segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Culto que agrada a Deus!

06 de dezembro de 2015
2º Domingo de Advento
Sl 66.1-12; Ml 3.1-7; Fp 1.2-11; Lc 3.1-14
Tema: Culto que agrada a Deus!

         O texto de Malaquias é frequentemente usado por muitos pregadores para justificar o dízimos. Mas, será que o profeta Malaquias tinha apenas o objetivo de falar sobre dízimos?     
         Sempre se refere a Malaquias como um profeta, mas, pode-se também referir ao mesmo apenas como um título a quem Deus confiou o ministério profético sem saber seu nome. Malaquias deriva do termo hebraico “mal’aky” e significa “meu mensageiro”.
         Os mensageiros de Deus, os Malaquias, continuam sendo enviados por parte de Deus para transmitir a mensagem de Deus. Os mensageiros de Deus são diversos e estão espalhados pelo mundo inteiro e nas mais variadas denominações. Devido à dificuldade da tarefa, devido a responsabilidade da pregação, cada mensageiro, “Malaquias”, ouve-se a promessa de Jesus que diz “Ter na mão direita sete estrelas,...” (Ap 1.16), ou seja, o ministério está protegido.
         Cada mensageiro precisa da proteção divina, afinal, a mensagem de Deus faz com que o mensageiro encontre pessoas indiferentes a mensagem de Deus. Assim como Malaquias, “o mensageiro”, encontra-se pessoas desalentadas pelas muitas promessas que não se cumprem. Pessoas apáticas religiosamente, vivendo sua vida numa verdadeira falta de confiança em Deus. Os mensageiros de Deus, os Malaquias atuais, encontram pessoas que duvidam do amor e da misericórdia de Deus. Por tudo isso, os mensageiros precisam anunciar a mensagem de Cristo de maneira fiel. Afinal, a verdadeira mensagem de Deus liberta as pessoas do culto e da ética degradante.
         O mensageiro, Malaquias, havia sido enviado por Deus para pregar à um povo moralmente e eticamente degradado. Esse por sua vez vivia de maneira hipócrita, pensando que assim enganavam a Deus.
         O mensageiro de Deus, conforme a mensagem registrada no livro conhecido como Malaquias, atuou entre um povo que havia deixado apagar a chama inicial do ânimo, da fé. O templo havia sido reconstruído, mas o culto, mesmo que precariamente, ainda funcionava.
         Será que os Malaquias (mensageiros de Deus) do século XXI encontram pessoas e situações diferentes dessa do século V a.C.?
         O lema da IELB para o novo ano eclesiástico que iniciou dia 29 de novembro de 2015 e seguirá até o dia 20 de novembro de 2016 trata a respeito da vida de culto e serviço. Vou viver e anunciar o que o Senhor tem feito! Na vida de culto e serviço.    
         Luteranos, como está a vida de culto e de serviço à Deus?
        Deus diz: “Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; de repente, virá ao seu templo o Senhor, ...” (Ml 3.1).
