterna. No entanto, fica a pergunta que urgentemente nesse nosso século precisa ser respondida: é difícil o homem ser salvo? A grande noticia é: da parte de Deus não.

         Quando Adão e Eva caíram em pecado, Deus poderia ter começado tudo de novo, mas em amor a sua criatura a sua criatura, ele decidiu fazer uma promessa: “Eu enviarei meu filho” (Gn 3.15). A partir daí, Deus iniciou seu plano de salvação, o qual nós temos descrito na Bíblia. Já no N.T. a Bíblia diz: “Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Por amor Deus enviou seu filho, como diz a Palavra de Deus: “Porquanto Deus enviou o seu filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.

         Jesus pagou a nossa culpa, nós em Cristo somos perdoados, somos salvos. E essa salvação não é fruto do nosso esforço. Deus nos chamou e chama pelo evangelho, v. 10 “..., e por meio do evangelho.” Eu pecador, não sou nada, sem Cristo a morte é eterna, mas com Cristo não precisamos temer o nosso último inimigo que é a morte. Pois em Cristo estaremos deixando esse mundo de lágrimas para a glória eterna.

         É difícil o homem ser salvo? Da parte de Deus não. Deus preparou a salvação para cada um de nós, e convida a todos a terem acesso a essa salvação dizendo; “Arrependei-vos e crede no evangelho.” Continua dizendo pelo apóstolo João “para que creiais que Jesus é o Cristo, o filho de Deus para que, crendo tenhais vida em seu nome.

         A salvação é obra de Deus por e para nós. Na verdade, quando se fala em matéria de salvação as pessoas deixam de ouvir aquilo que a Bíblia fala para transmitirem seus pensamentos e suas leis. O homem é quem complica a salvação. O homem é que rejeita essa salvação dada por Deus em Jesus, ele cria suspeita disso e ainda desconfia. O homem que em sua cega incredulidade recusa a graciosa oferta de paz, amor e perdão que Deus em Cristo oferece e dá.

         Ninguém se iluda! Há somente uma maneira de ser salvo: através de Jesus Cristo. Receba a salvação que Deus preparou em Cristo para você! Essa salvação foi e é transmitida a mim pelo evangelho. Pelo evangelho eu fui chamado, e outras pessoas continuam sendo chamadas. Por isso Deus designou pregadores. Por isso, nesse mês de outubro, quando a IELB tem em seu calendário o mês da educação teológica, pense na possibilidade - Teu filho um servo de Deus.

         Pregador do evangelho!

         Timóteo foi designado pregador. Paulo foi designado pregador. Sua função: anunciar o evangelho, anunciar a boa nova, a mensagem da paz, de amor e perdão.

         Os pregadores são acessórios de Deus para realizar o plano da salvação, “a fé vem pelo ouvir a palavra de Deus e como muitos vão ouvir se não há quem pregue.” Infelizmente, muitos estão tirando o foco da Palavra de Deus. Estão chamando a atenção par si mesmos, e assim, deixam de anunciar Jesus, o caminho a verdade e a vida.

         O que anuncia, em muitas situações virou a mensagem. Assim, vale ouvir a advertência “se alguém anunciar um evangelho diferente daquele que vocês aceitaram, que essa pessoa seja amaldiçoada” (Gl 1.9).

         É difícil o homem ser salvo? Depende de qual mensagem está sendo anunciada. Depende de qual mensagem você está ouvindo. As mensagens são muitas. E diante dessas mensagens precisamos refletir se fala ou não de Jesus.

         Muitos olham a pessoa do pregador. Pensam que ele dever ser santo e agir como tal, mas o que precisamos compreender é que também o pregador necessita da graça de Deus. A mesma salvação que o pregador anuncia, a mesma graça que proclama, também é consolo e ânimo para o pregador. O pregador depende tanto de Deus como cada membro da congregação. Então diante de um erro do pregador, tenha certeza de que ele assim como cada membro também é amado por Deus e que assim como cada membro ele é pecador e cheio de defeitos e só fala da graça da qual ele também necessita.

         É difícil o homem ser salvo? Para Deus não. Mas para os meios de comunicação sim. Aliás, para os meios de comunicação, a única coisa que existe depois da morte é a reencarnação. Precisamos ser testemunhas vivas do amor de Deus. O Deus que enviou seu único filho para morrer por nós para nos dar a salvação.

         Sejamos agradecidos a Deus, pois ele nos chamou pelo evangelho, ele nos conserva no evangelho, ele nos alimenta no seu corpo e sangue e nos anima a seguirmos em frente, pois do outro lado existe a vida eterna preparada por Jesus. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

(44) 3462 2796

Em Jesus - uma nova aliança!

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