terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Escutem o que ele diz

Tema anual da paróquia: IELB - 110 anos alimentada na fonte de água viva
Transfiguração de Jesus - 02/03/2014
Sl 2. 6 – 12; Ex 24. 8 – 18; 2Pe 1. 16 – 21; Mt 17. 1 - 9
Tema: Escutem o que ele diz

         Deus Pai disse: “Escutem o que ele diz” (Mt 17.5).
         Quem é o “ele” a quem Deus se refere? Jesus.
         Quem é Jesus? O Credo Apostólico responde a questão com as palavras: “...concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria...” Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
         Escutem o que ele diz” (Mt 17.5). Qual é a importância dessas palavras para a atualidade?
         Praticamente em todos finais de semana, aqui onde moro, ouço o anuncio: “Deus quer te revelar algo!” Propaganda que atrai muitas pessoas desesperadas por uma resposta quanto ao seu futuro.
         Esse tipo de propaganda tem me causado muita preocupação. Preocupação essa que se deve ao fato de infelizmente muitas pessoas procurarem esse determinado local na expectativa de alguma revelação. O futuro é um mistério que não conhecemos. O futuro só será conhecido quando o mesmo for presente.
         Quando Deus diz: Escutem o que ele diz” (Mt 17.5), está mostrando que em Jesus está cumprindo a promessa anunciada por Moisés em Dt 18.15: “Do meio de vocês Deus escolherá para vocês um profeta que será parecido comigo, e vocês vão lhe obedecer.”
         Quem lê o Evangelho de Mateus observa que o mesmo apresenta as muitas citações do Antigo Testamento feitas por Jesus. Isso ocorre por causa do público alvo de Mateus. Para os judeus, tem como objetivo mostrar que Jesus era de fato o Filho de Deus e que veio cumprir as promessas feitas e anunciadas por Deus em todos os tempos.
         A Bíblia em todo seu conjunto, Antigo e Novo Testamento, é a revelação de Deus deixada a todos nós. É a biblioteca de Deus, na qual nos anuncia o seu amor e misericórdia.
         Através da Bíblia, Deus nos revela o que precisamos realmente saber para o nosso futuro, sobre nosso passado e também presente. A Bíblia fala sobre algo que transforma a nossa vida hoje. Conforta e consola com respeito ao nosso passado e nos dá garantias quanto ao futuro.
         O tema “inspiração da Bíblia” está sendo questionada. Infelizmente a Bíblia, devido as suas muitas distorções, acabou se tornando mais uma entre tantas palavras meramente humanas.
         Nesses tempos pós-modernos, onde verdade absoluta não existe, precisamos defender a verdade absoluta da Palavra de Deus. Como? Não sendo fanático, ou simplesmente incentivando que as pessoas leiam a Bíblia. Defender a Bíblia como verdade absoluta é: “anunciar aquilo que de fato é dito por Deus em sua santa Palavra.” 
         Quando me preocupo com a propaganda “Deus quer te revelar algo!” é porque justamente na maioria dessas “igrejecas” começam a anunciar que a vida da pessoa irá mudar. Qual é a mudança de vida?
         Alguém muitíssimo chateado com uma dessas “igrejecas” me disse dias atrás: “Quando fui naquela igreja o Pr. me disse que meu marido, meu filho e eu deixaríamos nossa cidade e iriamos morar numa fazenda. Agora, alguns anos depois, estou separada do meu marido e veja a minha situação.
         Muitos supostos pastores querem ser profetas. Mas o que é um profeta? Bem! Segundo a Bíblia, profetas, são os encarregados de continuar a obra de Moisés, ou seja, “dar a conhecer a Israel a vontade de Deus.” Infelizmente de maneira equivocada muitos se dizem profetas como se o mesmo fosse um adivinho.
         Deus diz: Escutem o que ele diz” (Mt 17.5). Essa voz de Deus confirma a missão de Jesus, assim como foi feito por ocasião do seu batismo.
         Estamos entrando num novo período no calendário na igreja. A partir da quarta-feira de cinzas, iremos iniciar a quaresma. Com a quaresma iremos acompanhar a caminhada de Jesus rumo à cruz.
         Escutem o que ele diz” (Mt 17.5) é uma mensagem importante para o inicio desse novo período no calendário, pois Deus mais uma vez confirma que Jesus é o sacrifício que lhe agradará de uma vez por todas. Falar dessa mensagem, proclamar essa verdade absoluta, nos faz um verdadeiro profeta.
         O apóstolo Pedro ao escrever sua segunda carta sabe que a necessidade é fortalecer a fé dos cristãos que estavam espalhados pelo império romano. Alguns falsos mestres adentraram na igreja com doutrinas errôneas e atitudes destrutivas. Esses falsos mestres estavam deturpando as cartas do apóstolo Paulo, bem como todas as lições das Escrituras Sagradas. Estavam espalhando a mentira de que as Escrituras Sagradas não eram inspiradas por Deus. E se a mesma não é inspirada por Deus, porque ouvir o que Deus nos diz?