         Cada mensageiro é enviado por Deus para preparar o caminho. O caminho que conduz as pessoas à salvação. Por isso, a pergunta: “Quem poderá suportar o dia da sua vinda? Quem poderá subsistir quando ele aparecer?” (Ml 3.2). A mensagem do segundo domingo de advento é uma mensagem de arrependimento. Cada qual é convidado a se arrepender, pois, o arrependimento é a preparação do caminho para o Senhor.
         É preciso comunicar a todos que não se trata apenas em estar na igreja sentado no banco a cada culto. Malaquias, o mensageiro de Deus, fala que a questão é de fé, invocação, ação de graças, confissão e pregação do evangelho. Deus deseja cultos de coração e esses são prestados em todas as ocasiões de nossa vida.
         Tudo o que Deus requer de seus filhos são sacrifícios justos. Lembre-se que: Não é o meu sacrifício, o meu culto, a minha oferta que me torna justo diante de Deus. A verdade é que assim como disse o profeta Jeremias, “Jesus Cristo é a nossa justiça”. Pela fé em Jesus Cristo, meu sacrifício, meu culto, minha oferta se torna justo. Tudo é uma questão de fé, invocação, confissão. Jesus disse: “porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6.21).
         Quando o apóstolo Paulo ao escrever aos Romanos: “Ofereço em sacrifício o evangelho de Deus, para que a oferta dos gentios se torne aceitável, santificada pelo Espírito Santo,....” (Rm 15.16), tem como objetivo esclarecer que só pelo Evangelho que cria a fé é possível oferecer sacrifícios agradáveis a Deus. Evangelho esse, do qual o apóstolo não se envergonhava, pois é o poder de Deus para salvar todos os que creem. O evangelho mostra uma única coisa: Deus aceita o pecador por meio da fé. (Rm 1.16-17). E todos os que estão nessa fé oferecem verdadeiro culto à Deus, dentro e fora da igreja, afinal, “...sem fé é impossível agradar a Deus, ...” (Hb 11.6). Pela fé, todos “somos participantes da graça” (Fp 1.7), ou seja, obtemos o lucro de Deus, a salvação em Jesus. Como participantes da graça de Deus, cada cristão está “cheio do fruto da justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus” (Fp 1.11).  
         Tanto o culto como o dízimo de nada servem se não forem realizados pela fé. Aliás, há um fato que muitos pastores tem medo de dizer. Os dízimos, as ofertas só podem ser realizadas pelos cristãos, pelos que tem fé. Afinal, as ofertas e os dízimos provêm da fé.
      Infelizmente, há muitas pessoas agindo em pleno século XXI, como as pessoas do século V a.C. Realizam seus cultos e fazem suas ofertas de maneira hipócrita, sem considerar se estão ou não na fé verdadeira.
      Mensageiros de Deus continuam sendo enviados por Deus. Mensageiros que possuem uma revelação, não proveniente de sonho ou visão, mas, a revelação suprema, o Evangelho e pelo Evangelho, “toda carne verá a salvação de Deus” (Lc 3.6).
       “Porque eu, o Senhor, não mudo,...” (Ml 3.6).
      Deus continua enviando mensageiros, independentemente dos ouvintes. Deus continua se revelando através do seu Evangelho e através desse, continua operando a fé verdadeira. Através do Evangelho aceita o culto, o louvor, o serviço e as ofertas. Amém!


