terça-feira, 27 de agosto de 2013

Fio Vermelho


Diante das autoridades e de Deus.


01/09/13 – 15º Domingo após Pentecostes.

Sl 131; Pv 25. 2 - 10; Hb 13. 1 – 17; Lc 14. 1 - 14

 
Quando você estiver diante das autoridades, não se faça de importante. É melhor que depois lhe dêem um lugar de honra do que você ser humilhado na presença das autoridades.” (Pv 25. 6 – 7)

        Salomão durante seu reinado pronunciou muitos provérbios. Os ditos populares de Salomão deram origem ao livro de Provérbios e, é maravilhoso podermos meditar nas palavras “Quando você estiver diante das autoridades, não se faça de importante. É melhor que depois lhe dêem um lugar de honra do que você ser humilhado na presença das autoridades.” Por que essas palavras são importantes e necessárias se estamos vivendo tantos outros problemas? A verdade é que a atual conjuntura nacional na qual estamos inseridos nos confunde e massacra.

        Anos atrás, em 2007, foi divulgada uma pesquisa transformada em livro com o titulo: “Perfil dos Brasileiros.” A pesquisa relatou sobre qual é o pensamento dos brasileiros sobre, sexualidade, corrupção, política, jeitinho brasileiro, etc.

        Salomão é conhecido pela sua sabedoria. Diferentemente de tantas outras pessoas inteligentes, Salomão fez uso da sua sabedoria para benefício de todas as pessoas, não somente para si próprio. Com sua sabedoria apurada, observada em seus provérbios, sempre conduziu as pessoas a uma reflexão prática.

        Qual é o lado prático dessas palavrasQuando você estiver diante das autoridades, não se faça de importante. É melhor que depois lhe dêem um lugar de honra do que você ser humilhado na presença das autoridades?Salomão está tratando sobre nossa atitude perante os outros.

        Prática vem de experiência. E quando Salomão diz: “Não te glories na presença dos reis...” o faz por experiência própria, por ser rei. Ele sabia que muitas pessoas ao se aproximar dele, engrandeciam-se para fazer-se e se sentir importante. Ao dizer essas palavras na rua ou no seu palácio queria dizer às pessoas que desejavam ser o centro das atenções para que se colocassem no seu lugar.

        Na época de Salomão as pessoas gostavam de encher o seu próprio balão. As pessoas gostam de puxar sardinha pra tudo o que é seu. O meu é o melhor. Eu sei tudo. Já vi de tudo. Posso falar sobre o assunto. E em muitas situações, essas frases não são para ajudar, na verdade, servem para humilhar o outro e exaltar a si mesmo.

        As palavras “Quando você estiver diante das autoridades, não se faça de importante. É melhor que depois lhe dêem um lugar de honra do que você ser humilhado na presença das autoridades” (Pv 25. 6 – 7) confrontam a humildade e a exaltação.

        Pessoas egocêntricas, ou seja, que gostam de ser o centro das atenções, cedo ou tarde passam por alguma humilhação. Esse tipo de pessoa se expõe demais e acaba se perdendo. No entanto, vale lembrar que o egocêntrico sofre. Sofre por ter que manter uma postura que não é a dele. Muitas vezes precisa viver de aparências para manter a aparência. E sendo assim, o egocêntrico precisa de ajuda. E para ajudar, Salomão diz: “Quando você estiver diante das autoridades, não se faça de importante. É melhor que depois lhe dêem um lugar de honra do que você ser humilhado na presença das autoridades.” (Pv 25. 6 – 7).

        As palavras de Salomão nos fazem lembrar sobre o que Jesus disse conforme apresentado pelo evangelista Lucas 14. 1, 7 – 14. Jesus acha feia a atitude dos convidados que escolhiam os primeiros lugares e sentencia “pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado” (Lc 14.11).

        Não te glories na presença dos reis” – são palavras de Salomão, mas sendo inspiradas pelo Espírito Santo foi retransmitida pelo verdadeiro conhecedor da mesma, Jesus.

