domingo, 28 de julho de 2013

O Trabalho: Maldição ou Bênção?


04/08/13

11º Domingo após Pentecostes.

Sl 100; Ec 1.2, 12 – 14; 2. 18 - 26; Cl 3. 1 – 11, 14 - 18; Lc 12. 13 - 22

Tema:

O Trabalho: Maldição ou Bênção?

 

         Quando tentamos fazer uma comparação dos Estados Unidos com a América Latina, afirma-se que uma diferença importante entre estas duas culturas tem sido filosofias divergentes a respeito do papel do trabalho na vida. Segundo esta teoria, o latino-americano, influenciado pelas atitudes da nobreza espanhola e da igreja católica no tempo da conquista do Novo Mundo, pensa que o trabalho é uma maldição, e que o ideal seria poder viver bem sem ter que trabalhar muito. Em compensação, o norte-americano foi influenciado pela “ética protestante de trabalho,” segundo a qual a pessoa, ao trabalhar muito e ser bem sucedida, demonstra que foi escolhida por Deus. Por isso ele crê que o trabalho é uma bênção. Como escreveu o pensador americano Ralph Waldo Emerson: “o cume da sabedoria é entender que o tempo empregado no trabalho nunca é desperdiçado.” Sem validar essa tese, gostaria de usá-la como uma ferramenta para refletirmos em nossa leitura de hoje, Eclesiastes 2.18 – 26, sob o tema: Trabalho: Bênção ou Maldição?
 
1 – É mais maldição do que bênção

         A primeira resposta que poderíamos dar a esta pergunta ao olharmos este texto é que para Salomão o trabalho é mais maldição do que bênção. Notamos isso no emprego da palavra “trabalho” e “trabalhar.”

         Por onze vezes Salomão empregou a palavra ´amal, significando “esforço, desventura, fadiga, desastre.” As outras três palavras que empregou também têm conotações negativas. Uma é traduzida como “enfadonho trabalho” (Ec 1.13) e outra comunica a ideia de fazer um grande esforço sem obter nenhum beneficio, “correr atrás do vento” (Ec 1.17; 4.16) e outros versículos. Em nosso texto não aparece a palavra ´abodah, que vem do verbo servir.

         Os v. 18 – 23 falam de uma maneira bem pessimista sobre o trabalho. O autor aborrecer todo o seu trabalho; sente desespero, fadiga, dor e desgosto. Não achamos nenhuma promessa com relação ao trabalho. Não lemos que o trabalho satisfaz ou que Deus recompensará as pessoas honestas que trabalham muito. Salomão está respondendo a uma formulação: “que proveito tem o homem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?” (Ec 1.3)

         A resposta foi devastadora. Não há nenhuma garantia de que tiraremos proveito dos nossos esforços na vida. Isto parece injusto e ir contra as nossas expectativas. Porque será que Salomão apresentou o trabalho mais como maldição do que bênção?     



A razão é para que o trabalho nos lembre do nosso pecado. Afinal, a maldição dada a Adão após a queda foi que o trabalho se tornaria difícil e pesado, Gn 3.17,19. Não podemos achar que o trabalho, seja qual for, é fácil e muito produtivo, pois não é. Mesmo em meio a tantos avanços científicos e tecnológicos, milhares de pessoas estão desempregadas, e quando tem um trabalho, trabalham demais e com salários baixíssimos. Não podemos exigir que o trabalho seja uma bênção, afinal somos pecadores e o cansaço e as exigências do trabalho são consequências do mesmo.

         O trabalho também é uma maldição para os intelectuais, os capacitados e os ricos, observemos o v. 22: “há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, ciência e destreza; contudo, deixará o seu ganho como porção a quem por ele não se esforçou; também isto é vaidade e grande mal.

         Graças a boa administração e às sábias politicas de Salomão, Israel pela única vez em sua história tinha se tornado a maior potência do Meio Oriente. Apesar disto, Salomão não sentia paz ou satisfação, porque ele sabia que o seu filho talvez seria estulto e estragaria todos os avanços políticos e econômicos que ele com tanto esforço havia conseguido. O problema com Salomão, e às vezes conosco, é que usamos o nosso trabalho e as nossas habilidades como meios para sermos melhores do que outros e para termos mais glória, fama e poder. E com certeza o trabalho se torna uma maldição quando é feito de uma maneira egoísta, e não pensamos em compartilhar os frutos do nosso trabalho com nosso próximo ou com Deus.