         A falsa ideia de que a Bíblia é apenas palavra humana não é novidade. Pedro precisou combater esse falso ensino, o qual a igreja ainda hoje precisa combater. Como combater o falso ensino de que a Bíblia é meramente palavra humana? O combate é feito através da correta comunicação da Verdade das Escrituras, ou seja, Jesus Cristo, o salvador. A igreja precisa de profetas no verdadeiro sentido da palavra, que comuniquem fielmente essa verdade. Profetas são pessoas dedicadas a comunicar a verdade a respeito da promessa feita sobre Jesus e da promessa cumprida em Jesus.
         Pedro combateu o falso ensino que dizia que a Bíblia por ter sido escrita por homens não era a Palavra de Deus dizendo: “Assim temos mais confiança ainda na mensagem anunciada pelos profetas. Vocês fazem bem em prestar atenção nessa mensagem. Pois ela é como uma luz que brilha em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da manhã brilhe no coração de vocês. Acima de tudo, porém, lembrem disto: ninguém pode explicar; por si mesmo, uma profecia das Escrituras Sagradas. Pois nenhuma mensagem profética veio da vontade humana, mas as pessoas eram guiadas pelo Espírito Santo quando anunciavam a mensagem que vinha de Deus” (2Pe 1.19-21).
         A Bíblia é a Palavra de Deus. Foi escrita por homens, mas homens inspirados pelo Espírito Santo, que é água viva e autor das Escrituras Sagradas.
         O apóstolo Pedro em sua segunda carta faz alusão a vários textos do Antigo Testamento para enfatizar quem é Deus, e o que Ele fez. Assim como Mateus o faz para relembrar que Jesus é o cumprimento das promessas de Deus, por isso: Escutem o que ele diz” (Mt 17.5).
         Deus se revela apenas na sua Palavra, na Bíblia. Fora dela não há revelação. Tudo o que nos é necessário saber para nossa salvação está nas páginas das Escrituras Sagradas.
         A Sagrada Escritura não demonstra apenas o fato de ser Palavra de Deus. Diz de maneira particular como Deus deu a sua palavra a nós seres humanos: as pessoas eram guiadas pelo Espírito Santo quando anunciavam a mensagem que vinha de Deus” (2Pe 1.21b).
         Homens mortais como nós, pecadores como nós, foram usados por Deus para escrever o livro de Deus. Que grande honra desses homens em terem sido usados para escrever não o que queriam, mas o que eram inspirados a escrever. Que grande honra temos nós, anunciar a Palavra de Deus assim como ele nos comunica. Esses homens não se orgulhavam de terem escrito a Bíblia, o autor, o Espírito Santo, não lhes permitia orgulhar-se desse feito.
         A Bíblia é um livro escrito por homens que assim como nós foram resgatados pelo sacrifício de Jesus. Eles falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo. Deus colocou na mente desses homens o que eles deviam escrever: “Portanto, quando falamos, nós usamos palavras ensinadas pelo Espírito de Deus e não palavras ensinadas pela sabedoria humana....” (1Co 2.13).
         Ao contrário do que se diz e pensa por aí, não falamos em “inspiração de pensamentos” ou “inspiração de pessoas.” Falamos da “inspiração verbal.” Ou seja, a inspiração pela qual o Espírito Santo soprou as palavras que os santos escritores deviam colocar por escrito. Os escritores da Bíblia foram secretários fiéis às palavras que lhes fora inspirado. Não escreveram o que achavam melhor, escreveram o que de fato era para ser escrito.
         Palavras são meios necessários para a transmissão dos pensamentos. A Bíblia nos transmite os pensamentos, desejos, palavras e ações de Deus em favor de uma humanidade pecadora que sem Cristo estaria completamente perdida.
        Os seres humanos, Moisés, Samuel, Davi, Paulo, Pedro, etc, foram “mãos de Deus,” “serventes de Deus” e “órgãos do Espírito Santo” para comunicar a vida.
        Quando dizemos: Salmo de Davi, Epístola de Paulo, epístola de Pedro, estamos nos referindo ao agente e não a causa principal. Deus é o autor, e é de sua autoria esse livro, conhecido como Bíblia, uma colação de livros que nos revelam o seu amor por nós. Por isso, continuemos a escutar sobre o que Deus nos diz pela sua Palavra.
         Deus em seu amor deixou por escrito o seu testamento para todos nós. Deus se comunica conosco através de sua Palavra. Nessa Palavra revela sobre meu passado, presente e futuro. Essa revelação consiste em dizer que Deus perdoa todos os nossos pecados do passado, está presente no presente, em todas as situações e nos oferece e dá a salvação eterna que nos garante um futuro certo e tranquilo. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann

 
01 de março3 anos de blog Sermões Cristo Para Todos.

Mais de 60 mil pessoas atingidas em 66 países.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

3 anos de Blog


01 de março3 anos de blog Sermões Cristo Para Todos.

Mais de 60 mil pessoas atingidas em 66 países.



No Brasil: 55.032
No exterior: 8.000
Seguidores: 68 (aos quais agradeço profundamente)

 
60 milhões de brasileiros leem Blogs todos os meses. No Brasil há em torno de 15 mil blogs. Por isso, aproveito para agradecer a você que tirou um tempinho do teu precioso tempo para ler a mensagem que postei durante esses 3 anos no blog. 

Desses 60 milhões, mesmo que sendo um número bem pequeno, mês a mês pessoas encontram o que oferecemos no blog: Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Os testemunhos de pessoas que buscaram e encontraram esse Jesus, são vários.
Não ganhamos nenhum centavo com o blog ou sua divulgação. Mas, ganhamos o que dinheiro nenhum é capaz de pagar, a felicidade transmitida nas palavras de pessoas que leram alguma mensagem e aprenderam sobre Jesus Cristo, o salvador de suas vidas. É isso que nos motiva a continuar divulgando a mensagem de Deus a milhares de pessoas espalhadas pelo Brasil e pelo mundo.

Quero muito agradecer a você leitor e leitora. Muito obrigado! Além de ler, tenho certeza de que você compartilha essa mensagem com outros. Atingindo você, sei que atinjo outros milhares de pessoas através de seu testemunho.

Um abraço e muito obrigado.   
   




      Edson Ronaldo Tressmann
   http://sermoescristoparatodos.blogspot.com
         cristo_para_todos@hotmail.com
         (44) 98568020 ou 3462 2796 e ainda 9165 4351

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Vivendo o desafio colocado por Deus.

7º Domingo após Epifania
23/02/2014
Sl 119. 33 – 40; Lv 19. 1 – 2, 9 – 18; 1Co 3. 10 – 23; Mt 5. 38 – 48
IELB – 110 anos alimentada na fonte da água da vida
Tema: Vivendo o desafio colocado por Deus.
 