        Ao contar a parábola dos primeiros lugares, Jesus chama a atenção para a atitude perante o próximo e além disso chama a atenção para a nossa postura perante Deus.

        Não te glories na presença dos reis” -  Jesus era o rei dos reis. Fariseus, saduceus e líderes religiosos não o reconheceram como tal. Como dito pelo evangelista João “veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11).

        As pessoas se mostravam importantes perante Jesus e se exaltavam de maneira tal que muitas vezes foram repreendidos. O evangelista Mateus narra um episódio em que os discípulos estavam discutindo sobre quem era o maior no reino de Deus. Mateus diz que Jesus coloca no meio deles uma criança para lhes ensinar que: “...aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus” (Mt 18.4). E como reprovação aos fariseus Jesus disse que “os sãos não precisam de médico, e sim os doentes” (Mt 9.12).

Mesmo Jesus tendo ensinado muito sobre humildade, os judeus continuavam se exaltando. E essa exaltação aconteceu diante da humilhação do Filho de Deus ao ocupar nosso lugar na cruz. Diante da cruz, os que se exaltavam diziam: “salvou os outros; a si mesmo se salve, se é, de fato, o Cristo de Deus, o escolhido...Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo” (Lc 23.35 - 37). Até mesmo um ladrão se exalta dizendo: “Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também” (Lc 23.39).

Assim como as pessoas se engrandeciam perante os homens, muitos se engrandeciam perante o próprio Deus, querendo ser importante perante o homem mais importante do mundo. Aquele que estava morrendo na cruz para exaltar a humanidade pecadora foi despedido com exaltação das pessoas sem poderem ter com que se exaltar.

A falta de humildade não é algo novo. Desde a queda em pecado o ser humano busca se exaltar sobre o outro.

Davi, homem importante, tentando manter a aparência, tentou esconder seu pecado mandando Urias na linha de frente da batalha para ser morto. A mãe de Tiago e João pediu a Jesus “...que, no teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita, e o outro à tua esquerda” (Mt 20.21).

Não menos orgulhoso é o fariseu da parábola contada por Jesus. Ele agradecia por não ser como os demais homens. Não era ladrão, não era injusto, não era adúltero, jejuava duas vezes por semana, dava o dízimo. Era o “cara” da época.

Muitos que ouviram a parábola contada por Jesus desejaram por um momento ser como esse fariseu. Ele era importante, cumpria a lei de Deus, aparentemente uma boa pessoa, ninguém tinha moral para repreendê-lo. De um lado um homem exaltado.

Do outro lado, um homem aparentemente humilhado. Cabeça baixa, rejeitado pelos fariseus. Humilhado, apenas dizia: “querido Deus, meu pecado é grande, me perdoa, sou pecador.

Era o famoso, “Zé Ninguém.” Um coitado. A plateia, composta por muitos fariseus, estava se sentido superior a todos os demais. E é ai que entra a preciosa lição de Jesus.  Ele exalta o publicano.

Talvez você esteja surpreso, assim como ficou surpresa aquela plateia.

A reação deve ter sido de revolta. Talvez indagaram Jesus dizendo que “não é possível.

Milhares de pessoas em seu orgulho não estão de fato certos que Jesus veio para buscar e salvar o perdido. Vivem suas vidas tentando agradar a Deus e fazer disso um ato de barganha com Deus.

Jesus ensina para todos os que querem se exaltar perante ele que isso não é possível. “Não há justo, nem um sequer,” (Rm 3.10). Não salvamos a nós mesmos pela lei ou pelas obras. Para que a nossa salvação fosse possível foi necessário como diz João: “o verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como unigênito do Pai” (Jo 1.14).

A humildade é importante e necessária. Principalmente ao reconhecer os nossos pecados e implorar o perdão de Deus. Deus, em Jesus, atende o nosso pedido e nos perdoa.

Jesus foi humilde para resgatar a todas as pessoas, inclusive os orgulhosos. Os egocêntricos também são alvos do amor de Deus em Jesus.

