segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Escutem todos o que eu vou dizer e entendam!

02/09/12 – 14º Domingo após Pentecostes
Sl 119. 129 - 136; Dt 4. 1 – 2, 6 - 9; Ef 6. 10 - 20; Mc 7. 14 - 23
Tema: Escutem todos o que eu vou dizer e entendam!

Nós dizemos a Deus – é necessário fazer algo para sermos salvos! Muitos dizem isso por não entender o que diz Moisés e Jesus.

         Certa vez, em outro sermão Jesus disse: “porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6.21).
Esse sermão está registrado no capítulo 6 de Mateus. Ali recebemos o ensino de Jesus sobre a religiosidade hipócrita. Havia uma sincera busca em cumprir à lei e as tradições. Mas, apenas por aparência. E essa aparência de piedade calcada no suposto cumprimento da lei de Deus é condenada por Jesus. Jesus diz que através da hipocrisia as pessoas escondiam onde realmente estava o seu coração.
Coração denota o centro de toda a vida física e espiritual.
Tesouro ao qual Jesus se refere é o lugar onde se guarda coisas boas e preciosas. É um depósito. Com esse sermão simples e direto: “porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6.21), Jesus diz que precisamos colocar nosso coração dentro do porta-jóias, ou seja, no verdadeiro depósito. Onde estamos depositando nosso coração, nossa vida física e espiritual?
O sermão de Jesus nos revela onde muitas pessoas estão depositando suas vidas. Encontramos uma multidão que estava presa e fundamentada na tradição que não podia ser quebrada. As regras precisavam ser cumpridas. Afinal de contas, para que essa religiosidade tivesse uma aparência de boa e agradável a Deus, a lei foi interpretada inadequadamente. E sendo assim, se criou uma religiosidade hipócrita. A lei que havia sido dada por Deus para apresentar seu povo como povo de Deus, havia sido distorcido e estava fazendo pessoas super santas, mas pela hipocrisia.
Para justificar a aparente religiosidade o povo ensinava que a tradição a qual seguiam havia sido dada por Deus ainda no deserto. O povo apenas seguia os ensinos que haviam recebido de seus avós e pais. E o ensino transmitido por Moisés foi:

Depois Moisés disse ao povo de Israel: — Obedeçam a todas as leis e a todas as ordens que eu estou dando a vocês agora, para que vivam e tomem posse da terra que o SENHOR, o Deus dos nossos antepassados, vai dar a vocês. Não acrescentem nada à lei que lhes estou dando, nem tirem dela uma só palavra. Guardem todos os mandamentos do SENHOR, nosso Deus. Portanto, obedeçam fielmente a todas essas leis, e assim os outros povos verão que vocês são sábios e inteligentes. Quando ouvirem falar dessas leis, eles dirão: “Como é sábio e inteligente o povo dessa grande nação!” Nenhuma outra grande nação tem um deus que fique tão perto do seu povo como o SENHOR, nosso Deus, fica perto de nós. Ele nos ouve todas as vezes que pedimos a sua ajuda. E será que existe outra grande nação que tenha mandamentos e ensinamentos tão direitos como essa lei que estou lhes dando hoje? Portanto, tenham cuidado e sejam fiéis para que nunca esqueçam as coisas que viram. E contem aos seus filhos e netos (Dt 4. 1 – 2, 6 – 9).

         E tendo recebido todo esse ensinamento, estavam apenas desejando que Jesus fizesse a lei se cumprir nos seus discípulos. E pedir que faça cumprir a lei não é errado. O que de fato está acontecendo? Não é Jesus o filho de Deus. E sendo assim deveria ser o primeiro a dar o exemplo de cumprimento da lei? Será que Jesus não estaria errado ao permitir que seus discípulos comessem sem lavar as mãos?
         Jesus é pressionado pelas pessoas que conheciam a lei. Era pressionado pelas pessoas que aparentemente cumpriam a lei.
         Para responder a essas questões importantes, queremos aprender do sermão de Jesus e tranqüilizar nosso coração. Ouçamos o sermão de Jesus:

Jesus chamou outra vez a multidão e disse: — Escutem todos o que eu vou dizer e entendam! Tudo o que vem de fora e entra numa pessoa não faz com que ela fique impura, mas o que sai de dentro, isto é, do coração da pessoa, é que faz com que ela fique impura. [Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam.] Quando Jesus se afastou da multidão e entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaram o que queria dizer essa comparação. Então ele disse: — Vocês são como os outros; não entendem nada! Aquilo que entra pela boca da pessoa não pode fazê-la ficar impura, porque não vai para o coração, mas para o estômago, e depois sai do corpo. Com isso Jesus quis dizer que todos os tipos de alimento podem ser comidos. Ele continuou: — O que sai da pessoa é o que a faz ficar impura. Porque é de dentro, do coração, que vêm os maus pensamentos, a imoralidade sexual, os roubos, os crimes de morte, os adultérios, a avareza, as maldades, as mentiras, as imoralidades, a inveja, a calúnia, o orgulho e o falar e agir sem pensar nas conseqüências. Tudo isso vem de dentro e faz com que as pessoas fiquem impuras. (Mc 7. 14 – 23)

