domingo, 25 de maio de 2014

Encorajamento para vigilância, sobriedade e humildade.

JUNHO 2014
Parabéns IELB: 110 anos alimentada na fonte de água viva!
01 de junho de 2014
7º Domingo de Páscoa
Sl 68. 1 – 10; At 1. 12 – 26; 1Pe 4. 12 – 19; 5. 6 – 11; Jo 17. 1 - 11
Encorajamento para a vigilância, sobriedade e humildade.
         Mês de junho é um mês de festa e comemoração na IELB. Nesse ano de 2014 estamos comemorando 110 anos de fundação em terras brasileiras.
         Seja por ocasião de festa e comemoração, ou por motivação da epístola de Pedro aos cristãos dispersos, estando próximos do fim dos tempos, precisamos de encorajamento para vigilância, sobriedade e humildade para manter nosso olhar fixo no foco.
         O apóstolo Pedro em sua primeira carta escrita aos cristãos dispersos pela região do Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, busca alertá-los e encorajá-los já que a volta de Jesus era iminente naqueles dias.
         O alerta do apóstolo Pedro quanto à sobriedade e vigilância se devia ao fato de que as atrações da mitologia serem tão sutis a ponto de afastar os cristãos da fé em Jesus Cristo.
         Essa recomendação continua sendo importante e necessária para nós, cristãos do século XXI. Afinal, em meio a tantas comemorações, as atrações mitológicas, astrológicas, etc, podem nos conduzir ao esquecimento de que Jesus voltará. Vivemos num estágio onde o foco está voltado apenas as coisas divertidas e fantasiosas desse mundo.
         Pedro, o apóstolo, aconselha: “sejam sóbrios e vigilantes”.
         Junho é um mês onde comemoramos e louvamos a Deus pelas ricas bênçãos derramadas sobre a IELB pelos seus 110 anos de fundação em terras brasileiras. Em mês de festa, é necessário ressaltar que só nos é possível comemorar 110 anos por bebermos constantemente da e na fonte de água viva. Nessa fonte, Jesus, a água viva, o Espírito Santo, quer continuar me alimentando e conduzindo. Por isso, sejamos sóbrios, vigilantes e humildes.
         O apóstolo Pedro em sua primeira carta deseja animar os cristãos dispersos para que não percam o foco diante da iminente volta de Jesus. Esse mesmo ânimo o apóstolo Pedro deseja transmitir a IELB que está dispersa por esse imenso Brasil composto por vários Brasis.
         Mas, será que a IELB, comemorando 110 anos, precisa ser animada para não perder o foco?
         Com certeza!
         Em minha humilde opinião, a IELB está navegando com três tipos de passageiros a bordo.
         - o passageiro Pessimista. “Vamos morrer, vamos acabar tendo que fechar as portas”.
         - o passageiro Otimista. Àquele que fala para os pessimistas que “tudo vai dar certo”.
         - e há também os passageiros Entusiasmados. Àqueles que “ajeitam as velas”, os que procuram agir para que o barco continue navegando.
         sejam sóbrios e vigilantes”.
         O termo “vigilante” na primeira epístola de Pedro vem do termo grego “gregoreo” que significa “levantar, movimentar”.