Com as palavras de Salomão “Quando você estiver diante das autoridades, não se faça de importante. É melhor que depois lhe dêem um lugar de honra do que você ser humilhado na presença das autoridades” e com as palavras de Jesus “pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado” (Lc 14.11) fomos conduzidos a refletir na nossa postura diante de Deus e do próximo.

Nossa postura precisa ser de Humildade. Humildade para nos reconhecer pecador diante de Deus. E Humildade no trato com o próximo. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Um convite - chega de mãos cansadas e joelhos enfraquecidos


25/08/13 – 14º Domingo após Pentecostes
Sl 50. 1 - 15; Is 66. 18 - 23; Hb 12. 4 - 24; Lc 13. 22 - 30
Tema: Um convite chega de mãos cansadas e joelhos enfraquecidos
 

        No texto de Hebreus 12.12 lemos: “...levantem suas mãos cansadas e fortaleçam os seus joelhos enfraquecidos.

        O sermão escrito aos Hebreus tem como objetivo animar muitos cristãos que estavam desanimando. Por isso, duas semanas atrás meditamos no tema: a maior e melhor aventura da nossa vida, tendo como base o sermão de número 11, ou seja, do capitulo 11de Hebreus.

        O sermão aos Hebreus ao buscar animar os cristãos desanimados, apontou para grandes heróis e heroínas da fé cristã. Relembremos: Hb 11, 2, 4, 5, 7, 8, 20, 21, 22, 23, 24, 29, 31, 32. Seus nomes: pessoas do passado, Abel, Enoque, Noé, Noé e sua família, Abraão, Isaque, Jacó, José, pais de Moisés, Moisés, israelitas que atravessaram o Mar Vermelho, Raabe, Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os profetas. Todos esses também enfrentaram desanimo, mas foram vitoriosos pela fé em sua maior e melhor aventura.

        Se havia o risco de que muitos abandonassem a fé em Jesus Cristo, o sermão 12, ou seja, do capitulo 12 de Hebreus é um sermão de encorajamento aos fiéis para que permaneçam no chamado de Deus. É um chamado para que não abandonem a fé e não se desgrudem de Jesus Cristo e tenham em Cristo a certeza de que chegarão ao Monte Sião, v. 22.

        ...levantem suas mãos cansadas e fortaleçam os seus joelhos enfraquecidos.

        No culto da semana passada, ao meditar nas palavras do profeta Jeremias 23. 16 – 29, aprendemos que o exilio era o meio de disciplina ao povo de Israel. Para essa disciplina, Deus estava usando Nabucodonosor como vara em suas mãos. E para completar a necessidade de sermos disciplinados e olhar para o sofrimento como estando nas mãos de Deus, e sendo por permissão de Deus, o sermão aos Hebreus anuncia: “suportem o sofrimento com paciência como se fosse um castigo dado por um pai, pois o sofrimento de vocês mostra que Deus os está tratando como seus filhos...” (Hb 12.7).

        Mesmo no sofrimento, Deus está nos cuidando e amparando. Ele não se esqueceu de você. No sofrimento é importante que você se veja assim como Deus te vê, ou seja, como filho amado e querido. Ouçamos o sermão de Paulo aos Romanos: “...E também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos produzem a paciência, a paciência traz aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança” (Rm 5. 3 – 4).

        ...levantem suas mãos cansadas e fortaleçam os seus joelhos enfraquecidos.

        O que o autor desse sermão aos Hebreus quer dizer com mãos cansadas e joelhos enfraquecidos?

        As mãos cansadas e os joelhos enfraquecidos eram os muitos cristãos desanimados devido à perseguição e os muitos sofrimentos. O inimigo, o diabo, se apropriava e apropria-se dessas situações para alimentar o desânimo nas pessoas. Ele nos perturba com dúvidas: “Será justo um cristão sofrer?” Em outras situações nos acomoda diante da lei de Deus e não nos permite mais ouvir a repreensão da lei divina com o seguinte pensar: “Deus é amor e não permitirá que você seja condenado. Continue assim. Não ouça a lei de Deus.” Outras vezes, não nos permite ouvir e viver o perdão que Deus nos dá em Jesus: “esse pecado não tem perdão, nem busque se arrepender, permaneça no erro.

