segunda-feira, 28 de abril de 2014

Deus é nosso Pai - tenham respeito por ele (1Pe 1.17)

MAIO 2014
Comunicando sempre (Jesus - a fonte da água viva)
“Eu os guiarei e os levarei até as fontes de água.” Isaías 49.10
PERÍCOPES – A
Tema anual: IELB - 110 anos alimentada na fonte de água viva
3º Domingo de Páscoa – 04/05/2014
Sl 116. 1 – 14; At 2. 14ª, 36 – 41; 1Pe 1. 17 – 25; Lc 24. 13 - 35
Deus é nosso Pai – tenham respeito por ele (1Pe 1. 17).

         A leitura bíblica de 1 Pedro 1.17-23: Quando oram a Deus, vocês o chamam de Pai, ele que julga com igualdade as pessoas, de acordo com o que cada uma tem feito. Portanto, durante o resto da vida de vocês aqui na terra tenham respeito a ele. Pois vocês sabem o preço que foi pago para livrá-los da vida inútil que herdaram dos seus antepassados. Esse preço não foi uma coisa que perde o seu valor como o ouro ou a prata. Vocês foram libertados pelo precioso sangue de Cristo, que era como um cordeiro sem defeito nem mancha. Ele foi escolhido por Deus antes da criação do mundo e foi revelado nestes últimos tempos em benefício de vocês. Por meio dele vocês crêem em Deus, que o ressuscitou e lhe deu glória. Assim a fé e a esperança que vocês têm estão firmadas em Deus. Agora que vocês já se purificaram pela obediência à verdade e agora que já têm um amor sincero pelos irmãos na fé, amem uns aos outros com todas as forças e com um coração puro. Pois vocês, pela viva e eterna palavra de Deus, nasceram de novo como filhos de um Pai que é imortal e não de pais mortais.

         Essa primeira epistola do apóstolo Pedro foi escrita para cristãos que viviam longe de sua terra natal. Mesmo distantes do templo, dos seus costumes e tradições, o apóstolo Pedro escreve para comunicar que eram lembradas por Deus. O apóstolo relembrou à esse povo que ainda eram “povo de Deus”. E esse Deus era Pai.
         Ao mencionar que Deus era Pai, o apóstolo Pedro estava quebrando um costume judaico.
         Chamar Deus de Pai é uma linguagem tipicamente paulina. Podemos concluir que Pedro tenha aprendido essa lição com Paulo. Afinal, Deus em Jesus se fez nosso Pai. É o Pai que espera ansiosamente pela volta do filho pródigo e quando o mesmo volta, faz uma festa para recebê-lo.
         Chamar Deus de Pai não é algo novo e restrito aos apóstolos Paulo e Pedro. No Antigo Testamento, por quatorze vezes, encontramos a menção de Deus como sendo nosso Pai. No entanto, apenas Jesus ousou nomeá-lo como “papai, paizinho.
         Judaizantes tradicionais poderiam concluir facilmente que chamar Deus de Pai é “falta de respeito”. Mas, para que não sejamos tentados a concluir o mesmo, precisamos examinar o contexto maior e amplo das Escrituras. Assim fazendo, chegaremos à conclusão de que, quando chamamos Deus de Pai estamos agindo com excesso de confiança.
         A identidade peculiar de Deus é ser papai de seus filhinhos.
         A lição de que Deus enviou seu Filho Jesus ao mundo quer nos conduzir ao conhecimento de duas questões fundamentais de fé. Primeiro: conhecermos quem é Deus. Um Deus santo que julga sem acepção de pessoas e que amou o mundo a ponto de dar seu único Filho. Segundo: conhecermos quanto nós pecadores valemos para Deus.
         O texto, 1 Pedro 1.17-23, não pode jamais ser entendido como um requisito de práticas que nos conduzem a justiça das obras perante Deus. O apóstolo Pedro fala sobre a fé que se manifesta nas obras do amor e não no amor que nos conduzem a bênçãos da parte de Deus. O apóstolo Pedro exclui a vanglória das boas obras.
         Ao lermos: “Quando oram a Deus, vocês o chamam de Pai, ele que julga com igualdade as pessoas, de acordo com o que cada uma tem feito. Portanto, durante o resto da vida de vocês aqui na terra tenham respeito a ele” (1Pe 1.17), precisamos prestar atenção em duas expressões do Antigo Testamento, “Pai” e “Juiz”. A expressão “Pai” que significa proximidade e confiança, e a expressão “Juiz” que significa que essa proximidade e confiança é limitada não devem ser entendidas de maneiras contraditórias. Com as expressões “Pai” e “Juiz” o apóstolo Pedro deseja redirecionar nosso olhar e atenção para um Deus que nos ama e não faz acepção de pessoas. Deus nos ama como Pai. Um Pai que tomou a iniciativa e se aproximou de nós em Jesus.
         Quando Pedro escreveu “Quando oram a Deus, vocês o chamam de Pai, ele que julga com igualdade as pessoas, de acordo com o que cada uma tem feito....” não desejou que as pessoas ficassem presas ao Deus que julga segundo as nossas obras. Seu desejo era indicar um Deus que é Pai.
         É natural no ser humano olhar para suas realizações diante das intempéries da vida. Milhares de pessoas confiam naquilo que fazem e deixam de fazer. Pedro não quer que os cristãos longe de sua pátria costumes e tradições, deixem de olhar para Deus que como Pai veio nos socorrer.
         Sei que as boas são necessárias para o bem do próximo e honra de Deus. No entanto, nossas boas obras, nunca são necessárias para nos tornar agradáveis a Deus ou para resolver nossa situação perante Deus e nem para nos dar a salvação. Muito menos como barganha ou vale troca.
         Quando oram a Deus, vocês o chamam de Pai, ele que julga com igualdade as pessoas, de acordo com o que cada uma tem feito. Portanto, durante o resto da vida de vocês aqui na terra tenham respeito a ele” (1Pe 1.17).
         Viver com respeito é um convite feito pelo apóstolo Pedro. Nesse convite está claro o modo de vida que precisamos ter. Precisamos viver na fé (Fp 2.12; Ef 6.5; 2Co 7.15). Tenham Respeito a ele não é olhar para nossa vida. Ter respeito por Deus é parte constitutiva da confiança. Nosso Deus é Pai e nos julgará de acordo com nossa vida em confiança na obra realizada pelo seu Filho Jesus.
         As palavras “...Portanto, durante o resto da vida de vocês aqui na terra tenham respeito a ele...” é a comunicação da certeza de que enquanto nessa vida, em nossa peregrinação, nossa caminhada não pode ser realizada confiando em nós mesmos, mas naquele que é o nosso Pai. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia
MÜLLER, Ênio R. 1Pedro: Introdução e contexto. São Paulo: Mundo Cristão, Vida Nova, 1988.