         O trabalho se tornou uma maldição para Salomão porque começou a confiar em seu trabalho e não em Deus. Era um homem sábio, tinha um talento incrível como rei, e passou a acreditar que controlaria seu destino. Essa foi a tentação a qual sucumbiu nos dias da sua juventude. Mas a velhice demonstrou que era vaidade confiar no trabalho e nos seus dons e talentos.

         Muitas vezes queremos nos justificar diante de Deus através de nossas obras. E assim o trabalho pode se tornar uma terrível maldição quando começamos a viver nossa vida achando que o valor que temos diante de Deus e das pessoas está em nosso trabalho. Começamos a glorificar alguns e desprezar outros. Se você pudesse escolher entre ser um agricultor e um professor? Se você pudesse escolher entre ser dona de casa ou bancária? O que você escolheria? O trabalho é maldição porque queremos ser elogiados pelas pessoas por aquilo que fazemos, e para receber os elogios precisamos fazer coisas grandiosas aos olhos do mundo.

 

Trabalho: Bênção ou Maldição?

 

2 – Pode ser uma bênção se for feito confiando em Jesus Cristo

 

         Nosso texto não é apenas pessimismo, mas também esperança, vv. 24 – 26.

         O trabalho pode deixar de ser uma maldição e passar a ser uma bênção. Isto, quando salientamos menos nosso trabalho e o nosso esforço e focalizamos que da mão de Deus vêm as coisas boas que fazemos e assim nosso trabalho se torna proveitoso para nosso próximo e agradável a nós. Assim como lemos: “Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer ao homem que lhe agrada” (Ec 2.26). Como diz o autor a carta aos Hebreus: “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6).



         Quando lemos em Eclesiastes que “Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer ao homem que lhe agrada” (Ec 2.26) entendemos que através da fé em Jesus Cristo recebemos as bênçãos do nosso trabalho.

         Quando confiamos em nosso trabalho, o trabalho se torna uma maldição; quando confiamos apenas no trabalho de Jesus Cristo na cruz, o nosso trabalho se torna uma bênção.

         A fé em Jesus muda nosso olhar ao trabalho. Vemos em Cristo, como ele se identificou conosco e com os sofrimentos que padecemos no trabalho, por causa do trabalho.

         No inicio dessa mensagem disse que Salomão usou a palavra ´amal. Essa mesma palavra foi usada pelo profeta Isaias para descrever a obra da salvação realizada por Jesus Cristo: “Depois de tanto sofrimento, ele será feliz; por causa da sua dedicação, ele ficará completamente satisfeito. O meu servo não tem pecado, mas ele sofrerá o castigo que muitos merecem, e assim os pecados deles serão perdoados” (Is 53.11).

         O trabalho de Jesus para conseguir a nossa salvação foi penoso. E ele entende quem tem um trabalho penoso. Mas, há uma enorme diferença entre o trabalho de Jesus e dos homens! O trabalho de Jesus é permanente, os nossos são rapidamente desfeitos. O trabalho de Jesus beneficia a muitos, os trabalhos humanos na maioria das vezes não beneficiam ninguém.

         A fé em Jesus enche nosso trabalho de contentamento. O versículo 21 chama o dinheiro que ganhamos do nosso trabalho de “porção.” No salmo 119.57, o salmista diz que “o Senhor é a minha porção.” O Senhor, não o trabalho ou o dinheiro, é o elemento principal da “porção” que recebemos na vida. Com o Senhor, “não há nada melhor ... do que comer, beber e fazer que a (nossa) alma goze o bem do seu trabalho” (Ec 2.21).

         Mesmo que tenhamos apena o básico do dia-a-dia, mas reconhecendo isso como bênçãos de Deus, é muito mais agradável que ter um banquete todos os dias. Esse é o diferencial ao qual Lutero aponta na explicação da quarta petição do Pai-Nosso: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje,” ou seja, que reconheçamos e recebamos com gratidão tudo o que nos dá para nosso sustento.

         Quando olhamos para o trabalho com os olhos da fé, ele se torna uma bênção dada por Deus. A fé em Jesus neutraliza a maldição do trabalho porque nos dá uma perspectiva mais ampla da nossa vida, “pois, quando comemos ou bebemos, ou fazemos qualquer outra coisa, pela fé, fazemos para a glória de Deus.

         E essa felicidade, alegria e bênção do trabalho vem da certeza de que não viveremos apenas o aqui e agora, mas a eternidade com Jesus. Trabalhamos seguindo o conselho de Paulo: “Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morreste, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus” (Cl 3. 2 – 3). E isso não leva a preocupação de fracassar em meu trabalho.
                   