M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Jesus é a nossa justiça!

Temática da IELB para o novo ano eclesiástico: 
                    Viver e anunciar o que o Senhor tem feito! Na vida de culto e serviço.

1º Domingo de Advento
29 de novembro de 2015
Sl 25.1 – 10; Jr 33.14-16; 1Ts 3.9-13; Lc 19. 28-40
Tema: Jesus é a nossa justiça!


         O contexto do livro de Jeremias apresenta-se entre dois extremos. Dos anos 642 – 609 a.c. e dos anos 609 – 586 a.c. Um total de 56 anos. O período mais longo, 642 – 609 a.c., foi de otimismo. Houve independência política, prosperidade crescente, reforma religiosa. O período de 609 – 586 a.c., foi marcado pelo declínio do reino do sul e o domínio do Egito e da Babilônia, para onde foram exilados.
         O povo constantemente esteve envolvido em tensões internas. As lutas partidárias foram acompanhando as injustiças sociais e uma nova corrupção religiosa. O povo de Deus iniciava sua caminhada rumo ao fim.
         O profeta Jeremias viveu esses momentos de transição entre o povo de Deus. A mensagem profética descrita em Jr 33.14-16, dada por Deus entre os anos de 587 / 586 a.c. ao profeta e Jeremias por ocasião do início do exílio Babilônico.
         O povo estava sem saber o que fazer e como agir. Os dias de festa, haviam se tornado dias de choro.
         O capítulo 32 narra o episódio do primo de Jeremias, Hanameel. Esse aparece no átrio da guarda pedindo que Jeremias lhe compre a sua propriedade. Essa transação era absurda, afinal, comprar um terreno numa cidade de onde todos seriam levados cativos para outro país era incompreensível. No entanto, o profeta Jeremias mostra que essa transação era uma mensagem extraordinária de Deus ao seu povo. Era a mensagem de que todos retornariam do exílio, quando todos imaginavam que era o fim: “Ainda se comprarão casas, campos e vinhas nesta terra” (Jr 32.15).
         A mensagem de Deus ao seu povo era que todos agissem com fé, confiança e certeza. Eles voltariam do exílio. Entre esse povo, Deus tinha uma promessa à ser cumprida: o nascimento do salvador. Ouça o profeta: “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que cumprirei a boa palavra que proferi à casa de Israel e à casa de Judá. Naqueles dias e naquele tempo, farei brotar a Davi um Renovo de justiça; ele executará juízo e justiça na terra. Naqueles dias, Judá será salvo e Jerusalém habitará seguramente; ela será chamada Senhor, Justiça Nossa” (Jr 33.14 - 16).
         O momento do povo de Judá era de humilhação pelo cativeiro babilônico. Mas, o que eles não conseguiam imaginar era que seriam exaltados, pois, entre eles, nasceria o salvador. O médico Lucas registra essa verdade ao escrever: “José também subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, ...O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.4,10,11).
         Todo o evento para a salvação do pecador teve seu início na promessa feita por Deus à Adão e Eva por ocasião da queda (Gn 3.15). Todas as páginas das Escrituras Sagradas revelam esse plano salvador, a mensagem do profeta Jeremias: Jesus é a nossa justiça!  
         A partir da queda em pecado sempre houve pecadores que necessitaram da graça e da misericórdia de Deus. A necessidade da graça e misericórdia de Deus se deve ao fato da consequência imediata da queda em pecado, ou seja, a separação de Deus. A humanidade estava fadada ao fracasso da perdição eterna. No entanto, Deus fez a promessa de que enviaria seu filho para que o mesmo pagasse o preço para resgatar a humanidade. Assim, quando do alto da cruz Jesus exclamou: “Está consumado!” (Jo 19.30), anunciava que “a dívida foi paga, o pecador está liberto de toda a culpa e condenação”.
     Infelizmente, mesmo sendo Jesus a justiça do pecador, muitos não vivem pela fé. Sem fé na obra redentora de Cristo, sem Cristo que é a justiça do pecador perante Deus, milhares não irão receber a salvação.
         Quando o profeta Jeremias anunciou ao povo que Deus permitiria que eles fossem ao exílio, houve desespero e falta de confiança em Deus. Mas, para os assegurar do amor e da misericórdia de Deus, o profeta anunciou que desse povo que iria para o exílio, Deus levantaria o salvador.
         A igreja cristã inicia, dia 29 de novembro de 2015, o advento. Advento é o período de preparação para a comemoração do nascimento de Jesus.
         O natal é para muitos, assim como é Jesus, ou seja, só é “bom e alegre” quando está tudo bem. Qual é o propósito de Deus com o exílio (sofrimento)? O que Deus nos reserva após o exílio?

         Adventomomento de preparação para algo muito maior. Jesus é a nossa justiça! É a nossa luz na caminhada pelo exílio. É a nossa certeza de salvação. Amém!

Rev. Edson Ronaldo Tressmann
https://www.facebook.com/Palestra-Na-Companhia-do-sucesso-1555786291310007/

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Compadecer-se dos que tem dúvidas

22 de novembro de 2015
Último domingo após Pentecostes
Sl 93; Is 51.4-6; Jd 20-25; Mc 13.24-37
Tema: Compadecer-se dos que tem dúvidas.