FELDMEIER, Reinhard. A primeira carta de Pedro: Um comentário exegético teológico. São Leopoldo: Sinodal, Faculdades EST, 2009.

- VOIGT, G. Meditação sobre 1 Pedro 1. (13-17) 18-21.

http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Um Deus missionário

2º Domingo de Páscoa -  27/04/2014
Sl 148; At 5. 29 – 42; 1Pe 1. 3 – 9; Jo 20. 19 - 31
Tema: Um Deus Missionário!

 
Jesus fez diante dos discípulos muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. E para que, crendo, tenham vida por meio dele” (Jo 20. 30 – 31).
 
          Ao ler essas palavras, muitos podem e se questionam a respeito de quais seriam esses milagres não registrados. Muitos intérpretes da Palavra de Deus ficam na especulação, que por sinal é sadia e proveitosa. Mas, nós não podemos deixar de focar a ênfase principal, “...estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. E para que, crendo, tenham vida por meio dele”.
         É necessário lembrar que mesmo que o Evangelho tenha sido escrito por mãos do apóstolo João, o verdadeiro autor, o Espírito Santo tinha um objetivo definido: “...para que, crendo, tenham vida por meio dele...”.
         Segundo a antiga tradição cristã, o apóstolo João escreveu este Evangelho depois dos demais, Mateus, Marcos e Lucas. Deliberadamente evitou repetir o que os outros três haviam incluído. O apóstolo João, inspirado pelo Espírito Santo, concentrou-se em poucos e importantes aspectos da história de Jesus para esclarecer sua mensagem e missão. Se tivéssemos apenas os três primeiros Evangelhos, (Mateus, Marcos e Lucas) facilmente alguém poderia concluir que o ministério de Jesus ficou restrito basicamente a Galiléia e que durou apenas aproximadamente 18 meses. O Evangelho de João mostra que o trabalho do Salvador Jesus não ficou restrito a Galiléia, abrangeu também a Judéia e, abarcou quatro Páscoas (João 2:13, 5:1, 6:4, 13:1), tendo seu ministério durado três anos.
         Ao ler: Jesus fez diante dos discípulos muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. E para que, crendo, tenham vida por meio dele” (Jo 20. 30 – 31), muitos afirmam que é necessário um milagre para que se creia em Jesus.
         Abrindo um breve parêntese, sem muita profundidade, relembremos os milagres apresentados pelo evangelista João.
         João 2Jesus transforma água em vinho
         O próprio texto, inspirado pelo Espírito Santo, deixa claro que este milagre foi para manifestar a glória de Jesus, e tinha como objetivo que os discípulos cressem em Jesus como verdadeiro Deus, enviado por Deus.
         João 4A cura do filho de um oficial do rei.
         O oficial creu na Palavra de Jesus a qual lhe transmitiu com certeza que seu filho estava curado.
          João 5 A cura de um paralítico.
          Com essa cura Jesus ensina que a lei do sábado não foi dada para escravizar o homem. Jesus se apresenta como Filho de Deus, que veio para cumprir a promessa feita a Adão e Eva e para libertar os seus.
         João 6multiplicação dos pães e peixes e caminhada sobre as águas.
         A multiplicação dos peixes e dos pães é um teste aos discípulos. Com esse milagre Jesus se mostrou como o verdadeiro profeta que Deus enviaria ao povo (Jo 1.21).
         João 9A cura de um cego de nascença.
         Jesus deixa claro que este milagre é para que se manifeste a glória de Deus. Jesus se apresenta como a luz do mundo. O milagre revela que Jesus é a luz. Jesus é que precisa ser visto pelas pessoas. Nossos olhos precisam estar fixos em Jesus (Hb 12. 1 – 2).
         O que deixou de ser deficiente visual testemunha perante os inimigos de Jesus que Jesus de fato é Deus, Jo 9. 33.
         João 11Ressurreição de Lázaro.
         Jesus diz que a enfermidade de Lázaro não era para a morte, e sim para a glória de Deus, para que o Filho de Deus fosse glorificado. É mais um dos milagres onde Jesus se apresenta como a luz para os homens, luz para o mundo que está morto em seus pecados.