         Jesus fala sobre o comportamento extraordinário do cristão. O Desafio está colocado! E o Desafio é: “Não se vingar. Voltar o outro lado da face.
         Difícil? Com certeza.
         Jesus em seu sermão (Mt 5. 38 – 48) ensina que não é porque a maioria faz, ou seja, porque se vingam e não “levam desaforo para casa” é que nós cristãos também precisamos agir assim. Ser cristão é andar na contramão do mundo
         Dirigindo-se aos seus discípulos, Jesus os ensina como viver no regime espiritual, mostrando que é um viver diferente do vivido no regime secular.
         A preocupação de Jesus é contra os fariseus que enganavam o povo com a doutrina pregada enganosamente. Além de serem enganadores com seus ensinamentos, também o eram quanto a sua suposta vida piedosa. Vida baseada em suas distorções da Palavra de Deus.
         Os fariseus distorciam a doutrina, e isso resultava em levar as pessoas ao entendimento inadequado e a uma vida falsa diante de Deus imaginando estar sendo agradável.
         Na semana passada, ouvimos o ensino de Jesus sobre o quinto e sexto mandamento. Hoje, iremos observar que os fariseus aplicavam a si mesmos a lei dada às autoridades civis, que atuam no regime secular. Faziam uma tremenda confusão entre Vida no Regime Espiritual e Vida no Regime Secular.
         Iniciando o exercício do ministério de pregação, Jesus aponta para uma das características desse ministério, ou seja, corrigir as distorções que se faz da Palavra de Deus. O objetivo de Jesus é devolver à multidão a correta interpretação bíblica. Jesus quer oferecer o verdadeiro ensino daquilo que disse através da boca de seu servo Moisés. Isso, porque infelizmente, os fariseus inverteram esses verdadeiros ensinamentos.
         A instrução de Jesus é de como os cristãos precisavam viver pessoalmente. Jesus diz que não se deve desejar nenhuma forma de vingança. Aconselha cada filho(a) a não ter um coração impaciente e vingativo.
         Os fariseus e escribas, enganados por sua distorção da Palavra de Deus, chegaram à conclusão que era perfeitamente permitido se vingar. Alegavam que Moisés havia dito: “olho por olho, dente por dente.
         No entanto, Jesus ensina que diante da ofensa, da perseguição, precisamos dar a outra face. Será que Jesus não se enganou com outro texto bíblico? Será que preciso “levar desaforo para casa”? Não posso me defender em hipótese alguma? Não posso exigir o que é meu por direito?
         Quando Jesus diz: “...qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra;” está instruindo sobre o tipo de pessoa que o cristão precisa ser em contraposição aos pressupostos desse mundo. Os discípulos também haviam se enganado. Eles imaginavam que Jesus iria instituir um novo regime de governo e um novo império por ocasião de sua primeira vinda. Tanto que desejaram ser investidos de poder para governar e dominar seus inimigos.
         Com as palavras “...qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra;” Jesus fala do ser espiritual e da vida espiritual. Prega aos cristãos como devem se comportar perante Deus e o mundo. Jesus diz para que os cristãos estejam com seus corações presos em Deus e não se ocupem demasiadamente com o regime secular preocupado apenas com poder, punição e vingança.
         Muitas são as situações do dia-a-dia em que o desejo de muitos cristãos é se vingar e punir os culpados. Mas, essa é a tarefa do poder secular. Entre os cristãos deve reinar amor e serviço mútuo, principalmente aos que nos odeiam, que agem com violência e cometem injustiças.
         Precisamos fazer uma diferenciação para entendermos bem esse ensino. Preste atenção! Caso haja entre nós pessoas cristãs que ocupam cargos públicos, como vereador, advogado ou juiz, é necessário saber que esses precisam cumprir com seu ofício público, secular. Os vereadores são pessoas que criam leis para que haja mais segurança, etc. Os advogados precisam fazer valer a lei para todos igualmente. O juiz precisa julgar com imparcialidade. O cristão, sem ocupação nesses cargos, deve apenas esperar sem o desejo de vingança.
         A vida cristã requer muito equilíbrio. A prova disso é que somos pessoas no mundo, ou seja, quanto ao nosso corpo e aos bens, estamos sujeitos ao governo desse mundo. Quanto a nossa vida cristã, estamos sujeitos exclusivamente a Cristo. Dar a outra face é justamente quando formos atingidos por um crime, uma ação violenta, esperaremos em Deus nosso Senhor que por meio das autoridades desse mundo julgue a questão. Não é nosso papel agir como vingadores e punidores.
         Jesus fala sobre o comportamento extraordinário do cristão. Põe extraordinário nisso! Eu não consigo praticar esse desafio.
         O Desafio está colocado! O desafio é não buscar justiça com as próprias mãos. Deixar que as autoridades responsáveis façam isso.
         Muitos dos manifestos no Brasil são feitos por puro desejo de poder, vingança e punição. E a que isto está levando as pessoas? Inocentes estão sendo mortos. O patrimônio público está sendo destruído. A violência está gerando mais violência. Em nenhum momento, a situação está sendo realmente resolvida. Protestos! Podemos protestar, mas sem a arrogância de querer se vingar, punir ou obter poder. A partir do momento em que nossos protestos têm o desejo de vingança, punição ou poder, de maneira nenhuma devem ser realizados.
         Não estou com isso rotulando as pessoas que fazem seus manifestos. Mas, é necessário que façamos uma correta distinção entre um protesto justo e injusto perante Deus. Há muitos manifestantes que a única alternativa de ser ouvido pelo poder publico é saindo às ruas. Mas, a questão é justamente essa, qual é a minha motivação de ir as ruas protestar?
         Se o desejo for apenas ódio, vingança contra um partido politico, ou até mesmo busca de poder, os protestos não deveriam existir. Mas, se o desejo for sincero na busca de um mundo melhor para todos, (não apenas para mim ou uma pequena elite) o manifesto ordeiro, sem violência, é uma arma legítima que Deus também aprova. O ponto de equilíbrio é dar a outra face.
         Jesus não quer que sejamos como os fariseus e escribas. Ele deseja que sejamos perfeitos. Como ser perfeito? Na verdade, nossa perfeição nunca consistirá em não ter pecado. Ser perfeito segundo o ensino do sermão do monte e todo o restante da Escritura Sagrada, é justamente não distorcer a doutrina. Os fariseus e escribas distorciam a Palavra de Deus para justificar suas ações e sua falsa vida piedosa.