         Recordo a congregação evangélica Luterana que no ano de 2012 as palavras do texto de Judas foram lidas por ocasião do culto. Mas, mesmo 3 anos após, muitos ao abrirem suas Bíblias nesse culto para a leitura da epístola de Judas pensaram: - não me lembro de ter lido a carta de Judas em um culto da IELB.
         No dia 19 de novembro de 2012, o tema abordado sobre a epístola de Judas foi: Uma convocação Urgente! Qual? Batalhar pela fé entregue aos santos - http://sermoescristoparatodos.blogspot.com.br/2012/11/uma-convocacao-urgente.html
   Há outro motivo para a convocação urgente feita por Judas, “E compadecei-vos de alguns que estão na dúvida” (Jd 22), ou, “a alguns que duvidam, convencei-os”.           É possível convencer alguém que está em dúvida a respeito da fé cristã?
         É necessário olhar para os 3 versículos anteriores ao versículo 20. Conforme os versículos 17 – 19 os “homens sensuais” aos quais Judas se refere não são apenas aqueles que se afastam da congregação visível, mas também, àqueles que se separam definitivamente de Cristo e da sua Igreja, unindo-se ao diabo com práticas ímpias e pecaminosas. Esses homens são “sensuais” justamente por não terem o Espírito de Deus, “...sensuais, que não têm o Espírito” (Jd 19).
         Cair da graça é um fato que pode acontecer conosco. E isso pode ocorrer de maneira bem sutil. Lembro-me que a poucos meses atrás uma pessoa disse que nunca deixaria sua vida de fé e prática na congregação. Essa pessoa era ativa e participativa. Em pouco tempo, passou a participar de pouquíssimos eventos da congregação.
         Esse exemplo mostra que todos nós estamos sujeitos a nos afastar vagarosamente. Por causa dessa situação, Judas recomenda: “Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo, guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna. E compadecei-vos de alguns que estão na dúvida; ...” (Jd 20-22).
         Judas recomenda que nos vigiemos fielmente e com prudência. É preciso agir com compaixão. O exemplo da pessoa que citei anteriormente mostra que é preciso nos advertir no sentido de termos cuidado para não nos tornar soberbos. O diabo faz uso da nossa carne que é fraca para fortalecer seus propósitos, destruir o filho de Deus. Ao reconhecer nossa fraqueza, somos convidados a voltar e nos edificar na fé, orar no Espírito, nos guardar no amor de Deus, esperar a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo.
         Voltando a questão: É possível convencer alguém que está em dúvida a respeito da fé cristã? Sim! No entanto, é necessário estar firme na fé.
         O propósito de Judas na sua carta visa resguardar os cristãos contra os falsos mestres que estavam disseminando preceitos perigosos para reduzir o cristianismo a uma mera fé nominal. É preciso: “... batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos (Jd. 3), ou seja, lutar pela fé. Todos os profetas e apóstolos e o próprio Cristo lutaram ininterruptamente pela verdadeira fé. Jesus disse: “Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa (Mt 10.34-36).
         Porque é necessário lutar? A necessidade como disse Judas se deve ao fato de muitos serem “escarnecedores, andando sem suas próprias paixões. ... sensuais, que não têm o Espírito” (Jd 18-19).
         Se não houvesse quem fraudasse a Palavra de Deus, não haveria necessidade de compaixão aos que vivem em dúvidas. Afinal, os duvidosos a quem Judas se refere são aqueles que foram e são enganados pelos falsificadores da Palavra de Deus.
         Sempre quando as pessoas me perguntam sobre os congregados de outras denominações que lhes trazem observações a respeito da Palavra de Deus, a minha resposta é única: “O problema é que aprendem assim. O problema está com aquele que ensina. Quanto às pessoas que congregam na determinada igreja, se mesmo tendo entendimento errado de um texto bíblico, mas, possuir a fé verdadeira na obra de Jesus realizada na cruz, será salva. No entanto, aí daquele que ensina as pessoas fraudando a Palavra de Deus”.
         É necessário compadecer-se dos que tem dúvida.
         Compadecer é ajudar alguém que está aflito ou que busca ajuda.  