         De nada adianta uma religiosidade de aparências. Não adianta vir à igreja, como quem vem para acumular tijolinhos para construir sua casinha no céu. De nada adianta uma religiosidade hipócrita.
         Jesus dá ênfase no viver corretamente conforme o ensino do terceiro mandamento: “Santificarás o dia do descanso.” Isso significa que devemos temer e amar a Deus de todo o coração, e, portanto não desconsiderar a pregação e a Palavra de Deus, mas gostar de ouvir, estudar e meditar nela.
         Jesus disse em seu sermão: Escutem todos o que eu vou dizer e entendam!
 
           O segredo está em escutar e entender aquilo que Deus nos diz. Não se pode fazer aquilo que se faz atualmente. Vivemos na pós-modernidade. E a pós-modernidade tornou tudo relativo. A verdade que vale é a minha. E infelizmente isso foi e é transferido também em questões bíblicas.
         Escutem todos o que eu vou dizer e entendam!
         Com isso Jesus nos ensina que ao dizer sobre Deus, não devemos fazer acréscimos ou até mesmo falsas interpretações. Não podemos querer nos justificar, ou apresentar nossa hipocrisia através de uma distorção da lei de Deus. Afinal, distorções da palavra de Deus, nos levam a nos agarrar nas tradições e nas regras. E distorcendo a palavra de Deus começamos a querer cumprir todas elas, e sendo as mesmas cumpridas, são transformadas em milhas para o céu.
         Escutem todos o que eu vou dizer e entendam!
Como é sábio e inteligente o povo dessa grande nação! Nenhuma outra grande nação tem um deus que fique tão perto do seu povo como o SENHOR, nosso Deus, fica perto de nós. Ele nos ouve todas as vezes que pedimos a sua ajuda. E será que existe outra grande nação que tenha mandamentos e ensinamentos tão direitos como essa lei que estou lhes dando hoje? Portanto, tenham cuidado e sejam fiéis para que nunca esqueçam as coisas que viram. E contem aos seus filhos e netos...” (Dt 4
         Não há outro Deus como o nosso. Ele fica perto de nós. E essa proximidade de Deus não é alcançada por mim através de uma religiosidade hipócrita. Não importa o que eu faça. O que o mundo não quer aceitar é que Deus em seu amor e misericórdia se aproxima de nós. E como ocorre essa aproximação? A Palavra se fez carne em Jesus. Jesus veio ao nosso encontro e morreu na cruz, ocupando nosso lugar. Jesus continua vindo ao nosso encontro através da pregação da Palavra, pelo Batismo, pelo Corpo e Sangue dados com e sob o pão e o vinho. Deus vem ao meu encontro por que sou um miserável pecador e necessito do perdão. Deus vem ao meu encontro e aguarda a minha volta para casa a cada novo dia. Para isso é só relembrarmos a história do filho pródigo.
         Jesus ao contar essa história, ensina que Deus ama os dois filhos. Observemos que no relato de Lucas 15, é dito que o Pai correu para fora quando soube dos dois filhos. Ele não recebeu bem apenas o primeiro que estava perdido e foi recuperado. De igual maneira recebeu como amor e carinho aquele que estava em casa todos os dias ao seu lado.
         Deus aguarda a volta dos filhos quebrados pelos seus pecados. Aguarda os rebeldes. E com amor e carinho quer que àqueles que supostamente vivem na lei, e tentam de todas as maneiras cumprirem as tradições se agarrem firmemente em Jesus como seu salvador, sem tentar fazer o que Deus em Jesus já fez por nós.
         A lei de Deus me conduz a Cristo. Através da lei reconheço que estou no fundo do poço, conforme Rm 7 7 – 11 “O que vamos dizer então? Que a própria lei é pecado? É claro que não! Mas foi a lei que me fez saber o que é pecado. Pois eu não saberia o que é a cobiça se a lei não tivesse dito: “Não cobice.” Porém o pecado se aproveitou dessa lei para despertar em mim todo tipo de cobiça. Porque, se não existe a lei, o pecado é uma coisa morta. Pois houve um tempo em que eu não conhecia a lei e estava vivo. Mas, quando fiquei conhecendo o mandamento, o pecado começou a viver, e eu morri. E o próprio mandamento que me devia trazer a vida me trouxe a morte. Porque o pecado, aproveitando a oportunidade dada pelo mandamento, me enganou e, por meio do mandamento, me matou.” E estando no fundo do poço aguardo que alguém me retire de lá. Deus me retirou e retira, lançando a corda que é Cristo. Cristo cumpriu a lei e Cristo é o cumprimento da lei. E em Cristo eu recebo o perdão para toda quebra da lei. Eu preciso estar enrolado na corda que é Cristo.
         Escutem todos o que eu vou dizer e entendam!
         Tanto Moisés através do livro de Deuteronômio transmitindo a palavra de Deus, como João Marcos em seu evangelho transmitindo as palavras de Jesus querem nos ensinar para a necessidade que temos de Deus estar perto de nós. E essa aproximação aconteceu e acontece em Jesus.
         As regras, as tradições até nos ajudam numa organização. Mas, sendo as regras transformadas em moeda de troca, acabam me transformando em fariseu. E sendo um fariseu passarei a viver minha vida tentando carregar um fardo que Jesus já carregou por mim.
Rev. Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Cristo amou a Igreja