         Chamar os cristãos a vigilância, o apóstolo Pedro os convida a estarem em movimento, tanto no perigo como na oportunidade, conforme os textos de Mt 24.42; 25.13; 26.41; 1Co 16.13; Cl 4.2; Ap 3.2-3; 16.15.
         sejam sóbrios e vigilantes”.
         Estar sóbrio” significa “estar em completa clareza mental”.
         Sobriedade” de acordo com a primeira carta de Paulo aos Tessalonicenses (5. 6-8), é um estado de alerta necessário, levando em conta a segunda vinda de Cristo. Na segunda carta ao pastor Timóteo, (2Tm 4.5), a “sobriedade” é clareza mental capaz de resistir às atrações sutis da mitologia capazes de desviar o jovem pastor da fé.
         O apóstolo Pedro, ao aconselhar à “sobriedade”, leva em conta à atitude mental apropriada para a vinda iminente de Jesus (1.13), e para oração no tempo do fim (4.7). A “sobriedade” é necessária, pois o fim dos tempos é marcado pela hostilidade feroz do diabo.
         O diabo quer impedir o serviço, a atuação da igreja no mundo. Enquanto Deus, através da congregação local, atua pelos meios da graça oferecendo e dando perdão, o diabo busca devorar as pessoas em seu desespero e sofrimento. Ele busca cegar o entendimento dos incrédulos, para que a luz do evangelho não resplandeça sobre essas pessoas, (2Co 4.4). O maior intento do “leão” com “l” minúsculo é devorar sua presa.
         Como resistir aos ataques do diabo e não ser devorado?
         Conservemos nossos olhos fixos em Jesus...” (Hb 12.2).
         Para manter os cristãos focados em Jesus o apóstolo Pedro convida: “sejam humildes debaixo da poderosa mão de Deus...” (1Pe 5.6).
         Humilhar-se” origina-se do verbo “tapeinos” e recebe o sentido de “estar em baixo”.
         Se olharmos esse convite de maneira antropocêntrica, “estar por baixo” será considerado algo vergonhoso, humilhante.
         Mas, de acordo com o Novo Testamento e a visão teocêntrica, a maneira correta de olhar para esse convite, “estar em baixo”, descreve a vida do homem que têm um relacionamento com Deus.
         Estar em baixo da poderosa mão de Deus” é viver na certeza de que o “leão” não será capaz de nos devorar, afinal, Jesus é o “Leão” com “L” maiúsculo que venceu e o livro abrirá (Ap 5.5).
         O apóstolo Pedro sabe que os cristãos a quem escreve a carta passarão por tempos difíceis. Para vencer esses tempos difíceis, o apóstolo os convida a serem vigilantes e sóbrios, a serem humildes debaixo das mãos poderosas de Deus e continuarem entusiasmados na obra do Senhor.
        Ainda vivemos tempos difíceis. Facilmente podemos nos encantar pelas fascinações desse mundo. Facilmente podemos perder o foco de nossas comemorações. No entanto, a água viva, o Espírito Santo continua nos alimentando na e da fonte para que alimentados possamos continuar sóbrios, vigilantes e humildes. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Não vou deixá-los abandonados... (Jo 14.18)