         Em segundo lugar, ser perfeito é viver de acordo com a sã doutrina. Isso quer dizer que, não devemos amar apenas nossos amigos, mas também nossos inimigos.
         Isso é possível?  
         Não! Apenas Deus é perfeito. É justamente nessa obra perfeita de salvação que vivemos “simultaneamente justos e pecadores.Precisamos viver como perfeitos no sentido de estar firme na verdadeira doutrina que consiste na pessoa de Jesus Cristo, o Filho enviado por Deus para nossa salvação.
         O sermão do monte é um convite para que nos apeguemos em Jesus Cristo. Somente Ele foi perfeito. Sua obra perfeita nos anima a viver o desafio colocado por Deus. O ponto principal é que, quando não consigo viver o desafio de Deus, a fé na obra de Jesus, sua morte na cruz e ressurreição, me dá o perdão e desse perdão recebo forças para continuar realizando o desafio colocado por Deus.
         A fé no sacrifício de Jesus me torna perfeito aos olhos do Pai. Na obra de Jesus continuemos vivendo o desafio colocado por Deus e perfeitos diante de Deus. Amém!

 

Pr. Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia: Martinho Lutero. Obras Selecionadas. Vol. 9. Ed. Sinodal, Concórdia e ULBRA; São Leopoldo, Porto Alegre e Canoas, RS. 2005. pp. 114 - 135

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Lição sobre mandamentos com o Filho do autor


6º Domingo após Epifania – 16/02/2014
Sl 119. 1 – 8; Dt 30. 15 – 20; 1Co 3. 1 – 9; Mt 5. 21 - 37
Tema: Lição sobre mandamentos com o Filho do autor.
 