26/08/12 – 13º Domingo após Pentecostes
Sl 14; Is 29. 11 - 19; Ef 5. 22 - 33; Mc 7. 1 - 13
Tema: Cristo amou a igreja

         Paulo envia uma carta circular a toda a província da Ásia. A cidade de Éfeso fazia parte dessa região. Manuscritos antigos (Papiro 46,  Códices Sinaticus e Vaticanus, Aleph e B, ainda Marcião, Orígenes e Tertuliano), nos indicam que Paulo ao escrever no v. 1, “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos que vivem ____________________” (Ef 1.1), teria deixado espaço para se colocar o nome da igreja na qual a carta era lida.
         E nesta carta circular Paulo desenvolve o tema da igreja como corpo de Cristo. Esse é o assunto principal dessa belíssima carta. E Paulo se considerava indiretamente o “pai espiritual” de todas as igrejas da Ásia (At 19.10; Cl 2.1). E por esse motivo se preocupava excessivamente em dar àquelas igrejas instrução doutrinária e prática.
         Epafras havia ido encontrar-se com Paulo na prisão em Roma para buscar orientação quanto à heresia que estava ameaçando a igreja em Colossos. A divindade de Cristo estava sendo atacada. E Paulo mesmo preso se preocupou em instruir as comunidades da Ásia através de uma carta circular, sendo a que temos diante de nós, carta aos Efésios, ou a todas as comunidades, com espaço para se preencher o nome, _________________.
         Tiquico e Onésimo já haviam sido encarregados de levar a carta aos Colossenses e a Filemon, Paulo então pediu que também encaminhassem essa carta circular as comunidades e fez isso por meio de Tiquico (Ef 6.21-22). Paulo já havia feito isso com outras cartas, 2Corintios 1.1 (cristãos da Acaia) e Colossenses 4.16 (cristãos de Laodicéia). E através dessa carta circular, dirigida aos cristãos espalhados pela Ásia, queremos meditar no tema: Cristo amou a Igreja. Como?
1 - se entregou por ela
         Desde o Antigo Testamento vemos Deus trabalhando e atuando para realizar sua promessa de salvação. Desde a queda em pecado, Deus intervém na história humana para salvar a todos os homens, mulheres e crianças.
         Já em Êxodo 24 vemos o relato que apresenta a cerimônia de casamento de Deus com seu povo. E essa união matrimonial foi marcada por dois aspectos: a fidelidade do noivo: Deus; e a infidelidade da noiva: Israel.
         O livro do A.T. que melhor ilustra essa infidelidade é o livro do profeta Oséias. Em Oséias 11.1 temos a seguinte profecia: “Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho”. Deus sempre esteve disposto a reatar os laços rompidos pelo povo. O profeta Oséias diz, conforme 11.2: “Quanto mais eu os chamava, tanto mais se iam da minha presença; sacrificavam a baalins e queimavam incenso às imagens de escultura”. Mesmo em toda essa situação e tantas outras que não há tempo para relatarmos nessa mensagem, temos um povo, uma noiva infiel, que mesmo na infidelidade, encontra um noivo extremamente fiel, que de maneira alguma abandona sua noiva. Pelo contrário, a essa noiva infiel, se mostra de forma amorosa como dito pelo profeta Isaias: “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (Is 53.7), e ainda o próprio apostolo Paulo diz aos Filipenses: “...a si mesmo se humilhou, tornado-se obediente até a morte e morte de cruz” (Fp 2.8). E quando Paulo escreve aos cristãos das congregações da Ásia dizendo: “... como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por elase refere a todo esse amor. Um amor que não abandona, mas que vai até o fim.
         O termo “entregou” é “paredoken” que significa: “entregar nas mãos; entregar alguém à custódia, para ser julgado, condenado, punido, açoitado, atormentado, entregue à morte; dar algo a algém, por-se ao lado”. E foi isso que Cristo fez. Entregou-se pela Igreja. Entregou-se por amor a sua noiva.
         Cristo amou a Igreja. Como?
2 – a santificou
         Ao amar tanto a sua igreja, e tendo se entregado por ela, Cristo a separou e a dedicou completamente a Deus. Livrou sua noiva, a igreja de toda a culpa: “pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Ef 5.8). A noiva corrompida agora se torna santa através da maravilhosa obra do noivo. O noivo deu a vida, se entregou nas mãos do povo, para resgatar o povo, a igreja. A cabeça do corpo salvou o corpo inteiro e torna esse corpo a igreja santa. Em Jesus somos considerados “a comunhão dos santos”. Ser santo não é obra nossa como diz Paulo a Tito: “Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tt 3.4-5).
         Por meio do lavar regenerador e renovador fomos tirados do mundo, morremos para o mundo, e nascemos para Cristo. Agora pertencemos à família de Deus. Somos filhos de Deus. Amados pelo Pai.
         Cristo amou a Igreja. Como?
3 – Apresenta-a gloriosa
         Cristo, o noivo se entregou pela noiva, santificou e santifica a noiva, para apresentá-la em alta honra.