             O texto de Eclesiastes mostrou que até mesmo um homem capaz, sábio e trabalhador reconheceu que o seu trabalho de alta qualidade era vaidade de vaidades. No nosso trabalho ainda sofremos a consequência da maldição de Adão. Felizmente, temos a oportunidade de descobrir com esse homem o melhor caminho em relação ao nosso trabalho. Em vez de confiarmos em nossos dons, talentos e capacidade, somos convidados a confiar em Jesus, pois ele realizou o melhor de todos os trabalhos. E continua trabalhando para nossa salvação através da ação do Espírito Santo. Amém!



Edson Ronaldo Tressmann

44 – 9856 8020

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Cristo nos dá vida plena


28/07/13 – 10º Domingo após Pentecostes

Sl 138; Gn 18. 20 - 33; Cl 2. 6 - 15; Lc 11. 1 - 13

Tema: Cristo nos dá vida plena

 

        O texto de Colossenses 2. 6 - 15

 

Portanto, já que vocês aceitaram Cristo Jesus como Senhor, vivam unidos com ele. Estejam enraizados nele, construam a sua vida sobre ele e se tornem mais fortes na fé, como foi ensinado a vocês. E dêem sempre graças a Deus. Tenham cuidado para que ninguém os torne escravos por meio de argumentos sem valor, que vêm da sabedoria humana. Essas coisas vêm dos ensinamentos de criaturas humanas e dos espíritos que dominam o Universo e não de Cristo. Pois em Cristo, como ser humano, está presente toda a natureza de Deus, e, por estarem unidos com Cristo, vocês também têm essa natureza. Ele domina todos os poderes e autoridades espirituais. Por estarem unidos com Cristo, vocês foram circuncidados não com a circuncisão que é feita no corpo, mas com a circuncisão feita por Cristo, pela qual somos libertados do poder da natureza pecadora. Pois, quando vocês foram batizados, foram sepultados com Cristo; e no batismo também foram ressuscitados com ele por meio da fé que vocês têm no grande poder de Deus, o mesmo Deus que ressuscitou Cristo. Antigamente vocês estavam espiritualmente mortos por causa dos seus pecados e porque eram não-judeus e não tinham a lei. Mas agora Deus os ressuscitou junto com Cristo. Deus perdoou todos os nossos pecados e anulou a conta da nossa dívida, com os seus regulamentos que nós éramos obrigados a obedecer. Ele acabou com essa conta, pregando-a na cruz. E foi na cruz que Cristo se livrou do poder dos governos e das autoridades espirituais. Ele humilhou esses poderes publicamente, levando-os prisioneiros no seu desfile de vitória.

 

        Mesmo preso, o apóstolo Paulo recebeu notícias da congregação de Colossos, trazidas por Epafras. Algumas animadoras, outras, preocupantes. Depois de ouvir as notícias, Paulo alerta sobre o cuidado quanto aos argumentos sem valor, que vêm da sabedoria humana.

        Devido aos argumentos, segundo o apóstolo Paulo, sem valor, vindos da sabedoria humana, as pessoas estavam sendo confundidas. E essa confusão trazia dúvidas e incertezas.
 

         Muitas dúvidas do nosso tempo, presentes em nossas congregações e vida cristã, também o eram na época do Novo testamento. Dúvidas transformadas em perguntas: “Como pode eu sendo velho nascer de novo?” (Nicodemos). “O que posso fazer para herdar a vida eterna?” (Jovem Rico).
        Essas questões e tantas outras, já respondidas por Jesus, levaram muitos líderes religiosos a formularem respostas e alternativas humanas. Respostas fundamentadas em argumentos sem valor.
        O “sem valor” é apenas espiritual, pois financeiramente, muitos desses líderes enriquecem. Seus argumentos “sem valor” espiritual atraem uma multidão de consumidores.
        Para suprir dúvidas e dar uma verdadeira resposta a questões fundamentais da fé cristã, a Igreja Cristã, da qual a IELB faz parte, se propõe a comunicar a Vida, a mesma Vida comunicada pelo apóstolo Paulo. Comunicação essa que o levou a cadeia: Cristo nos dá vida plena.
        Os Colossenses, como dito por Paulo em sua carta, haviam recebido o presente gratuito de Deus: a salvação em Cristo. Mas essa fé estava sendo atacada por um grupo de pessoas. Esse grupo usava argumentos sem valor, baseados em filosofias mundanas, para distorcer a mensagem cristã e apontar para outro caminho de salvação.