         Continuamos ouvindo o sermão do monte, o primeiro sermão de Jesus em seu ministério da pregação. Nos versículos 21 a 37 do capítulo 5, que é a parte do sermão para esse dia, Jesus retoma a lição de alguns dos dez mandamentos.
         Seu objetivo é explicá-los corretamente, pois, infelizmente os fariseus e escribas ensinavam o 5º, 6º, 2º e 8º mandamento em sentido literal e os aplicavam as obras exteriores.
         Seguiremos a ordem adotada por Jesus, mas trataremos apenas do 5º e 6º mandamento.
        Jesus disse: “Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: ‘Não mate. Quem matar será julgado.’
         Os fariseus e escribas viam apenas a palavra “matar.” As pessoas cresciam com a ideia de que o mandamento estava proibindo apenas matar com as mãos. Mesmo que o desejo de Deus fosse além do matar físico, o mandamento passou a ser “nada além disso!
         Esse entendimento limpava a barra dos fariseus e escribas que tinham seus corações cheios de ódio, raiva e maus pensamentos secretos de morte (At 5.28; 1Sm 18.17).
         Com o entendimento equivocado, os fariseus e escribas, encontravam apoio na Palavra de Deus. Pela distorção das Escrituras Sagradas, esses homens piedosos se escondiam por trás de uma suposta santidade.
         Jesus está anunciando o seguinte: “vocês ouviram dos fariseus que Moisés ordenou, e que se ensinou desde a antiguidade: Não matarás.” Com o ensino de Moisés os fariseus e escribas se lisonjeavam e se apresentavam com seus ensinos e se aplicavam em cumprir tudo o que receberam dos antepassados.
         Hipocritamente, em pé na frente de todos, com a cabeça erguida, orgulhosamente diziam: “temos Moisés que diz: Não matarás.
         Sem profundidade nenhuma na questão, as pessoas simplesmente invejavam a suposta vida piedosa dos fariseus e escribas. Mas, Jesus, que têm por objetivo jogar sal na ferida dos escribas e fariseus e todos aqueles que procuravam viver hipocritamente.
         O que Deus quer dizer com o mandamento: Não Matarás? Quer que tenhamos cuidado. Pois, podemos matar de várias maneiras. Cuidado! Matamos com as mãos, com a língua, com o coração, por sinais, gestos, num olhar amargo ou invejoso. Matamos até mesmo com os ouvidos, quando não queremos que se fale bem de alguém.
         No versículo 22, Jesus, o professor da lição sobre alguns dos dez mandamentos, dá a verdadeira luz sobre o quinto mandamento dizendo: “Mas eu lhes digo que qualquer um que ficar com raiva do seu irmão será julgado. Quem disser ao seu irmão: “Você não vale nada” será julgado pelo tribunal. E quem chamar o seu irmão de idiota estará em perigo de ir para o fogo do inferno.
         Jesus está transmitindo o verdadeiro Moisés e a verdadeira interpretação do quinto mandamento. Por esse motivo, a reação da multidão foi de admiração. Exclamavam que Jesus ensinava com autoridade, ou seja, apegado e corretamente de acordo com o que a própria Palavra de Deus falava e não como os escribas e fariseus queriam ou desejavam (Mt 7.28 – 29).
         Quantos de nós, honestos, instruídos, bons, íntegros, mas que em secreto odiamos alguém? Precisamos repensar nossa situação. Muitos cristãos, a exemplo dos fariseus, mostram uma bonita fachada, mas o interior da casa está estragado. Se continuarmos vivendo dessa maneira, o resultado será corações endurecidos.
         Em seu sermão, Jesus está nos admoestando para que não nos enganemos com as aparências, principalmente a nossa. 