         A igreja é ilustre e estimada por Cristo. Através de sua morte na cruz seus pecados foram perdoados, apagados. Cristo acabou com sua falta e deformidade moral. Cristo realizou essa obra para não ter sua noiva presa a outras coisas que a afastam-na do noivo. Dedicou-se a sua noiva e se entregou por ela, para tê-la exclusivamente para si. E seu desejo é ter a noiva num caráter irrepreensível, onde ninguém pode acusá-la de nada. Por isso as palavras de João em sua 1º carta: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis, se, todavia, alguém pecar, temos advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro” (1Jo 2.1-2).
         Assim como no A.T. os cordeiros precisavam ser, sem defeito para o sacrifício à Deus, assim foi Cristo pela igreja. Ele é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
         Cristo amou a Igreja. Como?
4 – Alimenta e dela cuida
         A idéia é dar de mamar. Ou seja, Cristo nutre com nutrientes preciosos para a vida toda. O cuidar transmite a idéia de aquecer, manter quente, cuidar com amor terno, cuidar com carinho.
         Esse é o retrato do amor de Deus pelo seu povo, pela sua igreja. As palavras “alimentar”, significa o mesmo que dar de mamar, cuidar, e esse cuidar é aquecer. O alimentar nos lembra do amor de uma mãe. Dificilmente uma mãe abandona seus filhos. Mas, como dito pelo próprio Senhor ao seu povo por meio do profeta Isaías: “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti” (Is 49.15).
         O cuidado de Deus pela sua igreja é imenso, nunca desampara os seus, tanto que Jesus prometeu estar com sua igreja até o fim dos tempos, e ainda, quando Pedro reconhece que a igreja está fundamentada sobre Cristo, Jesus garante que nada, nem mesmo as portas do inferno prevalecerão contra ela.
     E todo esse cuidado e amor de Cristo pela sua igreja apenas reforça aquilo que Paulo diz: “A igreja é o corpo de Cristo”. E sendo corpo, ele alimenta, preserva e faz de tudo para que o corpo esteja bem. E Cristo deixou para alimentar seu corpo, a igreja, os meios da graça: Palavra, Batismo e Santa Ceia. Meios pelos quais, ele nos presenteia a fé, fortalece, preserva e guarda na fé.
         O cuidado, o carinho e o aquecer de Jesus ainda está presente entre nós. Cada vez que uma criança ou adulto é batizado, quando se ouve a Palavra de Deus e quando se recebe o corpo e o sangue de Cristo, somos aquecidos, alimentados e fundamentados em Jesus. Cristo amou a igreja e continua a amando, pois dela cuida e alimenta.
Amém!
         Ainda não!
         Antes do amém, precisamos relembrar outra coisa muito importante.
         Uma igreja amada responde em amor. Como?
5 – Sujeitando-se
         Não poderíamos nos calar antes de dizer que a igreja sabendo que é amada profundamente abre mão de seus direitos ou vontade e se coloca a disposição daquele que lhe ama. Aliás, essa é a idéia do verbo grego “hupotasso” que nós traduzimos como “sujeitando-se” ou “submisso”.
         Somos ensinados que como igreja, corpo de Cristo, nos organizamos sob, ou subordinados ao cabeça que é Cristo. Nós temos um líder. E por esse líder, esse cabeça, o dono do corpo, ter dado a sua vida por nós, igreja, então partimos duma atitude voluntária. Nós não somos capachos, nem obrigados a no submeter a Cristo. Ele fez e faz para que essa submissão seja voluntária e amorosa.
         Sendo o cabeça da igreja, Cristo, deu a sua vida pelo corpo, a igreja, então numa atitude voluntária, está sujeita a ele. Vale lembrar as palavras de Davi que após receber o perdão de dois graves pecados disse: “Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário” (Sl 51.12). Diante de todo o amor de Cristo por nós, diante do perdão, da vida e salvação, estamos sujeitos a Cristo. Não somos feitos capachos, mas sim inclinados ao amor por amor.
         Cristo amou a Igreja.
         Uma igreja amada responde em amor. Como?
2 - permanecendo membro desse corpo
         Por amor Cristo nos tornou membros do seu corpo, a igreja. Pela fé conhecemos a Deus. Pelo evangelho chegamos ao conhecimento de Deus. E assim somos salvos. Assim diz o apóstolo Paulo: “Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo(1Co12.27) e “Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu...” (Cl 1.18-23).
         Permanecer membro do corpo de Cristo só é possível por causa do amor de Cristo. Amor esse manifestado entre nós pelos meios da graça. Sendo eu de natureza pecaminosa, posso me deixar seduzir pela razão a querer abandonar o evangelho que me foi anunciado, assim como os gálatas queriam fazer. Tavez eu me deixe levar por ventos de doutrina falsas com aparência de corretas.
         Permaneçamos pois no corpo de Cristo, tendo como cabeça Cristo, ouvindo sempre a voz de Cristo. Pois semdo membros do corpo de Cristo e sabendo que somos guiados e governados por esse cabeça, que é Cristo, sempre estaremos cercados de amor, cuidado, alimentados e santificados e apresentados diantedo Pai sem nenhuma mancha e dívida. Que esse seja nosso fundamento. Amém!
Rev. Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 14 de agosto de 2012