        ...levantem suas mãos cansadas e fortaleçam os seus joelhos enfraquecidos.

        Levantar as mãos cansadas e fortalecer joelhos enfraquecidos é um convite aos cristãos desanimados para que não desistam. Disse Paulo aos Romanos: “Eu penso que o que sofremos, durante a nossa vida não pode ser comparado, de modo nenhum, com a glória que nos será revelada no futuro” (Rm 8.18), e ainda, Paulo e Silas: “...animavam os cristãos e lhes davam coragem para ficarem firmes na fé. E também ensinavam que era preciso passar por muitos sofrimentos para poder entrar no Reino de Deus” (At 14.22).

        Levantem suas mãos cansadas e fortaleçam seus joelhos enfraquecidos é um convite aos que desanimaram em meio a essa vida, para que expressem louvor a Deus. Ouçamos mais uma vez a explicação ao segundo mandamento.

Devemos temer e amar a Deus e, portanto em seu nome, não amaldiçoar, jurar, praticar a feitiçaria, mentir ou enganar, mas devemos invocá-lo em todas as necessidades, orar, louvar e agradecer.

        Nas situações em que somos conduzidos ao desânimo, Deus pede nosso louvor, nossa gratidão e oração.

        ...levantem suas mãos cansadas e fortaleçam os seus joelhos enfraquecidos.

        Os grandes heróis e heroínas da fé cristã segundo Hebreus 11 só o foram porque conforme Hebreus 12, “correram sua corrida, olhando firmemente para Jesus.” Todos eles, “tinham os olhos fixos na recompensa futura” (v.26b).

        ...levantem suas mãos cansadas e fortaleçam os seus joelhos enfraquecidos.

        Para podermos levantar nossas mãos cansadas e fortalecer nossos joelhos enfraquecidos, precisamos deixar de olhar para esse mundo e voltar nosso olhar e pensamento no Monte Sinai, sendo esse a Jerusalém celestial. “Somos cidadãos do céu e estamos esperando ansiosamente o nosso salvador, o Senhor Jesus Cristo, que virá de lá” (Fp 3.20).

        Esquecer das coisas do aqui e agora e saber que em Jesus, no seu perdão o aqui e agora é vivido com olhos fixos nEle. E com os olhos fixos nEle, nosso aqui e agora passa a ser um depois do aqui e agora. Pois, mesmo que estamos nesse mundo, em Jesus, sabemos que as coisas desse mundo não podem nos separar do amor de Deus. E assim como os heróis e as heroínas de fé queremos “...morrer cheios de fé e assim receber as coisas que vimos de longe” (Hb 11.13).

        Deus nos abençoe e ajude a vencer o desânimo e continuar nossa caminhada olhando firmes em Jesus. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann
44 – 3462 2796

terça-feira, 13 de agosto de 2013

A necessidade de tempestade na vida de um cristão

18/08/13 – 13º Domingo após Pentecostes

Sl 119. 81 - 88; Jr 23. 16 - 29; Hb 11. 17 – 31; 12. 1 - 3; Lc 12. 49 - 53

Tema: A necessidade de tempestade na vida de um cristão

 

        Quando tudo está seco devido à falta de chuva, tudo fica triste e difícil. Falta cor, falta alimento para os animais, seja o capim ou a água. Em algumas regiões, até mesmo os seres humanos sofrem por falta de água. E nesse período o que mais se espera é a chuva. Apenas a notícia de chuva já anima as pessoas. Mas, imaginem! Tudo seco e chega alguém dizendo que ficará mais seco ainda?

        Foi o que o profeta Jeremias fez, mas, seu anúncio foi de uma tempestade e essa com seus prejuízos.

        O profeta Jeremias entre os anos 597 – 587 a.C., anunciou ao povo a necessidade de se submeterem  a Babilônia, a potência mundial naquele momento. A mensagem anunciada pelo profeta dizia que o exilio babilônico com duração de 70 anos era da parte de Deus, e que o “grande” Nabucodonosor era servo nas mãos de Deus para cumprir essa vontade.