         O sermão de Jesus é justamente para aqueles que estão na sala de aula. São para aqueles que já conhecem o catecismo, os mandamentos. Esse sermão é para mim e para você querido(a) irmão(ã).
         Não podemos simplesmente querer ser modelo para os outros jejuando, orando, sendo dizimistas. Precisamos fazer as pazes com nosso próximo.
         Servir a Deus não envolve apenas sua vida na igreja, na congregação local, envolve sim, amar a Deus de mãos dadas com o próximo.
         Outra coisa que Jesus quer nos ensinar é que não podemos confiar em nosso servir a Deus como requisito de salvação. Não estamos ganhando o céu pelo nosso dizimo, pelo nosso tempo de diretoria, etc. Mesmo que essas e outras obras não devam ser negligenciadas, não são elas que nos salvam. A salvação está apenas na obra realizada por Jesus a qual ele nos oferece por graça.
         Já que hoje estamos tendo o privilégio de receber a Lição de alguns mandamentos com o Filho do autor, aproveitemos a lição sobre o sexto mandamento.
         Enquanto os fariseus proibiam nesse mandamento apenas o divórcio. Jesus trata sobre o mesmo de outro ângulo. Jesus diz que o pecado que envolve o adultério não está apenas no divorciar-se, mas em viver apaixonado, ter maus desejos para com outra pessoa. O pecado envolve pensamento, palavras e gesto indecoroso.
         O que fazer: se o simples fato de olhar com maus pensamentos para outra pessoa já é pecado? Precisamos lidar com isso dia após dia. Lembremos que Jesus não proíbe o convívio. Jesus não proíbe rir e se divertir. Proíbe sim a cobiça, o desejo para com outra pessoa. Precisamos estar preparados para resistir e lutar contra toda sorte de tentação, passar por tudo com paciência e vencer. 
         Sei que é impossível viver em carne e sangue sem qualquer inclinação pecaminosa e má. Assim como Lutero, concordo com Tomás de Aquino que dizia “que um mau pensamento involuntário não é pecado mortal.” Exemplo: “Quando alguém te ofende, é inevitável que naquele momento você logo pense em vingança. Isso porém não é condenável, desde que não decida para as vias de fato, precisas resistir ao impulso.
         É justamente para nos precaver das “vias de fato” é que Jesus está instruindo para que a cobiça, o desejo, não nos leve a cometer um pecado mortal.
         Para que possamos vencer o pecado contra o sexto mandamento, precisamos voltar nosso olhar para a Palavra de Deus.
         Deus ordenou que cada homem tenha sua esposa. Cada casal deve manter seus desejos e apetites dentro desses limites. Precisamos ser capazes de ficar dentro desse limite. Mas, se não estamos mais contentes com esse limite e, não estamos mais satisfeitos com a esposa que Deus nos deu para nosso prazer e passarmos a olhar cobiçosamente para outras mulheres, CUIDADO, pois já estamos contaminados pela cobiça. E a cobiça e o desejo precisam estar reservados apenas para minha esposa.
         A questão é que nosso inimigo assopra coisas em nossos ouvidos, de maneira que passamos a enxergar apenas os defeitos do nosso cônjuge. Se a nossa esposa não nos é mais preciosa, outras mulheres passam a ser. E assim, o desejo e a cobiça reservado à minha esposa, passam a ser para outra pessoa. Assim, mesmo que minha esposa seja bonita, qualquer outra mulher feia passa a ser mais atraente.
         O sexto mandamento, segundo a lição dada pelo Filho do autor, nos ensina a olhar de maneira correta para nossa esposa. Segundo a Palavra de Deus nossa esposa é um presente, é uma joia rara. Se eu olhar assim para minha esposa, não importa se há mulheres mais bonitas, pois a minha é presente de Deus dado para mim. Deus a colocou em meus braços. Jesus nos ensina a olhar de maneira correta para nossa esposa, para a beleza e joia rara que Deus nos deu.
         Não podemos evitar os ataques do diabo. Ele dispara maus pensamentos e desejos em nosso coração, mas não deixe que esses dardos lançados em ti criem raízes. Arranque-os e jogue fora. O desejo pode até bater na porta, mas não o deixe entrar.
         Talvez alguém pense que o maior problema é o desejo carnal. Isso não confere com as Escrituras. Se não houvesse desejo entre homem e mulher, não haveria casamento. A questão é que nosso desejo, nossa louca vontade, precisa estar guardado para o casamento, entre o casal.
         Quando Jesus aconselha que os olhos e as mãos sejam arrancados, está aconselhando que nos coloquemos perante Deus e deixemos nos governar por ele. Arrancar o olho ou a mão significa tirar o desejo que estamos sentindo.
         Um dos maiores convites ao pecado atualmente é o divórcio. Jesus instrui sobre usar corretamente a lei do divórcio, pois muitos haviam transformado essa lei para cometer patifarias e arbitrariedades contra o mandamento de Deus. Mandamento esse que ensina: “Em qualquer um desses casos, o primeiro marido não poderá casar de novo com essa mulher; ela é impura para ele. Casar de novo com ela seria uma ofensa contra Deus, o SENHOR. Portanto, não deixem que se cometa um pecado tão grave assim na terra que o SENHOR, nosso Deus, lhes está dando para ser de vocês” (Dt 24.4).
         Essa lei foi rapidamente aprendida e abusada. Quando um homem se cansava de sua mulher e se apaixonava por outra a despedia e a repudiava. Moisés quis ensinar que era permitido se separar apenas quando encontrasse na mulher alguma indecência ou fraqueza que impossibilitava o convívio. No entanto, a libertinagem levou os fariseus e escribas a abusarem dessa lei. No evangelho de Mateus vemos Jesus sendo questionado justamente sobre a questão do divórcio. A pergunta feita à Jesus era se por qualquer motivo poderia se separar. Jesus conclui que o divórcio é motivo para o adultério.
         Essa libertinagem está muito presente entre nós também. É um assunto tão normal que nem sequer queremos falar sobre o mesmo.
         Querido jovem, se você deseja se casar, empreender em algo abençoado e bem sucedido, invoca a Deus, implore que Ele te conceda uma joia de esposa. Aos casados eu aconselho que tenham desejo um pelo outro como nunca se desejaram.
         Que Deus em seu amor e misericórdia nos abençoe ricamente e que possamos continuar vivendo como seus filhos e filhas. Amém!
 

Pr. Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia: Martinho Lutero. Obras Selecionadas. Vol. 9. Ed. Sinodal, Concórdia e ULBRA; São Leopoldo, Porto Alegre e Canoas, RS. 2005. pp. 87 - 113

Dar a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)

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