O Convite da Sabedoria

19/08/12 – 12º Domingo após Pentecostes
Sl 34. 12 - 22; Pv 9. 1 – 10 ou Js 24. 1 – 2ª, 14 - 18; Ef 5. 6 - 21; Jo 6. 51 - 69
Tema: O convite da Sabedoria

    No capítulo 8 de Provérbios, o rei Salomão, já antes do nascimento de Cristo, aponta para a verdade de que Jesus Cristo é a sabedoria revelada de Deus. E a sabedoria preparou um belo e delicioso banquete. E esse banquete é descrito no capítulo 9 de provérbios.
        O texto diz que depois de tudo pronto enviou suas empregadas (criadas) para convidar as pessoas para virem ao banquete. Saíram para convidar para o banquete preparado pela Sabedoria. Quem seriam os convidados?
Primeiro: Os tolos, ou simples
        A palavra “tolo”, “simples”, demonstra as pessoas abertas a todos os tipos de ensino e em conseqüência disso a todo tipo de engano.
        O povo de Israel estava sendo comparado ao tolo, ou simples, porque igualmente a um tolo, muitas vezes, mesmo que tenha sido abundantemente cuidado por Deus acabaram virando as costas para Deus. Inúmeras vezes o povo havia sido aconselhado: “Tenham cuidado, não deixem que o seu coração seja enganado; não abandonem a Deus para adorar e servir outros deuses” (Dt 11.16). E esse conselho é transmitido por Paulo aos cristãos de Éfeso e a nós: “Então não seremos mais como crianças, arrastadas pelas ondas e empurradas por qualquer vento de ensinamentos de pessoas falsas. Essas pessoas inventam mentiras e, por meio delas, levam outros para caminhos errados” (Ef 4.14).
        Pessoas ingênuas, tolas ou simples precisam ser bem ensinadas, pois acreditam em qualquer coisa. Salomão já havia dito isso: “A pessoa simples acredita em tudo, mas quem tem juízo está sempre prevenido” (Pv 14.15). Eis a importância de darmos ouvidos à Palavra de Deus. Ela é a verdade absoluta, só ela foi escrita para instruir, educar, corrigir e mostrar o caminho certo a seguir. Ela nos apresenta o verdadeiro convite.
        A Palavra de Deus não é exclusiva, ou seja, não pertence a um grupo ou entidade. É também para os simples: “A lei do Senhor é perfeita e nos dá novas forças. Os seus conselhos merecem confiança e dão sabedoria às pessoas simples” (Sl 19.7), e “a explicação da tua palavra traz luz e dá sabedoria às pessoas simples” (Sl 119.130).
        Paulo no novo testamento, depois de Cristo ter morrido e ressuscitado, subido aos céus e o Espírito Santo ter descido no dia de pentecostes sobre os díscipulos, anuncia que a mensagem de Cristo, o convite para o banquete é desprezado por muitos e considerado como loucura. Aos coríntios escreve: “De fato, a mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo; mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus” (1Co 1.18). E nessa mensagem simples é que os homens, mulheres e crianças são salvos, mas é por rejeitar esse convite simples que muitos estão se perdendo.
        Cristo é a sabedoria de Deus e veio preparar lugar no banquete celestial para cada pecador. Tanto que a sabedoria ao enviar suas criadas pediu para elas irem aos lugares mais altos da cidade para fazerem o convite, pois assim todos iriam ouvir. Isso demonstra a preocupação para com todos. Todas as pessoas estavam recebendo uma chance. Não estar presente no banquete não será culpa de quem convida, nem mesmo da sabedoria que preparou o banquete, mas será culpa própria.
        Os tolos são convidados. Sim! Aqueles que facilmente se deixam levar por qualquer convite. Quantos convites nós recebemos no dia-a-dia?
        Todos eram convidados a voltar-se do seu mau caminho, os tolos por não terem conhecimento da verdade, bem como os que estavam afastados da verdade, “Que as pessoas perversas mudem a sua maneira de viver e abandonem os seus maus pensamentos! Voltem para o Senhor, nosso Deus, pois ele tem compaixão e perdoa completamente” (Is 55.7).
        Os pecadores são convidados a se arrepender e Deus em seu amor e misericórdia perdoa a todos. Infelizmente há àqueles que não querem se arrepender, que brincam com o convite da sabedoria, como disse João em sua 1º carta: “se dissemos que não temos pecado a nós mesmos nos enganamos e a verdade não está em nós” (1Jo 2.4). E ao brincar com esse convite, muitas pessoas vivem suas vidas como viviam os supostos cristãos da igreja de Laodicéia. Cristãos esses a quem Deus envia uma carta através de João em Apocalipse: “Vocês dizem: ‘somos ricos, estamos bem de vida e temos tudo o que precisamos.’ Mas não sabem que são miseráveis, infelizes, pobres, nus e cegos” (Ap 3.17). Esses supostos cristãos Laodicenses estavam iludindo a si mesmos. Eles aparentemente estavam satisfeitos com seus atos morais, e por se julgarem melhores que os outros, olhavam para as pessoas com desdém e antipatia. O mesmo fez o fariseu com um publicano na história contada por Jesus: “O fariseu ficou de pé e orou sozinho, assim: “Ó Deus, eu te agradeço porque não sou avarento, nem desonesto, nem imoral com as outras pessoas. Agradeço-te também porque não sou como este cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana e te dou a décima parte de tudo o que ganho” (Lc 18.11-12). Por situações como essas é que o apóstolo João em Apocalipse diz: “Escutem! Eu venho como um ladrão. Feliz aquele que vigia e toma conta da sua roupa, afim de não andar nu e não ficar envergonhado em público!” (Ap 3.17).