         Depois desse parêntese, observamos os sete milagres apresentados pelo evangelista João. Todos tem um só objetivo: apresentar Jesus, verdadeiro homem, como verdadeiro Deus.
         De fato pastor, eu sei que é necessário um milagre para que se creia em Jesus. Não! Crer em Jesus já é um milagre, “Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus” (Ef 2.8).
         Assim como anunciado pelo evangelista João (Jo 6.26), muitas pessoas não entenderam e nem entendem os milagres realizados por Jesus.
         Jesus não realizou os milagres com objetivo de que as pessoas o procurassem apenas por causa do milagre, mas para que cressem nEle como salvador de suas vidas. Jesus veio ao encontro do ser humano para impedir a maior e pior vergonha humana. Jesus veio para sarar a pior ferida e deficiência humana. Jesus veio para ser a luz em meio à falta de visão desse mundo.
         Milagres aconteceram e acontecem todos os dias. É só olhar ao nosso redor. Mas, Deus por meio de sua Palavra quer me fundamentar e firmar na fé em Jesus. Jesus veio para realizar o maior de todos os milagres: a salvação eterna.
         Não é saudável ficar especulando os milagres. É e será saudável especular o operador de milagres. Enfrentamos um sério problema quando o “pastor tal” recebe o título de “homem de poderes”.
         Em seus milagres, Jesus não queria satisfazer a curiosidade humana, nem conquistar o povo em troca de benefícios terrenos, (João 6.15). Jesus também não queria impressionar as pessoas incrédulas, (Marcos 6.5,6).
         Com seus milagres:
Jesus queria apenas manifestar a sua glória, comprovar a sua messianidade, (Isaias 35.5,6; Mateus 11.5,6; João 3.2).
Jesus queria fortalecer a fé dos seus discípulos e socorrer os necessitados.
         Ao ler a Bíblia, observamos que Deus concedeu este poder, em casos especiais e com finalidades especiais, a anjos, Dn 6.22 e Pedro, At 12.9. Também o fez a homens escolhidos no Antigo e Novo Testamento, Moisés, Josué, Elias, Estevão, Filipe, etc, para ajudar os crentes em necessidades e para credenciar o ofício de seus mensageiros.
         Nenhum homem possui esse poder curador para dispor quando bem desejar. Muitos se apresentam como milagreiros profissionais, aptos para oferecer ajuda as pessoas em qualquer situação e dia.
         Os sete milagres apresentados pelo evangelista João mostram que “Jesus é poderoso onde o homem é impotente”. Francamente falando – onde está a nossa maior impotência? Na salvação. Por isso, o objetivo missionário de Deus com sua Palavra é “...para que vocês creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e crendo tenham vida em seu nome”.
         Alertar!
          Nesse mundo”, Deus permite, para juízo dos incrédulos e advertência dos cristãos, um campo de ação no mundo ao diabo e seus parceiros, até o fim dos tempos. Nesse campo está em jogo a prática de magia, feitiçaria, necromancia e outras artes semelhantes. É só ler o livro de Apocalipse e compreendemos a ação do diabo e seu objetivo.
         Mas, Deus em seu amor e misericórdia, através de sua Palavra tem outro objetivo: oferecer e dar a vida verdadeira.
         Quando lemos: “Jesus fez diante dos discípulos muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. E para que, crendo, tenham vida por meio dele” (Jo 20. 30 – 31), podemos tirar algumas conclusões.
         Jesus condena a busca de milagres.
         O ponto está no evangelho salvador. Observemos que nos milagres de Jesus, as pessoas ouviam a Pregação e criam na Palavra de Deus. Quem deseja cura, busca apenas ajuda para os males do corpo, a Palavra de Deus é para sanar males da alma. "Pois a palavra de Deus é viva e poderosa e corta mais do que qualquer espada afiada dos dois lados. Ela vai até o lugar mais fundo da alma e do espírito, vai até o íntimo das pessoas e julga os desejos e pensamentos do coração delas”(Hb 4.12).