6º Domingo de Páscoa – 25/05/2014
Sl 66. 8 – 20; At 17. 16 – 31; 1Pe 3. 13 – 22; Jo 14. 15 - 21
Tema: Não vou deixá-los abandonados... (Jo 14. 18)
 
         Jesus havia chamado cada um dos seus discípulos. Durante três anos e meio Jesus cuidou de todos os detalhes para que os discípulos tivessem crescimento espiritual. Jesus os ensinou através de sermões, parábolas, orações, sinais milagrosos e exortações. Mas, chegou o momento de prepará-los para a despedida.
         A despedida traz consigo sentimento de incerteza e preocupação. Principalmente quando somos dependentes daquele que está se despedindo.
         O sentimento de incerteza e preocupação pode ser observado nos discípulos diante da promessa feita por Jesus de que não os deixaria orfãos, ou seja, abandonados.
         Jesus promete: “Não vou deixá-los abandonados (Jo 14. 18).
         Inúmeras são as situações no dia-a-dia em que nos sentimos sozinhos e abandonados. Se essa for a tua situação nesse momento, ouça a promessa de Jesus: Não vou deixá-los abandonados (Jo 14. 18).
         Essa promessa mostra que Jesus não quer nos deixar órfãos. Ele sabe que precisamos de Sua presença. O Pai havia planejado que Jesus Cristo, fisicamente, não ficaria nesse mundo. Mas, para que não houvesse e nem haja desespero, Jesus promete enviar o Espírito Santo.
         Podemos dizer que estamos vivendo o tempo do Espírito Santo. O Espírito Santo age através da pregação da Palavra e Batismo  para que creiamos na obra salvadora de Jesus. A ação do Espírito Santo não visa promover a si mesmo ou a pessoa que supostamente tem dons, seu único objetivo é promover e glorificar Jesus Cristo.
         O Evangelho de João 14. 15 – 21 transmite a promessa de que Jesus não nos deixará órfãos, nos envará o Espírito Santo. Jesus garante que: “pedirá ao Pai, e ele lhes dará outro Auxiliador,...” (Jo 14. 16). Esse Auxiliador é “...o Espírito da verdade,...” (Jo 14.16) e sua missão é “...ficar conosco para sempre...” (Jo 14.16).
         Além de ficar conosco, Jesus garante que o Espírito Santo “...habitará em nós e estará em nós” (Jo 14. 17).
         Receber a notícia de que somos “...templo do Espírito Santo,...” e que o Espírito Santo “vive em nós...” (1Co 6.19) e que pelo seu poder podemos dizer que “...Jesus é Senhor,” (1Co 12.3) é maravilhoso e nos enche de consolo e certeza.
         Jesus não quer nos deixar abandonados.
        Não estamos abandonados! O Espírito Santo, a água viva, nos alimenta pela pregação da Palavra e através do corpo e sangue de Jesus dados com e sob o pão e o vinho assim como Cristo instituiu para nos confortar, consolar e manter firmes na fé em Jesus.
         Não estamos abandonados! Jesus prometeu e cumpre suas promessas. Pelo Espírito Santo vivemos na certeza da sua companhia até o dia em que Jesus voltará. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia:
Trecho do livro “O Pão da Palavra – Volume 3” de monsenhor Jonas Abib.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

A verdade que Liberta!

5º Domingo de Páscoa – 18/05/2014
Leituras Bíblicas: Salmo 146; Atos 6. 1 – 9; 7. 2ª, 51 – 60; 1Pedro 2.2 – 10; João 14. 1 - 14
 

"Como vocês são teimosos! Como são duros de coração e surdos para ouvir a mensagem de Deus!..." (At 7.51)