        Em dias ruins, a notícia não estava sendo animadora. Era como se no período de estiagem, ouvissem o anúncio de mais um longo período sem chuva.

        No entanto, esse anúncio, visava à vida do povo. Afinal, essa mensagem tinha por objetivo levar o povo ao arrependimento, a voltar-se para Deus de quem haviam se afastado e corriam o risco de se afastar ainda mais.

        Enquanto Jeremias comunicava a vida, chamando o povo ao arrependimento, anunciando um período de turbulências, os falsos profetas buscavam conquistar o povo através de suas mensagens com falsas esperanças. Enquanto Jeremias anunciava a tempestade a qual povo de Deus atravessaria, os falsos profetas anunciavam que tudo estava bem e que a tempestade não iria acontecer.

        Distorcendo a mensagem do profeta Jeremias, e levando ao povo uma suposta mensagem de paz, os falsos profetas levaram o povo e o rei Zedequias à insurreição, e assim, Jeremias tornou-se impopular (37.11 – 16).

        A mensagem da vida, chamando o povo ao arrependimento continua sendo anunciada. No entanto, para muitos ainda continua sendo melhor ouvir pregadores populares com suas mensagens de que com 10% tudo se resolve, que um copo de água cura, que jejum é caminho de vitória.

        Enquanto que supostos pregadores da paz e de falsas esperanças anunciam uma mensagem de uma vida de “mar de rosas.” A Palavra de Deus com seus profetas nem tão populares, anunciam a vida dizendo que Deus busca um coração verdadeiramente arrependido ao invés do jejum, a oferta com resposta da fé e alegria pela salvação, e o perdão obtido por Jesus na cruz como cura da maior doença, o pecado.

        A Palavra de Deus anuncia que não estamos livres das tempestades, mas que em qualquer que seja a tempestade, Deus está conosco. A tempestade faz parte da vida do cristão. O cristão sofre, fica doente, tem apertos financeiros, é abalado por tragédias. E tudo isso, porque mesmo sendo filho de Deus através do batismo, continua sendo um pecador. E por ser pecador, todos nós necessitamos ouvir o convite ao arrependimento. E Deus nos garante de que o pecador arrependido, agarrado pela fé em Jesus, recebe o perdão de todos os seus pecados.

        Nosso inimigo, ardiloso como o é desde o inicio, busca de todas as maneiras nos afastar da fé em Jesus. E como sempre fez, continua fazendo, ou seja, por meio de falsos profetas. O próprio texto de Jeremias 23.28 fala sobre isso: “O profeta que teve um sonho devia contá-lo como um simples sonho. Mas o profeta que ouviu a minha mensagem devia anunciá-la fielmente. Que vale a palha comparada com o trigo?

        Sem nenhum receio e sem julgar a IELB superior, nós temos a verdade.

        O apóstolo João em seu evangelho cap. 8. Vv. 31 – 32 diz: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” E Judas, não o traidor, o outro, disse: “Meus queridos amigos, eu estava fazendo todo o possível para escrever a vocês a respeito da salvação que temos em comum. Então senti que era necessário escrever a vocês a respeito da salvação que temos em comum. Então senti que era necessário escrever agora para animá-los a combater a favor da fé que, uma vez por todas, Deus deu ao seu povo” (Jd 3). Judas nos convoca para a defesa da doutrina pura, não podemos ter vergonha de confessar que possuímos a verdade, pois ela é Cristo.

        Em sua segunda carta o apóstolo João disse: “Quem não fica com o ensinamento de Cristo, mas vai além dele, não tem Deus. Porém quem fica com o ensinamento de Cristo, esse tem tanto o Pai como o Filho. Se alguém for até vocês e não levar o ensinamento de Cristo, não recebam essa pessoa na casa de vocês, nem lhe digam: ‘que a paz esteja com você.’ Pois quem deseja paz a essa pessoa é seu companheiro no mal que ela faz” (2Jo 9 - 11). Por essa razão, precisamos entender Lutero, que no final do debate sobre a santa ceia, esse não estendeu a mão a Zwínglio. Afinal, Lutero não estava de acordo com Zwínglio por não estar de acordo com a Bíblia a respeito da santa ceia.