        Um caminho contrário a Bíblia, mas um caminho agradável e percorrido por muitos.

        Há os que indicam que é necessário percorrer pelo caminho do cumprimento da lei como um requisito à salvação. Outros vivem suas vidas sendo orientados e guiados por “supostos” poderes cósmicos, astrologia, feitiçaria, espiritismo, etc.

        Paulo ficou extremamente preocupado com essa notícia. E essa preocupação o motivou a escrever a carta aos Colossenses. E nessa, anuncia que todos os cristãos para que tenham cuidado.
         1 - Para não se tornarem escravos da lei novamente. Em Jesus Cristo os colossenses estavam libertos dos requisitos da lei.
        2 – Para não abandonar o salvador Jesus Cristo. Pois, Jesus dominou todos os poderes espirituais.

        Argumentos sem valor e com fundamentação humana havia penetrado na congregação “luterana” de Colossos. Muitas dúvidas passaram a assaltar aquelas pessoas. E a dúvida os levou de um estado de esperança e tranquilidade para o desespero e o medo.

        Uma semente de dúvida põe a perder a mensagem salvadora. Devido a isso, precisamos nos questionar com sinceridade e franqueza: Em matéria espiritual, quais são as nossas dúvidas? Onde buscamos respostas?

        Infelizmente, “guiados pela velha natureza,” inúmeras vezes buscamos em argumentos sem valor, em fundamentos humanos, em princípios filosóficos.

        É mais racional e lógico crer em reencarnação (Kardecismo), em transmigração da alma, (hinduísmo) do que crer de fato na única verdade, de que em Cristo temos Vida plena.

        A população está cheia de duvidas, anda receosa por uma resposta que a satisfaça. E nessa busca de resposta, igrejas andam vazias, pessoas perderam a credibilidade na resposta bíblica. Será que é justificável? Sim e Não.

        Sim – pois as dúvidas são pertinentes e muitos líderes por não conhecerem a verdade Bíblica que tem Jesus como centro de toda a verdade, baseados em argumentos humanos, não sacia a sede das pessoas com uma resposta verdadeiramente bíblica.

        Não – pois não procuraram no lugar certo. Mesmo tendo sido orientados por líderes eclesiásticos, a verdade que está contida nas páginas das Escrituras Sagradas não lhes foi verdadeiramente comunicada.

        Não se deve apenas ler a Bíblia e dizer o que se pensa d texto. A verdade a ser comunicada pela Igreja Cristã e que é Comunicada pela própria Palavra de Deus é que Cristo nos dá vida plena.

        Mesmo como cristãos, frequentadores assíduos dos cultos, estudos bíblicos e departamentos, precisamos cuidar, pois as dúvidas também nos assaltam. Vejamos um exemplo:

        Quem aqui tem certeza da vida eterna? Esse assunto, ainda traz dúvida e muitos questionamentos. E ao se buscar uma resposta satisfatória, muitas são os argumentos sem valor para os quais líderes e pessoas apontam. E muitos desses argumentos sem valor entram em nossos lares e acabam se tornando supostas “verdades.”

        Podemos ter certeza da vida eterna? De onde podemos tirar essa certeza?

        No v. 10 Paulo diz: “e, por estarem unidos com Cristo, vocês tem essa natureza. Ele domina todos os poderes e autoridades espirituais.” Em outras palavras Paulo quer dizer: “Cristo é a plenitude da vida.” E sendo ele a plenitude da vida, não precisamos nos agarrar nas leis, nos poderes cósmicos, na astrologia, nos anjos, e nem precisamos nos iludir na reencarnação e transmigração da alma.

        Cristo é vida plena – e essa vida plena nos foi dada pelo batismo. No batismo fomos sepultados com Cristo. No batismo ressuscitamos com Cristo.

        Cristo é vida plena – todos nós estávamos perdidos e condenados por causa dos nossos pecados. Pelo batismo passamos a ter fé em Jesus Cristo. E pela fé em Jesus Cristo, Deus perdoou e perdoa todos os nossos pecados.

        Cristo é vida plena – cada ser humano tinha uma dívida com Deus. Essa dívida de maneira nenhuma poderia ser paga através do cumprimento da lei, pois nenhum ser humano é capaz de cumprir a lei. Deus então enviou seu filho Jesus que veio e pagou a conta por nós. Esse pagamento aconteceu pela sua crucificação. A crucificação é o encravamento da nossa conta na cruz. E em Jesus podemos ter certeza da salvação. E os argumentos sem valor nos querem afastar de Jesus Cristo.