         Certa vez um pastor foi solicitado a ir à um hospital. Um paciente que havia recebido alta hospitalar desejava oração. O pastor foi, no entanto, ficou impressionado com o fato de estar sendo chamado para orar por um paciente que havia recebido alta e estava bem de saúde. O pastor disseque seu diálogo com aquele homem foi da seguinte maneira:
                   - Você é cristão?
                   - sim, sou da igreja...
         O pastor observou que não havia brilho em seu olhar. E a falta de brilho não era devido ao seu estado de saúde. Assim o pastor disse:
                 - Ao chegar no quarto vi que estava lendo a Bíblia. Qual livro bíblico estava lendo?
                   - Salmo 135.
                   - O que entende da Bíblia?
                   - temer ao Senhor.
                   - O que é temer ao Senhor?
                - Temer ao Senhor e saber que Deus faz justiça. Afinal, Deus é irado e sempre pune seus filhos até que os mesmos aprendam a se comportar.
         O pastor relatou que após aquela resposta, aquele homem cheio de medo e pavor de Deus confessou os pecados que havia cometido antes da enfermidade e que sua luta pela cura era justamente a punição pelos seus pecados.
         As pessoas, muitas dessas, nossos familiares, outros, nossos amigos e alguns moram ao nosso lado, se encontram nas mais variadas dúvidas. Há aqueles que mesmo estando numa igreja se encontram numa verdadeira confusão espiritual.
         “E compadecei-vos de alguns que estão na dúvida” (Jd 22).
        Judas no início da sua carta diz que desejava escrever uma carta a respeito da salvação que tinham em comum, mas, devido a infiltração de ensinamentos contrários a Palavra de Deus e desses fraudulentos continuarem fazendo estragos e deixando muitas pessoas em dúvida, Judas escreveu uma carta de convocação (Jd 3) para a batalha em torno da fé santíssima.
         A convocação é um chamado para a vida na fé santíssima. Só se é possível compadecer-se de alguém que está em dúvida quando se está firme na fé.
         Compadecer-se de alguém que está em dúvida é saber que cada cristão e cristã firme na fé está em missão. Como diz a letra do hino: “E nós que conhecemos brilhante luz da fé, nas trevas deixaremos aquele que não crê? Sem mais demora vamos falar-lhe do perdão que por Jesus gozamos: a eterna salvação” (Hinário Luterano 330.3). 
        “E compadecei-vos de alguns que estão na dúvida” (Jd 22). O missionário da nossa rua, do nosso bairro sou eu e não outra pessoa.
         A missão do cristão é “arrebatando-os do fogo” (Jd 23). Isso quer dizer que é necessário levar pela força, reivindicar para si mesmo ansiosamente o próximo. Não pode deixá-lo se perder. Nem o que está em dúvida, bem como o que ensina e causa polêmica. O apóstolo Paulo mostrou isso ao corrigir o apóstolo Pedro em uma falta: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado” (Gl 6.1).
        O problema, seja com quem está em dúvida ou com que causa a dúvida, não deve ser resolvido com a exclusão. É necessário ter “compaixão e arrebatá-los do fogo”. É necessário, aos que estão em Cristo, trabalhar urgentemente entre os criadores de problemas e os que estão em dúvida. É preciso defender a verdade do evangelho entre os hereges e os duvidosos.
         Há uma preciosa missão à cada membro, à cada paróquia para com os que estão em dúvida, bem como com aqueles que semeiam as dúvidas. Não se pode simplesmente “cortar o mal pela raiz”. É necessário espírito de compaixão, a qual nosso Senhor Jesus Cristo teve para com cada pecador ao tomar seu lugar na cruz.
     Dessa maneira, “guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna” (Jd 21).
         Continue esperando o que lhe foi e é oferecido por Jesus, “olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, ...” (Hb 12.2). Somente Jesus é “...àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ...” (Jd 24)
          Só Jesus mantêm o olhar sobre, ou seja, cuida para que não escape de suas mãos amorosas. Estando nas mãos de Jesus pela fé, cada pecador é apresentado, ou seja, capaz de ficar de pé diante de Deus. Em Jesus, pela fé, cada pecador permanece pronto e preparado e assim a igreja se curva em louvor diante de Deus. Amém!