        O “politicamente correto” está causando enormes prejuízos a verdade.

        O apóstolo Paulo anuncia ao jovem pastor Timóteo: “Cuide de você mesmo e tenha cuidado com o que ensina. Continue fazendo isso, pois assim salvará tanto você mesmo como o que os escutam” (1Tm 4. 16). Os cristãos da Galácia acabaram permitindo que falsos mestres adentrassem em suas congregações, e por isso foram repreendidos por Paulo: “Vocês estavam indo tão bem! Quem convenceu vocês a deixarem a verdade? É claro que quem os convenceu não foi Deus, que os chamou. Como dizem por ai: ´um pouco de fermento fermenta toda a massa’” (Gl 5 7 – 9). Cuidado! Muito cuidado! Um único ensino falso, sejam, por hinos ou palavras, estraga todo o corpo da doutrina cristã. E ensino distorcido da Palavra de Deus é o que mais temos em nossos dias. Por isso, é importantíssimo que nós que temos a verdade, cultivar, confessar e ensinar a verdade de todas as maneiras possíveis.

        A verdade que é Jesus Cristo precisa estar em evidência. Mas, não é qualquer Jesus. É o salvador de todos os homens, o verdadeiro Homem e o verdadeiro Deus.

        O Profeta Jeremias anunciou a tempestade, sendo essa a queda de Jerusalém, ao dizer: “Pois eu resolvi não proteger esta cidade e sim destruí-la. Ela será entregue ao rei da babilônia, e ele a queimará completamente. Eu, o Senhor, estou falando” (Jr 21.10). Essa notícia inflamava o coração das pessoas. E os falsos mestres se aproveitavam para anunciar falsas esperanças, “a desgraça não cairá sobre vocês.”

        Junto com o profeta Jeremias haviam os profetas Ezequiel, Daniel, Naum, Habacuque e talvez Obadias e Sofonias. Isso indica que metade dos profetas atuava nesse período. O povo não tinha desculpas. Deus enviou profetas por amor ao seu povo. O anúncio da tempestade era por amor ao povo.

        A ira de Deus, que seria manifestada pelo cativeiro babilônico, era a lei de Deus, usada como convite ao arrependimento.

        O apóstolo Paulo na sua carta aos Romanos anuncia: “Do céu Deus revela a sua ira contra todos os pecados e todas as maldades das pessoas que, por meio de suas más ações, não deixam que os outros conheçam a verdade a respeito de Deus”(Rm 1.18) e “Nós sabemos que tudo o que a lei diz é dito para os que vivem debaixo da lei. Isso a fim de que todos parem de se justificar e a fim de que todas as pessoas do mundo fiquem debaixo do julgamento de Deus. Pois ninguém é aceito por Deus por fazer o que a lei manda, porque a lei faz com que as pessoas saibam que são pecadoras” (Rm 3. 19 – 20).

        A lei nos coloca no mesmo saco. A lei nos trata igualmente. O Espírito Santo nos convence do nosso pecado. E esse convencimento é feito pela pregação da Palavra de Deus. O povo não quis dar ouvidos a voz do profeta Jeremias e sim dos falsos profetas. Por que? É agradável ouvir o que se quer.

        Jeremias colocou o dedo na ferida e apertou, “A minha mensagem é como fogo, é como marreta que quebra grandes pedras. Sou eu, o Senhor quem está alando” (Jr 23.29).

        Deus age e leva o pecador ao arrependimento. E arrependidos somos levados a agir diferente. Essa mensagem do profeta ecoam o evangelho: “...Chegou a hora, e o Reino de Deus está perto. Arrependam-se dos seus pecados e creiam no evangelho” (Mc 1.15). Diante de Deus, precisamos reconhecer que estamos perdidos, e receber do Senhor a graça e o perdão. E a graça de Deus, o perdão de Deus é oferecido e dado a cada pecador verdadeiramente arrependido.