        O convite da sabedoria se assemelha ao convite de Jesus transmitido na história da festa de casamento. “Então mandou outros empregados com o seguinte recado: ‘digam aos convidados que tudo está preparado para a festa. Já matei os bezerros e os bois gordos, e tudo está pronto. Que venham a festa!” (Mt 22.4), e o próprio Jesus constatou que ninguém deu atenção ao convite. Continuaram sua vida normal, a isso Jesus diz que o dono da festa enviou os empregados com a seguinte ordem: “agora vão pelas ruas e convidem todas as pessoas que vocês encontrarem” (MT 22.9). E depois de muitos destes estarem na festa, entre os muitos convidados havia um que não estava com as roupas adequadas, e o rei o expulsou.
        Estejamos em Cristo, pois só em Cristo há salvação.
        Quem convida para o banquete é o próprio Deus. E o banquete foi preparado por Jesus. E os convidados somos todos nós. Mas nem todos entrarão no banquete, pois, estão deixando de lado àquele que veio preparar-nos um lugar a mesa celestial.
        Acontece ainda hoje o que aconteceu no episódio narrado por João no seu evangelho. Depois que Jesus disse que ele era o pão da vida, “...por esse motivo muitos seguidores de Jesus o abandonaram e não o acompanhavam mais” (Jo 6.66). Pessoas não recebem e aceitam o convite da sabedoria, pois, “De fato, a mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo; mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus” (1Co 1.18).
        O convite é estendido a todos: “O Senhor Deus diz: ‘Escutem, os que têm sede: venham beber água! Venham, os que não têm dinheiro: comprem comida e comam! Venham e comprem leite e vinho, que tudo é de graça” (Is 55.1); e ainda: “O Espírito e a Noiva dizem: Venha! Aquele que ouve isso diga também: Venha! Aquele que tem sede venha. E quem quiser receba de graça da água da vida” (Ap 22.17). Esse é o convite que a sabedoria pediu que as suas criadas fizessem: “Venham, comam a minha comida e bebam o vinho que eu preparei” (Pv 9.5).
O convite da Sabedoria
Segundo: Os sem juízo                  
        O texto usa a expressão, “Faltos de senso” – ou seja, são os que carecem de sabedoria, entendimento. São pessoas que tem necessidade de aprendizado. Mas que mesmo havendo necessidade tem capacidade para aprender. São as pessoas que ainda não tiveram a sua necessidade de aprendizado suprida.
        Mesmo não tendo conhecimento, eles não foram rejeitados, mas foram buscados, convidados.
        O povo de Israel mesmo em meio à rebeldia ouve de Deus o maravilhoso convite pela boca do profeta Jeremias: “Eu libertei os descendentes de Jacó e os salvei das mãos de uma nação mai forte do que eles. E vão chegar e cantar de alegria no monte Sião; vão se alegrar com os meus presentes, com os cereais, o vinho, o azeite, o gado e os carneiros. Eles serão como um jardim bem regado e terão tudo o que precisarem” (Jr 31.12-13). O profeta enviado por Deus anuncia a libertação do cativeiro e a vinda de Jesus Cristo, o Filho de Deus para salvá-los.
        Em Jesus somos convidados as bodas do cordeiro. Em Jesus a nova aliança foi cumprida, aliança da qual o profeta Jeremias também falou: “O Senhor Deus diz: está chegando o tempo em que farei uma nova aliança com o povo de Israel e com o povo de Judá...” (Jr 31.31ss). E Jesus na instituição da santa ceia diz que o seu derramamento de sangue é a nova aliança: “...Bebam todos vocês porque isto é o meu sangue, que é derramado em favor de muitos para o perdão dos pecados, o sangue que garante a aliança feita por Deus com seu povo” (MT 26.27b – 28).
        A sabedoria convida os faltos de senso, justamente as pessoas carentes de entendimento são alvo do convite.
        Não há como não saber que se está sendo convidado. Deus ainda hoje deseja a salvação de cada pecador. Por isso, continua convidando a cada um, sejam simples, ou seja, aqueles que estão expostos a todos os tipos de convite, e ainda aos que carecem de entendimento.
        Nós somos os convidados e que bom saber que em Jesus estaremos sentados a mesa celestial para saborear desse banquete.
        A sabedoria preparou um belo e delicioso banquete. E depois de tudo pronto enviou suas empregadas para convidar as pessoas para virem ao banquete. Banquete preparado pela Sabedoria. Quem são os convidados? Os tolos e os sem juízo. Grupo esse que eu também posso estar incluso, pois talvez esteja sendo arrastado por ventos de doutrina. Talvez eu esteja tão cegado pelo mundo que não estou dando ouvidos para o conhecimento verdadeiro, e nem escutando o convite.
        Jesus a sabedoria de Deus convida a mim e a você pecador a entrarmos e sentarmos a mesa e cear com ele, “Venham, comam a minha comida e bebam o vinho que preparei” (Pv 9.5).
        Deus nos abençoe e que a cada novo dia até que ele venha e nos leve a sentar-se a mesa com esse delicioso banquete. Amém!
Pr. Edson Ronaldo Tressmann
44 - 3462 2796

