segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O verdadeiro cristão

1º Domingo de Advento
Sl 80.1-7; Is 64.1-9; 1Co 1.3-9; Mc 11.1-10 ou Mc 13.24-37
Tema: O verdadeiro cristão.

         Acredito que muitos já tenham ouvido a musica: “Você não vale nada. Mas eu gosto de você! Tudo o que eu queria era saber por que...
         Quando se diz que alguém “não vale nada”, está se dizendo que a pessoa “não presta”, “comete muitos erros”, ou “vive aprontando”. Mesmo assim, sem explicação essa pessoa que aparentemente seria detestada é amada por alguém.
         Ser amado mesmo tendo defeitos. É como um objeto quebrado. Mesmo que não seja útil para aquilo que foi fabricado, não se joga fora, por causa do carinho que se têm pelo mesmo.
         As palavras do profeta Isaías nos levam a refletir sobre a certeza de que não valemos nada, mas Deus nos ama. O profeta diz: “Todos nós nos tornamos impuros, todas as nossas boas ações são como trapos sujos. Somos como folhas secas; e os nossos pecados, como uma ventania, nos carregam para longe” (Is 64.6).
         Cuidado! Tem muito pastor que se diz evangélico, mas está comunicando que “todo aquele que faz isso ou aquilo não é cristão”. A verdade é que frequentemente um cristão age de modo que não condiz com os princípios cristãos. O apóstolo Paulo descreve o cristão da seguinte maneira: “Pois eu sei que aquilo que é bom não vive em mim, isto é, na minha natureza humana. Porque, mesmo tendo dentro de mim a vontade de fazer o bem, eu não consigo fazê-lo” (Rm 7.18). O apostolo Paulo descreve a doutrina da tribulação espiritual na qual constantemente os cristãos são incorporados, para confortá-los. O cristão é um ser dividido. Todo cristão sempre visa fazer o bem, mas infelizmente não atinge seu alvo. O não praticar o bem não quer dizer que a pessoa em si não seja cristã, pois na sua grande maioria tenta fazer o bem. Querer o bem é a principal característica do cristão.
         Quem não gostaria de se ver livre do pecado?
         A real condição de cada pecador é que se sente escravo do pecado. Mas, a diferença do cristão verdadeiro é que, mesmo que peque, não serve ao pecado com alegria. Reconhece sua situação e sente pesar, tristeza e vergonha pelos seus pecados que inúmeras vezes são cometidos involuntariamente.
         A grave enfermidade espiritual é a falta de segurança da parte dos cristãos. Todo cristão, por mais fiel que seja em sua congregação, por mais ativo e prestativo que seja, é um miserável pecador. Cada pecador, seja um cristão ativo ou inativo, necessita da graça de Deus em Jesus. 
         A vida cristã é tida como uma corrida em direção a um alvo. No entanto, parece que quanto mais se corre, mais distante se está do alvo. A cada passo na corrida em direção ao alvo, se vê o quanto é incapaz de alcançar o prêmio da vida.
       Diante de um “suposto cristão piedoso, fervoroso, ativo na igreja”, as pessoas se sentem desesperadas, pois concluem que nunca poderão chegar àquele estágio de piedade, fervor, etc. A esses, a Palavra de Deus mostra o quanto cada ser humano, devido ao pecado é frágil.
         Cada pecador quando começa a sua vida na igreja, passa a viver julgando-se melhor que os outros. Abandona o mundo e os seus vícios. Mas, na medida em que se confronta com as tribulações, com as tentações, vê que não pode lutar contra o pecado. Todo cristão ao ser cristão é atacado com maior violência do que antes de ser cristão, e sendo atacado com tanta violência, acaba concluindo que a igreja está lhe fazendo mal, pois se vê pior que era antes. Mas, a verdade é que como cristão, agora sabe que tudo o que fazia e faz é pecado, por isso se sente pior.