        É mais fácil para a razão humana aceitar os argumentos sem valor. A pessoa facilmente aceita a ideia de que o cosmos gira em função de aquário e sendo do signo de câncer, sair com uma roupa cor marrom que algo de bom vai lhe acontecer, do que orar e confiar em Deus.

        Somos convidados a crer. Crer no Deus que prometeu nunca nos abandonar e que em seu Filho Jesus veio ao nosso encontro.

        Os Colossenses passavam por dúvidas. Dúvidas lançadas com um único objetivo: afastá-los de Cristo. Paulo alertou, tenham cuidado. Esse mesmo alerta vale pra mim e pra você. Tenhamos cuidado com as ideias transmitidas pelas novelas, pelos filmes e pelos programas de televisão. Continuemos em Cristo que é vida plena. Afinal, foi ele quem morreu por nós. Pagou a nossa dívida com Deus. Venceu o diabo, a morte e o inferno por e para nós.

        Cristo é vida plena – não há vida em outro ser ou em outro argumento humano seja esse o valor que possua.

        Cristo é vida plena – por isso vamos continuar enraizados, edificados e firmes em Jesus Cristo.

        Pois recebendo a verdadeira comunicação da Vida, estaremos ainda mais enraizados, edificados e firmes em Cristo. E dessa maneira, a cada novo dia, estaremos mais bem preparados diante das dúvidas e dos argumentos sem valor que nos querem afastar de Jesus.

        Aproveitemos enquanto a Vida nos é comunicada e nos alimentemos dessa comunicação.
        Louvemos a Deus pela oportunidade de ouvir a sua Palavra, de receber o seu corpo e o sangue, dados com e sob o pão e o vinho.
        Que vivamos nosso batismo diariamente nos arrependendo dos nossos pecados e nos apegando em Jesus Cristo.
        Cristo é a vida plena - estando enraizado, edificado e firme em Jesus. Pois, enraizado, edificado e firme em Jesus é estar convicto da maravilhosa obra de Jesus Cristo por nós. E essa convicção é encontrada e dada no Batismo, na Palavra e na Santa Ceia. E isso não quer dizer que preciso fazer algo. A verdade, é que nesses meios da graça, Deus se encontra comigo. Nesses meios da graça, Deus efetua em mim a sua maravilhosa obra. Dando-me a salvação eterna e fazendo que Cristo seja para mim a vida plena.
 
 

 Edson Ronaldo Tressmann
44 – 9856 8020

terça-feira, 16 de julho de 2013

“Ó Senhor, ouve-me quando eu te chamar! Tem compaixão e responde-me.”


21/07/13 – 9º Domingo após Pentecostes

Sl 27. 7 - 14; Gn 18. 1 - 10; Cl 1. 21 - 29; Lc 10. 38 - 42

Tema mensal: Férias? Apenas escolares! Das lições não!

Tema:Ó Senhor, ouve-me quando eu te chamar! Tem compaixão e responde-me.

 
   Queridos alunos da Igreja Cristã, reunida na escola da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB), e pelo blog, alunos de outras instituições religiosas, estamos na nossa lição semanal para aprender sobre a oração. Oração de Davi.
        Dos versículos 7 ao 12 temos dez pedidos:

        1 – Escuta

        2 – tem piedade

        3 – responde-me

        4 – não te escondas de mim

        5 – não me rejeite

        6 – não me deixe

        7 – não me abandone

        8 – ensina-me a fazer a tua vontade

        9 - me guie por um caminho seguro

        10 – não me entregues aos meus inimigos


        A motivação para orar e fazer esses pedidos a Deus está em saber e reconhecer que Deus é libertador e ajudador, auxílio e salvação.

        O salmista se considera em marcha, em movimento, dentro da sociedade, ao longo de sua vida, em conjunturas perigosas. E assim invoca o Senhor como guia na sua caminhada.

 
        E a vida cristã é uma vida de caminhada. E para essa vida cristã é importante a Oração. Em Jesus temos acesso a Deus, e essa comunhão com Deus se mostra na oração.

        De acordo com nossos dogmáticos, com justiça a oração cristã foi definida como “comunhão do coração crente em Deus.” Mas, lembremos que não são as palavras do cristão necessárias para fazer da comunhão com Deus uma oração, assim como anuncia o profeta: “Antes mesmo que me chamem, eu os atenderei; antes mesmo de acabarem de falar, eu responderei” (Is 65.24). Mas nem por isso podemos considerar a oração como supérflua. Deus deseja que tenhamos intimidade com ele através da nossa comunhão pela oração.