         J. D. Davis no seu livro “Dicionário da Bíblia” ressalta que os milagres de Jesus se limitam a quatro períodos. Primeiro período: livramento da escravidão do Egito e estabelecimento em Canaã. Segundo período: os milagres operados durante a luta entre o paganismo e a religião verdadeira no tempo de Elias e Eliseu. O terceiro período foi a sua intervenção no tempo do profeta Daniel. O quarto período foi justamente o estabelecimento do cristianismo. Esse estabelecimento ocorreu na pessoa de Jesus Cristo.
         Jesus fez diante dos discípulos muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. E para que, crendo, tenham vida por meio dele” (Jo 20. 30 – 31), são palavras para uma igreja que hoje está formada, consolidada e espalhada por todo o mundo. Estamos vivendo um período importante na história da igreja: aguardamos a segunda volta de Jesus.
         Mas, infelizmente, estamos sofrendo da mesma doença: “que milagre irás fazer para crermos em ti?” (parafraseando João 2.18).
         Após quatrocentos anos de silêncio, Jesus veio e o profeta que foi enviado para preparar o caminho de Jesus (João Batista) não fazia nenhum milagre extraordinário. Mesmo assim o povo confessou: “E muita gente ia vê-lo, dizendo: — João não fez nenhum milagre, mas tudo o que ele disse sobre Jesus é verdade.
             Quando lemos: Jesus fez diante dos discípulos muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. E para que, crendo, tenham vida por meio dele” (Jo 20. 30 – 31), precisamos compreender que não esperamos mais novas revelações ou milagres, a Escritura está completa. Não precisamos dos milagres extraordinários para crermos, “...porque me viste, creste? Bem aventurados os que não viram e creram” (Jo 20.29).
         O que salva é a fé. O maior milagre, pouco reconhecido, é a fé operada em nós pelo Espírito Santo.
         Para que esse milagre aconteça, Deus faz uso de um único meio: sua Palavra. Mesmo que alguém ressalte que o batismo também é o meio pelo qual Deus opera esse milagre, respondo que sim. Mas, lembro que o poder do batismo está na Palavra de Deus unida a água.
         Milhares de pessoas desejam que a Bíblia dê respostas as suas variadas questões. No entanto, a Bíblia, escrita por homens pela inspiração divina, não tem como propósito dar respostas as nossas perguntas existenciais.
         O principal objetivo de Deus com sua Palavra é que as pessoas creiam e tenham vida eterna. Deus é missionário e com sua Palavra deseja salvar a humanidade. O objetivo de Deus com sua Palavra é que as pessoas conheçam Jesus como salvador e assim sejam salvas. O Jesus ressuscitado apareceu aos seus discípulos dando-lhes a missão de comunicarem a respeito do plano de Deus para que as pessoas “tenham vida em seu nome”.
         Se pela fé na obra de Jesus Cristo é salvo, Deus com sua Palavra escrita cria a fé no coração das pessoas, (Romanos 10.17).
         O Jesus que atualmente é buscado por muitos apenas para um milagre é o mesmo Jesus que quando enviado pelo Pai foi diminutivamente chamado de, “filho de Maria, filho de José, filho do carpinteiro, Jesus de Nazaré e da Galiléia”. O apóstolo João ao ressaltar que: Jesus fez diante dos discípulos muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. E para que, crendo, tenham vida por meio dele” (Jo 20. 30 – 31), busca apresentar que Jesus Cristo, reduzido por muitos a um mero ser humano era o Cristo, o verdadeiro Messias, o ungido de Deus para salvar todos os pecadores. Ao dizer “Jesus é o Messias”, o evangelista João deixa claro todos os ofícios de Jesus: Profeta, Sacerdote e Rei.
         João não escreveu apenas uma biografia sobre uma pessoa interessante. Inspirado pelo Espírito Santo, autor da Bíblia, o apóstolo João escreveu com o mesmo propósito de Deus: "... para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome" (João 20:31). 
         Deus é missionário. Enviou Jesus para nos resgatar. Continua enviando pregadores por todos os cantos para que comuniquem com fidelidade a Palavra de Deus e assim as pessoas sejam salvas. Ouça a Palavra de Deus. Santifique o dia do descanso, ouvindo com respeito e estudando com amor a Palavra de Deus, pois “...crendo, você terão vida no nome de Jesus”. Amém!