         O cristão nunca faz tudo o que deveria. Pecar por fraqueza ou precipitação não impede que a pessoa seja cristã e nem deixará de ser cristão por causa disso. Não existe ser humano perfeito, “Todos nós sempre cometemos erros. Quem não comete nenhum erro no que diz é uma pessoa madura, capaz de controlar todo o seu corpo” (Tg 3.2). Todo ser humano é pecador, peca por pensamentos, desejos, gestos, palavras e ações. Todo ser humano é fraco e pobre pecador. Não consegue banir o pecado do coração, mesmo que se busque e queira se ver livre do pecado. Não importa os jejuns, os dízimos, as atividades realizadas na igreja, etc.
         Disse o profeta Isaías: “Todos nós nos tornamos impuros, todas as nossas boas ações são como trapos sujos. Somos como folhas secas; e os nossos pecados, como uma ventania, nos carregam para longe” (Is 64.6).
         Ao dizer “nossas boas ações são como trapos sujos...o profeta Isaías anuncia que não importam quais são e serão as ações, elas, jamais nos purificarão diante de Deus. A verdade é que Deus nos envolve com o manto da justiça de seu Filho Jesus Cristo.
         O fato é que somos pecadores, de natureza pecaminosa, e como tal conclui-se junto com Jó: “O ser humano, que é impuro, nunca produz nada que seja impuro” (Jó 14.4).
         Que situação!Todos nós nos tornamos impuros, todas as nossas boas ações são como trapos sujos. Somos como folhas secas; e os nossos pecados, como uma ventania, nos carregam para longe” (Is 64.6). Acalme-se! Jesus ensinou cada cristão a orar da seguinte maneira: “Perdoa-nos as nossas dívidas”.
         Não se pode negar que somos pecadores, mas isso não quer dizer que podemos cometer pecados intencionalmente na justificativa de que, “bem, eu sou pecador. Lembre-se, um pecado intencional pode afastar o Espírito Santo da pessoa. Um cristão sabe o que é perigoso e por isso cuida, pois sabe e reconhece sua fraqueza.
         Cada cristão ao pecar sente-se prontamente levado a procurar o Pai no céu, confessar seus pecados e pedir perdão. Todo cristão ao confessar seu pecado verdadeiramente arrependido sente-se perdoado em Cristo.
         Ah milhares de cristãos sofrendo. Sofrem por que estão cheios de angústia e desespero e lutam consigo mesmos e clamam: “Oh, maldita pessoa que sou!Lembre-se! Ser cristão não é ter pensamentos agradáveis a todo o momento, ser cristão é ter certeza de que apesar desses sentimentos amargos, é aceito por Deus e que na hora da morte, será recebido no céu.
         Convivo com pessoas que querem dar um show de santidade. Evitam certos tipos de conversa, erguem os olhos piamente para os céus, recitam as Escrituras constantemente, lê a Bíblia nas horas de lazer. Tudo para impressionar as pessoas, assim como me impressionam. Tudo bem, eu sei que os mesmos são cristãos, mas não quer dizer que eu que não faço isso não seja um cristão.
         A vida cristã é uma constante luta entre carne e espírito. O Espírito Santo atua através dos frutos da fé, mas a carne também está presente na vida do cristão. O diabo nunca descansa, por meio de tribulações e tentações leva o cristão a escorregar e afastar-se do único remédio que o cura, Pregação, Batismo e Santa Ceia.
         Mesmo que tenha aprendido a lição de que não são nossas ações que nos purificam diante de Deus, é preciso admoestar a todos, a nos guardar da negligência e da preguiça. A carne pecaminosa é preguiçosa as coisas do Espírito. Por esse motivo, Deus, a cada culto, estudo bíblico, escola bíblica, e reuniões de departamentos vêm ao nosso encontro para nos encorajar e animar ao seu serviço. Somente o Espírito Santo pela fé nos leva a ação. Sem Deus não somos nada! Sem o manto da justiça que é Jesus Cristo estamos perdidos. Pois, “Todos nós nos tornamos impuros, todas as nossas boas ações são como trapos sujos. Somos como folhas secas; e os nossos pecados, como uma ventania, nos carregam para longe” (Is 64.6). Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Vantagem significativa.