        A oração faz parte da vida cristã. Abraão estava em oração quando ergueu a cabeça e viu os três homens que o visitaram para dar-lhe junto com Sara a certeza de que Deus cumpriria sua promessa.

        Sendo a vida cristã uma caminhada. Essa se torna cansativa e por muitas vezes acaba-se por desanimar da mesma.
   Nessa caminhada, muitas outras coisas se tornam atrativas. E diante dessas atrações deixamos de orar. Mas, o que atrapalha o cristão a usufruir da sua comunhão com Deus, o impedindo de ter momentos de oração ao longo da sua caminhada? Ao destacar algumas frases de Lutero sobre a necessidade de oração, buscaremos responder essa questão.


Sinto, às vezes, que fiquei frio ou perdi a vontade de rezar por causa do trabalho ou de pensamentos estranhos.


Por isso é bom que a oração seja a primeira atividade da manhã e ultima noite.

 
É certo que podem surgir tarefas diferentes, tão boas ou até melhores do que a oração. Principalmente se houver necessidade.


precisamos cuidar para não nos desacostumar da oração.
 

não podemos encontrar cristão sem oração, assim como não podemos encontrar ser humano sem pulsação, ...
 


a gritaria, dos ...., não é oração nem louvor a Deus. Pois não a entendem e nada aprendem dela

 

 
 

oração é proteção e defesa contra qualquer adversário e um cristão ou dois, com está única petição, serão nosso muro, como uma muralha de ferro.

 

Se o cristão não ora para Deus fazer o controle, diz Lutero, o diabo toma totalmente conta do adversário. O Pai nosso não sugere um programa para Deus, mas nos inclui no plano de Deus.

 

os cristãos sabem que o verdadeiro orar é a obra mais alta e mais difícil na terra, e o maior culto a Deus e exercício da fé.

 

        Depois enumerar 9 frases que mostram desde os motivos que nos levam a deixar de orar até a importância e necessidade de orar, a questão que precisa ser respondida é: O que torna a oração um momento tão especial?

        Orar é um momento tão especial, porque vemos a comunhão íntima entre criatura, que é pó e cinza (Gn 18.27), que é pecador e inimigo de Deus, (Rm 8.7; 5.8) com o criador (Sl 5.1 – 7). Nós diante de Deus. Implorando. Agradecendo.

 
        Essa comunhão entre a criatura e o seu Deus, só é possível por ter havido renascimento. E esse renascimento aconteceu no Batismo, ou seja, esse renascimento foi obra de Deus. E a oração é demonstração, testemunho de que podemos falar com Deus por que Ele tornou isso possível. Em Jesus voltamos a Deus e por Jesus recebemos a certeza de que Deus ouve todas as nossas orações e as atende a seu modo e tempo. Por isso, assim como orou o salmista, também podemos orar: “Ó Senhor, ouve-me quando eu te chamar! Tem compaixão e responde-me.” Amém!

 

 Edson Ronaldo Tressmann

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segunda-feira, 8 de julho de 2013

Santidade! O lado bom dessa vida.


14/07/13 – 8º Domingo após Pentecostes

Sl 41; Lv 19. 9 - 18; Cl 1. 1 - 14; Lc 10. 25 - 37
Tema mensal: Férias? Só na escola! Das lições jamais!

Tema:  Santidade! O lado bom dessa vida.
 