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Uma palavra na Depressão

12/08/12 – 11º Domingo após Pentecostes
Sl 34. 1 - 8; 1Rs 19. 1 - 8; Ef 4. 17 – 5.2; Jo 6. 35 - 51
Tema: Não critique quem sofre. Quem sofre não queira morrer. Apenas espere em Deus.


Objetivo: Mostrar que diante dos deprimidos precisamos ter muita compreensão, pois estamos sujeitos a ela.

         Quem disse essas palavras? Maldito o dia em que nasci! Não seja bendito o dia em que me deu à luz minha mãe! Maldito o homem que deu as novas a meu pai, dizendo: Nasceu-te um filho!, alegrando-o com isso grandemente.Seja esse homem como as cidades que o Senhor, sem ter compaixão, destruiu; ouça ele clamor pela manhã e ao meio-dia, alarido.Por que não me matou Deus no ventre materno? Por que minha mãe não foi minha sepultura? Ou não permaneceu grávida perpetuamente? Por que saí do ventre materno tão-somente para ver trabalho e tristeza e para que se consumam de vergonha os meus dias?
         O profeta Jeremias proferiu essas palavras (Jr 2014-18). Palavras bem semelhantes as que ouvimos em nossos dias. E se você as ouve qual é o teu julgamento? O que leva muitas pessoas a dizerem isso? Ou, como no caso de Elias, 1Rs 19.1 - 8, pedir a morte?
         Os médicos definem isso como doença. Seu nome: depressão. Na antiguidade Hipócrates descreveu a depressão, e a chamou de melancolia, ou seja, um ataque de tristeza, provocada por uma modificação dos humores.
         Não é meu objetivo descrever a depressão, pois se conversamos com os próprios doentes, eles mesmos não sabem descrever bem essa doença. E o interesse não está no saber o que é, mas como se livrar desse mal que atormenta e que devagarzinho, pois é uma doença silenciosa, acaba por aprisionar a pessoa em si mesma, em sua casa e em seu mundo.
         Sejamos solidários com essas pessoas, em especial demonstrando compreensão, amor e carinho. Os deprimidos não necessitam de juízes, mas de pessoas amorosas. Necessitam de uma ajuda especial, assim como Elias, que contou com a ajuda de um anjo.
         Mas justamente no dia dos pais é necessário falar sobre depressão? É necessário. Deus deseja que vivamos melhor, pois a vida eterna, não irá iniciar após a morte, quem está em cristo já tem a vida eterna.
         A luz de um homem de Deus que mesmo tendo sido levado vivo ao céu, num determinado momento de sua vida, pediu para si a morte.
         Se analisarmos a vida de pais mesmo dentro da nossa congregação e paróquia, vemos que situações semelhantes a do profeta Elias, estão acontecendo.
         Existem muitos estudiosos que classificam a nossa vida de 3 maneiras: em cima do monte; dias comuns; dias sombrios. Os dias em cima do Monte são alegres, tudo está bem. Nada atrapalha, nada incomoda, tudo é uma beleza. Dias como do próprio profeta Elias. Venceu os profetas de Baal e ouviu o povo gritando: “O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!” (1Rs 18.39). Também vivemos dias comuns. Trabalhamos normalmente, não somos alegres nem tristes, são dias tranqüilos, sem muita novidade. Também temos os dias sombrios, onde o desânimo, o desespero, a dúvida e a confusão fazem parte. Dias idênticos ao do profeta Elias em nosso texto. Dias em que precisamos fugir para não morrer, mas que diante do aperto do desespero, da angustia e dúvida, tudo o que queremos é morrer, e o pedido soa como válvula de escape: “...Já chega, ó Senhor Deus! Acaba agora com a minha vida! Eu sou um fracasso, como foram os meus antepassados” (1Rs 19.4b). Os dias sombrios são negativos, sem perspectiva e sem rumo. Vez ou outra atravessamos dias assim, dias como do profeta Jeremias, Elias e de tantas outras pessoas que conforme o apóstolo Pedro enfrentam problemas idênticos ao nosso.