Ultimo Domingo do ano Eclesiástico – 23/11/14
Sl 95.1-7; Ez 34.11-16,20-24; 1Co 15.15-20; Mt 25.31-46
Tema: Vantagem significativa.

         No calendário da igreja o dia 23 de novembro de 2014 marca o ultimo domingo no ano eclesiástico. Como sempre, o ultimo domingo no calendário da igreja é dedicado ao ensino sobre a segunda vinda de Jesus. A leitura do evangelho desse dia (Mt 25.31-46) anuncia que por ocasião da segunda vinda de Jesus, haverá nítida e final separação entre os benditos e malditos diante de Deus.
         Os benditos são àqueles que receberam Jesus e pela fé em Jesus viveram e vivem suas vidas. Os malditos são àqueles que não receberam e nem recebem Jesus, são os que perseguiram e perseguem os que pregavam e pregam a Palavra de Deus.
    Nesse mundo os benditos estão em desvantagem. Essa desvantagem é caracterizada pelos muitos oponentes e opositores ao Evangelho. No entanto, ambos, bendito e maldito têm um inimigo em comum: a morte.
         Tanto os benditos como os malditos a qualquer momento encararão a morte de frente. Nessa situação, os benditos estão em vantagem. Uma vantagem que não foi adquirida pelos seus esforços e méritos. A vantagem foi dada pela graça de Jesus, pelo poder do Espírito Santo que pela fé os tornou benditos. Essa mesma graça continua sendo oferecida também aos malditos para que se arrependam e em Jesus sejam tornados benditos.
         Qual é a vantagem dos benditos por ocasião da morte? Bem! Não é apenas um sepultamento de pompa. A vantagem é “...a garantia de que os que estão mortos também serão ressuscitados” (1Co 15.20). O apóstolo escreve essas palavras para repreender aqueles que haviam ensinado e crido coisas erradas sobre a ressurreição da carne. Ao anunciar sobre a vantagem do bendito, Paulo lembra que: “Se a nossa esperança em Cristo (a esperança cristã da ressurreição e da vida eterna) só vale para esta vida, nós somos as pessoas mais infelizes deste mundo” (1Co 15.19).
         Todo cristão, todo àquele que foi tornado bendito pela fé, vive na expectativa da segunda vinda de Jesus. Essa expectativa aumenta na medida em que os sinais do fim vão ocorrendo. Essa expectativa quanto à segunda vinda de Jesus deve-se ao fato do cristão não ter a sua esperança apenas para essa vida. O cristão vive na expectativa e na certeza de que pela fé está e será salvo, assim como disse Jesus: “Aquele que crê em no Filho não é julgado;...” (Jo 3.18).   
         A vantagem do cristão sobre o maldito está na certeza da ressurreição e da vida eterna. O cristão sabe que a sua vida é completa. Plenitude essa não representada pelos bens materiais, pelo status social, etc. A plenitude da vida cristã está no fato de crer que mesmo que essa vida seja interrompida pela morte, não termina, pois, o próprio Jesus, aquele que ressuscitou e venceu o nosso inimigo, a morte, disse: “...Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;...” (1Co 15.25). A vantagem do cristão é que crê na verdade, e “...a verdade é que Cristo foi ressuscitado, e isso é a garantia de que os que estão mortos também serão ressuscitados” (1Co 15.20).
         O cristão vive na expectativa da segunda vinda de Jesus na certeza da ressurreição. A morte pode atingir a qualquer pessoa em qualquer momento, mas esse inimigo assustador já foi vencido por Jesus Cristo que ressuscitou dos mortos “...e isso é a garantia de que os que estão mortos também serão ressuscitados” (1Co 15.20). 
         A morte já foi vencida por Jesus, mas continua atingindo cada pecador seja bendito ou maldito. No entanto, o bendito vive consolado e confortado, pois pela fé crê na ressurreição e na vida eterna.
         Mesmo que haja essa esperança e certeza da ressurreição, cada cristão precisa estar preparado para a hora da sua morte. Jesus Cristo continua vencendo a morte pelo evangelho. E é por este evangelho que Deus em amor aos malditos e benditos deseja que cada qual o conheça e seja salvo.
        Continuemos ouvindo o evangelho, alimentando-se do mesmo e principalmente testemunhando o evangelho, pois esse é o poder de Deus para salvar todos os pecadores (Rm 1.16). O evangelho torna o pecador maldito em bendito diante de Deus. E todos os benditos pela fé ouvirão por ocasião da segunda vinda de Jesus: “...Venham, vocês que são abençoados pelo meu Pai! Venham e recebam o Reino que o meu Pai preparou para vocês desde a criação do mundo” (Mt 25.34). Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Sem surpresas quanto à segunda vinda de Jesus

23º Domingo após Pentecostes – 16/11/2014
Sal 90.1-12; Sf 1.7-16; 1Ts 5.1-11; Mt 25.14-30
Tema: Sem surpresas quanto à segunda vinda de Jesus.