             Qual é o poder da verdade? Libertar da mentira. O que pode acontecer com alguém que diz a verdade?
               Dizer a verdade atualmente está sendo difícil. Mas, além de dizer a verdade, está sendo quase que impossivel saber quem está falando a verdade.
              Há um ditado popular que diz: "a verdade dói". A verdade doeu nos judeus a quem Estevão disse: "Como vocês são teimosos! Como são duros de coração e surdos para ouvir a mensagem de Deus!..." (At 7.51)
              Estevão disse a verdade pura e clara sobre a história do povo de Deus para os judeus. Estevão convidou ao povo para que circuncidassem os ouvidos e o coração. Mas, o povo não quis dar ouvidos a essas palavras. Na verdade “...ficaram furiosos e rangeram os dentes contra ele” (At 7. 54).
               O discurso sobre a verdadeira verdade foi um golpe duro demais para aqueles judeus. Estevão sabia que a verdade devia ser dita, “doa a quem doer”. A verdade doeu a ponto dos judeus gritarem e taparem seus ouvidos, e pegarem Estevão e o lançarem fora da cidade.
                Deus age de maneira estranha aos nossos olhos. Em cada situação, Deus vai além daquilo que nós conseguimos ver ou até mesmo imaginar. Lembremos por um momento de José. Vendido pelos seus irmãos com 17 anos. Depois caluniado e preso. Mas, quando teve a chance de se vingar dos seus irmãos, testemunhou que todo aquele evento passado tinha um propósito nos planos de Deus. José disse: "Vocês tentaram o mal contra mim, mas Deus o reverteu em bem, para conservar muita gente com vida" (Gn 50.20). Recordemos as palavras do apóstolo Paulo: "sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo seu propósito" (Rm 8.28). A mesma estranheza no agir de Deus nas mais variadas situações aconteceu no apedrejamento de Estevão. Esse tragico evento serviu de testemunho para um jovem chamado Saulo, dias depois Paulo.
               O discurso de Estevão foi à verdadeira interpretação da história de Moisés como espelho da história de Jesus. Estevão olhava e falava de Moisés, mas apontava para Jesus.
               Tentando chamar a atenção dos judeus, Estevão disse que condenar Jesus era o mesmo que condenar Moisés. Estevão acusou os judeus de cegueira e surdez diante da Palavra de Deus manifestada em Jesus, “...Vocês sempre têm rejeitado o Espírito Santo, como os seus antepassados rejeitaram. Qual foi o profeta que os antepassados de vocês não perseguiram? Eles mataram os mensageiros de Deus que no passado anunciaram a vinda do Bom Servo. E agora vocês o traíram e o mataram. Vocês receberam a lei por meio de anjos e não têm obedecido a essa lei” (At 7. 51-53).
                Estevão não se calou, falou veementemente a verdade. Ele sabia que estava doendo nos judeus, mas não se calou. Sabia que iria doer fisicamente nele, mas não se calou. Mesmo sentindo a dor física do apedrejamento testemunhava: "Senhor não o condenes por este pecado!" (At 7.60). "Estou vendo o céu aberto, e o filho do homem, de pé, à direita de Deus!" (At 7.55).
                Esse testemunho incomodou os judeus. Qual motivo? Não requeria o cumprimento da lei. Nosso testemunho de que “o justo viverá por sua fé, pela fé somente” continua incomodando muitas pessoas. Qual motivo? Não há apego a tradições e requisitos legalistas.
                O testemunho de Estevão num primeiro momento incomodou outro praticante da lei. Na verdade um jovem zeloso no que dizia respeito à lei. Mas, anos mais tarde, após a conversão, esse mesmo jovem testemunhou: “É verdade que eu também poderia pôr a minha confiança nessas coisas. Se alguém pensa que pode confiar nelas, eu tenho ainda mais motivos para pensar assim. Fui circuncidado quando tinha oito dias de vida. Sou israelita de nascimento, da tribo de Benjamim, de sangue hebreu. Quanto à prática da lei, eu era fariseu. E era tão fanático, que persegui a Igreja. Quanto ao cumprimento da vontade de Deus por meio da obediência à lei, ninguém podia me acusar de nada. No passado, todas essas coisas valiam muito para mim; mas agora, por causa de Cristo, considero que não têm nenhum valor. E não somente essas coisas, mas considero tudo uma completa perda, comparado com aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamente Cristo Jesus, o meu Senhor. Eu joguei tudo fora como se fosse lixo, a fim de poder ganhar a Cristo e estar unido com ele. Eu já não procuro mais ser aceito por Deus por causa da minha obediência à lei. Pois agora é por meio da minha fé em Cristo que eu sou aceito; essa aceitação vem de Deus e se baseia na fé. Tudo o que eu quero é conhecer a Cristo e sentir em mim o poder da sua ressurreição. Quero também tomar parte nos seus sofrimentos e me tornar como ele na sua morte, com a esperança de que eu mesmo seja ressuscitado da morte para a vida” (Fp 3. 4 – 11).