         ...Já chega, ó Senhor Deus! Acaba agora com a minha vida! Eu sou um fracasso, como foram os meus antepassados” (1Rs 19.4b). O que levou Elias a se expressar dessa maneira?
         Relembremos os fatos:
         Elias desafiou 450 profetas de Baal no monte Carmelo. (Contar esse episódio para as pessoas resumidamente, pois não se lembram).
         Depois da resposta de Deus às orações de Elias não houve dúvidas sobre quem era o Deus verdadeiro. Os profetas de Baal foram julgados e mortos. E os gritos do povo soava como música aos ouvidos do profeta Elias. Com certeza sua adrenalina foi a mil, mas a vida segue e as batalhas também.
         Depois desse episódio de grande alegria, o profeta caiu numa profunda tristeza. Essa tristeza se deve ao fato de Jezabel desejar vingança contra Elias. O profeta foge, do alto do monte para o deserto, para os dias sombrios. De uma situação de alegria para uma situação de frustração total. E no deserto, embaixo de uma sombra, exclama: “...Já chega, ó Senhor Deus! Acaba agora com a minha vida! Eu sou um fracasso, como foram os meus antepassados” (1Rs 19.4b). E Deus que era o seu acompanhante, mostrou ao profeta a situação de um ângulo diferente.
         O salmista Davi registrou belas palavras ao dizer no Salmo 23: “ainda que eu ande por um vale escuro como a morte, não terei medo, pois tu estás comigo” (Sl 23.4). Sim, Deus é o nosso companheiro nos momentos em que nos sentimos sozinhos e desamparados. O problema é que quando eu estou em volta às nuvens negras e turbulentas, não consigo olhar para o sol da graça, não consigo ouvir Deus me consolando através da sua palavra, e do seu corpo e sangue. O que verdadeiramente é necessário eu acabo abandonando.
         Elias olhava para ele, pensava que era o único a adorar a Deus e que estava só. Deus lhe mostrou que não, mas que haviam sete mil joelhos fiéis a Deus. Elias não era o único a adorar a Deus e nem o único a passar por tribulação.
         Elias olhou para ele mesmo. Quantas vezes fazemos o mesmo! Pensamos que somos os únicos a passar por dificuldades. Imaginamos que somente eu tenho determinado problema. E assim penso que não há ninguém que me entenda. Olhe para o seu lado – não há ninguém? Há sim. Há aquele que morreu por ti, aquele que ao subir aos céus disse: “Eu estarei contigo todos os dias...”.
         Lembremos de Moisés em Nm 11.14 estava abatido e reclamava de sua função. Em Jó 7.15, encontramos um homem sem forças diante do seu sofrimento. Em Jonas 4.3,8, encontramos um profeta que não aprova a atitude de Deus em preservar vidas humanas. Mas em todos esses casos Deus mostrou que o jeito dEle ver e conduzir as coisas é diferente do jeito que nós desejamos ou até queremos. Deus está no comando, ele guia todos os nossos passos, sejam em cima do monte, seja nos dias comuns, ou nos dias sombrios.
         Deus curou o coração de Elias. Deus o alimentou. E com esse alimento o capacitou a seguir sua viagem e sua vida. Ainda hoje, Deus cura as suas feridas. Ele te alimenta com o perdão, com a Palavra e com seu Corpo e Sangue.
         E se hoje eu estou em cima do monte, saibamos que Deus está conosco, se amanhã você estiver vivendo um dia comum Deus estará contigo. Se depois de amanhã você estiver vivendo um dia sombrio, saiba que Deus está te carregando no colo, ou está te falando e você não o está ouvindo. Deus está ao nosso lado em toda e qualquer situação.
         Não critique quem sofre. Quem sofre não queira morrer. Apenas espere em Deus. Amém!

Pr. Edson Ronaldo Tressmann
44 – 3462 2796

Em Jesus - uma nova aliança!

  17 de março de 2024 Salmo 119.9-16; Jeremias 31.31-34; Hebreus 5.1-10; Marcos 10.35-45 Texto: Jeremias 31.31-34 Tema: Em Jesus -  um...