         Desde a época de César Augusto, a “pax romana” era uma expressão política muito forte. Era um slogan quase que divino. Era como que “só Roma pode dar a paz. Fique fiel ao império, e estará sempre com capacete e com couraça, ou seja, em paz e segurança”.
         Essa era a bandeira romana para manter os povos de classe baixa quieta, longe da possibilidade de levantar-se contra o governo.
         A primeira carta aos Tessalonicenses tem uma intensidade politica muito grande por questionar essa suposta paz e segurança do império romano.
         A primeira carta aos Tessalonicenses foi escrita por Paulo, colaborado por Silvano e Timóteo por volta do ano de 51 a.C. Nessa época, pouco antes, o imperador Calígula, se auto definiu como deus. Mandou erigir estátuas em vários templos do império, inclusive Jerusalém. Em Jerusalém não pode ver a estátua pronta, pois acabou morrendo antes disso.
         Paulo, Silvano e Timóteo anunciaram aos Tessalonicenses que o único Senhor é Jesus Cristo, o ressuscitado. A mensagem proferida nas três semanas que esteve em Tessalônica a respeito do Senhor ressuscitado, do único que oferece e dá paz e segurança impactou os ouvintes. Tanto que 30 anos mais tarde, o médico Lucas apresenta na pesquisa apresentada em Atos dos Apóstolos que os evangelistas “...revolucionaram o mundo inteiro...agiram contra os decretos de César, afirmando ser Jesus outro rei” (Atos 17.6,7).
         “Quando andarem dizendo: Paz e Segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão” (1Ts 5.3).
         A “paz e segurança” oferecida pela “pax romana” era mentirosa, discriminatória e classista. A paz que Jesus oferece e dá é verdadeira e igualitária. Jesus veio quebrar os murros da separação entre as raças. Jesus veio para trazer paz aos corações humanos. O seu evangelho traz paz e quebra os murros da indiferença.
         Diante dessa mensagem salvadora, consoladora e igualitária, a igreja de Tessalônica passou a ser perseguida por se opor a adoração ao imperador. Os tessalonicenses, principalmente os cristãos que em sua maioria eram operários, viviam na opressão política, revolucionaram o mundo de então se opondo ao imperador e não lhe rendendo adoração requerida. A apatia, o silêncio, deu lugar à esperança e ao testemunho a respeito de Jesus, aquele que oferece e dá a verdadeira paz e segurança.
         Os tessalonicenses se tornaram modelo na Macedônia, Acaia e toda a parte. Por isso foram chamados de “fiéis” (1Ts 1.7) ou seja, “resistentes.”
         Mas, infelizmente, Timóteo não havia trazido boas noticias ao apóstolo Paulo sobre esses fiéis. Os bravos iniciantes resistentes estavam sucumbindo diante da perseguição e das dúvidas a respeito da ressurreição e dos mortos. Os fiéis que haviam depositado toda confiança em Jesus corriam o risco de viver irresponsavelmente refugiando-se em falsa segurança e paz da politica romana.
         Pessoas buscavam e buscam “paz e segurança” num sistema político humano, falho, opressor, discriminatório e desigual. No entanto, todo esse sistema não resistiria mediante a segunda vinda de Jesus.
         Para acalmar seus corações, Paulo, Silvano e Timóteo fazem uso do único meio que pode tranquilizar os cristãos, anunciaram a mensagem do evangelho. O evangelho, a boa notícia anuncia que: “Deus não nos escolheu para sofrermos o castigo da sua ira, mas para nos dar a salvação por meio de Jesus Cristo, que morreu por nós para podermos viver com ele, tanto se estivermos vivos como se estivermos mortos quando ele viver” (1Ts 5. 9-10).       Quando o assunto é fim do mundo e ressurreição dos mortos, de certa maneira, vivemos numa falsa segurança.
         A falsa segurança que enfrentamos em pleno século XXI está no fato de não querermos ouvir as profecias a respeito do fim. É compreensível! Afinal, ouvimos as mais variadas previsões sobre o fim e todas fracassadas.
         Infelizmente todas as previsões humanas acabaram conduzindo às pessoas a incerteza quanto à segunda vinda de Jesus. Todos os fracassos das previsões humanas aconteceram por não ter se dado ouvido à única certeza da Palavra de Deus: “Jesus virá para julgar os vivos e os mortos num dia como outro qualquer. Ninguém sabe o dia e hora, será sem aviso, assim como faz um ladrão ao invadir uma casa.”
         O dia do Senhor, a segunda vinda de Jesus tarda, mas não falha. Esse evento é real, só não sabemos o dia e o momento, mas estaremos em festa, vivendo nossa vida normal. Pode ser que seja hoje!
         Mas, aos cristãos a quem Paulo escreve dando a certeza da segunda vinda de Jesus, a preocupação não é com o dia da volta de Jesus. A preocupação cristã é viver e esperar esse dia sem que a expectativa e a ansiedade atrapalhe viver hoje.
         Como cristãos vivemos o hoje na certeza do fim que pode ser a qualquer momento. Viver o hoje é viver acordado, ou seja, em pleno raciocínio. Viver o hoje é viver vigiando, sendo conhecer dos fatos que lhe cercam. Viver o hoje é viver sóbrio, sendo capaz de analisar os fatos a luz da fé.
         A motivação para viver acordado, vigiando e sóbrio vem da esperança e da fé. Sem a fé em Jesus e sem esperança na certeza da vida eterna corre-se o risco de se perder ao longo da caminhada cristã.
         Já fomos e infelizmente continuaremos sendo enganados pelas previsões humanas a respeito da segunda vinda de Jesus. Mas, não se esqueça, “...o Dia do Senhor vem como ladrão de noite. ...” Por isso, na fé e na esperança, cuide para que “...esse Dia não vos apanhe de surpresa”.
         Assim como os Tessalonicenses, em pleno século XXI, cristãos de todo o mundo correm perigo. O perigo de viverem uma suposta “paz e segurança” politica. Perigo de duvidar do ensino correto e refugiar-se em ensinamentos enganosos a respeito da segunda vinda de Jesus. Graças a Deus que temos um auxílio certo e seguro na verdadeira fé e na esperança, por isso: “...animem e ajudem uns aos outros, como vocês tem feito até agora” (1Ts 5.11). Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