                  Deus tem seus propósitos em cada ocasião. Com a morte de Estevão os cristãos passaram a ser perseguidos e se espalharam por todos os lados. Saulo perseguiu e matou os cristãos. O fruto dessa perseguição é que por onde os cristãos iam, anunciavam sobre Jesus, e a igreja ia se expandia. Também dessa perseguição, Deus resolveu fazer Saulo cair do cavalo. Mostrou-lhe que perseguir os cristãos era o mesmo que persegui-lo. Ali, Paulo aprendeu que seguir Jesus não é cumprir o tradicionalismo ou as regras da lei.
                  A verdade dita por Estevão feria mais de mil anos de tradição. Uma tradição que conforme Paulo aos Gálatas 1.13-14 feria a si mesmo. Paulo disse: "Vocês ouviram falar de como eu costumava agir quando praticava a religião dos judeus. Sabem como eu perseguia sem dó nem piedade a igreja de Deus e fazia tudo para destruí-la. Quando praticava essa religião, eu estava mais adiantado do que a maioria dos meus antepassados".
                   Os judeus que mataram Estevão, Saulo e tantos outros achavam estar agindo corretamente. Eles imaginavam estar com sua consciência tranqüila perante Deus.
                   Verdade! O Pilatos pós-modernos continua questionando: “O que é a verdade?” (Jo 18.38). Não a encontram, pois, nesse século, cada um possui a sua verdade.
                  Verdade! Um assunto complicado, assunto que fere a política do “politicamente correto”. Ouçamos Jesus: "Se permanecerem nas minhas Palavras, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo 8.32).
                 A verdade libertou Estevão. A verdade levou Estevão a testemunhar com coragem, mesmo que a mesma o levasse a morte assim como levou.
                 A verdade libertou Paulo. A verdade o animou a defender Jesus com unhas e dentes e o conduziu a testemunhar diante de todos até mesmo diante do Imperador.
                A verdade libertou Lutero. A mesma o levou a testemunhar diante de todos, mesmo que isso lhe custasse à vida.
                A verdade libertou a mim e a você.
            Ouvimos a palavra de Jesus, o Bom Pastor: "As ovelhas reconhecem sua voz quando ele as chama pelo nome, e ele as leva para fora do curral. Quando todas estão do lado de fora, ele vai na frente delas, e elas o seguem porque conhecem a voz dele. Mas de jeito nenhum seguirão um estranho! Pelo contrário, elas fugirão, pois não conhecem a voz de estranhos" (Jo 10.3-4).
               Nosso desafio é permanecer na verdade. A verdade que nos liberta. A verdade que nos conduz a Jesus, o nosso bom pastor.
                Prestem atenção!
                Ouvir a voz do Bom Pastor não é cumprir uma mera tradição. Ouvir é o mesmo que ingerir a Palavra de Deus.
                Cuidado! O nosso inimigo deseja nos afastar da verdade que é Jesus. Se afastar de Jesus é viver uma vida como ovelha desgarrada. Ovelha desgarrada é presa fácil para seus predadores.
               Jesus é o nosso salvador, aquele que ressuscitou para que tenhamos uma vida plena. Essa vida plena nos é transmitida através da prockamação da verdade. Na verdade que é Jesus eu tenho a vida completa. Sou ovelha de Jesus, resgatada pela verdade e vou testemunhar sobre essa verdade doa a quem doer.
            Qual é o poder da verdade? Libertar da mentira. Principalmente da mentira que nos leva a condenação eterna. O que pode acontecer com alguém que diz a verdade? Pode até ser apedrejado, mas estando Jesus no controle nenhum mal eterno nos acontecerá. Continuemos comunicando a verdade doendo em quer que doa, mesma que seja em nós. Amém!
 