Edson Ronaldo Tressmann
(44) 3462 2796

 

Bibliografia:
Curas e milagres. Otto A. Goerl. Ed. Concórdia, 1980, Porto Alegre, RS.

terça-feira, 15 de abril de 2014

A comemoração da Páscoa é a Vida

Domingo de Páscoa – 20/04/2014
Sl 16; At 10. 34 – 43 ou Jr 31. 1 – 6; Cl 3. 1 – 4; Mt 28. 1 - 10
Tema: A comemoração da Páscoa é a Vida.

         Domingo de páscoa é dia de falar sobre ressurreição, a nossa ressurreição. O texto da carta escrita aos Colossenses 3. 1 – 4, o apóstolo Paulo anuncia: Vocês foram ressuscitados”. 
         A certeza da ressurreição é um conforto para muitas famílias que perderam um ente querido. A certeza da ressurreição é um consolo para milhares de pessoas que vivem ocupadas em não morrer, e para àquelas que estão apavoradas com a ideia da morte.

         Ao mesmo tempo em que Paulo anuncia: “Vocês foram ressuscitados” transmite que “porque vocês já morreram...” (v.3).
         Como é possível Ressuscitar e Morrer? Paulo na sua carta aos Colossenses nos conduz a uma reflexão sobre o Batismo. 
         O sacramento do batismo é o meio pelo qual Deus vem ao nosso encontro e nos dá o maior e melhor dom, o Espírito Santo, a fé. Infelizmente, esse sacramento por leviandade, irreflexão está se tornando um mero costume, apenas um ritual a ser cumprido, uma tradição familiar. Há os que vivem como se o batismo fosse apenas um evento do passado, sem conexão alguma com nosso viver diário.
         Você sabe o dia em que foi batizado? Mas sabe por que foi batizado? No meu terceiro dia de vida meus pais me levaram as presas à igreja para que eu fosse batizado. Foi um batismo de emergência. Imaginavam que eu não iria viver. A verdade é que naquele mesmo dia acabei morrendo e ressuscitando, conforme anuncia o apóstolo Paulo: “quando vocês foram batizados, foram sepultados com Cristo; e no batismo foram ressuscitados com ele por meio da fé que vocês têm no grande poder de Deus, o mesmo Deus que ressuscitou Cristo” (Cl 2.12).
Paulo diz: “Cristo é a nossa vida”. Essa expressão foi proclamada logo após a explicação sobre a missão de Jesus Cristo e o que Jesus significava para a vida das pessoas.
Jesus dá novo sentido à vida. Com Jesus aprendemos o propósito da vida e do viver. Em Jesus podemos ter certeza da ressurreição. Conhecendo nossa morte e ressurreição a nossa vida passa a ser conduzida pelas coisas de Deus e não pelas coisas desse mundo. Não é o sucesso, a riqueza, o bem estar que dá sentido à vida.
Morremos com Cristo no batismo e no batismo ressuscitamos como novas criaturas. Nascidos em pecado sabemos que estamos sujeitos à morte. Como batizados não vivemos com medo da morte física, mas vivemos sabendo que ressuscitamos e ressuscitaremos. Disse Jesus: “Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (Jo 10.28).
Caso você não se lembre do dia em que foi batizado, o importante é que você lembre e saiba que é um batizado. Que já morreu e ressuscitou.
Pelo batismo morremos para a vida falsa e nascemos para a vida verdadeira. “Cristo é a verdadeira vida”.
Vocês foram ressuscitados...” – Paulo constata um fato. Paulo fala de algo concluído. Não é o registro de um desejo. A ressurreição é um capítulo encerrado.
             Ao lembrar que sou batizado e ressuscitado, passo a viver uma vida de pessoa morta para o pecado e renascida para Deus. Como morto e ressuscitado posso ouvir o convite: “buscai as coisas do alto, ...pensai nas coisas do alto,...