cristo_para_todos@hotmail.com

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O verdadeiro culto a Deus

22º Domingo após Pentecostes – 09/11/14
Sl 70; Am 5.18-24; 1Ts 4.13-18; Mt 25.1-13
 Tema: O verdadeiro culto a Deus. 
        
         Cada uma das religiões tem suas ramificações. No cristianismo há mais de 30 mil ramificações. Cada qual adora a Deus de maneira própria. A grande maioria dos grupos religiosos afirma que Deus se agrada da maneira como eles o adoram, assim, Deus não se agrada de como os outros o adoram. A proposta da mensagem baseada no texto de Amós 5.18-24 não é condenar a maneira que os outros adoram a Deus. A proposta e o objetivo é esclarecer: o que é culto? Onde começa e termina o culto? Assim cada qual chegará à conclusão se adora a Deus verdadeiramente ou não.
         Pelo profeta Amós, Deus diz: “Eu odeio, eu detesto as suas festas religiosas; não tolero as suas reuniões solenes. Não aceito animais que são queimados em sacrifício, nem as ofertas de cereais, nem os animais gordos que vocês oferecem como sacrifícios de paz. Parem com o barulho das suas canções religiosas; não quero mais ouvir a música de harpas” (Am 5.21-23). Pelo profeta Isaías, Deus diz: “Quando vocês levantarem as mãos para orar, eu não olharei para vocês. Ainda que orem muito, eu não os ouvirei, pois os crimes mancharam as mãos de vocês” (Is 1.15). Por esses dois textos conclui-se que Deus aceita alguns cultos e rejeita outros.
                Será que Deus aceita nosso culto? O culto não é agradável a Deus pelos sentimentos ou ideias religiosas de seus membros.
         O que é culto?
         Alguns afirmam que, quando os cristãos começam a adorar a Deus e quanto mais o adoram, isso “cria um canal de comunicação que permite que Deus fale e seja ouvido” (Tom McDonald).  
   Para outros, “culto é uma questão de obediência” (João Calvino).
         Alguns dizem que culto, adoração, “é basicamente um ato ou um dever que devemos cumprir. É o primeiro ato da virtude da religião” (Catecismo Católico).  
         Como pastor Luterano (IELB), baseado nas Confissões Luteranas, afirmo que “culto é o encontro de Deus com seu povo!
         Infelizmente, parte do protestantismo mundial, está ensinando que as pessoas têm que se conectar com Deus fazendo uma “decisão” ou um “compromisso” com Cristo, ou determinada oração.
         O diabo, inimigo da igreja, procura devorar os filhos de Deus, e com uma capacidade incrível, está pouco a pouco estragando o culto que agrada a Deus. O diabo faz isso levando as pessoas a concluírem que elas com suas ações e pensamentos se conectam a Deus. Leva pessoas a se sacrificarem para se manter ligadas com Deus, afinal, a ligação conseguida foi devido ao seu esforço.
         Diante desse cenário, pessoas são convidadas a realizam cultos de reavivamento, participarem de cruzadas da vitória, cultuarem com músicas vigorosas, pastores pregam sermões exigentes, e ao final, as pessoas são convidadas a virem diante do altar para se entregar a Deus. Tudo se inicia pela decisão pessoal.
      Compromissado com a verdade da palavra de Deus quero que você leitor, ouvinte, entenda que culto é Deus vindo ao nosso encontro. Deus se encontra conosco pelos meios da graça que disponibilizou para tal, Batismo, Pregação e Santa Ceia. Pelo Batismo e pela Pregação, Deus nos ligou a Ele. Por esses meios disponibilizados por Deus, além de vir ao nosso encontro, mantém essa ligação conosco. Deus é o agente e os filhos de Deus são os recipientes. 