M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O princípio do Fim!

15 de novembro de 2015
25º Domingo após Pentecostes
Sl 16; Dn 12.1-3; Hb 10.11-25; Mc 13.1-13
Tema: O princípio do fim!

         O texto do evangelho de Marcos 13 apresenta um impressionante diálogo de Jesus com seus discípulos. Um diálogo iniciado com a euforia dos grandes feitos humanos e num segundo momento a resposta de Jesus sobre a grandiosidade de Deus.
         Diz o texto que ao sair do Templo após o episódio em que Jesus constatou a fé da viúva pobre em ter ofertado tudo o que tinha na certeza de que Deus proveria todo o necessário para a mesma, um dos discípulos de Jesus lhe diz: “Mestre! Que pedras, que construções” (Mc 13.1).
         É de fato impressionante o que o homem com a sabedoria que Deus lhe concede consegue fazer. E as construções humanas não são apenas valorizadas pela sua arquitetura, mas, também pela sua funcionalidade.
         O Templo era uma magnífica construção. Não era apenas um projeto arquitetônico, na verdade, o templo simbolizava o vínculo de todo o povo judeu como sendo o povo eleito por Deus.           Ao relatar a admiração do discípulo com o templo e a resposta de Jesus: “Vês estas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra, que não seja derribada” (Mc 13.2), parece que Jesus ignora tudo o que o templo simboliza para os judeus e para os discípulos. Mas, a verdade é que Jesus quer fazer com que seus discípulos pensem não apenas na simbologia do templo, mas, de maneira muito especial sobre o seu papel na vida do povo.
         Infelizmente o templo havia deixado de ser o local de encontro entre Deus e o seu povo através da palavra e havia se tornado um centro de corrupção, exploração, concentração de riqueza e dominação.
         Houve um período de silêncio, até que, sentados no monte das Oliveiras, defronte do templo, os discípulos Pedro, Tiago, João e André perguntaram a Jesus quando o templo de pedra seria destruído.
         A preocupação dos discípulos na destruição do templo é saber quando e quais sinais anteciparão a destruição. Mas, Jesus mostra que o quando e os sinais não se relacionam. Assim, saber os sinais não me indicam o quando o mesmo ocorrerá. 
         Afinal, sinais como: falsos mestres, guerras, terremotos, fome, são vistos a muitos anos e todas esses sinais deixaram de ser sinais de Deus como um aviso e passaram a ser erros humanos na realização de suas grandes construções.
         Todo efeito colateral que a sociedade vive, é devido ao seu progresso. Para edificação de grandes prédios, foi necessário derrubar grandes árvores. E o desmatamento gerou o que vivemos hoje, o aquecimento global.
         Tudo foi realizado pelo homem e tudo pode ser modificado pelo homem. Infelizmente, esqueceu-se a muitos anos que Deus é o Senhor da história.
         Não quero e não me entendam mal, dizer que não temos nenhuma responsabilidade. Afinal, temos responsabilidade sim, mas, não podemos esquecer que a “...a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora” (Rm 8.21-22).
         A queda em pecado proporcionou tudo o que hoje estamos vivendo.
       Os sinais anunciados por Jesus não tem por objetivo assustar o ser humano que vive com medo de Deus e da fúria das consequências da queda em pecado. Os sinais apontados por Jesus visam mostrar que Deus continua agindo mesmo em meio a esses sinais com um único objetivo: “...que o evangelho seja pregado” (Mc 13.10).
         Eis aí o grande desafio da igreja cristã! Pregar o evangelho em meio as catástrofes humanas que na sua maioria atinge os grandes feitos humanos e seus grandes projetos arquitetônicos.
         Toda tragédia busca uma resposta humana. E a maioria das respostas humanas estão embasadas na mesma raiz das tragédias, ou seja, provêm da natureza pecaminosa do ser humano. O ser humano pecador, assim como aconteceu com Adão logo após a queda, busca se esconder de Deus. Esse ser humano que vive se escondendo de Deus precisa ouvir o evangelho, a boa notícia do amor de Deus pelo ser humano pecador.
         Os discípulos estavam preocupados com o quando e quais seriam os sinais. Estavam com medo, queriam se proteger. Para isso Jesus lhes diz que o quando e os sinais não se relacionam. Por isso, Jesus transmite que quando esses sinais estiverem acontecendo não pense que a volta de Jesus será eminente, apenas não deixe que esses sinais o engane.  
         É fácil ser engando pelos sinais. Foi assim na história humana. Nos anos (66 – 70 d.C.) muitos viram a destruição do templo como o início da tribulação.
         Os sinais mostram que o fim virá, mas, não se sabe quando, afinal, “estas coisas são o princípio das dores” (Mc 13.8). Sendo o princípio das dores, é necessário lembrar a explicação de Jesus narrada pelo evangelista João (Jo 16, 21-22), onde diz que as dores de uma mulher para dar à luz é terrível, mas, a alegria de ter seu filho nos braços a faz esquecer toda a dor. Assim, o cristão na vida de fé, sabe que por mais que sofra nesse mundo e por mais que sofra com os sinais do fim, “E lhes enxugará dos olhos toda a lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas já passaram” (Ap 21.4).
         Muitos se assustam pelos sinais que acontecem, no entanto, o convite de Jesus é de que cada qual “persevere até o fim” (Mc 13.13).
         A minha pergunta não é sobre quando se dará o fim, mas, como viver na fé em meio aos sinais que mostram que um dia se dará o fim. Por isso, “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima” (Hb 10.25).
         “...aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mc 13.13). Por isso, não esqueça as belas palavras do profeta Daniel: “Nesse tempo, aparecerá o anjo Miguel, o protetor do povo de Deus. Será um tempo de grandes dificuldades, como nunca aconteceu desde que as nações existem. Mas nesse tempo serão salvos todos os do povo de Deus que tiverem os seus nomes escritos no livro de Deus. Muitos dos que já tiverem morrido viverão de novo: uns terão a vida eterna, e outros sofrerão o castigo eterno e a desgraça eterna. Os mestres sábios, aqueles que ensinaram muitas pessoas a fazer o que é certo, brilharão como as estrelas do céu, com um brilho que nunca se apagará” (Dn 12.1-3). Amém.