            Mesmo que eu já tenha morrido no dia do batismo, Paulo faz um pedido: “Façam morrer...” ou “matem os desejos deste mundo...”.
            Isso quer dizer que se eu já ressuscitei com Cristo no batismo tenho uma nova vida. Mas, mesmo recebendo essa nova vida, ainda estou vivendo nesse mundo e na carne. Sendo assim, continuo pecador. Sou nova criatura pelo batismo e velha criatura por causa da natureza pecaminosa que há em mim.
          No dia mais importante da minha vida, dia do batismo, eu morri e ressuscitei. Nesse dia passei a ter uma nova identidade. Nova identidade essa que o diabo busca manchar com seus ataques através da prostituição (adultério), impureza (moral, ou vida desregrada), paixão lasciva (sensualidade), desejo maligno, avareza, idolatria (quando as pessoas veem os bens materiais como um fim em si mesmos e os colocam em lugar de Deus).
              Hoje é domingo de páscoa. Pela graça de Deus, nós, os mortos e ressuscitados podemos meditar que Cristo é a nossa vida. Comemoramos a Vida. A igreja cristã é composta pelos mortos e ressuscitados. Por isso, “matem os desejos deste mundo...”, “buscai as coisas da vida...” e “olhai para as coisas da vida...”.
         buscai as coisas lá do alto” (v.1) e “pensais nas coisas lá do alto” (v.2) parece ser um conselho sobre evitar algum pecado e tentação carnal. No entanto, buscar as coisas lá do alto é rejeitar tudo àquilo que foi exposto no capítulo 2 da carta aos Colossenses. Precisamos rejeitar as falsas explicações, os argumentos sem valor, os ensinamentos de criaturas humanas. É preciso rejeitar as leis sobre o que comer e beber, dias santos, sábados, a falsa humildade, adoração de anjos, peregrinação, autoflagelação como requisito de salvação. O texto de Colossenses 3. 1 – 4 é uma conexão àquilo que foi escrito anteriormente.
         Paulo afirma com todas as letras a importância de Jesus Cristo como único meio de salvação. O perigo que corremos é justamente começar a se fixar em valores fora de Cristo.
         A nossa preocupação precisa estar voltada a tudo aquilo que pode nos tirar da vida eterna.
         buscai as coisas lá do alto” (v.1) e “pensais nas coisas lá do alto” (v.2) é um convite a não deixar de lado Jesus Cristo e sua obra salvadora. Não é apenas estar ocupado na obra de Deus, na verdade, é não deixar de lado a obra redentora de Jesus Cristo.
         buscai as coisas lá do alto” (v.1) e “pensais nas coisas lá do alto” (v.2) não é um conselho para olhar para nossa prática, para as obras que realizamos nesse mundo. É apenas um convite à olhar e ver o quanto necessitamos de Jesus para salvação.
         Cristo é a nossa vida - a nossa vida eterna, “vocês foram ressuscitados em Cristo”. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
(44) 3462 2796 ou (44) 9856 8020


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Lutero “entre aspas”

Família:
“Nenhum pecado merece castigo maior do que justamente aquele que cometemos contra as crianças, quando não as educamos”.

Igreja:
“A fé é um ato livre, ao qual não se pode forçar ninguém”.

Sociedade:
“Mais raro que um governo sábio, é um governo honesto”

Em Jesus - uma nova aliança!

  17 de março de 2024 Salmo 119.9-16; Jeremias 31.31-34; Hebreus 5.1-10; Marcos 10.35-45 Texto: Jeremias 31.31-34 Tema: Em Jesus -  um...