         Só é possível cultuar a Deus porque o culto começa em Deus. No entanto, esse culto que inicia em Deus objetiva alcançar, por isso o culto termina no próximo. E justamente, por causa da inversão, ou seja, porque o povo de Israel prestava culto a Deus como obra humana e não amarem o próximo, Deus os repreende através de Amós: “Eu odeio, eu detesto as suas festas religiosas; não tolero as suas reuniões solenes. Não aceito animais que são queimados em sacrifício, nem as ofertas de cereais, nem os animais gordos que vocês oferecem como sacrifícios de paz. Parem com o barulho das suas canções religiosas; não quero mais ouvir a música de harpas” (Am 5.21-23).
         Será que necessitamos ouvir essa repreensão?
       Israel estava enfrentado males gêmeos, ou seja, adoração ardorosa a Deus, mas não tinham nenhuma preocupação social. Israel vivia numa falsa segurança. Eles imaginavam-se seguros por ser povo de Deus. O fato de serem filhos de Deus os acomodou na vida social.
         A denúncia do profeta Amós é muito grave, mesmo para o século XXI. Não adianta adoração aparente, ou apenas de boca. Não é um “ex opere operato” que irá agradar a Deus. O que agrada a Deus é que sua justiça, aquela que o pecador recebe em Jesus, seja a justiça vivida socialmente. O culto iniciado em e por Deus é o culto continuado no encontro com o próximo em sua vida social.
         O que determina e define o culto é tudo o que Deus revelou e faz através da sua Palavra. Por esse motivo, mais uma vez destaco a importância do terceiro mandamento. Nesse mandamento Deus deseja que seus filhos santifiquem um dia para ouvir e estudar a sua Palavra. Sem a Palavra de Deus, sem o Evangelho, não há adoração a Deus. Deus vem ao encontro dos seus filhos (Batismo, Evangelho e Santa Ceia) e os filhos de Deus por esse encontro vão ao encontro do próximo. Culto é Deus falando e seu povo escutando. Culto é a reunião das ovelhinhas de Jesus ouvindo o soar da voz do bom pastor Jesus.
         Culto não é obra humana! Culto é obra divina! Culto é Deus se encontrando com seus filhos através dos seus meios da graça. Deus se encontra com seus filhos e os motiva a uma resposta: testemunho, serviço, oferta. Infelizmente, tem se colocado a resposta como ação meramente humana, mas não há ação humana sem motivação divina, fé verdadeira.
         O conteúdo do culto é a Palavra de Deus. No culto, Deus nos serve, e desse servir, as pessoas são enviadas para servir ao próximo. É justamente essa falta de serviço ao próximo que o profeta Amós da parte de Deus reclama do povo.
         Deus guarde o nosso coração e a nossa mente para que em verdadeiro culto saibamos que na obra perfeita de Jesus, Deus se encontrou conosco. Éramos pobres e necessitados, em Jesus, Deus veio ao nosso auxílio. Ele é a nossa ajuda e o nosso libertador. Amém!


Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com

Em Jesus - uma nova aliança!

  17 de março de 2024 Salmo 119.9-16; Jeremias 31.31-34; Hebreus 5.1-10; Marcos 10.35-45 Texto: Jeremias 31.31-34 Tema: Em Jesus -  um...