         Levítico é um daqueles livros bíblicos que se pudermos fugir dele, fugimos. É um livro pouco conhecido, pouco ou nada estudado. E sendo assim, inúmeras lições deixam de ser estudadas por não nos acharmos capazes de lecioná-las.
         Com alegria, podemos dizer que essa não é a realidade aqui em Querência do Norte – PR. Afinal, agora dia 30 de junho, fizemos a nossa ultima parte do estudo do Pentateuco, os cinco primeiros livros do Antigo Testamento. E ao estudarmos esses cinco primeiros livros, entre os quais está Levítico, tivemos uma boa visão do rico ensinamento que os mesmos comunicam.
         Desejamos comunicar a tantos outros que por um motivo ou outro não conhecem esse belíssimo livro e seu precioso ensino.
         As palavras para nossa lição de hoje são de Levítico 19. 9 – 18. Está curioso para conhecer as palavras de nossa lição? Afinal – férias! Apenas da escola e não das lições. Então vamos ler!
19.9 — Quando fizerem a colheita do trigo, não colham as espigas dos pés que ficam na beira do campo, nem voltem atrás para pegar as espigas que não tiverem sido colhidas. 19.10 E não façam uma segunda colheita nas plantações de uvas, para colher os cachos que ficaram, nem voltem atrás para catar os cachos que tiverem caído no chão. Deixem isso para os pobres e para os estrangeiros. Eu sou o SENHOR, o Deus de vocês. 19.11 — Não roube, não minta e não engane os outros. 19.12 Não faça juramentos falsos em meu nome, pois isso é profanar o meu nome. Eu sou o SENHOR. 19.13 — Não explore, nem roube os outros. Não segure até o dia seguinte o pagamento do trabalhador diarista. 19.14 Não amaldiçoe um surdo, nem ponha na frente de um cego alguma coisa que o faça tropeçar. Tenha respeito para comigo, o seu Deus. Eu sou o SENHOR. 19.15 — Quando julgar alguma causa, não seja injusto; não favoreça os humildes, nem procure agradar os poderosos. Julgue todas as causas com justiça. 19.16 Não ande espalhando mentiras no meio do povo, nem faça uma acusação falsa que possa causar a morte de alguém. Eu sou o SENHOR. 19.17 — Não guarde ódio no coração contra outro israelita, mas corrija-o com franqueza para que você não acabe cometendo um pecado por causa dele. 19.18 Não se vingue, nem guarde ódio de alguém do seu povo, mas ame os outros como você ama a você mesmo. Eu sou o SENHOR.
         Essas palavras foram ditas para uma nação teocrática, ou seja, eram governados diretamente por Deus. Essa nação estava caminhando pelo desrto rumo a sua pátria, Canaã, a terra de Isarel. E a partir dessa caminhada no deserto, estava sendo organizada. A aliança entre povo e Deus havia acabado de ser ratificada. O tabernáculo havia sido erigido.
         Quase tudo estava pronto. Mas faltava algo. O que? Para que Israel continuasse sua jornada rumo à terra prometida, era necessário regulamentar o culto. E essa é a lição ensinada no livro de Levítico.
           Em resumo podemos dizer que o livro de Levítico trata da santificação necessária para servir ao Deus santo. E como me torno santo para poder servir a Deus? A estrutura do livro de Levítico apresenta como sou tornado santo e como servir a Deus.
Levítico 1-16: apresenta as leis sobre a remoção da impureza, a falta de santidade, que separa o homem e Deus. O ponto alto é o capítulo 16. É a sexta feira santa do Antigo Testamento. E precisamos recordar que a sexta feira santa é o dia do perdão. O dia em que Deus em Jesus aceitou o pagamento pelos nossos pecados. Em Levitico é o capítulo que apresenta o Cordeiro ocupando o lugar do pecador e o tornando santo.
Levítico 17-26: apresenta o comportamento apropriado do povo de Deus.
Levítico 27: é um apêndice independente.
        A nossa lição está no capítulo 19 que nos orienta para viver uma vida santificada. E essa santificação de acordo com o versículo 18, que diz: “Não se vingue, nem guarde ódio de alguém do seu povo, mas ame os outros como você ama a você mesmo. Eu sou o SENHOR relaciona ao amor ao próximo.
         De acordo com a palavra hebraica - “próximo,” significa “amigo, companheiro.” Designa alguém com o qual não se tem uma proximidade de parentesco. O contexto dá a entender que esse próximo deveria ser buscado dentro do próprio povo judeu e não apenas entre os parentes.
         Esse versículo apresenta o ponto alto de uma série de preceitos destinados a promover a honestidade, a solidariedade e a justiça entre as pessoas.
         Como seria possivel promover a honestidade, a solidariedade e a justiça?
         Os versículos enumeram 10 atitudes para essa promoção.
1 - deixar as extremidades da propriedade sem colher.
2 - Deixar para o pobre e para o estrangeiro as uvas caídas.
