quarta-feira, 13 de maio de 2020

Conselhos fundamentados na morte, ressurreição e descida ao inferno.


17 de maio de 2020
6º Domingo de páscoa
Sl 66.8-20; At 17.16-31; 1Pe 3.13-22; Jo 14.15-21
Texto: 1Pe 3.13-22
Tema: Conselhos fundamentados na morte, ressurreição e descida ao inferno.

Se alguém falar mal de você por sua vida em Cristo, por você ser cristão – fique feliz!
O fundamento para esse conselho está na morte, ressurreição e descida de Cristo ao inferno.
Diante dos perseguidos que poderiam desanimar e desistir da vida cristã, o apostolo Pedro volta ao que é fundamental: Jesus Cristo, sua morte, ressurreição e descida ao inferno.

Os cristãos estavam sendo malfalados pela sua fé. Se vocês fizerem o bem, alguém irá fazer o mal contra vocês (v.13).
Se vocês sofrerem por causa da justiça (vida justa), vocês estarão bem aventurados. Não temam o temor dele. Se houver sofrimento e perseguição por fazerem a justiça não se perturbem (v.14). Aproveitem e deem testemunho cristão na sociedade (v.15). Santifiquem a Cristo o Senhor no seu coração.
Santifiquem a Cristo no seu coração fazendo defesa, estando preparado para dar razão da esperança que tem.
Pedro exorta os cristãos a serem apologetas, ou seja, fazerem apologia. Essa palavra é usada por Paulo na carta aos Filipenses destacando que mesmo preso sua tarefa é defender o evangelho.
A verdade é que, o evangelho não precisa de um advogado humano que o justifique. Mas, diante de um ataque ideológico e moral é importante estar pronto para falar da esperança que o cristão têm, mesmo num contexto adverso que se vive. E essa defesa precisa ser com “com mansidão e temor” (v.16).
Num mundo explosivo como o nosso, a resposta não pode ser arrogante. A resposta em defesa do evangelho precisa partir da mansidão. Jesus é manso e seus seguidores são mansos. Deem a resposta a fim de que naquilo que eles difamam os cristãos, eles sejam envergonhados. Mesmo que o cristão esteja sendo, como era o caso, caluniado e difamado.
Ao escrever: “se a vontade de Deus assim quiser, é melhor sofrer fazendo o bem do que fazer o mal. Porque também Cristo uma vez pelos pecadores sofreu, o justo pelos injustos, a fim de conduzi-los para Deus” (v.17-18), o apostolo enfatiza a morte e ressurreição de Cristo. E ressuscitado, “Nesta nova realidade, vivificado no Espírito, também aos espíritos em prisão, tendo ido proclamou” (v.19) desceu ao inferno.
Cristo foi ao inferno numa nova realidade. Vitorioso. Ressuscitado.
Para que Cristo desceu ao inferno?
Para fazer uma proclamação. Foi fazer um anúncio. O texto não diz o que já foi anunciado, mas, pelo uso da palavra, observa-se que foi proclamar sua vitória!
Àquele de quem Jesus veio nos resgatar, foi o primeiro a ver o vitorioso.
O mundo permeado na pós-pós-modernidade, ignora a realidade do inferno escancarada ao nós pelo relato do apóstolo Pedro. Jesus em uma de suas parábolas também destacou a triste realidade do inferno (Lc 16.16-31).
O relato de Pedro além de apresentar a existência do inferno, mostra que, algumas pessoas estavam lá na companhia do diabo e dos capetinhas (v.20).
Estavam lá as pessoas que haviam ignorado a mensagem proclamada por Noé nos 120 anos da graça. Enquanto Deus, aguardava pacientemente o arrependimento daquela geração, a mesma, preferiu afastar-se dos caminhos de Deus e assim, destinaram-se ao inferno. É preciso recordar que Jesus diz claramente que o inferno não foi criado para os seres humanos (Mt 25.41).
No tempo de Noé, Deus esperava ansiosamente (apexeteromai). No tempo de Noé a esperança de Deus estava esperando ansiosamente, assim como o faz em nossos dias. Toda essa espera paciente de Deus (v.21), se manifestou durante a construção da arca. As águas do dilúvio são de juízo, mas, 8 pessoas foram resgatadas por meio da água.
Deus que continua paciente com o ser humano, nos apresenta pelas palavras de Pedro que pelas águas do batismo nos salva (v.21).
Se nas águas do batismo, oito pessoas foram salvas, as águas do batismo, salvam as pessoas ainda hoje.
É preciso destacar que o batismo não é uma remoção completa da sujeira da carne.
Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, real autor das Escrituras, usou a palavra grega Ripoz (no N.T. é usada só aqui em Pedro).
A que se refere essa palavrinha? É uma referência a carne (sarx) e não a corpo (soma).
A palavra sujeira no Antigo Testamento aparece em Jó 14.4 e no livro apócrifo de 1Clemente 17.4. E em ambas situações refere-se a impureza ética e moral diante de Deus.
O batismo salva, mas não isenta ninguém do pecado, ou seja, não remove a impureza da carne. O batismo me permite voltar a Cristo todos os dias e receber o seu perdão. O batismo que salva não tira a impureza da carne. Somos justos (pelo batismo, pelo que nos entregou) e pecadores (em nós mesmos).
O batismo é agente de Deus.
O batismo opera uma boa consciência em relação a Deus. A ressurreição de Cristo faz do batismo algo que renova a vida, que dá uma nova consciência, que traz salvação. A pessoa continua pecadora, mas ela está perdoada do seu pecado. Por isso, a frase “sujeitados a ele anjos e autoridades e poderes” (v.22), mostra o valor da ressurreição de Jesus dá ao batismo uma nova realidade. A ressurreição de Jesus oportuniza um novo tempo. É ânimo para os cristãos que sofrem.

ERT
Edson Ronaldo TREssmann

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