terça-feira, 28 de outubro de 2014

A vida dentro e fora de casa

21º Domingo após Pentecostes
Sl 43; Mq 3.5-12; 1Ts 4.1-12; Mt 23.1-12
Tema: A vida dentro e fora de casa.

Primeiramente quero chamar atenção para os problemas entre os cristãos na cidade de Tessalônica. Perseguição; dúvidas sobre a segunda vinda de Cristo; saudades do apóstolo Paulo; moralidade sexual; falta de amor fraterno; desrespeito; falta de perseverança.
Quais desses problemas há entre nós?
Como era a cidade de Tessalônica?
         Por ser um importante centro comercial, a cidade estava sempre movimentada e era muito influenciada por todos os tipos de pensamentos.
Como é a cidade em que moramos? Como somos influenciados e influenciamos?
Como iniciou o trabalho em Tessalônica?
         Conforme o texto de Atos 17.1-9, vemos que Paulo e Silas por três semanas em Tessalônica explicando as Escrituras. Muitas pessoas foram persuadidas a confiar em Cristo e pelo poder do Espírito Santo foram convertidas ao cristianismo. Mas, os judeus que se sentiram ameaçados, por inveja, começaram a atrapalhar o trabalho de Paulo e Silas. Chegaram a invadir a casa de Jasom em busca de Paulo e Silas.
         Na carta aos Tessalonicenses (1Ts 2.14-17), Paulo lembra da perseguição a qual ele e toda a igreja esteve exposta. Mas, a perseguição não atrapalhou a formação da igreja. Essa igreja não se acovardou, mas segundo Paulo os membros eram “...modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia” (1Ts 1.7) e passaram a ser considerados como “nossa glória e nossa alegria” (1Ts 2.20).
         A carta de Paulo aos Tessalonicenses está dividida em duas partes. 1Ts 1 – 3 e 4 – 5. Nos capítulos 1 - 3 Paulo relata sobre sua saída repentina de Tessalônica após três semanas e o quanto sofrimento os cristãos dessa cidade padeceram.
         Os três primeiros capítulos mostram que os tessalonicenses sentiram saudades dos apostolo Paulo, e por meio de Timóteo fizeram inúmeras perguntas, e esperavam ansiosamente a volta de Paulo à Tessalônica. Paulo respondeu as questões em duas cartas e diz que esperava voltar a Tessalônica para consolá-los pessoalmente.
         A segunda parte da primeira carta aos Tessalonicenses (cap. 4-5) é consoladora e exortativa. Paulo exorta à santificação.
O texto de estudo: 1Ts 4.1-12 faz parte do tema santificação.
         O que é santificação? É a vida cristã resultante da salvação em Jesus. A vida santificada só pode ser vivida por um santo. Quem são os santos? Conforme confessado no Credo apostólico “a santa igreja cristã é a comunhão dos santos.” Essa comunhão dos santos são os que se reúnem não por causa de seus méritos, ou por suas boas ações, mas por causa da fé em Jesus. A fé na obra de Jesus é que torna um pecador, santo.