        Diz um hino cristão: “Estamos nos mundo, mas dele não somos, aqui nos vivemos distantes do lar, a nossa morada de paz se reveste, a pátria celeste é o nosso lugar.

        Essa verdadeira esperança, nossa pátria está no céu (Fp 3.20) está sendo distorcida pelo aqui e agora, por isso, muitos contabilizam e louvam a Deus apenas pela vitória terrena.

        A Palavra de Deus mostra que somos pecadores e que necessitamos de arrependimento diário. E essa mensagem continua sendo anunciada por Jeremias, que continuam sendo desprezados, odiados e ridicularizados.

        Foi dito pelo autor a carta aos Hebreus que o pecado nos ataca diariamente. E nós, não conseguimos bani-lo de nosso coração. E justamente por estarmos envolvidos numa luta diária, entre velho e novo homem, precisamos nos arrepender e pela fé nos agarrar em Jesus Cristo.

        As tempestades infelizmente continuarão presentes em nossa vida, mas somos convidados a continuar caminhando olhando firmemente em Jesus, pois “Foi Cristo quem nos deu, por meio da nossa fé, esta vida na graça de Deus. E agora continuamos firmes nessa graça e nos alegramos na esperança de participar da glória de Deus. E também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos produzem a paciência, a paciência traz a aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança. E essa esperança não nos deixa decepcionados, pois Deus derramou o seu amor no nosso coração, por meio do Espírito Santo, que ele nos deu” (Rm 5.2 – 5). Amém!
 
Pr Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Vivendo a melhor aventura da minha vida.


11/08/13 – 12º Domingo após Pentecostes

Sl 33. 12 - 22; Gn 15. 1 - 6; Hb 11. 1 - 16; Lc 12. 22 - 34

Tema: Vivendo a melhor aventura da minha vida.

 
        Dias atrás assisti ao filme “Compramos um Zoológico.”

        Esse filme baseado em fatos reais me deixou emocionado.

        O filme conta a história de um homem que perde a esposa e fica com dois filhos. Uma das alternativas foi mudar-se da cidade, pois tudo lembrava sua falecida esposa.

        Na busca por uma nova morada, acabou comprando um zoológico desativado.

        Tudo parecia indicar que não daria certo reabrir o zoológico. Aconselhado por seu irmão a não desperdiçar mais dinheiro nesse empreendimento, a resposta foi que sua vida sempre havia sido uma aventura e se os funcionários estivessem com ele nessa aventura, ele desejava continuar.

        Não quero contar mais sobre o filme para não atrapalhar e estragar o final do filme para aqueles que ainda não assistiram.

        Nossa vida é uma aventura!

        Você gosta de aventura? Muitas pessoas amam aventurar-se.















      Muitos deixam de viver a aventura. Por medo, falta de tempo, etc.

        Infelizmente, na aventura a qual Deus nos colocou para viver, muitos abandonam. E o motivo é simples. Vejamos:

        Na nossa aventura algumas perguntas são difíceis de serem respondidas. Muitas questões merecem tempo e muita pesquisa para que não haja uma resposta equivocada. Estamos tendo essa lição ao estudar o livro de Apocalipse. Algumas passagens são de difícil compreensão e muitas questões não podem ser respondidas.

        Muitas vezes, ansiosos por querer dar uma resposta para as pessoas, acabamos incorrendo num grave erro. O erro de levar à pessoa a conclusão de que a “dúvida é pecado.

        Em nossa aventura diária as dúvidas existem. Elas fazem parte da nossa existência. A cada mensagem pronunciada, a cada estudo bíblico, tenho minhas dúvidas e perguntas.

        As dúvidas são lançadas sobre nós, assim como dardos em um cartaz na parede, por aquele antigo tentador que ao lançar a dúvida em Eva, deu inicio a toda miséria que existe no mundo.

        As dúvidas surgem cada vez que a ciência se pronuncia. A razão busca resposta e a fé é confrontada.