Escrito por Edson Ronaldo Tressmann para o 4º Domingo da Páscoa em 13/04/2008

terça-feira, 6 de maio de 2014

O coração pastoral de Deus

4º Domingo de Páscoa - 11/05/2014
Sl 23; At 2. 19 – 25; 1Pe 2. 19 – 25; Jo 10. 1 - 10
Tema: O coração pastoral de Deus.
 
         As quatro leituras bíblicas apresentam um tema comum: o bom pastor. O quarto Domingo de Páscoa é o domingo do bom Pastor.
          O pastor tinha a função de conduzir as ovelhas, era o cuidador das ovelhas.  Conforme o evangelho de João 10. 1 – 6, o cuidado do pastor envolvia estar presente dia e noite. O pastor conhece todas suas ovelhas.
         O cuidado do pastor era essencial, pois mesmo que houvesse abrigos fechados, os perigos eram constantes. As ovelhas eram alvos de ladrões e de animais selvagens. As ovelhas corriam o risco de ataque de um leão, leopardo, urso, lobo, hiena, chacal, serpente e escorpião. Para cuidar das ovelhas a única arma de defesa era um porrete. E para exercer sua função de cuidador, o pastor usa um cajado. O cajado era usado para levantar as ovelhas caídas e orientar as desorientadas.  
         Podemos observar que duas características são fundamentais para um pastor: orientação e proteção.
         Por intermédio do profeta Jeremias, Deus prometeu enviar ao povo um pastor segundo o seu coração (Jr 3.15). Esse pastor é apresentado pelas palavras do salmo 23.
         O pastor segundo o coração de Deus, segundo o salmista é cuidadoso e protetor. Ele conduz suas ovelhas para as melhores pastagens, restaura suas forças providenciando a melhor comida.
         A imagem do pastor de ovelha está tão intimamente relacionada a Deus que os primeiros a ouvirem a notícia do nascimento de Jesus foram justamente os pastores que estavam cuidando do rebanho. O pastor conforme o coração de Deus, que fora enviado para salvar seu rebanho foi revelado a simples pastores que estavam cuidando do seu rebanho. O pastor segundo o coração de Deus havia nascido e anos mais tarde disse sobre si mesmo: “Eu sou o Bom Pastor”.
          Jesus garante que é o Bom Pastor. Ele é o pastor conforme o coração amoroso de Deus. Aqui está uma diferença fundamental. Jesus foi enviado conforme o coração de Deus. E conforme o coração de Deus, ele é mais que amigo dos pequenos, dos humildes, dos marginalizados, o fundamental é que ele veio dar a sua vida para salvar a vida das suas ovelhas, conforme os vv.11, 15, 17, 18.
         Uma diferença que faz toda a diferença. Afinal, Jesus dá a vida para que as ovelhas tenham a verdadeira vida. Nessa verdadeira vida está a orientação e proteção de Deus.
         O quarto domingo de páscoa é o domingo onde somos convidados a confiar no bom pastor Jesus. Ele quer curar nossas feridas abertas pelo pecado com seu perdão.
         Nesse quarto domingo de páscoa conhecemos o bom pastor Jesus que foi enviado segundo o propósito do Pai. Conhecer Jesus é conhecer o Pai. Conhecer o Bom Pastor Jesus, é conhecer nosso Deus. Um Deus amoroso e misericordioso.
         O Evangelho de João 10. 1-10 apresenta a maneira de como Jesus exerceu e exerce seu pastoreio. Ele se comunica conosco, nos conhece e nos guia.
         A fala do bom pastor Jesus é um convite para que entremos no curral pela porta. A porta é Jesus (Jo 10.9). Somos salvos por Jesus. Jesus é o pastor que abre a porta, entra e pede passagem pela porta e é a própria porta. Nada depende das ovelhas. Tudo é realizado pelo bom pastor Jesus. O povo de Israel, ovelhas de Jesus, assim como nós, recebemos a boa noticia: “...Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu” (Is 43.1). Jesus, o pastor conforme o coração de Deus garante: “...ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora...” (Jo 10. 3).
         Jesus conhece cada uma de suas ovelhas. Conhecer pelo nome quer dizer que tem intimidade conosco. Essa intimidade iniciada pelo batismo e continuada pela pregação e sacramento do altar.
         O bom pastor caminha a nossa frente como nosso guia. Diante de qualquer ataque somos defendidos. Qualquer caminho perigoso, ele nos guia por outros caminhos para que não sejamos desviados do verdadeiro caminho.
         Muitas pessoas não conseguem entender a imagem do pastor. Você consegue entender a imagem do bom pastor?
         Não se envergonhe! Inicialmente os discípulos também não conseguiram.
         E se naquela época já fora difícil a compreensão da imagem do verdadeiro pastor, imaginem hoje, onde o mundo em que vivemos está em processo acelerado de urbanização. Mas, é justamente para esse mundo urbano, onde pessoas vivem isoladas em si mesmas, não confiam mais uma nas outras, Jesus garante que é o bom pastor. Um pastor que protege e orienta.
         Apenas creia no que disse Jesus: “...eu vim para que as ovelhas tenham vida, a vida completa” (Jo 10.10).
 

Edson Ronaldo Tressmann
 
Bibliografia:
Enciclopédia Ilustrada da Bíblia. São Paulo, Paulinas, 1987. pp. 259

Em Jesus - uma nova aliança!

  17 de março de 2024 Salmo 119.9-16; Jeremias 31.31-34; Hebreus 5.1-10; Marcos 10.35-45 Texto: Jeremias 31.31-34 Tema: Em Jesus -  um...