         Para a comunhão dos santos, o apostolo escreve uma Exortação”. Essa exortação visa reanimar, dar forças, confortar. Paulo escreve “Nós os animamos e aconselhamos para que vocês vivessem de uma maneira que agrade a Deus,...” (1Ts 2.12). Essas palavras ensinam aos cristãos de Tessalônica que “dirijam-se, conduzam sua vida, suas atitudes sob o olhar de Deus para um alvo certo”.
         As pessoas que haviam ouvido a respeito de Jesus e foram persuadidas pelo Espírito Santo para crerem, eram ex pagãos. No paganismo tinham um ritmo de vida completamente diferente da nova vida em Cristo.
         A cultura do império romano bem como o paganismo permitia ao homem ter muitas mulheres. Podia-se explorar o outro, o desrespeito era tido como normal. Essa antiga realidade estava sendo contraposta com a nova vida em Cristo Jesus, que era uma vida de amor. Os velhos costumes eram suplantados pela nova vida em Cristo.
         Os tessalonicenses estavam sendo chamados a mudar o jeito de ver as coisas, sob a perspectiva de Deus, aquele que os havia resgatado das trevas para a luz. Como pagãos tinham uma mentalidade, como cristãos, pessoas perdoadas por Jesus, seu novo olhar era da perspectiva de Deus.
         As recomendações do Apóstolo Paulo têm, no batismo, o seu ponto de partida e, na ressurreição, o seu ponto de chegada. O Espírito Santo inicia, em nós, no batismo, sua obra de santificação, que não será concluída nesta vida, mas somente na vida eterna, quando ressuscitaremos, com Cristo, livres de toda impureza e pecado. Entre o batismo e a ressurreição, o Espírito Santo, que habita em nosso coração, nos santifica, guia e fortalece na luta diária contra o pecado, para vivermos segundo a santa vontade de Deus.
         O apostolo Paulo fala sobre a vida cristã em duas dimensões fora da igreja: dentro e fora de casa.
         Para a vida santificada dentro de casa Paulo aconselha: abster da prostituição; cuidar da esposa; respeito por todos.
         Para a vida santificada fora de casa Paulo aconselha: amar os outros; cuidar da própria vida; ganhar os bens sem exploração através do seu próprio trabalho.
         Nossa velha natureza nos impede de vivermos uma vida santificada dentro e fora de casa. O ódio, o rancor, nos faz viver em pé de briga com aqueles que nos cercam. Cuidamos muito bem da vida dos outros, mas não cuidamos da nossa. Se houver a chance de ganhar algum dinheiro fácil, não importa o serviço e sobre quem é preciso passar por cima.
         A vida santificada dentro e fora de casa é para ser vivida com espírito de servidão. Nós, pecadores, fomos servidos por Deus em Jesus. E na fé em Jesus somos enviados para viver essa fé em nossas relações dentro e fora de casa sendo influenciados pelo olhar e direção de Deus. Amém!


Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

“Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente... Ame os outros como você ama a você mesmo”

20º Domingo após Pentecostes
Sl 1; Lv 19.1-2,15-18; 1Ts 2.1-13; Mt 22.34-46
Tema: Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente... Ame os outros como você ama a você mesmo

         Vivemos numa época em que o amor parece estar muito distante de nós. Todo sistema midiático, rádio, tv, jornal, internet, bombardeiam nossa vida com notícias que nos levam a conclusão de que não existe mais amor entre as pessoas. Ficamos trancados dentro de nossas casas, dentro do nosso trabalho, com poucos momentos de lazer, afinal, ninguém é de confiança, para onde quer que se vá não há em quem confiar. 
         Cada culto é especial, mas quão maravilhoso é estarmos nesse culto, (ou termos acessado esse blog), pois temos a oportunidade, através dos textos bíblicos, de nos lembrar o que é o amor e resgatar o que entre a raça humana está quase em extinção.
         Nossa felicidade está na proporção em que amamos! Viver no amor é viver com sabedoria. Jesus amou e ensina a viver no amor, não apenas para com os amigos, mas principalmente para com aqueles que nos odeiam. Desarme-se do ódio pelo amor. Pelo amor desarme uma pessoa que vem ao seu encontro com ataques fortuitos, abraçando-a, respeitando-a. O amor precisa ser o árbitro das nossas ações, o direcionamento do nosso olhar. Ou como dito por Paulo aos coríntios, que o amor seja o óculos pelo qual olhamos para o outro.
         Os fariseus, saduceus e herodianos haviam planejado desmascarar Jesus colocando-o em contradição. Nesse intuito fizeram algumas questões para Jesus.
         Os fariseus que anteriormente (Mt 22.15-22) haviam saído cabisbaixos após a resposta surpreendente de Jesus na questão dos impostos, retornam com uma nova questão. Dessa vez a pergunta é numa área onde possuem amplo conhecimento. A questão levantada por um intérprete da lei se refere a qual dos mandamentos é o mais importante.  
         Os fariseus diziam que havia 248 regras afirmativas e 365 negativas, num total de 613 leis e regras. Diante de Jesus os fariseus querendo leva-lo a contradizer-se buscava em Jesus a resposta sobre qual era a mais importante de todos os mandamentos e regras. As leis e mandamentos se referiam à lei eclesiástica, mas já que Jesus fala sobre a vida com Deus e a vida com o próximo, quero destacar que no âmbito da vida social, não estamos livres das leis.
         Desde a promulgação da constituição federal em 1988, foram sancionadas 4,2 milhões de leis no Brasil em escala federal, estadual e municipal. Qual é a mais importante? A resposta depende do momento em que estamos vivendo. Se alguém de menor cometeu algum crime contra a minha pessoa ou alguém da minha família, a lei mais importante é aquele que ainda não existe, ou seja, a redução da idade penal.
         Na teoria os fariseus sabiam tudo a respeito da lei. Mas como toda teoria requer uma boa dosagem de pratica, Jesus ao responder aponta para a verdadeira prática da lei. A prática que provêm do amor. Todos os judeus disputavam sobre o uso, a aplicabilidade e a quantidade de mandamentos e regras. O intérprete da lei querendo fazer com que Jesus se contradissesse perguntou: “Mestre, qual é o mais importante de todos os mandamentos da lei?” De maneira clara e direta, Jesus responde: “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente...Ame os outros como você ama a você mesmo”.