 
      Em nossa aventura vivemos o constante confronto: Razão X Fé. E para continuar na aventura que Deus nos colocou é preciso buscar fundamentação na Palavra de Deus. Afinal, a razão é abastecida pelos noticiários, pelas pesquisas, livros, dissertações, etc. E somente a Palavra de Deus escrita por homens como eu, cheio de dúvidas, transmite consolo e orientação diante da dúvida.
        A Bíblia está repleta de personagens cheios de dúvidas em suas aventuras. Observem Pedro em Mt 16.21 que aconselha Jesus dizendo que “tenha paciência, ...” afinal, sua morte de maneira nenhuma aconteceria. Elias, um dos grandes homens do Antigo Testamento, que em seu momento de dúvida exclamou: “Basta, Senhor! Basta! Toma agora a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais” (1Rs 19.4).

        De cada discípulo, em sua aventura, poderíamos destacar um momento de dúvida. As mesmas dúvidas que muitos pais enfrentam ao viver sua aventura.

        Se todos, somos atingidos pelos dardos da dúvida, podemos dizer que nessa aventura estamos todos iguais. Não há um aventureiro sem dúvida, sem obstáculo e dificuldade. Em nossa aventura, todos, enfrentamos os mesmos problemas, as mesmas inquietações.

        A melhor alternativa parece ser abandonar a aventura – esse é um conselho que ouvimos de muitas pessoas.

        Mas, Jesus dá outra opção. Ele nos aconselha a orar. Na Oração do Pai Nosso, no segundo pedido, Jesus nos ensinou a pedir “Venha o teu Reino.” Ou seja, Jesus nos ensina a pedir auxilio do Espírito Santo para crermos na sua preciosa Palavra. E se falamos em crer, falamos em fé. O que é fé? O texto de Hebreus responde dizendo: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem” (Hb 11.1).

        A fé verdadeira tem duas dimensões.

        Primeiro: a fé verdadeira olha para trás, ou seja, relembra da confiança de muitos antigos, como dito: “Pois, pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho.” (Hb 11.2). Segundo: a fé verdadeira olha para frente, com esperança. “Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra” (Hb 11.13).


 
       O ponto da nossa aventura é que a nossa fé se refugia na fidelidade de Deus

       
    Não podemos ficar paralisados em nossa aventura por meio das dúvidas e tentar amenizar as mesmas lembrando que assim como nós, muitos outros tiveram suas dúvidas. Precisamos continuar vivendo nossa aventura buscando na fidelidade de Deus, forças para superar nossas dúvidas.

        Nosso inimigo, o Diabo, anda ao nosso redor procurando nos devorar. Ou seja, deseja nos tirar da maior aventura da nossa vida (1Pe 5.8). E Deus que nos ama, tendo enviado Jesus que ocupou nosso lugar na cruz para nos dar a vitória na aventura, continua por amor nos comunicando esse Evangelho. E pelo Evangelho continua nos alimentando para que vençamos as tentações do inimigo e continuemos vivendo nossa aventura da fé.

        Lutero disse que por nossa própria força ou razão não podemos crer em Jesus. O Espírito Santo opera e fortalece essa fé em nós. E tendo operado essa fé por ocasião do batismo, o Espírito Santo nos dá o ingresso de entrada na maior aventura que um ser humano pode viver: A aventura da fé.

        Parece difícil chegar ao fim da aventura. Mas não é. Afinal, não podemos nos esquecer de olhar para trás e ver quantos já concluíram essa aventura e hoje estão na igreja triunfante. Também precisamos olhar para frente e ver o prêmio maravilhoso que receberemos ao final dessa deliciosa aventura.

        Não podemos nos esquecer do principal, essa aventura só é deliciosa, só poderá ser vencida por que temos ao nosso lado Jesus. Aquele que venceu por nós e nos dá a vitória e forças para chegar ao final da aventura são e salvo.

        Não deixe de viver a melhor aventura da sua vida. Aventura a qual Deus te colocou pela fé e te dá forças pela fé para vivê-la. Deus nos abençoe. Amém!

  Pr Edson Ronaldo Tressmann

44 – 3462 2796


Em Jesus - uma nova aliança!

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