M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Uma coisa pela qual não orar!

08 de novembro de 2015
24º Domingo após Pentecostes
Sl 146; 1Rs 17.8-16; Hb 9.24-28; Mc 12.38-44
Tema: Uma coisa pela qual não orar!

         O último dia de outubro, bem como os dois primeiros dias do mês de novembro, são dias cheios de mistério. Três dias repletos de festividades devido a um único fato: ignorância espiritual. Para ajudar as pessoas em sua ignorância espiritual é necessário reflexão constante em torno da Palavra de Deus.
         O 1º de novembro é o dia em que muitos celebram o dia de todos os santos, celebração em honra aos santos e mártires.
         31 de outubro, dia que aqui no Brasil é popularmente conhecido como dia das bruxas, é o dia em que segundo uma crença celta, as almas dos mortos voltam à terra no seu local de nascimento.
         O dia de finados é uma celebração aos santos defuntos desde a Idade Média por sugestão do abade Francês Odilon de Cluny (998 D.C.). O objetivo é relembrar a memória dos mortos, e para os católicos apostólicos romanos, dia de orar pelas almas dos que já morreram, visto que, estão no purgatório para se purificar. Por estarem no purgatório, é necessário que os vivos orem por suas almas. 

    Desde o cristianismo primitivo, sob as ruínas do Império Romano, muitos cristãos tem o costume de orar pelos mortos. Principalmente pelos mártires, aqueles que preferiram morrer ou negar sua fé. Esses mártires, são pessoas que morreram em estado de graça, mas não foram beatificados, ou seja, oficialmente não são santos da igreja, mas das pessoas.
         No calendário romano existiam duas festas dedicadas aos mortos: as parentalia, realizadas entre 13 e 21 de fevereiro, onde se apaziguava os mortos com a oferenda de refeições, e a segunda festividade dedicada aos mortos era a lamuria, nos dias 9,11 e 13 de maio, quando as almas eram exortadas a deixarem os vivos em paz e partirem para seu repouso.
         Não estranhem, mas, por ignorância espiritual, essa prática também existe entre os luteranos devido à tradição, ou pelo costume popular.
         É difícil falar sobre esse assunto com as pessoas, pois, trazem consigo o lado emocional, a saudade, e a incerteza da salvação do ente querido que morreu.
        É importante registrar e guardar na memória o fato de que no início da história da Igreja, os cristãos rejeitavam a ideia de relacionamento com os mortos. Nessa época muitos pensavam que as almas simplesmente ficavam adormecidas até o dia do julgamento final. Assim, revelam as palavras do autor a carta aos Hebreus: “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hb 9.27). Mas, na medida em que se foi espalhando, o cristianismo se adaptou a outras formas culturais e anexou as mesmas dentro da sua liturgia. Assim como muitos povos da antiguidade, os cristãos passaram a orar pelos mortos. Diante dessa realidade, a partir do século V a Igreja Católica Apostólica Romana adotou a prática e a oficializou no século XI por meio do Papa Silvestre II, João XVIII e Leão IX. A data, 02 de novembro, só foi estabelecida no século XIII.