         É brilhante e riquíssimo o resumo apresentado por Jesus. Nessa síntese dos dez mandamentos aprendo com o professor Jesus que tenho uma vida com Deus (3 primeiros mandamentos) e uma vida com o meu próximo (do quarto ao décimo mandamento).
      Ao responder: “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente... Ame os outros como você ama a você mesmo” Jesus está se referindo ao ser humano em sua completude. Somos um ser completo. Não podemos separar a alma do corpo e o corpo da alma. 
         Somos seres completos na vida secular, bem como na vida espiritual. Temos vida com Deus e com o próximo, com o próximo e com Deus. A vida com Deus só é possível na verdadeira fé em Jesus.
         Assim como confusão entre corpo e alma há também confusão sobre espiritualidade.
         Muitos têm uma dita vida “espiritual”. A vida “espiritual” de muitos não é adequada por não ser uma vida na verdadeira fé em Jesus. Há também uma falsa “espiritualidade” na questão de amor ao próximo. Muitos querem ser bem vistos e aplaudidos nesse mundo, mas, lembre-se: “sem fé ninguém pode agradar a Deus,...” (Hb 11.6).
         Não importa se vivemos na lei civil, ou na lei eclesiástica, em qualquer âmbito Jesus diz que o adequado é: “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente... Ame os outros como você ama a você mesmo”.
         Vivemos com Deus pela fé em Jesus e agimos para com o nosso próximo pela fé em Jesus.
         Três perguntas que ainda hoje causam muita inquietação. A pergunta sobre se é ou não adequado pagar impostos ao governo corrupto; se é verdade que os mortos vão ressuscitar; e, entre todas as leis, qual é a mais importante. A essas perguntas essenciais e inquietantes, continua valendo as três respostas dadas por Jesus, “onde está a verdadeira confiança”; “nosso Deus é Deus de vivos”; “nosso viver pela fé envolve uma vida com Deus e com o nosso próximo”.
         Jesus mostra a sublimidade do amor tão esquecido e pessimamente vivido por nós. Digo pessimamente por que, primeiro: muitos vivem um amor ganancioso, sua expectativa é usufruir vantagens de quem se está socorrendo; segundo: por causa da lei de retribuição por parte de Deus, seja pela prática de boas obras como requisito de salvação ou até mesmo como recompensa de Deus pelo bem e o amor praticado.  
         É necessário relembrar a importante lição de que o amor não começa em nós mesmos. Desde a queda da raça humana em pecado, o verbo amar passou a ser conjugado como “eu odeio”. Esse ódio revelou-se perante Deus que no jardim do Éden foi feito culpado pelo homem ao ter lhe dado à mulher.
         É importante relembrar a lição de que o amor começa em Deus. Deus nos amou primeiro. Esse amor é colocado em nós e age pela fé operada mediante o Batismo e Pregação da Palavra. 
         Enquanto o homem em seu estado pecaminoso conjugou e conjuga o verbo odiar, Deus conjuga e pratica o verbo amar. Por amor a raça humana, em Jesus, Deus buscou e busca, resgatou e resgata a raça humana. Em Jesus, Deus veio ao nosso encontro sem o nosso merecimento. Continua vindo ao nosso encontro através da sua Palavra e do Sacramento do Batismo e do Altar.
         O amor de Deus por nós em Jesus envolve toda a nossa vida, seja intelectual e espiritual, seja emocional e racional. O amor de Deus em Jesus nos foi e é dado para que tenhamos uma vida completamente verdadeira com Ele e com o nosso próximo. Amém!


Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus

19º Domingo após Pentecostes -  19/10/14
Sl 96.1-9; Is 45.1-7; 1Ts 1.1-10; Mt 22.15-22
 Tema: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus

         Em cada pergunta há um objetivo! Saber onde reside tal pessoa, onde está localizada tal avenida, etc.
         Em época de eleição observamos que o grande desejo dos candidatos em que o outro caia em contradição. Cada pergunta tem em si uma armadilha, uma pegadinha, sempre com o objetivo de se sobrepor ao concorrente.
         Falando em pergunta e resposta, Jesus também sempre foi questionado. E sobre a questão dos impostos, Jesus respondeu: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
         O contexto dessas palavras revela três tentativas dos adversários de Jesus, seja dos fariseus, defensores das leis do judaísmo (elite separatista), dos herodianos, partidários do rei Herodes, ou dos saduceus, (elite sacerdotal), que haviam planejado uma armadilha para incriminar Jesus. O objetivo era que Jesus caísse em contradição e se tornasse odiado pelo povo.
         Se o objetivo era que Jesus caísse em contradição, três perguntas foram feitas, lei do levirato, ressurreição e imposto. Por ora ficaremos apenas com a questão do imposto, pois é essa pergunta que Jesus está respondendo no texto em exposição, Mt 22. 15-22.
         No versículo 15 o evangelista Mateus diz que o objetivo de três grupos distintos “...era conseguir alguma prova contra Jesus...”. De acordo com o termo grego significa “armar uma cilada ou uma armadilha”. Esse é um detalhe bem peculiar de nossos dias, oligarquias políticas extremamente diferentes unidas para continuar sua dominação.
         A questão do imposto era e continua sendo muito importante. A pergunta feita a Jesus dizia: “...é ou não é contra a nossa lei pagar impostos ao Imperador Romano?... Se caso a resposta de Jesus fosse sim, estaria indo contra os judeus nacionalistas aliado da cúpula romana. Se caso a resposta fosse não, estaria se colocando contra os romanos, seria preso, estaria sendo revolucionário.
         No Império Romano as moedas além de desempenhar função econômica, serviam como instrumento político e de propaganda. Essa propaganda cultivava a imagem e reputação do imperador. Na época era um dos poucos veículos de circulação de propaganda em todo o Império. Na época de Jesus, por ocasião desse questionamento feito a ele, a moeda imperial exibia a figura de Tibério e trazia a inscrição: “Tibério César, Filho Augusto do Divino Augusto, Sumo Sacerdote”.
         Uma moeda onde a propaganda mostrava o deus criado pelo homem. O Augustus, o senhor. Um senhor que escraviza e suga do homem toda sua energia. Jesus, o que segurou a moeda estava ali por ter sido enviado pelo Deus que criou o mundo e sempre esteve interessado pelo mundo e pelo homem oprimido.
         Jesus não caiu na armadilha, sua resposta não foi sim e muito menos não. Sua surpreendente e desconcertante resposta foi: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
         Jesus responde a questão aos fariseus que abominavam a moeda por causa de sua inscrição idolatra e uma imagem e aos hedorianos que detestavam a moeda em favor das moedas cunhadas pelos Herodes a quem entendiam pertencer o direito de cobrar impostos, chamando-os de hipócritas. Afinal, ambos os grupos tinham moedas em suas sacolas, e julgavam necessário pagar impostos.  
         De quem é esta efígie e inscrição? 
         Será que essa efígie mostra quem é o vosso Deus? Os Césares desse mundo nós não os conhecemos perfeitamente. Aliá, o ser humano é como cebola, contém várias camadas com os quais a cada novo dia nos surpreendemos. Os Césares de hoje parecem ser honestos, bons políticos, mas com o passar do tempo vemos que são corruptos e não podemos confiar.
         Quem é o vosso Deus? Pela Palavra de Deus descobrimos que o Deus verdadeiro que merece todo nosso louvor e honra é um Deus de amor e misericórdia, pois enviou seu Filho para ocupar o nosso lugar na cruz. Ele veio nos comprar com seu santo e precioso sangue.
         “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” mostra que todos nós temos uma vida como cidadão desse mundo e uma vida como cidadão dos céus. Não é uma vida dupla. A vida de cidadão do céu influencia em nossa vida como cidadão desse mundo.
         O verbo utilizado pelos questionadores de Jesus mostra que podemos escolher pagar ou não pagar os impostos. Afinal, parece lógico poder sonegar, pois o governo não nos retribui na mesma medida. Se eles desviam, vamos desviar nós mesmos e para nós mesmos. É melhor que eu fique e gaste esse dinheiro do que pagar os impostos e deixa-los roubar. Mas, ao dizer “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” Jesus vai contra esse pensamento. Jesus ensina que o cidadão desse mundo vive de maneira civil nesse mundo sem se esquecer da sua cidadania celestial.
         Ao responder: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, Jesus esclarece uma enorme diferença entre a efígie (deus) impresso na moeda, daquele (Deus) que lhe enviou. Há uma enorme diferença entre os deuses desse mundo e o Deus verdadeiro. Enquanto os deuses desse mundo buscam escravizar com suas artes de consumo. O Deus verdadeiro veio em seu Filho Jesus nos libertar para que sejamos realmente livres. Para essa liberdade Ele pagou o preço. Amém!





Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Deus guardará o coração e a mente de vocês!

18º Domingo após Pentecostes – 12/10/2014
Sl 23; Is 25.6-9; Fp 4.4-13; Mt 22.1-14
Tema: Deus guardará o coração e a mente de vocês!