3 - Não agir com falsidade e fraude, pois levam ao roubo.
4 - Os juramentos são permitidos, aqueles lícitos, que beneficiam o próximo; não aqueles falsos que maculam o nome de Deus. 
5 - Não se deve tirar do próximo algo que pertence a ele.
6 - Não amaldiçoar o surdo, nem colocar obstáculo ao cego, mesmo que de brincadeira.
7 - Não deixar que interesses pessoais influenciem quando tiver que praticar a justiça, quer seja a favor do rico, quer seja a favor do pobre.
8 - Afastar-se de toda a conduta desumana, injusta, maliciosa, especialmente quando intenta contra o próximo, quer seja na corte quer seja na vida privada.
9 - Não carregar ou alimentar ódio dentro do coração em relação ao próximo.
10 - Deus proíbe a vingança e a ira.
             Esses são preceitos básicos de Deus para uma boa civilização e civilidade.
             Se fossem praticadas não haveria tanta violência e corrupção. Mas, a verdade é que somos imperfeitos e quanto mais imperfeitos nos reconhecermos e quanto mais nos agarrarmos no perdão de Jesus, mas saberemos viver o lado bom da vida.
            Deus deseja uma nova vida aos seus filhos e filhas. E essa nova vida foi operada em nós no dia do batismo. E agora, como filhos e filhas de Deus, somos chamados a viver uma vida santa agarrados em Jesus. Pois, diante da nossa imperfeição, somente em seu perdão é que podemos continuar vivendo em meio a tantos imperfeitos.
             Deus nos fez santo em Jesus. E seu desejo é que vivamos uma vida santa, uma vida perfeita.
        E essa vida perfeita, não é uma vida com carro do ano, com uma boa casa, uma conta bancaria com saldo extraordinário. A Vida perfeita é Ser perfeito. E Ser Perfeito é prestar atenção aos detalhes por mínimos que sejam.
         A Palavra de Deus comunica que “qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos” (Tg 2.10). Isso mostra a nossa incapacidade de sermos perfeitos. Bem, nossa imperfeição já se mostra no mandamento do amor.
           Num mundo em que tudo se tornou genérico, precisamos aprender que a lição de Deus em Levítico não é genérica. Deus não está dizendo: “tentem ser santos, tanto quanto possível” nem: “Ao menos tenham a boa intenção de serem santos.” O capítulo 19 de Levítico diz para sermos santos.
         Não podemos ser genéricos, pois Deus não é. Deus fala de detalhes. Não fala de boa intenção, nem alta percentagem de acerto. Ele fala de 100 por cento de santidade! O detalhe é fundamental. E esse detalhe é AMAR O PRÓXIMO. E quantos de nós consegue amar o próximo? Tem alguns que eu não gosto. E daí? Bom, esse é o lado bom da vida. Uai pastor, não gostar da pessoa é lado bom da vida? Nada disso. O lado bom da vida é saber que não sou santo por mim mesmo. E por não ser santo por mim mesmo, sou levado a me agarrar em Jesus. Somente em Jesus eu posso viver o lado bom da vida. Em Jesus recebo a cura para essa minha doença. A doença do ódio, do preconceito, das brigas, etc.
         Ainda um último “detalhe”. No capítulo 19 de Levítico, em meio às palavras dirigidas ao seu povo, por quinze vezes Deus anuncia: “Eu sou o SENHOR!
         Mais do que um mero refrão, estas palavras repetidas tantas vezes, nos fazem lembrar que quem nos fala é o SENHOR, é Yahweh. O Deus que se faz conhecido nos grandes atos de salvação. O Deus que quer ser conhecido como o Deus Salvador, o Deus fiel às promessas.
         Viver uma vida santa não é algo que esteja ao alcance de nossas forças ou boas intenções. É obra de Deus em nós. Obra iniciada na nossa vida por ocasião do batismo. Obra que continua pela ação do Espírito Santo mediante a proclamação do Evangelho e distribuição da santa ceia.
         A santidade nos é dada e garantida em Jesus. Somente na cruz de Jesus é que podemos nos ver e saber santos. Pois, se entendermos a santidade a partir de nós mesmos,  cairemos em desespero e aflição.
         Querido povo de Deus, povo santo. Saibam que a santidade não vem de nós, mas da ação de Deus em nossa vida. Ele nos oferece e dá essa santidade na Palavra e nos sacramentos. Como disse Lutero na explicação do terceiro artigo do Credo apostólico: “Creio que por minha própria razão ou força não posso crer em Jesus nem vir a ele, mas ele me chamou pelo Evangelho...” O Evangelho que anuncia a boa nova de que Deus em Jesus nos faz santos e na fé em Jesus nos  mantêm santos. E viver em Jesus é viver o lado bom da vida. Estar em Jesus é ser santo todo dia. 
         Viva em Jesus, pois o lado bom da vida, a santidade, só é possivel no perdão de Jesus. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann

Em Jesus - uma nova aliança!

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