         Enquanto aqui no Brasil a festividade de Dia dos finados envolve um clima de tristeza, no México é cheia de alegria, com um enorme banquete, visto que segundo a crença mexicana, os mortos voltam para fazer uma visitinha. Por isso, os doces, a comida e principalmente o pan de muerto são arrumados para recepcionar as almas. 
         O objetivo do dia de finados está pautada numa doutrina Católica Apostólica Romana, a qual tem por objetivo que as almas não sofram pela ausência de votos e orações, a qual garantirá a sua salvação, visto estar se purificando no purgatório. Um segundo objetivo é homenagear os que partiram, principalmente os santos e milagreiros.
         Observando esses dois costumes é preciso ler o texto de reflexão para esse 24º Domingo após Pentecostes, “assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação” (Hb 9.28).
         Esse aguardar para a salvação é a pedra de tropeço de muitos. Onde se aguarda? Como se aguarda? Eis que surgiu a doutrina Católica do purgatório, por isso há oração pelos mortos, indulgências, obra a favor dos mortos, etc.
         Todos os que morreram na fé, aguardam a salvação que já lhes está garantida pela fé na qual morreram. O profeta Isaías escreveu: “... contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (Is 53.12). Jesus é o mediador para a salvação. Os que aguardam a salvação são todos aqueles que vivem e morrem na fé nesse mediador. Por causa da certeza da salvação em Jesus, o apóstolo Paulo escreveu aos Romanos, presos em suas superstições: “Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós” (Rm 8.34).  
         Se Jesus intercede por nós junto ao Pai, há necessidade de alguém ser o nosso intercessor na morte? Não, não há. Jesus morreu pelos nossos pecados (1Co 15.3); Jesus é o pagamento pelos nossos pecados (1Jo 2.2). 
         Jesus aniquilou o pecado (Hb 9.26). Assim, continue aguardando nele. Lembremos as palavras do salmista: “Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação. Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; ...” (Sl 146.3-4).
         É necessário que se faça oração pelos mais variados motivos, mas, não convém orar pelos mortos. “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hb 9.27). Não haverá mudança na situação dos que morreram. Quem morreu em Cristo, salvo está, quem morreu sem Cristo, infelizmente, condenado está. Ocupe-se dos vivos para que os mesmos vivam não só nesta vida, mas por toda uma eternidade. O apóstolo Paulo recomenda que oremos pelos vivos, pois, esses ainda vivem no tempo da graça e podem ter seus corações transformados (Rm 2.3-9). Os que estão mortos já tem sua situação definida. Pelos mesmos, não há mais nada que possamos fazer na questão da salvação. Por isso, aos vivos vale lembrar, hoje é o dia de ser salvo (2Co 6.2). Arrependa-se dos seus pecados, confesse-os a Deus e recebe o perdão de Deus em Jesus. Viva hoje e sempre na verdadeira fé na obra de Jesus. Pois, firme na fé, tanto os vivos e os que morreram na mesma tem a certeza da salvação e aguardam Jesus Cristo para a salvação. Amém!

M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

Dar a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)

  Quarto Domingo de Páscoa 21 de abril de 2024 Salmo 23; Atos 4.1-12; 1Jo 3.16-24; João 10.11-18 Texto: 1João 3.16-24 Tema: Dar a ...