         Com certeza você já ouviu ou disse a seguinte frase: “Política, futebol e religião não se discute”. 
         Já sabemos quais serão os dois candidatos que irão ao segundo turno para disputa a presidência do Brasil. Já imaginaram se eles não discutirem seus planos de governo? Se as pessoas não discutirem suas ideias políticas?
         O título do campeonato brasileiro ainda está sendo disputado, mesmo que muitos afirmem que o Cruzeiro, atual líder, 9 pontos a frente do segundo colocado, virtualmente é o campeão. A disputa é pauta das nossas mais calorosas discussões.
         O assunto igreja, fé, é o mais controverso e sempre é deixado para outro momento. Por ora se está com pressa, em outro momento se está atarefado, etc.
         É saudável discutir religião? Qual é a sua opinião sobre a discussão em torno da fé?
         A bênção transmitida aos filipenses: “E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus” (Fp 4.7) nos dá uma bela lição em torno da nossa convicção de fé.
         “A Paz de Deus” – Após a queda em pecado, a situação do ser humano era de inimizade com Deus. Essa inimizade com Deus não pôde nem pode ser resolvida pelo ser humano. Deus em seu amor e misericórdia veio ao nosso encontro em Jesus, e Jesus é a nossa paz com Deus. Jesus Cristo é o mediador da paz. A paz com Deus é obtida e mantida na comunhão com Jesus Cristo (Jo 16.33; Fp 4.7; 1Pe 5.14).
         Essa paz com Deus, recebida gratuitamente pela fé, o diabo, inimigo de Deus, de todas as maneiras quer tirar de nós. Somos constantemente tentados a abandonar a fé em Jesus e nos apegar aos mais variados rituais e supostos meios de salvação. Assim, ao anunciar: “...guardará o coração e a mente de vocês...” o apóstolo Paulo diz que a disposição, a atitude, o ponto de vista da fé só pode ser guardado por Deus.
         A palavra Mente significa capacidade de julgar, entendimento (2Ts 2.12), inclusive entendimento religioso. Ao dizer “...Guardará a nossa mente...” Paulo quer dizer protegido dos falsos mestres que são instrumentos do diabo e que querem afastar os que estão em paz com Deus da verdadeira paz que é Jesus.
         Os falsos mestres estão corruptos em seu discernimento religioso e querem corromper o discernimento religioso das pessoas. Os falsos mestres não merecem confiança em matéria de religião cristã (2Tm 3.8; 1Tm 6.5).
         O apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos anuncia que somos escravos no nosso entendimento da lei de Deus (Rm 7.25). Por nós mesmos, pelas nossas realizações, não conseguimos nos ver livres e em paz com Deus. A consciência perante a lei de Deus nos acusa veementemente. Mas, infelizmente para muitos, “... religião não se discute”.
         Mesmo que as pessoas não querem discutir religião, e o diabo fazer festa em suas mentes e vidas, a oração paulina: “E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus” (Fp 4.7), mostra o quanto à discussão em torno da fé é necessária e urgente.
         O entendimento, a fé, é um precioso dom de Deus! Por entendimento, por fé, se diz reconhecer a verdade religiosa. A qual segundo o apostolo João, é Jesus (1Jo 5.20).
         Ao abençoar dizendo: “... guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus” (Fp 4.7) o apóstolo Paulo deixa claro que nosso entendimento, nossa fé, pode ser corrompida (2Co 11.3); nosso entendimento pode ser endurecido (2Co 3.14); corremos o risco de nos tornar cegos (2Co 4.4); nosso entendimento pode ser retirado de Cristo e colocado em outros meios (2Co 10.5).
         “E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus” (Fp 4.7), quer nos estimular a viver na verdadeira alegria, “paz com Deus”. Quer nos estimular a viver na verdadeira felicidade “guardados da falta de fé”. Quer nos estimular a viver a vida plena, “unidos em Cristo Jesus”.
         Sabemos que mesmo com as discussões políticas há milhares de eleitores enganados. Imaginem sem discussão política!? O mesmo ocorre na questão religiosa. Se os que possuem e certeza da paz com Deus não testemunharem sua fé, sua convicção, o que será daqueles que nunca ouvirem esse testemunho?
       O nosso testemunho não visa encher nossa congregação de pessoas, não visa sairmos vitoriosos da discussão. A discussão em torno da fé visa à salvação das pessoas. Deus em seu amor e misericórdia continua fazendo o convite para que na fé pessoas estejam em paz e unidos com ele.
         Continuemos nossa discussão em torno da convicção da nossa fé, Jesus. Que nessa discussão saia ganhando aquele que será alvo do nosso testemunho. Amém! 






Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com

Em Jesus - uma nova aliança!

  17 de março de 2024 Salmo 119.9-16; Jeremias 31.31-34; Hebreus 5.1-10; Marcos 10.35-45 Texto: Jeremias 31.31-34 Tema: Em Jesus -  um...